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Quedas em idosos não institucionalizados no norte de Minas Gerais: prevalência e fatores associados

Resumo

Objetivo:

Estimar a prevalência de quedas e os fatores associados em idosos não institucionalizados.

Métodos:

Estudo transversal com amostra de base populacional de idosos não institucionalizados em cidade polo do norte de Minas Gerais. Foram conduzidas entrevistas nos domicílios por equipe especialmente treinada utilizando instrumentos validados. Investigou-se a associação entre a ocorrência de quedas e variáveis demográficas, socioeconômicas e relacionadas à saúde. Após análise bivariada, as variáveis associadas até o nível de 20% foram analisadas conjuntamente por meio de regressão logística, assumindo-se nessa fase o nível de significância de 5%.

Resultados:

A população avaliada era predominantemente feminina, casada e com baixa escolaridade. A prevalência de quedas foi de 28,4%. Os fatores que se mostraram associados à ocorrência de quedas foram: sexo feminino (OR=1,67; IC95%:1,13-2,47); a autopercepção negativa da saúde (OR=1,49; IC95%:1,02-2,20); comprometimento da mobilidade funcional (teste Timed Up and Go > 20 segundos) (OR=1,66; IC95%:1,02- 2,74); o registro de internação nos 12 meses precedentes (OR=1,82; IC95%:1,17-2,84); e fragilidade aferida pela Edmonton Frail Scale (OR=1,73; IC95%:1,14-2,64).

Conclusões:

A prevalência de quedas mostrou-se elevada para a população estudada e relacionada especialmente às condições de saúde dos idosos.

Palavras-chave:
Idoso; Acidentes por quedas; Fatores de risco

Abstract

Objective:

To identify the prevalence of falls and associated factors in non-institutionalized elderly persons.

Methods:

A cross-sectional study featuring a population-based sample of non-institutionalized elderly persons in a city in the north of Minas Gerais was performed. Interviews were conducted in households by trained staff using validated instruments. We investigated the associations between falls and demographic, socioeconomic and health-related factors. After bivariate analysis, the variables associated with falls to a level of 20% were analyzed together using logistic regression, assuming at this stage a significance level of 5%.

Results:

The studied population was predominantly female, married and with a low educational level. The prevalence of falls was 28.4%. The factors that were associated with falls were: female gender (OR=1.67; 95% CI:1.13 to 2.47); negative self-evaluation of health (OR=1.49; 95% CI: 1.02 to 2.20); impaired functional mobility (Timed Up and Go test >20 seconds) (OR=1.66; 95CI: 1.02-2.74); the occurrence of hospitalization in the previous 12 months (OR=1.82; 95% CI: 1.17 to 2.84); and frailty measured by the Edmonton Frail Scale (OR=1.73; 95% CI: 1.14 to 2.64).

Conclusions:

The prevalence of falls was high for the population studied and was related to the individual health conditions of the elderly.

Keywords:
Aged; Accidental falls; Risk factors

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a população idosa brasileira apresentou um incremento quase duas vezes superior ao da população geral, sendo o segmento populacional que mais tem aumentado. Registros oficiais revelam que existe, atualmente, no Brasil, cerca de 20 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, o que representa, pelo menos, 10% da população brasileira.11. Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas, Área Técnica Saúde do Idoso. Atenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimento [Internet]. Brasília, DF: MS; 2010 [acesso em 04 fev 2015]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_pessoa_idosa_envelhecimento_v12.pdf? Esse acelerado processo de envelhecimento da população brasileira implica em novas necessidades e cuidados.22. Veras R. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Rev Saúde Pública 2009;43(3):548-54.

Um dos aspectos que mais se destaca no processo de envelhecimento é aquele relacionado às inabilidades físicas e ao grau de dependência do idoso. Apesar de a incapacidade funcional não ser inerente ao processo de envelhecimento,33. Amorim JSC, Salla S, Trelha CS. Fatores associados à capacidade para o trabalho em idosos: revisão sistemática. Rev Bras Epidemiol 2014;17(4):830-41. à medida que o indivíduo envelhece, as chances de sofrer lesões provocadas por acidentes aumentam.44. Campolina AG, Adami F, Santos JLF, Lebrão ML. Expansion of morbidity: trends in healthy life expectancy of the elderly population. Rev Assoc Med Bras 2014;60(5):434-41. Estudos mostram que tais lesões estão entre as principais causas de óbito em pessoas idosas e que as quedas representam até dois terços dos acidentes com idosos, tornando-se um dos principais previsores de morbimortalidade.5-8

As quedas em pessoas idosas podem indicar o início de uma fragilidade ou uma doença aguda. Além do risco de morte já citado anteriormente, as quedas resultam constantemente em lesões e fraturas, comprometem as atividades da vida diária, elevam os índices de institucionalização, geram declínio do estado geral de saúde e aumentam o medo de cair por parte dos idosos, o que, por sua vez, aumenta o risco de queda subsequente.99. Lopes KT, Costa DF, Santos LF, Castro DP, Bastone AC. Prevalência do medo de cair em uma população de idosos da comunidade e sua correlação com mobilidade, equilíbrio dinâmico, risco e histórico de quedas. Rev Bras Fisioter 2009;13(3):223-9. Enfim, as quedas produzem consequências deletérias não somente para o idoso, mas também ampliam os custos com hospitalização e outros serviços de saúde, mostrando-se, dessa maneira, como um importante problema de saúde pública.1010. Sandoval RA, Sá ACAM, Menezes RL, Nakatani AY, Bachion AM. Ocorrência de quedas em idosos não institucionalizados: revisão sistemática da literatura. Rev Bras Geriatr Gerontol 2013;16(4):855-63.

O conhecimento adequado sobre a ocorrência de quedas em idoso e a atenção necessária ao problema podem orientar medidas preventivas mais adequadas e efetivas nas unidades de saúde. Alguns estudos nacionais já revelaram que variáveis sociodemográficas podem estar associadas, como sexo,1111. Cruz DT, Ribeiro LC, Vieira MT, Teixeira MTB, Bastos RR, Leite ICG. Prevalência de quedas e fatores associados em idosos. Rev Saúde Pública 2012;46(1):138-46.

12. Motta LB, Aguiar AC, Coutinho ESF, Huf G. Prevalência e fatores associados a quedas em idosos em um município do Rio de Janeiro. Rev Bras Geriatr Gerontol 2010;13(1):83-91.
-1313. Pereira AA, Ceolim MF, Neri AL. Associação entre sintomas de insônia, cochilo diurno e quedas em idosos da comunidade. Cad Saúde Pública 2013;29(3):535-46. idade,1010. Sandoval RA, Sá ACAM, Menezes RL, Nakatani AY, Bachion AM. Ocorrência de quedas em idosos não institucionalizados: revisão sistemática da literatura. Rev Bras Geriatr Gerontol 2013;16(4):855-63.

11. Cruz DT, Ribeiro LC, Vieira MT, Teixeira MTB, Bastos RR, Leite ICG. Prevalência de quedas e fatores associados em idosos. Rev Saúde Pública 2012;46(1):138-46.

12. Motta LB, Aguiar AC, Coutinho ESF, Huf G. Prevalência e fatores associados a quedas em idosos em um município do Rio de Janeiro. Rev Bras Geriatr Gerontol 2010;13(1):83-91.

13. Pereira AA, Ceolim MF, Neri AL. Associação entre sintomas de insônia, cochilo diurno e quedas em idosos da comunidade. Cad Saúde Pública 2013;29(3):535-46.
-1414. Almeida ST, Soldera CLC, Carli GA, Gomes I, Resende TL. Análise de fatores extrínsecos e intrínsecos que predispõem a quedas em idosos. Rev Assoc Med Bras 2012;58(4):427-33. ausência de companheiro15 e renda,1414. Almeida ST, Soldera CLC, Carli GA, Gomes I, Resende TL. Análise de fatores extrínsecos e intrínsecos que predispõem a quedas em idosos. Rev Assoc Med Bras 2012;58(4):427-33. além de variáveis relacionadas à saúde, como a presença de comorbidades,1616. Dantas EL, Brito GEG, Lobato IAF. Prevalência de quedas em idosos adscritos à estratégia de saúde da família do município de João Pessoa, Paraíba. Rev APS 2012;15(1):67-75.

17. Soares WJS, Moraes AS, Ferriolli E, Perracini MR. Fatores associados a quedas e quedas recorrentes em idosos: estudo de base populacional. Rev Bras Geriatr Gerontol 2014;17(1):49-60.
-1818. Rodrigues IG, Fraga GP, Barros MBA. Quedas em idosos: fatores associados em estudo de base populacional. Rev Bras Epidemiol 2014;17(3):705-18. polifarmácia1515. Siqueira FV, Facchini LA, Silveira DS, Piccini RX, Tomasi E, Thumé E, et al. Prevalência de quedas em idosos no Brasil: uma análise nacional. Rev Saúde Pública 2011;27(9):1819-26.,1919. Hamra A, Ribeiro MB, Miguel OF. Correlação entre fratura por queda em idosos e uso prévio de medicamentos. Acta Ortop Bras 2007; 15(3):143-45. e a autopercepção de saúde.1414. Almeida ST, Soldera CLC, Carli GA, Gomes I, Resende TL. Análise de fatores extrínsecos e intrínsecos que predispõem a quedas em idosos. Rev Assoc Med Bras 2012;58(4):427-33.

15. Siqueira FV, Facchini LA, Silveira DS, Piccini RX, Tomasi E, Thumé E, et al. Prevalência de quedas em idosos no Brasil: uma análise nacional. Rev Saúde Pública 2011;27(9):1819-26.
-1616. Dantas EL, Brito GEG, Lobato IAF. Prevalência de quedas em idosos adscritos à estratégia de saúde da família do município de João Pessoa, Paraíba. Rev APS 2012;15(1):67-75.

Todavia, ainda existem variáveis pouco exploradas pela literatura nacional, como a fragilidade2020. Fhon JRS, Rosset I, Freitas CP, Silva AO, Santos JLF, Rodrigues RAP. Prevalência de quedas em idosos em situação de fragilidade. Rev Saúde Pública 2013;47(2):266-73. e outras comorbidades. Também não existem estudos sobre o tema para a região norte de Minas Gerais. Essa região caracteriza-se como área de transição entre o Sudeste e o Nordeste do país, com indicadores sociais que revelam grande carência socioeconômica. Estudos locais podem ser representativos para outras regiões do país. Assim, este estudo teve como objetivo conhecer a prevalência da ocorrência de quedas em idosos e os fatores associados, investigando variáveis ainda pouco exploradas em uma amostra de base populacional de idosos não institucionalizados, em uma cidade polo da região norte de Minas Gerais.

MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa transversal e analítica, realizada com idosos não institucionalizados, residentes no município de Montes Claros, norte de Minas Gerais. A cidade conta com uma população de aproximadamente 400 mil habitantes e representa o principal polo urbano regional.

O processo de amostragem foi probabilístico, por conglomerados e em dois estágios. No primeiro estágio, utilizou-se como unidade amostral o setor censitário e foram selecionados, aleatoriamente, 42 entre os 362 setores censitários urbanos do município. No segundo estágio, definiu-se o número de domicílios, segundo a densidade populacional de indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos. Nesta etapa, os setores com maior número de idosos tiveram mais domicílios alocados, de forma a produzir uma amostra mais representativa.

O cálculo amostral considerou uma população de idosos de número total de idosos 30.790 idosos (segundo dados do IBGE), uma margem de erro de 5%, um nível de confiança de 95% e uma prevalência de 28,5%, considerando ser essa a mediana observada em um estudo de revisão sistemática.1010. Sandoval RA, Sá ACAM, Menezes RL, Nakatani AY, Bachion AM. Ocorrência de quedas em idosos não institucionalizados: revisão sistemática da literatura. Rev Bras Geriatr Gerontol 2013;16(4):855-63. Considerando tratar-se de uma amostragem por conglomerados, o número identificado foi multiplicado por um fator de correção (deff) de 2 e acrescido de 10% para eventuais perdas. Assim, o número mínimo de pessoas para o estudo definido pelo cálculo amostral foi de 682.

Foram excluídos idosos cujos cuidadores/familiares avaliaram como incapazes para responderem as perguntas ou aqueles que se recusaram a participação no estudo. Foram consideradas perdas os idosos não disponíveis para participação em pelo menos três visitas em dias e horários diferentes, mesmo com agendamento prévio.

A coleta de dados foi realizada no domicílio do idoso entre maio e julho de 2013. As entrevistadoras (graduadas em enfermagem) foram previamente treinadas e desenvolveram estudo piloto antes da coleta de dados para análise. Os setores censitários foram percorridos em sentido horário, a partir de um ponto previamente definido. O instrumento de coleta de dados utilizado foi baseado em estudos similares de base populacional. Os dados do estudo piloto, em um setor censitário especialmente sorteado, não foram incluídos na análise final.

As variáveis independentes estudadas foram: sexo (masculino x feminino), idade (menor que 80 anos x maior ou igual a 80 anos), cor da pele autorreferida, situação conjugal (casado ou união estável x sem companheiro), renda familiar mensal (maior que um salário mínimo x menor ou igual a um salário mínimo), autopercepção de saúde (positiva x negativa), fragilidade (definida pela Edmonton Frail Scale, que avalia nove domínios, com pontuação de zero a 17 e define fragilidade a partir de um escore maior que seis)2121. Rolfson DB, Majumdar SR, Tsuyuki RT, Tahir A, Rockwood K. Validity and reliability of the Edmonton Frail Scale. Age Ageing 2006;35(5):526-9, medo de cair (não x sim), presença de comorbidades crônicas (hipertensão arterial, diabetes mellitus, osteoporose, artrite/artrose/reumatismo, doença cardíaca, todas segundo autorrelato - não x sim), polifarmácia (definida como uso contínuo de cinco ou mais medicamentos - não x sim), internação no último ano (não x sim), sintomas depressivos (definidos pela versão reduzida da escala de depressão geriátrica de Yesavage, Geriatric Depression Scale - GDS -15, na qual uma pontuação igual ou maior que seis identifica sintomatologia depressiva)2222. Almeida OP, Almeida SA. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão em Geriatria (GDS) versão reduzida. Arq Neuropsiquiatr 1999;57(2-B):421-6., mobilidade funcional por meio do teste Timed Up and Go (onde um tempo igual ou maior do que 20 segundos é sugestivo de mobilidade mais difícil para idosos)2323. Bischoff HA, Stähelin HB, Monsch AU, Iversen MD, Weyh A, Dechend M, et al. Identifying a cut-off point for normal mobility: a comparison of the timed 'up and go' test in community-dwelling and institutionalised elderly women. Age Ageing 2003;32:315-20. e tabagismo (não x sim). Para análise dos dados, todas as variáveis foram dicotomizadas.

A prevalência de quedas nos últimos 12 meses foi tomada como variável desfecho. Inicialmente, foram estabelecidas associações bivariadas entre o registro de quedas e as variáveis estudadas, utilizando-se o teste qui-quadrado. Em uma segunda etapa, as variáveis que se mostraram associadas até o nível de 20% (p<0,20) foram avaliadas conjuntamente por meio da regressão logística. Nesta etapa, foram calculados os Odds Ratios (OR) com seus respectivos intervalos de confiança a 95%, para investigar a magnitude das associações, assumindo-se um nível de significância de 5% (p < 0,05). As análises foram realizadas com uso do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 17.0 (SPSS for Windows, Chicago, EUA).

Todos os participantes foram orientados sobre a pesquisa e apresentaram sua anuência, através da assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, ou registro de digital, quando não sabiam assinar. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (Processo nº 173397).

RESULTADOS

Participaram do estudo 683 idosos, com predomínio do sexo feminino e com idade entre 60 e 98 anos e média de 70,9 anos (DP ± 8,08). A maioria se autodeclarou parda (57,1%). Houve predomínio de idosos casados (48,6%). Entre os entrevistados, a maior parte referiu ter até quatro anos de estudo, sendo que 26,1% revelou nenhuma escolaridade. Essas e outras características do grupo são apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1:
Características sociodemográficas de idosos em Montes Claros (MG); 2013.

Em relação aos cuidados e condições de saúde, apresentados na Tabela 2, a maior parte dos entrevistados referiu o sistema público como tipo de serviço mais utilizado (68,8%). A autopercepção de saúde como Muito boa ou Boa foi citada por 291 pessoas (42,6%). Aproximadamente um quarto dos entrevistados (23,6%) referiu a necessidade de utilização de cinco ou mais medicamentos de uso contínuo. Durante a abordagem, 243 idosos (35,6%) foram classificados com algum grau de fragilidade pela Escala de Edmonton e 200 (29,3%) apresentaram escore sugestivos de sintomas depressivos pela Escala de Depressão Geriátrica.

Tabela 2:
Características relacionadas aos cuidados e condições de saúde entre idosos em Montes Claros, MG, 2013.

Para a amostra estudada, a prevalência de quedas nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa foi de 28,3%, sendo que a maior parte revelou ter sofrido uma única queda nesse período. A principal causa relatada foi escorregão/tropeção e a maioria dos idosos caidores relatou a necessidade de ajuda para se levantar (Tabela 3).

Tabela 3:
Características vinculadas às quedas e à instabilidade postural em idosos em Montes Claros, MG, 2013.

A Tabela 4 apresenta os resultados da análise bivariada entre a ocorrência de quedas e as principais variáveis estudadas. Por limitações de espaço, não estão registradas todas as associações investigadas.

Tabela 4:
Análise bivariada para variáveis associadas à queda nos últimos 12 meses em idosos em Montes Claros, MG, 2013.

A Tabela 5 apresenta as variáveis que permaneceram no modelo final, após análise multivariada. O sexo feminino, a autopercepção negativa da saúde, comprometimento da mobilidade funcional (teste Timed Up and Go ≥ 20 segundos), o registro de internação nos 12 meses precedentes e fragilidade aferida pela Edmonton Frail Scale mostraram-se associados com a ocorrência de quedas nos últimos 12 meses.

Tabela 5:
Variáveis associadas à ocorrência de quedas entre idosos, após análise multivariada (regressão logística), em idosos em Montes Claros, MG, 2013.

DISCUSSÃO

A prevalência de quedas referidas por idosos para os últimos 12 meses no presente estudo foi bem próxima do que revelou um estudo nacional com amostra de 100 municípios, em 23 estados.1111. Cruz DT, Ribeiro LC, Vieira MT, Teixeira MTB, Bastos RR, Leite ICG. Prevalência de quedas e fatores associados em idosos. Rev Saúde Pública 2012;46(1):138-46. Outros estudos nacionais registram prevalências maiores de quedas entre idosos, mas tratam de populações institucionalizadas.1313. Pereira AA, Ceolim MF, Neri AL. Associação entre sintomas de insônia, cochilo diurno e quedas em idosos da comunidade. Cad Saúde Pública 2013;29(3):535-46.,1414. Almeida ST, Soldera CLC, Carli GA, Gomes I, Resende TL. Análise de fatores extrínsecos e intrínsecos que predispõem a quedas em idosos. Rev Assoc Med Bras 2012;58(4):427-33. Em uma revisão sobre o tema, os autores observaram estudos cujas prevalências variaram de 15,9% a 56,3%, mas é preciso destacar que esse amplo intervalo incluía desde amostras restritas e população institucionalizada até estudos maiores, com análises de base populacional.1010. Sandoval RA, Sá ACAM, Menezes RL, Nakatani AY, Bachion AM. Ocorrência de quedas em idosos não institucionalizados: revisão sistemática da literatura. Rev Bras Geriatr Gerontol 2013;16(4):855-63.

Dentre as variáveis sociodemográficas, somente o sexo feminino mostrou-se associado à ocorrência de quedas. Esse resultado já foi observado por outros autores.1111. Cruz DT, Ribeiro LC, Vieira MT, Teixeira MTB, Bastos RR, Leite ICG. Prevalência de quedas e fatores associados em idosos. Rev Saúde Pública 2012;46(1):138-46.

12. Motta LB, Aguiar AC, Coutinho ESF, Huf G. Prevalência e fatores associados a quedas em idosos em um município do Rio de Janeiro. Rev Bras Geriatr Gerontol 2010;13(1):83-91.
-1313. Pereira AA, Ceolim MF, Neri AL. Associação entre sintomas de insônia, cochilo diurno e quedas em idosos da comunidade. Cad Saúde Pública 2013;29(3):535-46.,1616. Dantas EL, Brito GEG, Lobato IAF. Prevalência de quedas em idosos adscritos à estratégia de saúde da família do município de João Pessoa, Paraíba. Rev APS 2012;15(1):67-75.,1818. Rodrigues IG, Fraga GP, Barros MBA. Quedas em idosos: fatores associados em estudo de base populacional. Rev Bras Epidemiol 2014;17(3):705-18. Não existem explicações específicas para esse achado, mas outros autores destacam características específicas do sexo feminino, como a menor força muscular, menor quantidade de massa muscular e maior prevalência de doenças crônicas degenerativas.1111. Cruz DT, Ribeiro LC, Vieira MT, Teixeira MTB, Bastos RR, Leite ICG. Prevalência de quedas e fatores associados em idosos. Rev Saúde Pública 2012;46(1):138-46.,2424. Lebrão ML, Laurenti R. Saúde, bem-estar e envelhecimento: o estudo SABE no Município de São Paulo. Rev Bras Epidemiol 2005;8(2):127-41. É relevante destacar que um estudo destaca que o sexo feminino se associa também às quedas recorrentes.1717. Soares WJS, Moraes AS, Ferriolli E, Perracini MR. Fatores associados a quedas e quedas recorrentes em idosos: estudo de base populacional. Rev Bras Geriatr Gerontol 2014;17(1):49-60.

Quanto à variável internação no ano anterior à pesquisa, também presente no modelo final, o risco de queda foi maior para os idosos que foram internados pelo menos uma vez. Neste estudo, não foi possível verificar se as internações referidas estavam diretamente relacionadas ou não à queda. No entanto, pode-se inferir que a evidente associação pode ser tanto pelo fato de a queda ser uma causa para a internação, como um indicador de morbidade grave e fragilidade. Neste caso, a imobilidade, as medicações utilizadas ou a doença de base, quando presente, poderiam predispor às quedas. Embora a associação entre quedas e internações seja comum,2424. Lebrão ML, Laurenti R. Saúde, bem-estar e envelhecimento: o estudo SABE no Município de São Paulo. Rev Bras Epidemiol 2005;8(2):127-41.,2525. Perez M, Lourenco RA. Rede FIBRA-RJ: fragilidade e risco de hospitalização em idosos da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública 2013;29(7):1381-91. a associação entre o registro de internação no último ano e a ocorrência de queda foi observada em um único estudo nacional, que abordou a ocorrência de quedas em idosos institucionalizados.55. Del Duca GF, Antes DL, Hallal PC. Quedas e fraturas entre residentes de instituições de longa permanência para idosos. Rev Bras Epidemiol 2013;16(1):68-76. Esse achado deve ser mais bem estudado em pesquisas futuras.

A autopercepção negativa da saúde (aqui classificada como "regular", "ruim" ou "muito ruim") também se mostrou como uma variável associada a maior chance de quedas. A mesma associação foi encontrada em outros estudos.1414. Almeida ST, Soldera CLC, Carli GA, Gomes I, Resende TL. Análise de fatores extrínsecos e intrínsecos que predispõem a quedas em idosos. Rev Assoc Med Bras 2012;58(4):427-33.

15. Siqueira FV, Facchini LA, Silveira DS, Piccini RX, Tomasi E, Thumé E, et al. Prevalência de quedas em idosos no Brasil: uma análise nacional. Rev Saúde Pública 2011;27(9):1819-26.
-1616. Dantas EL, Brito GEG, Lobato IAF. Prevalência de quedas em idosos adscritos à estratégia de saúde da família do município de João Pessoa, Paraíba. Rev APS 2012;15(1):67-75. É possível que o indicador esteja intimamente relacionado à dificuldade de equilíbrio.1414. Almeida ST, Soldera CLC, Carli GA, Gomes I, Resende TL. Análise de fatores extrínsecos e intrínsecos que predispõem a quedas em idosos. Rev Assoc Med Bras 2012;58(4):427-33. A autopercepção de saúde é considerada um importante indicador de saúde, bastante utilizado em pesquisas e inquéritos de saúde, tanto pela sua fácil aplicabilidade, quanto pelo baixo custo, se comparado a outros métodos mais complexos. É uma medida subjetiva de saúde, mas reflete a presença de doenças e seu impacto sobre a qualidade de vida dos indivíduos.2626. Singh-Manoux A, Martikainen P, Ferrie J, Zins M, Marmot M, Goldberg M. What does self rated health measure? Results from the British Whitehall II and French Gazel cohort studies. J Epidemiol Commun H 2006;60:364-72. No Brasil, é desejável o avanço de pesquisas nessa área, segundo uma revisão recente sobre o tema.2727. Pagotto V, Bachion MM, Silveira EA. Autoavaliação da saúde por idosos brasileiros: revisão sistemática da literatura. Rev Panam Salud Publica 2013;33(4):302-10.

O comprometimento da mobilidade funcional aferido pelo teste Timed Up and Go também se mostrou associado à ocorrência de queda no presente estudo. Esse resultado também já foi registrado em outros estudos.1414. Almeida ST, Soldera CLC, Carli GA, Gomes I, Resende TL. Análise de fatores extrínsecos e intrínsecos que predispõem a quedas em idosos. Rev Assoc Med Bras 2012;58(4):427-33.,2828. Aveiro MC, Driusso P, Barham EJ, Pavarini SCI, Oishi J. Mobilidade e risco de quedas de população idosa da comunidade de São Carlos. Ciênc Saúde Coliva 2012;17(9):2481-8. O teste é conduzido de forma simples e tem o potencial de identificar distúrbios do equilíbrio e da mobilidade de forma rápida. Representa, portanto, um aspecto essencial da avaliação geriátrica.2323. Bischoff HA, Stähelin HB, Monsch AU, Iversen MD, Weyh A, Dechend M, et al. Identifying a cut-off point for normal mobility: a comparison of the timed 'up and go' test in community-dwelling and institutionalised elderly women. Age Ageing 2003;32:315-20. É imperioso, portanto, que o teste seja implementado de forma rotineira nas avaliações de pessoas idosas, de forma a identificar situações de risco e antecipar orientações e cuidados específicos.

A maior ocorrência de quedas em idosos com algum grau de fragilidade é algo pouco investigado pela literatura nacional. Apenas um estudo realizado no interior de São Paulo registrou uma associação positiva entre as variáveis e os autores destacaram a possibilidade de relação bidirecional entre as variáveis. Isto é, tanto a queda pode tornar o idoso frágil como a fragilidade pode levá-lo a cair.2020. Fhon JRS, Rosset I, Freitas CP, Silva AO, Santos JLF, Rodrigues RAP. Prevalência de quedas em idosos em situação de fragilidade. Rev Saúde Pública 2013;47(2):266-73. A literatura internacional registra tal associação de forma mais frequente, mas não existe padronização nos estudos quanto à forma de aferir a fragilidade.2929. Ensrud KE, Ewing SK, Cawthon PM, Fink HA, Taylor BC, Cauley JA, et al. A comparison of frailty indexes for the prediction of falls, disability, fractures and mortality in older men. J Am Geriatr Soc 2009;57(3):492-8.,3030. Gallucci M, Ongaro F, Amici GP, Reginei C. Frailty, disability and survival in the elderly over the age of seventy: evidence from "The Treviso Longeva (TRELONG) Study". Arch Gerontol Geriatr 2009;48(3):281-3. No presente estudo, a análise da população estudada por meio da Edmonton Frail Scale confirmou a associação entre queda e fragilidade. Essa escala é um instrumento adaptado culturalmente e validado para a língua portuguesa que avalia nove domínios (cognição, estado de saúde, independência funcional, suporte social, uso de medicação, nutrição, humor, continência urinária e desempenho funcional), sendo considerada um instrumento robusto pelo seu caráter multidimensional.2121. Rolfson DB, Majumdar SR, Tsuyuki RT, Tahir A, Rockwood K. Validity and reliability of the Edmonton Frail Scale. Age Ageing 2006;35(5):526-9,3131. Fabricio-Wehbe SCC, Cruz IR, Haas VJ, Diniz MA, Dantas RAS, Rodrigues RAP. Reprodutibilidade da versão brasileira adaptada da Edmonton Frail Scale para idosos residentes na comunidade. Rev Latinoam Enferm 2013;21(6):1330-6.

Outras variáveis apontadas na literatura como associadas à ocorrência de quedas em idosos não foram identificadas no presente estudo. Algumas morbidades investigadas, por exemplo, embora se mostrassem associadas em uma análise bivariada, não se mantiveram no modelo final. A associação com osteoporose, artrite/artrose/reumatismo e quedas foram identificadas em outro estudo.1717. Soares WJS, Moraes AS, Ferriolli E, Perracini MR. Fatores associados a quedas e quedas recorrentes em idosos: estudo de base populacional. Rev Bras Geriatr Gerontol 2014;17(1):49-60. É natural supor que tais afecções levem a situações de desconforto com o aumento da sensibilidade e a rigidez articular, entre outros sintomas e que isso contribua para a diminuição da capacidade física, afete a locomoção, podendo levar à ocorrência de quedas. Todavia, os autores não avaliaram nem a mobilidade funcional, nem a fragilidade, aspectos que podem incluir as referidas morbidades em uma análise conjunta, multivariada.

O registro de medo de cair, apontado em alguns estudos99. Lopes KT, Costa DF, Santos LF, Castro DP, Bastone AC. Prevalência do medo de cair em uma população de idosos da comunidade e sua correlação com mobilidade, equilíbrio dinâmico, risco e histórico de quedas. Rev Bras Fisioter 2009;13(3):223-9.,3232. Antes DL, Schneider IJC, Benedetti TRB, D'Orsi E. Medo de queda recorrente e fatores associados em idosos de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Cad Saúde Pública 2013;29(4):758-68. como variável associada a ocorrência de quedas, também não se manteve no modelo final do presente estudo. É preciso destacar, porém que tais estudos contaram com uma amostra reduzida, fato que pode justificar a diferença observada. Ainda assim, é preciso ressaltar que o medo de cair é um quadro comum em pessoas idosas e pode fazer com que o idoso se sinta menos confiante em realizar suas atividades diárias, aumentando a imobilidade e a instabilidade postural.3333. Friedman SM, Munoz B, West SK, Rubin GS, Fried LP. Falls and fear of falling: which comes first? A longitudinal prediction model suggests strategies for primary and secondary prevention. J Am Geriatr Soc 2002;50:1329-35.

O presente estudo também não encontrou relação entre a presença de sintomas depressivos/depressão e a ocorrência de quedas, dado diferente do encontrado em estudos nacionais1313. Pereira AA, Ceolim MF, Neri AL. Associação entre sintomas de insônia, cochilo diurno e quedas em idosos da comunidade. Cad Saúde Pública 2013;29(3):535-46.,1717. Soares WJS, Moraes AS, Ferriolli E, Perracini MR. Fatores associados a quedas e quedas recorrentes em idosos: estudo de base populacional. Rev Bras Geriatr Gerontol 2014;17(1):49-60. e internacionais.3434. Choi KW, Lee IS. Fall risk in low-income elderly people in one urban area. J Korean Acad Nurs 2010;40(4):589-98.,3535. Tanaka M, Kusaga M, Ushijima K, Watanabe C. Association between depression and fall risk among elderly community residents. Nihon Ronen Igakkai Zasshi 2012;49(6):760-6. Essa é uma relação relevante e que merece maior atenção dos pesquisadores e profissionais. Nem sempre existem informações suficientes nos estudos sobre a exclusão prévia de idosos em uso de medicação antidepressiva, aspecto que pode comprometer comparações entre os estudos.

É importante ressaltar que o presente estudo possui algumas limitações. Os dados foram obtidos a partir da resposta dos entrevistados. Além disso, não foram contempladas as consequências provocadas pelas quedas, o que poderia contribuir ainda mais para a definição do impacto na saúde dos idosos na região, justificando mais fortemente a necessidade de intervenção e medidas mais eficazes de prevenção. Não foram investigados os aspectos ambientais relacionados às quedas, como características do local da queda ou circunstâncias associadas ao evento. No que diz respeito às perdas e recusas, embora tenham sido pequenas, o fato de alguns idosos não terem sido encontrados em casa, pode restringir uma interpretação mais generalizada dos dados. No entanto, destaca-se que o trabalho foi realizado com grande amostra, o que possibilitou o conhecimento acerca de uma questão relevante para a saúde do idoso, ainda não estudada na região.

CONCLUSÃO

O estudo identificou que as quedas representam um evento comum entre os idosos que vivem na comunidade no norte de Minas Gerais. O conhecimento das variáveis associadas pode contribuir para a implementação de medidas preventivas mais eficazes, uma vez que são variáveis, pelo menos em parte, passíveis de intervenção. Modificações nesses fatores poderão diminuir o risco de queda e suas consequências. Para isso, assistência integral e multidisciplinar ao idoso faz-se necessária.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Aug 2016

Histórico

  • Recebido
    09 Jun 2015
  • Revisado
    19 Maio 2016
  • Aceito
    06 Jun 2016
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