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A tomada de decisão da aposentadoria influenciada pelas relações familiares e laborais

Resumo

Objetivo:

desvelar a influência das relações familiares e laborais na tomada de decisão da aposentadoria.

Métodos:

trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, desenvolvida com 16 pré-aposentados de uma instituição universitária pública localizada no norte do Paraná, Brasil. Os dados foram coletados entre julho a novembro de 2012, em três grupos de reflexão, os quais discutiram aspectos relacionados à aposentadoria. A análise dos dados deu-se pela técnica de análise de conteúdo. Para o embasamento teórico dos resultados, utilizou-se a Teoria das Representações Sociais.

Resultados:

das análises dos discursos surgiram duas categorias: A influência das relações familiares na tomada de decisão da aposentadoria e A influência das relações laborais na tomada de decisão da aposentadoria.

Conclusão:

Vivências na família e no trabalho influenciam na tomada de decisão da aposentadoria, que ganham maior importância quando o pré-aposentado não possui projetos de vida para a pós-carreira, indicando a importância da participação do trabalhador em estratégias de preparação para a aposentadoria durante a vida laboral.

Palavras-chave:
Aposentadoria; Relações Familiares; Trabalho.

Abstract

Objective:

To identify the influence of family and work relationships on decision-making about retiring.

Methods:

A qualitative descriptive study was carried out with 16 pre-retirees from a public university institution located in the north of Paraná, Brazil. Data were collected between July and November 2012 from three reflection groups that discussed aspects related to retirement. The Content Analysis technique was chosen for data analysis. For the theoretical basis of the results, the Theory of Social Representations was used.

Results:

Two categories emerged from discourse analysis: The influence of family relationships on decision-making about retiring and the influence of work relationships on decision-making about retiring.

Conclusion:

Family and work experiences influence decision-making about retiring, and become more important when the pre-retiree does not have post-career life projects, demonstrating the importance of the participation of workers in strategies to prepare for retirement during working life.

Keywords:
Retirement; Family Relations; Work.

INTRODUÇÃO

A aposentadoria é um período de transição e mudanças fortemente associada à perda do trabalho. Ela pode representar um reconhecimento pelos anos dedicados ao trabalho e um momento de liberdade para realização de atividades que o trabalho privou. Por outro lado, pode significar a necessidade de enfrentar o envelhecimento e possíveis doenças11 Canizares JCL, Jacob Filho W. Fatores de risco à senilidade na transição à aposentadoria. Rev Bras Geriatr Gerontol [Internet]. 2011 [acesso em 08 abr. 2016];14(3):425-32. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v14n3/v14n3a03.pdf
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, além de sentimentos de inutilidade e improdutividade perante a sociedade. Todas essas representações trazem a possibilidade de um recomeço de vida, com novos projetos e possibilidades22 Panozzo EAL, Monteiro JKM. Aposentadoria e saúde mental: uma revisão de literatura. Cad Psicol Soc Trab. 2013;16(2):199-209.,33 Rebouças M, Matos MR, Ramos RR, Cecílio LO. O que há de novo em ser velho. Saúde Soc. 2013;22(4):1226-35..

Em razão dos significados e da centralidade que o labor ocupa na vida humana, compreendem-se as dificuldades em lidar com as rupturas consequentes da aposentadoria. Várias atividades de interesse dos sujeitos estão englobadas no trabalho, que se configura no ambiente onde ocorre grande parte do compartilhamento humano, representado por importantes fontes de troca de experiências, de relacionamentos e vivências que carregam significados psicossociais. Desta forma, observa-se como o trabalhador percebe o seu trabalho, o seu envolvimento e a satisfação com o mesmo, além das marcas deixadas pela profissão22 Panozzo EAL, Monteiro JKM. Aposentadoria e saúde mental: uma revisão de literatura. Cad Psicol Soc Trab. 2013;16(2):199-209.,44 Selig GA, Valore LA. Imagens da aposentadoria no discurso de pré-aposentados: subsídios para a orientação profissional. Cad Psicol Soc Trab. 2010;13(1):73-87.,55 Cuello MA, Concha LS. Preparación para la jubilacion em losservicios públicos de Chile. Rev Chil Ter Ocup [Internet]. 2011 [acesso em 05 abr. 2016];11(11):53-64. Disponível em: http://www.revistaterapiaocupacional.uchile.cl/index.php/RTO/article/viewFile/17082/17819
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Quando o indivíduo está diante da necessidade de tomar a decisão em relação à aposentadoria, surgem questionamentos relacionados aos sentimentos humanos e valores que podem interferir nesse processo22 Panozzo EAL, Monteiro JKM. Aposentadoria e saúde mental: uma revisão de literatura. Cad Psicol Soc Trab. 2013;16(2):199-209.. É importante ressaltar que o ser humano sofre interferências do meio em que vive, e com a indecisão diante da aposentadoria, ele começa a analisar as opiniões externas, de familiares, amigos e colegas de trabalho, que por muitas vezes influenciam a complexa tomada de decisão que o momento da vida exige66 Araújo LP. Aposentadoria como proposta de qualificação para uma vida saudável. Rev Incelências. 2011;2(2):63-77..

Deste modo, pesquisas observaram a importância da família e dos amigos que pertencem ou não ao ambiente de trabalho na tomada de decisão para a aposentadoria e as possíveis mudanças provocadas nas relações familiares e/ou de amizade, uma vez que o indivíduo divide-se entre o mundo familiar e o mundo do trabalho22 Panozzo EAL, Monteiro JKM. Aposentadoria e saúde mental: uma revisão de literatura. Cad Psicol Soc Trab. 2013;16(2):199-209.,77 Soares DHP, Luna IN, Lima MBF. A arte de aposentar-se: programa de preparação para a aposentadoria com policiais federais. Estud Interdiscip Envelhec. 2010;15(2):293-313.. Acredita-se que pré-aposentados, cujas famílias e amigos influem positivamente na decisão da aposentadoria, terão atitudes mais otimistas frente aos ganhos totais, ao tempo para os relacionamentos e a um novo começo na aposentadoria88 Franca LHFP, Menezes GS, Siqueira AR. Planejamento para aposentadoria: a visão dos garis. Rev Bras Geriatr Gerontol [Internet]. 2012 [acesso em 12 abr. 2016];15(4):733-45. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v15n4/12.pdf
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Assim, o presente estudo possui grande relevância ao investigar as influências sociais que permeiam a tomada de decisão da aposentadoria, pois poderá servir de subsídio para a compreensão desse momento enfrentado pelos pré-aposentados e a melhor identificação de influências, sejam elas positivas ou negativas diante desse processo. O estudo poderá ainda auxiliar os gestores na implementação de estratégias de preparo para a aposentadoria que abordem os aspectos que permeiam a tomada de decisão dessa fase da vida.

Diante de tais considerações, este estudo teve como objetivo desvelar a influência das relações familiares e laborais na tomada de decisão da aposentadoria.

MÉTODO

Foi realizado um estudo de abordagem qualitativa e descritiva, desenvolvido em uma instituição universitária pública localizada em Londrina, Paraná, Brasil, a qual possui aproximadamente 5.266 servidores. A pesquisa contou com pré-aposentados, que após terem participado do ciclo de palestras instrucionais do Programa de Preparação para Aposentadoria, ocorrido em 2011, aceitaram participar voluntariamente dos grupos de reflexão sobre a aposentadoria que aconteceram em 2012. Esses grupos tinham a finalidade de promover discussões e reflexões que pudessem contribuir para o enfrentamento dos sentimentos que surgem na fase que precede a aposentadoria.

Dos 120 participantes que assistiram as palestras instrucionais e foram convidados a participar dos grupos de reflexão, 20 pré-aposentados se inscreveram voluntariamente para essa última etapa, formando-se três grupos. No primeiro, participaram oito pré-aposentados; no segundo, cinco e no terceiro, sete, todos alocados nos grupos de acordo com a disponibilidade de horário de cada participante. Quatro participantes foram excluídos do estudo, pois compareceram em apenas um encontro, totalizando uma população de 16 trabalhadores. Optou-se por incluir os pré-aposentados que participaram de dois ou mais encontros por considerar que esses tiveram uma aproximação mínima necessária com os temas abordados nas discussões.

Foram desenvolvidos cinco encontros entre os meses de julho a novembro de 2012, com frequência mensal e duração de aproximadamente duas horas cada um. Os encontros foram coordenados por um docente com experiência profissional em dinâmica de grupo e em pesquisa sobre o tema aposentadoria, e uma das pesquisadoras desse estudo participou como observadora, registrando os dados e informações oriundas das discussões de cada encontro em um diário de campo. Não foram utilizados equipamentos de gravação de áudio e vídeo para a coleta de dados por se tratar de uma população vulnerável ao contexto discutido, o que poderia reprimir a participação dos pré-aposentados nas discussões, optando-se somente pelo registro dos dados em diário de campo.

Os temas abordados em cada encontro não foram pré-estabelecidos pelos pesquisadores. As discussões permearam os anseios expostos individualmente que contribuíram para a construção coletiva da representatividade da aposentadoria para o grupo. Ao início de cada encontro, a coordenadora retomou as temáticas já trabalhadas, com intuito de identificar as reflexões desencadeadas a partir do encontro anterior e que davam seguimento as discussões posteriores.

Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica da análise de conteúdo com as seguintes etapas: pré-análise, exploração do material, tratamento dos resultados e interpretações99 Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2010.. Para a ilustração das falas, atribuiu-se a letra P (Participante) seguido do número correspondente a esse pré-aposentado, a fim de preservar sua identidade.

Utilizou-se como referencial teórico a Teoria das Representações Sociais (TRS)1010 Moscovici S. Representações sociais: investigações em psicologia social. 6ª ed. Petrópolis: Vozes; 2009., uma vez que a pré-aposentadoria apresenta-se como um momento de escolhas e tomada de decisões, em que a pessoa busca aprofundar significados e semelhanças junto a seus pares. Desta forma, a teoria das representações sociais sugere que em todas as interações humanas as representações estão presentes, influenciando o comportamento do indivíduo participante de uma coletividade.

Neste contexto, as representações sociais têm como finalidade tornar a comunicação, dentro de um grupo, relativamente não problemática e reduzir o "vago" através de certo grau de consenso entre seus membros, tornando favorável que pessoas e grupos transformem ideias e imagens em uma realidade concreta1010 Moscovici S. Representações sociais: investigações em psicologia social. 6ª ed. Petrópolis: Vozes; 2009..

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, com parecer favorável número 171/2010. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Participaram deste estudo 16 pré-aposentados, sendo 13 do sexo feminino e três do masculino; a faixa etária variou de 48 a 68 anos. Treze participantes atuavam em cargos administrativos e três eram docentes.

A análise dos discursos oriundos dos grupos de reflexão levou à construção de duas categorias, com base nas influências familiares e laborais enfrentadas diante da aposentadoria, identificadas nas falas dos participantes e descritas a seguir: A influência das relações familiares na tomada de decisão da aposentadoria e A influência das relações laborais na tomada de decisão da aposentadoria.

A influência das relações familiares na tomada de decisão da aposentadoria

Os pré-aposentados sofrem influências da família na tomada de decisão da aposentadoria, sendo o relacionamento familiar um símbolo de resiliência para superações a serem enfrentadas88 Franca LHFP, Menezes GS, Siqueira AR. Planejamento para aposentadoria: a visão dos garis. Rev Bras Geriatr Gerontol [Internet]. 2012 [acesso em 12 abr. 2016];15(4):733-45. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v15n4/12.pdf
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A considerar a relação conjugal, os cônjuges possuem uma representatividade importante nesse momento da vida, sendo que, quanto mais satisfatória a relação conjugal e o companheirismo, maior propensão à aposentadoria. Os relatos a seguir demonstram tal explanação:

"Meu marido é companheiro, não é empecilho para minha aposentadoria" (P1).

"Tomei a decisão de me aposentar porque meu marido também se aposentou" (P7).

"[...] meu marido pensa que devo parar" (P8).

As falas ilustradas levam a reflexão de que a aposentadoria pode proporcionar maior tempo de convivência e proximidade entre o casal, o que beneficia a busca por prazeres da vida em comum e satisfação na relação conjugal e familiar. A proximidade dos cônjuges nessa fase pode estar relacionada ao fato dos filhos saírem definitivamente de casa, tornando o lar um espaço de livre interação entre o casal. Isso possibilita momentos prazerosos por meio do compartilhamento de atividades domésticas e lazer em conjunto88 Franca LHFP, Menezes GS, Siqueira AR. Planejamento para aposentadoria: a visão dos garis. Rev Bras Geriatr Gerontol [Internet]. 2012 [acesso em 12 abr. 2016];15(4):733-45. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v15n4/12.pdf
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,1111 Zanelli JC. Processos psicossociais, bem-estar e estresse na aposentadoria. Rev Psicol Trab. 2012;12(3):329-40..

Ressalta-se que os laços afetivos entre marido e mulher precisam ser estreitados e fortalecidos nesse período, especialmente diante de um projeto de vida que inclui o encontro dos interesses, o companheirismo nas atividades de lazer e a parceria nos investimentos para o futuro55 Cuello MA, Concha LS. Preparación para la jubilacion em losservicios públicos de Chile. Rev Chil Ter Ocup [Internet]. 2011 [acesso em 05 abr. 2016];11(11):53-64. Disponível em: http://www.revistaterapiaocupacional.uchile.cl/index.php/RTO/article/viewFile/17082/17819
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Da mesma forma, como a relação conjugal harmoniosa pode influenciar no desejo de aposentar para ficar mais próximo do (a) parceiro (a), alguns participantes relataram que a aposentadoria poderá ser um momento difícil junto ao cônjuge, o que leva ao adiamento da aposentadoria. Os exemplos a seguir evidenciam o exposto:

"Meu marido só reclama quando volto para casa. Falei para ele que não é a mesma pessoa que casei há 28 anos. Falo que acabei de pôr o pé em casa e só reclama. Não dá vontade de voltar para casa" (P2).

"Minha esposa é muito brava, o fato de eu não querer aposentar pode estar aí. Um minuto em casa é bronca" (P3).

As falas de P2 e P3 revelam que a dinâmica familiar exerce influência na vida do aposentado, pois quando essas relações não são harmoniosas e o aposentado não possui ocupação externa ao convívio familiar, a maior permanência no lar pode gerar problemas de relacionamento conjugal e com os demais membros da família. Essa situação é agravada com a chegada da velhice, caracterizada pelo sentimento de finitude da carreira, perda da vitalidade, fragilização da saúde, acometimento de doenças, dependência e rejeição social. A junção desses e de outros fatores conturbam ainda mais as relações e fragilizam a saúde do indivíduo1111 Zanelli JC. Processos psicossociais, bem-estar e estresse na aposentadoria. Rev Psicol Trab. 2012;12(3):329-40.,1212 Santos VB, Tura LFR, Arruda AMS. As representações sociais de "pessoa velha" construída por idosos. Saúde Soc. 2013;22(1):138-47..

Outra dificuldade relatada no relacionamento conjugal refere-se à dependência que um cônjuge tem em relação ao outro, o que pode frustrar a expectativa de liberdade associada a aposentadoria:

"Eu não gosto desta dependência, queria que ele (marido) me deixasse mais à vontade"(P8).

O desligamento do trabalho pode gerar o sentimento de libertação, sendo essa uma oportunidade de realizar o que ficou para trás, um momento de descanso, descompromisso e de praticar atividades que a rotina de trabalho não permitiu44 Selig GA, Valore LA. Imagens da aposentadoria no discurso de pré-aposentados: subsídios para a orientação profissional. Cad Psicol Soc Trab. 2010;13(1):73-87.,55 Cuello MA, Concha LS. Preparación para la jubilacion em losservicios públicos de Chile. Rev Chil Ter Ocup [Internet]. 2011 [acesso em 05 abr. 2016];11(11):53-64. Disponível em: http://www.revistaterapiaocupacional.uchile.cl/index.php/RTO/article/viewFile/17082/17819
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. Considera-se, ainda, que a tomada de decisão da aposentadoria consiste em um momento determinante na vida do indivíduo, por se tratar de uma ruptura de algo concreto, que é o trabalho, para uma nova situação da vida, o que coloca em ação a procura pela explicação do que é incerto e perturbador1010 Moscovici S. Representações sociais: investigações em psicologia social. 6ª ed. Petrópolis: Vozes; 2009.. Neste sentido, o fato do pré-aposentado sentir tal dependência por parte do cônjuge gera um sentimento de perda da sua privacidade e individualidade para refletir sobre a fase vivenciada, cuja decisão muitas vezes é tomada em favor do outro.

Os discursos demonstraram ainda que a opinião dos filhos também pode interferir na decisão da aposentadoria, visto que muitos incentivam seus pais a pararem de trabalhar e desfrutarem a nova etapa da vida. Por outro lado, há filhos que influenciam a permanência no labor, por acreditarem na vitalidade dos pais e nos benefícios proporcionados pelo trabalho ou até mesmo para evitar o sofrimento causado pelo sentimento de "ninho vazio".

"Me sinto cobrada para parar de trabalhar pela família [...]" (P1).

"Meus filhos não querem que eu pare, acham que sou muito nova [...]" (P8).

"Ainda sofro com a síndrome do ninho vazio, tenho medo disso aflorar se eu parar de trabalhar" (P1 ).

A Teoria das Representações Sociais explica tais influências ambivalentes advindas dos filhos, e reforça que conhecer os estímulos externos e explicar o que eles são e o que significam é o primeiro passo em toda análise situacional ou de uma relação social e constitui-se em um meio de predizer a evolução das interações entre pessoas. Desta forma, a situação determina tanto as questões que serão formuladas como as respostas que serão fornecidas, sendo as representações mediadoras entre o estímulo e a resposta1010 Moscovici S. Representações sociais: investigações em psicologia social. 6ª ed. Petrópolis: Vozes; 2009.. Tais influências dos filhos geram no pré-aposentado a reação ao estímulo sofrido para a tomada de decisão da aposentadoria, quando esse repensa sua condição atual de vida e concretiza seu futuro, seja aposentando-se, seja permanecendo no mercado de trabalho.

Outro aspecto relacionado à relação entre pais e filhos refere-se à relevância que os pais dos pré-aposentados possuem na tomada de decisão para a pós-carreira, pois muitos optam pela aposentadoria para dedicar maior tempo e atenção a tais familiares. Seguem alguns relatos que exemplificam isto:

"Quero curtir mais meu pai e minha mãe. Fiquei chocada porque minha amiga perdeu o pai repentinamente, isso mexeu comigo" (P1).

"Perdi meu pai no mês passado, e minha mãe não está muito bem, quero dar mais atenção a ela" (P4).

Em relação aos discursos, estudos sugerem que o tempo livre comece a ser planejado levando em consideração a família, pois incluí-la nos projetos de vida é uma ação básica88 Franca LHFP, Menezes GS, Siqueira AR. Planejamento para aposentadoria: a visão dos garis. Rev Bras Geriatr Gerontol [Internet]. 2012 [acesso em 12 abr. 2016];15(4):733-45. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v15n4/12.pdf
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. Assim, a aposentadoria constitui-se em uma oportunidade de dedicar tempo para a família, antes privado pelo trabalho, principalmente quando o pré-aposentado se depara com pais idosos que, seguindo o ciclo natural da vida, estão próximos da morte.

Há, no entanto, outros fatores que levam o pré-aposentado a repensar a permanência no trabalho, uma vez que sentem-se influenciados pelas famílias a realizarem certas atividades indesejadas. Os relatos a seguir retratam tal influência:

"Minhas irmãs querem que eu pare de trabalhar. Elas são apegadas a casa, mas eu não gosto disso [...]" (P1).

"Sou muito apegada aos filhos. Meu filho casado mora perto de mim. Cuido da neta, mas esta não é minha função [...] meu filho depende de mim pra tudo" (P2).

"[...] meu filho quer ajuda constante no negócio dele. Meu marido está aposentado e meu filho falou que será bom para o pai ajudar na chácara com ele, para distrair, mas meu marido tem a vida dele pra viver. Isso é bom para lazer, mas não como ocupação" (P7).

"Minha amiga não quer aposentar porque a filha vai ter nenê e ela acha que vai sobrar para ela cuidar do neto [...] como minha amiga sempre trabalhou fora, cuidar do neto seria como estar sendo usada pela filha" (P9).

Os discursos demonstram que os pré-aposentados, em situação desconfortável, buscam um entendimento próprio do seu universo e desejos, a fim de concretizar ideias e sentimentos. Logo, adiam a aposentadoria quando os familiares e amigos buscam traçar o caminho para eles na pós-carreira com projeção de afazeres e imposição de uma relação de dependência1010 Moscovici S. Representações sociais: investigações em psicologia social. 6ª ed. Petrópolis: Vozes; 2009..

Considera-se, também, que a possibilidade de ter suas tarefas definidas pela família e amigos na aposentadoria seja consequência da ausência de projetos de vida bem definidos para a pós-carreira. Ao chegar o momento da aposentadoria, o indivíduo se percebe frente a uma realidade para a qual não se preparou, tornando-se mais vulnerável à imposição de determinadas condições1212 Santos VB, Tura LFR, Arruda AMS. As representações sociais de "pessoa velha" construída por idosos. Saúde Soc. 2013;22(1):138-47.,1313 Chrisostomo ACR, Macedo R. O trabalho segundo a visão de um grupo de aposentados. Rev Kairós. 2011;14(1):149-61..

A incerteza em relação ao suporte emocional da família durante a aposentadoria também gera questionamentos em relação a essa decisão de vida:

"De que forma minha família vai me suprir na aposentadoria?" (P2).

"Quando chego em casa dá vontade de fugir, pois meu filho é um menino de ouro, mas é muito quietinho [...] eu fico agoniada" (P4).

As indagações apresentadas levam à percepção de que a transição para a aposentadoria é vivenciada peculiarmente pelas pessoas como dependente de sua experiência com o trabalho, desenvolvimento de competências, capacidade de enfrentamento e resiliência, condições de vida e outros aspectos. Assim, as possibilidades de adaptação saudável e redução de estresse dizem respeito à autonomia e independência, suporte afetivo e integração social na família, cônjuge e amigos, de modo a proporcionar a manutenção da saúde, motivação e interesse por projetos de continuidade1414 Fernandes GMF, Garcia GG. O sentido da velhice para homens e mulheres Idosos. Saúde Soc. 2010;19(4):771-83..

Ressalta-se a importância em investigações que estudem as relações familiares frente à aposentadoria, pois um estudo de revisão verificou que pesquisas realizadas no Brasil abordam de forma superficial a relação entre aposentadoria e o contexto familiar, na medida em que o foco de investigação não explora unicamente esses temas. Já em bases de dados internacionais, esse tema apresenta seis publicações em onze anos da investigação1515 Cruz MAG. Adiando a aposentadoria: um estudo sobre os fatores que levam servidores federais a adiar a aposentadoria em uma instituição de pesquisa [dissertação]. Taubaté: Universidade de Taubaté; 2011..

Torna-se, então, pertinente uma reflexão sobre a aposentadoria, seu impacto na vida pessoal e profissional, em especial no contexto familiar1515 Cruz MAG. Adiando a aposentadoria: um estudo sobre os fatores que levam servidores federais a adiar a aposentadoria em uma instituição de pesquisa [dissertação]. Taubaté: Universidade de Taubaté; 2011., o que poderá permitir que tal momento da vida seja satisfatório e pautado no apoio e reestruturação de vida junto à família.

A influência das relações laborais na tomada de decisão da aposentadoria

Além das influências familiares, os pré-aposentados são influenciados pelos colegas de trabalho na tomada de decisão da aposentadoria. Muitos incentivam o trabalhador a optar pela aposentadoria, seja pelo desejo de ocupar seu lugar, seja por acreditarem na necessidade de renovação da força de trabalho. Os discursos a seguir exemplificam o exposto:

"Os mais jovens me veem como concorrente, perguntam quando vou parar de trabalhar, querem minha vaga [...] Querem meu lugar, sabem até que dia posso me aposenta" (P5).

"Ouço dos mais novos: 'você vai se aposentar, né?' Não me sinto mal com isso, respondo que se quiser sair, eu saio, mas se decidir ficar, eu fico. [...] Temos o conhecimento e a sabedoria, mas não temos o domínio do computador" (P4).

Tais explanações levam ao entendimento das representações sociais que surgem constantemente entre as relações humanas, quando um indivíduo confronta o outro com intenções e propósitos, que acontecem por razões práticas. Tudo o que as pessoas fazem ou dizem podem apresentar sentido, intenção ou propósito ocultos, que outras tentam compreender1616 Zanelli JC, Silva N, Soares DH. Orientação para aposentadoria nas organizações de trabalho: construção de projetos para o pós-carreira. Rev Psicol Organ Trab [Internet]. 2010 [acesso em 10 abr. 2016];10(2):177-81. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rpot/v10n2/v10n2a13.pdf
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. Ao expressar indagações referentes à saída ou permanência do pré-aposentado em suas atividades laborais, os colegas de trabalho o conduzem a uma reflexão referente à sua representatividade para a instituição e suas perspectivas de futuro, podendo levá-lo a uma tomada de decisão frente à aposentadoria.

Observa-se, especialmente em instituições públicas, a permanência do trabalhador por longos anos na mesma empresa e, devido a estabilidade financeira, adiam a aposentadoria. Por conseguinte, a instituição aumenta seu quadro de funcionários envelhecidos e, uma vez que estes apresentam a capacidade para o trabalho diminuída, surgem nesse ambiente estigmas e preconceitos relacionados à produtividade. Além disso, o fator cronológico exerce influência na avaliação da atividade ou inatividade do ser humano e expressa à ideia de improdutividade e dependências impostas aos mais velhos, resultando em discriminação destes33 Rebouças M, Matos MR, Ramos RR, Cecílio LO. O que há de novo em ser velho. Saúde Soc. 2013;22(4):1226-35.,66 Araújo LP. Aposentadoria como proposta de qualificação para uma vida saudável. Rev Incelências. 2011;2(2):63-77.,1717 Antunes MH, Soares DHP, Silva N. Aposentadoria e contexto familiar: um estudo sobre as orientações teóricas da produção científica. Perspect Gest Conhec. 2013;3(Esp):45-56..

Existem estudos que evidenciam a fragilização da saúde do trabalhador com o avançar da idade, caracterizada pelo declínio cognitivo e psicomotor, perda da capacidade funcional e autonomia, além do surgimento de doenças crônicas e utilização de mais medicamentos se comparado aos trabalhadores mais jovens. Logo, o período de pré aposentadoria associado ao envelhecimento pode resultar na diminuição do rendimento de trabalho e culminar na não adesão ao mundo digital e aos avanços tecnológicos, o que intensifica a acepção destes pelos colegas33 Rebouças M, Matos MR, Ramos RR, Cecílio LO. O que há de novo em ser velho. Saúde Soc. 2013;22(4):1226-35.,1717 Antunes MH, Soares DHP, Silva N. Aposentadoria e contexto familiar: um estudo sobre as orientações teóricas da produção científica. Perspect Gest Conhec. 2013;3(Esp):45-56.

18 Padula RS, Comper MLC, Moraes AS, Sabbagh C, Pagliato Junior W, Perracini MR. The work ability index and functional capacity among older workers. Braz J Phys Ther [Internet]. 2013 [acesso em 10 abr. 2016];17(4):382-91. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbfis/v17n4/pt_1413-3555-rbfis-nahead2332012.pdf
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-1919 Mancini RB, Matsudo SM, Matsudo V. Função cognitiva e capacidade funcional em mulheres acima de 50 anos de idade. J Aging Innov. 2014;3(1):15-25..

Outros aspectos que exercem influência favorável à aposentadoria referem-se ao fato dos pré-aposentados sentirem a falta daqueles colegas que já aposentaram, e assim, percebem-se em um ambiente que já não lhe é familiar, ou quando surge a mágoa com aqueles que permanecem atuando no local de trabalho, gerando conflitos. Por outro lado, algumas influências geradas no trabalho levam o pré-aposentado ao desejo de adiar a aposentadoria, fortemente associados com as relações de amizade ali firmadas, relacionadas com a confidencialidade e suporte emocional.

"Gostei muito de trabalhar, mas hoje não tenho mais o prazer que tinha antes dentro do meu setor. Minhas colegas já aposentaram também" (P8).

"Eu tinha convicção de que não queria aposentar [...] Ao longo de 35 anos não tem como não ter mágoas com colegas de trabalho, os instituídos. [...] Me faz sofrer a competição que existe no trabalho. [...] Acontecimentos me fizeram repensar [...]" (P1).

"Minha maior preocupação com a aposentadoria é não ter as colegas do trabalho para desabafar [...]. Minha família é grande, mas não consigo conversar com eles sobre assuntos que só converso com as colegas de serviço, nem mesmo com minha irmã. [...] aqui chego e desabafo minhas angústias, mas e quando não terei mais isso? " (P7).

Reconhece-se que o trabalho configura-se na melhor forma de servir e ser servido, em uma experiência com surpresas agradáveis, emoções fortes, angústias, alegrias não contidas, mas também envolve tristezas55 Cuello MA, Concha LS. Preparación para la jubilacion em losservicios públicos de Chile. Rev Chil Ter Ocup [Internet]. 2011 [acesso em 05 abr. 2016];11(11):53-64. Disponível em: http://www.revistaterapiaocupacional.uchile.cl/index.php/RTO/article/viewFile/17082/17819
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Muitas experiências, histórias, lutas e conquistas são compartilhadas no ambiente de trabalho. Em alguns casos, as amizades se restringem a ele. Esses relacionamentos ajudam o trabalhador a desenvolver a resiliência e a produzir estratégias para as circunstâncias perturbadoras. Neste sentido, a aposentadoria pode significar o fim desse vínculo77 Soares DHP, Luna IN, Lima MBF. A arte de aposentar-se: programa de preparação para a aposentadoria com policiais federais. Estud Interdiscip Envelhec. 2010;15(2):293-313.,2020 Schujmann A. A influência da promoção nas relações de amizade no ambiente de trabalho [dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2010..

A integração social no trabalho proporciona melhor qualidade de vida e de labor, gera prazer, confiabilidade, além de ser um apoio ao enfrentamento das adversidades, tornando o ambiente mais agradável. Diariamente, o trabalhador encontra-se exposto a circunstâncias da rotina de trabalho relacionadas à sobrecarga de atividades, ao estresse, aos privilégios de alguns colegas, as situações conflituosas, com diferentes personalidades envolvidas e possíveis traições, o que pode acarretar no rompimento de um relacionamento de amizade dentro de uma instituição2020 Schujmann A. A influência da promoção nas relações de amizade no ambiente de trabalho [dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2010..

Outro aspecto contrário à aposentadoria ressaltado pelos participantes, refere-se às afirmações de colegas e amigos quanto à jovialidade do pré-aposentado, ao assegurarem que este tem muito a contribuir para a instituição e que o trabalho lhe faz bem, conforme expostos nos relatos a seguir:

"Sofro muito com as influências externas de colegas de trabalho, que dizem que tenho tanto a contribuir ainda" (P14).

"Minhas amigas falam que estou sempre bonita, me arrumo para trabalhar como se fosse para uma festa, pois estou feliz indo para o trabalho" (P1).

"Tenho o carinho dos meus alunos, me pedem para não aposentar" (P3).

As falas acima remetem à compreensão de que as pessoas tendem a considerar e analisar o mundo de uma maneira semelhante, especialmente, quando o mundo em que vivem é totalmente social1010 Moscovici S. Representações sociais: investigações em psicologia social. 6ª ed. Petrópolis: Vozes; 2009.. Isso significa que as opiniões expressas pelos colegas de trabalho interferem na tomada de decisão para essa fase, quando o pré-aposentado inconscientemente compartilha de opiniões dos seus pares.

Tais influências os levam a refletir sobre o prazer gerado nas relações que motivam a permanência no trabalho, conferindo dignidade e satisfação pessoal. Essas advêm da valorização e do reconhecimento obtido por meio das ações efetuadas junto à comunidade, com a criação de vínculos de confiança e amizade. Esse contexto é importante inclusive para a saúde mental e autoestima dos indivíduos, pois se contrapõe ao estigma de pessoa velha, excluída, incapacitada e improdutiva que é muitas vezes atribuída ao aposentado1717 Antunes MH, Soares DHP, Silva N. Aposentadoria e contexto familiar: um estudo sobre as orientações teóricas da produção científica. Perspect Gest Conhec. 2013;3(Esp):45-56.,2121 Brito J, Bercot R, Hourellou-Lafarge CH, Neves MY, Oliveira S, Rotemberg L. Saúde, gênero e reconhecimento no trabalho das professoras: convergências e diferenças no Brasil e na França. Physis [Internet]. 2014 [acesso em 12 abr. 2016];24(2):589-605. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/physis/v24n2/0103-7331-physis-24-02-00589.pdf
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Devido as estratégias estabelecidas para a condução dos grupos não delimitarem temas de discussão para cada encontro, as reflexões dos participantes ficaram restritas às influências familiares e laborais para a tomada de decisão da aposentadoria. Essa foi uma limitação deste estudo, por não abranger todos os aspectos que influenciam nesse processo. Tais resultados podem se diferenciar em populações distintas, uma vez que as características individuais desses grupos subsidiavam suas reflexões diante da aposentadoria.

CONCLUSÕES

A proximidade da aposentadoria leva o trabalhador a refletir sobre seu trabalho e sua vida pessoal e familiar, com isso, abre a possibilidade de ouvir opiniões de familiares e amigos e de observar os aspectos na família e no trabalho que podem auxiliar na difícil tomada de decisão da aposentadoria.

Os resultados demonstraram que algumas vivências na família e no trabalho influenciam significativamente para que o aposentado opte pela aposentadoria ou decida por continuar trabalhando.

Mostraram-se favoráveis à aposentadoria aqueles que possuem bom relacionamento familiar, principalmente com o cônjuge, que desejam ter tempo para executar outras atividades sem o compromisso do vínculo empregatício. Outro fator observado, relaciona-se à necessidade de maior demanda de cuidado pelos pais adoecidos. Observou-se também casos em que os trabalhadores sentem-se desajustados ao ambiente de trabalho, seja por dificuldades relativas ao envelhecimento ou dificuldades de relacionamento, e até mesmo infelicidade.

Os desfavoráveis à aposentadoria são os pré-aposentados que possuem relações familiares desarmoniosas, aqueles que receiam a dependência dos filhos para o cuidado dos netos e também os que não recebem suporte emocional em casa. Já relacionado ao ambiente laboral, mostram-se desfavoráveis os trabalhadores que mantém um forte vinculo de amizade com os colegas de trabalho e os que estão satisfeitos com suas funções e são valorizados.

Ressalta-se o importante papel que deve ser adotado pelas instituições empregadoras na elaboração de estratégias que preparem o trabalhador para a aposentadoria, a fim de estimulá-lo a refletir sobre sua vida pessoal e profissional para uma tomada de decisão satisfatória e, por fim, apoiá-lo no planejamento de projetos de vida que proporcionem uma estruturação da vida pós-carreira.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Mar-Apr 2017

Histórico

  • Recebido
    12 Jul 2016
  • Revisado
    29 Jan 2017
  • Aceito
    20 Mar 2017
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