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Incapacidade funcional para atividades instrumentais da vida diária em idosos com doenças reumáticas

Resumo

Objetivo:

caracterizar o perfil sociodemográfico de idosos com artrite/reumatismo em relação ao sexo, bem como estimar a prevalência e os fatores associados à incapacidade funcional para a realização de atividades instrumentais da vida diária (AIVD).

Método:

estudo transversal de base populacional com amostra de 1.136 idosos (≥65 anos), procedentes de sete municípios brasileiros. A capacidade funcional foi avaliada pelo autorrelato dos idosos quanto à execução das AIVD, pela Escala de Lawton. Diferenças entre os sexos, segundo variáveis sociodemográficas, foram verificadas pelo teste qui-quadrado (p<0,05). Estimou-se a prevalência de incapacidade para a realização das AIVD e as associações independentes foram verificadas por meio de regressão logística múltipla.

Resultados:

a média de idade foi 72,4 anos, 79,1% eram mulheres e 45,9% dos idosos com artrite/reumatismo apresentaram dependência para a realização das AIVD. Observaram-se diferenças entre os sexos em relação à faixa etária, estado conjugal, renda e arranjo domiciliar (p<0,05). Maior prevalência de incapacidade foi observada entre os mais idosos, naqueles sem escolaridade, com pior renda, nos que viviam em arranjos multigeracionais e com fragilidade. Na avaliação da realização de atividades específicas, os idosos com artrite/reumatismo apresentaram maior dificuldade quanto ao uso de medicação (OR: 1,90; IC95%: 1,19 - 3,06), mesmo após ajuste por sexo e idade.

Conclusão:

foram encontradas associações entre incapacidade funcional com variáveis sociodemográficas e fragilidade. A independência para a realização de atividades cotidianas como as avaliadas neste estudo torna-se uma das condições primordiais para o bem-estar dos idosos na velhice, mesmo que sob condições de fragilidade ou doenças crônicas.

Palavras-chave:
Idoso; Envelhecimento; Atividades Cotidianas; Doenças Reumáticas; Estudos Transversais

Abstract

Objective:

to characterize the sociodemographic profile of elderly persons with arthritis/rheumatism in relation to gender, as well as to estimate the prevalence and factors associated with functional disability for the performance of instrumental activities of daily living (IADL).

Method:

a cross-sectional population-based study with a sample of 1,136 elderly persons (≥65 years old) from seven Brazilian municipal regions was carried out. Functional capacity was assessed by the self-reports of the elderly in terms of the performance of IADL, using the Lawton Scale. Differences between the genders, according to sociodemographic variables, were verified by the chi-squared test (p<0.05). The prevalence of inability to perform IADL was calculated and the independent associations were verified through multiple logistic regression.

Results:

the mean age was 72.4 years, 79.1% of the sample were women, and 45.9% of the elderly with arthritis/rheumatism were dependent for the performance of IADL. Differences were observed between the genders in relation to age, marital status, income and household arrangements (p<0.05). A higher prevalence of disability was observed among older elderly persons, those with no schooling and lower incomes, who lived in multigenerational households and who were frail. In the evaluation of the performance of specific activities, elderly persons with arthritis/rheumatism had greater difficulty taking medication (OR: 1,90; CI 95%: 1.19 - 3.06), after adjusting for gender and age.

Conclusion:

associations were found between functional disability and sociodemographic variables and frailty. Independence in daily activities such as those evaluated in this study is one of the primary conditions for the well-being of the elderly, even in conditions of frailty or chronic diseases.

Keywords:
Elderly; Aging; Activities of Daily Living; Rheumatic Diseases; Cross-Sectional Studies

INTRODUÇÃO

O envelhecimento demográfico observado nas últimas décadas no país, atrelado às alterações no padrão epidemiológico e na estrutura e comportamentos sociais e familiares, traduzem-se em novas necessidades que implicam reestruturação de políticas sociais e de saúde11 Organização Mundial de Saúde. Relatório mundial de envelhecimento e saúde. Geneba: OMS; 2015.. Com o avanço da idade, observa-se maior ocorrência de doenças crônicas22 Barros MBA, Francisco PMSB, Zanchetta LM, Cesar CLG. Tendências das desigualdades sociais e demográficas na prevalência de doenças crônicas no Brasil, PNAD: 2003- 2008. Ciênc Saúde Colet. 2011;16(9):3755-68.,33 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde, 2013 : acesso e utilização dos serviços de saúde, acidentes e violências: Brasil, grandes regiões e unidades da federação. Rio de Janeiro: IBGE; 2015. e maior frequência de incapacidade funcional, caracterizada pela restrição de habilidades físicas e mentais necessárias para manutenção de independência e autonomia na realização de atividades básicas diárias e nas de maior complexidade44 Freitas RS, Fernandes MH, Coqueiro RDS, et al. Capacidade funcional e fatores associados em idosos: estudo populacional. Acta Paul Enferm. 2012;25(6):933-9..

O desempenho das atividades de vida diária depende do estado geral da saúde e das funções motoras, as quais apresentam maior comprometimento a depender de quadros agudos, morbidades, declínio cognitivo ou multimorbidade, comuns entre os idosos55 Costa Filho AM. Contribuiçao das doenças crônicas na prevalência da incapacidade para as atividades básicas (ABVD) e instrumentais (AIVD) de vida diária entre idoso brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde (2013) [Dissertação na Internet]. Belo Horizonte: FIOCRUZ; 2016 [acesso em 18 nov. 2018]. Disponível em: http://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/17921. As doenças reumáticas destacam-se como aquelas com maior impacto nos anos de vida com incapacidade66 Campolina AG, Adami F, Santos JLF, Lebrão ML. A transição de saúde e as mudanças na expectativa de vida saudável da população idosa: possíveis impactos da prevenção de doenças crônicas. Cad Saúde Pública. 2013;29(6):1217-29..

As doenças reumáticas são definidas como problemas de saúde que acometem os tecidos conjuntivos, levando a danos na pele, coração, estruturas articulares e periarticulares. Incluem cerca de cem doenças, normalmente de caráter crônico, que cursam com dor, rigidez articular e incapacidade física, com algumas pesquisas evidenciando elevada prevalência em idosos22 Barros MBA, Francisco PMSB, Zanchetta LM, Cesar CLG. Tendências das desigualdades sociais e demográficas na prevalência de doenças crônicas no Brasil, PNAD: 2003- 2008. Ciênc Saúde Colet. 2011;16(9):3755-68.,77 Gafvels C, Hagerstrom M, Nordmark B, Wandell P. What predicts negative effects of rheumatoid arthritis?: follow-up two years after diagnosis. Springer Plus. 2014;3(118):1-10.,88 Torres SF. Doenças reumáticas em idosos da comunidade e variáveis associadas: dados do Estudo Fibra [Dissertação]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas; 2016.. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) relativos ao ano de 2008, apontam prevalências de 21,3%, 26,3% e 31,5% entre idosos nas faixas etárias de 60 a 69, 70 a 79 e 80 ou mais anos, respectivamente22 Barros MBA, Francisco PMSB, Zanchetta LM, Cesar CLG. Tendências das desigualdades sociais e demográficas na prevalência de doenças crônicas no Brasil, PNAD: 2003- 2008. Ciênc Saúde Colet. 2011;16(9):3755-68.. Fatores como o sexo feminino, idade avançada, sedentarismo, excesso de peso, baixo nível socioeconômico, tabagismo, entre outros, associam-se ao desenvolvimento das doenças reumáticas99 Blay SL, Fillenbaum GG, Andreoli SB, Gastal FL. Prevalence and concomitants of arthritis in the elderly in Rio Grande do Sul, Brazil. PLoS One. 2012;7(9):1-7.

10 Brown EM, Garneau KL, Tsao H, Solomon DH. DMARD non-use in low-income, elderly rheumatoid arthritis patients: results of 86 structured interviews. Arthritis Res Ther. 2014;16(1):30-7.
-1111 Costa JO, Almeida AM, Guerra Junior AA, Cherchiglia ML, Andrade EIG, Acurcio FdA. Treatment of rheumatoid arthritis in the Brazilian Unified National Health System: expenditures on infliximab compared to synthetic disease-modifying anti-rheumatic drugs, 2003-2006. Cad Saúde Pública. 2014;30(2):283-95..

Na literatura nacional são escassos os estudos de base populacional que avaliam a capacidade funcional em idosos com doenças crônicas específicas. O presente estudo teve por objetivo caracterizar o perfil sociodemográfico dos idosos com artrite ou reumatismo em relação ao sexo; estimar a prevalência e os fatores associados à incapacidade funcional para a realização de atividades instrumentais da vida diária e comparar a dependência para a realização de cada uma das atividades instrumentais da vida diária entre esses idosos e os não acometidos por essas doenças.

MÉTODOS

Este estudo utilizou dados de estudo sobre fragilidade em idosos realizado em 2008/2009 (Rede FIBRA - Rede de Estudos sobre Fragilidade em Idosos Brasileiros). Trata-se de estudo transversal de base populacional com amostra de 3.478 idosos recrutados na comunidade, onde 1.136 (≥65 anos) relataram diagnóstico médico de artrite ou reumatismo. Eram domiciliados na área urbana de seis cidades selecionadas por conveniência: Campinas (São Paulo), Belém (Pará), Parnaíba (Piauí), Campinas Grande (Paraíba), Poços de Caldas (Minas Gerais), Ivoti (Rio Grande do Sul) e do subdistrito de Ermelino Matarazzo, na cidade de São Paulo.

Em cada localidade, foi feito sorteio simples de uma quantidade representativa dos setores censitários urbanos. Para cada um foram estimadas as cotas de homens e de mulheres de 65 a 69, 70 a 74, 75 a 79 e 80 anos e mais, suficientes para representar os respectivos universos.

Os setores censitários foram visitados e seus moradores foram contatados nos domicílios por equipe de entrevistadores treinados1212 Neri AL, Yassuda MS, Araújo LF, Eulálio MC, Cabral BE, Siqueira MEC, et al. Metodologia e perfil sociodemográfico, cognitivo e de fragilidade de idosos comunitários de sete cidades brasileiras: Estudo FIBRA. Cad SaúdePública. 2013;29(4):778-92., até obter as amostras desejadas, mais 50% para cobrir as perdas por ocasião das entrevistas que foram realizadas a posteriori, em locais públicos previamente anunciados.

Os idosos eram convidados a conhecer os objetivos, o conteúdo, as condições e os cuidados éticos da pesquisa. Concordando em participar, recebiam um cartão impresso com data, horário e local para uma entrevista.

Nesta fase, excluíram-se os idosos com deficit de memória, atenção, orientação espacial, temporal e de comunicação, sugestivos de deficit cognitivo observados pela equipe de recrutadores; comprometimento grave da motricidade, da fala ou da afetividade, associados à doença de Parkinson avançada; os que apresentavam incapacidade permanente ou temporária para andar (exceto os que faziam uso de dispositivo de auxílio à marcha); aqueles com perda localizada de força e afasia decorrentes de sequela de acidente vascular encefálico (AVE), com deficit auditivo ou visual grave e também em estágio terminal1212 Neri AL, Yassuda MS, Araújo LF, Eulálio MC, Cabral BE, Siqueira MEC, et al. Metodologia e perfil sociodemográfico, cognitivo e de fragilidade de idosos comunitários de sete cidades brasileiras: Estudo FIBRA. Cad SaúdePública. 2013;29(4):778-92..

Os idosos que compareceram aos locais agendados, assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.

As informações foram obtidas de questionário previamente testado e aplicado por entrevistadores treinados. No inicio da entrevista, todos os idosos foram submetidos ao Mini-Exame do estado Mental1313 Melo DM, Barbosa AJG. Use of the Mini-Mental State Examination in research on the elderly in Brazil: a systematic review. Ciênc Saúde Colet [Internet]. 2015 [acesso em 20 nov. 2017];20(12):3865-76. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232015001203865
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
,1414 Brucki SMD, NitrinI R, Caramelli P, Bertolucci PHF, Okamoto IH. Sugestões para o uso Mini-Exame do Estado Mental no Brasil. Arq Neuropsiquiatr. 2003;61(3B):777-81. para triar e excluir os idosos com deficit cognitivo sugestivo de demência, (nota de corte: 17 para os analfabetos, 22 para idosos com um a quatro anos de escolaridade, 24 para idosos entre cinco e oito anos de escolaridade e 26 para escolaridade entre nove anos ou mais). Por esse critério, foram exluidos 883 idosos, permanecendo na amostra 2.593.

Os idosos com doença reumática foram identificados por meio da seguinte questão: "Algum médico já disse que você tem artrite ou reumatismo?" (sim ou não). A capacidade funcional foi avaliada através da Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária de Lawton1515 Lawton MP, Brody EM. Assessment of older people: self-maintaining and instrumental activities of daily living. Gerontologist. 1969;9(3):179-86. quanto à ajuda necessária (nenhuma, parcial e total) para a execução das Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD). Idosos que mencionaram necessidade de ajuda parcial ou total para realização de uma ou mais atividades foram classificados como dependentes.

Para a análise das variáveis associadas à capacidade funcional, foram selecionadas as seguintes variáveis independentes:

  • Sociodemográficas: sexo (masculino e feminino), faixas etárias (65 a 69; 70 a 74; 75 a 79; ≥80 anos), estado conjugal (casado/solteiro/divorciado/viúvo), escolaridade (0, 1 a 4, ≥5 anos de estudo), renda familiar em salários mínimos (SM) à época da pesquisa (<1 SM; ≤1SM ≤3; SM >3) e arranjos de moradia (vive só, só com cônjuge, com descendentes, cônjuge/descendência/outros parentes e externos/arranjos mistos).

  • Expectativa de cuidado: obtida pela pergunta “Caso precise de ajuda para realizar qualquer uma dessas atividades (Atividades Instrumentais de Vida Diária/ Atividades Básicas de Vida Diária) o(a) senhor(a) tem com quem contar?” A partir das respostas: sozinho, só cônjuge, cônjuge e filhos, filhos e netos, outros parentes/amigos/profissional, a variável foi categorizada em “não” (sozinho) ou “sim” (demais respostas).

  • Percepção de autocuidado: avaliada por um item escalar com cinco intensidades (muito bom, bom, regular, ruim e muito ruim), a partir da pergunta: “Como o(a) senhor(a) avalia o cuidado que dedica à sua saúde?”.

  • Indicadores de fragilidade: consideraram-se os cinco critérios propostos por Fried et al.1616 Fried L, Tangen C, Walston J, Newman A, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in older adults: evidence for a phenotype. J Gerontol Ser A Biol Sci Med Sci. 2001;56(3):146-56. (perda de peso não intencional no último ano, fadiga, força de preensão manual, velocidade da marcha e atividade física), por meio dos quais os idosos foram classificados como frágeis (positivos para três ou mais critérios), pré-frágeis (positivos para um ou dois critérios) e não frágeis (para nenhum critério).

  • Autoavaliação de saúde: obtida por meio da pergunta “Em geral, você diria que sua saúde é?”, cujas respostas foram categorizadas em: muito boa/boa, regular/ruim/ muito ruim.

Inicialmente foi verificada a distribuição sociodemográfica dos idosos com artrite ou reumatismo por meio de frequências relativas percentuais, segundo o sexo e verificada a diferença entre os grupos. As comparações foram realizadas pelo teste qui-quadrado com nível de significância de 5%. Em seguida, estimaram-se a prevalência de incapacidade para a realização de atividades instrumentais específicas, segundo presença de artrite ou reumatismo, e as razões de chance (OR) ajustadas por sexo e idade e respectivos intervalos de confiança de 95%.

Para identificar os fatores associados à incapacidade funcional na realização de AIVD nos idosos com a doença, foram estimadas as razões de chances brutas e ajustadas por sexo e idade e respectivos intervalos de confiança de 95%. Na análise de regressão logística múltipla foram inseridas no modelo todas as variáveis que apresentaram associação significante com a capacidade funcional na análise simples (p<0,20). Pelo método backward selection, no modelo final, permaneceram aquelas que apresentaram um valor de p<0,05. Na análise desses dados foi utilizado o programa Stata 14.0.

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, aprovado sob o parecer nº. 208/2007 de 22/05/2007 (CAAE 0151.1.146.000-07), novamente aprovado pelo Parecer CEP de 10/12/2014 (CAAE 39547014.0.1001.5404).

RESULTADOS

Dos 1.136 idosos que referiram artrite ou reumatismo 79,1% eram mulheres. A média de idade foi 72,4 anos (±5,6) com idade máxima de 96 anos. Cerca de 45,9% (IC95%: 41,9 - 49,8) dos idosos com artrite ou reumatismo apresentaram dependência para a realização de atividades instrumentais de vida diária.

Na Tabela 1 são apresentadas as características sociodemográficas dos idosos com artrite ou reumatismo de acordo com o sexo. Observa-se que 28,7% dos homens e 31,5% da mulheres tinham idade ≥75 anos à época da pesquisa. No que se refere ao estado civil, 63,0% das mulheres eram solteiras/divorciadas/viúvas. A escolaridade da maioria dos idosos era ≤4 anos de estudo e a renda familiar mensal ≤3 salários mínimos. Quanto ao arranjo domiciliar, 6,4% dos homens e 16,7% das mulheres viviam sozinhas (p<0,001).

Tabela 1
Características sociodemográficas dos idosos com artrite ou reumatismo.

Os fatores associados à incapacidade funcional para as AIVD em idosos com artrite ou reumatismo são apresentados na Tabela 2. Maior prevalência de incapacidade foi observada entre os idosos sem escolaridade, naqueles com renda inferior a um salário mínimo em relação aos que referiram renda ≥3 salários mínimos à época da pesquisa, nos que viviam com filhos ou com cônjuge/filhos e outros arranjos de moradia, e nos idosos classificados como pré-frágeis e frágeis. Quanto à autoavaliação da saúde, 54,0% dos idosos com artrite ou reumatismo consideravam sua saúde como regular/ruim ou muito ruim e a prevalência de incapacidade foi maior neste subgrupo (OR=1,67; IC95%: 1,18-2,36).

Tabela 2
Prevalência e fatores associados à incapacidade funcional para as atividades instrumentais de vida diária (AIVD) nos idosos com artrite/ reumatismo.

continua

Na análise múltipla de regressão dos fatores associados à incapacidade funcional na realização das AIVD observou-se maior incapacidade funcional naqueles com menor escolaridade e renda, nos que viviam com cônjuge/descendentes ou inseridos em outros arranjos de moradia, e nos que apresentaram algum grau de fragilidade (Tabela 3).

Tabela 3
Análise de regressão múltipla da incapacidade funcional para as atividades instrumentais de vida diária (AIVD) dos idosos com artrite ou reumatismo. FIBRA, 2008-2009.

A comparação da dependência dos idosos para a realização de cada uma das atividades instrumentais da vida diária, segundo presença de artrite ou reumatismo é apresentada na Tabela 4. Observaram-se diferenças entre os grupos quanto ao uso de medicação (OR: 1,90; IC95%: 1,19 - 3,06), após ajuste por sexo e idade.

Tabela 4
Dependência para as atividades instrumentais de vida diária dos idosos, segundo presença de artrite ou reumatismo.

DISCUSSÃO

Observaram-se desigualdades na prevalência de incapacidade para realização de AIVD nos idosos com doenças reumáticas. Maior ocorrência de incapacidade foi verificada naqueles com piores condições socioeconômicas e com fragilidade (que pontuaram para um ou mais critérios). Não foram observadas associações entre incapacidade funcional e sexo, situação conjugal, expectativa de cuidado, percepção do autocuidado e morbidades.

Observou-se que, a partir dos 70 anos de idade, a doença é mais prevalente nas mulheres que vivem sozinhas. Sabe-se que mulheres idosas são mais numerosas que os homens e que o deficit de homens idosos se acentua com o passar dos anos1717 Santos DV, Moreira MAA, Cerveny C. Velhice: considerações sobre o envelhecimento: imagens no espelho. Nova Perspect Sist. 2014;23(48):80-94.. A predominância de mulheres nas idades mais avançadas decorre de inúmeros fatores, entre eles, a tendência das mulheres em se cuidar mais e buscar assistência médica e/ou apoio social1717 Santos DV, Moreira MAA, Cerveny C. Velhice: considerações sobre o envelhecimento: imagens no espelho. Nova Perspect Sist. 2014;23(48):80-94.. Diferenças de gênero na saúde dos idosos revelam que as mulheres idosas apresentam maior carga de declínio funcional1818 Campos ACV, Almeida MHM, Campos GV, Bogutchi TF. Prevalência de incapacidade funcional por gênero em idosos brasileiros: uma revisão sistemática com metanálise. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2016;19(3):545-59.. Particularmente em relação às doenças reumáticas, estudos apontam maior prevalência de osteoartrite e de artrite reumatóide em mulheres88 Torres SF. Doenças reumáticas em idosos da comunidade e variáveis associadas: dados do Estudo Fibra [Dissertação]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas; 2016.,1111 Costa JO, Almeida AM, Guerra Junior AA, Cherchiglia ML, Andrade EIG, Acurcio FdA. Treatment of rheumatoid arthritis in the Brazilian Unified National Health System: expenditures on infliximab compared to synthetic disease-modifying anti-rheumatic drugs, 2003-2006. Cad Saúde Pública. 2014;30(2):283-95..

A prevalência de incapacidade para realização de atividades instrumentais da vida diária nos idosos com artrite ou reumatismo foi de 46,0% no presente estudo, ou seja, quase metade dos idosos apresentaram restrição de sua independência na realização de atividades cotidianas relativas às habilidades de mobilidade ou de atividades para manutenção do ambiente44 Freitas RS, Fernandes MH, Coqueiro RDS, et al. Capacidade funcional e fatores associados em idosos: estudo populacional. Acta Paul Enferm. 2012;25(6):933-9.. São escassos na literatura dados sobre a prevalência de incapacidade funcional para a realização de AIVD no subgrupo de idosos estudados. As doenças inflamatórias crônicas das articulações provocam impacto importante na vida dos indivíduos acometidos, deteriorando a capacidade física e a qualidade de vida de seu portador, o qual torna-se incapaz de realizar tarefas cotidianas1919 Santana FS, Nascimento DC, Freitas JPM, Miranda RF, Muniz LF, Santos Neto L, Mota LMH, et al. Avaliação da capacidade funcional em pacientes com artrite reumatoide: implicações para a recomendação de exercícios físicos. Rev Bras Reumatol. 2014;54(5):378-85.. Estudo demonstrou a associacão das comorbidades com a limitação da mobilidade e a incapacidade funcional em pacientes com doença reumática2020 Marques WV, Cruz VA, Rego J, Silva NA. Influência das comorbidades na capacidade funcional de pacientes com artrite reumatoide. Rev Bras Reumatol. 2016;56(1):14-21..

Neste estudo verificou-se maior prevalência de incapacidade funcional para a realização de atividades instrumentais da vida diária nos idosos com menor escolaridade e renda, e naqueles que viviam com cônjuge e descendentes e em outros arranjos de moradia. De modo geral as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) afetam mais populações de baixa escolaridade e renda22 Barros MBA, Francisco PMSB, Zanchetta LM, Cesar CLG. Tendências das desigualdades sociais e demográficas na prevalência de doenças crônicas no Brasil, PNAD: 2003- 2008. Ciênc Saúde Colet. 2011;16(9):3755-68.,2121 World Health Organization. Health statistics and information systems: estimates for 2000-2012 [Internet]. Geneva: WHO; 2013? [acesso em 03 nov. 2014]. Disponível em: http://www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/estimates/en/index1.html, que são mais vulneráveis e mais expostas aos riscos e ao menor acesso aos serviços de saúde22 Barros MBA, Francisco PMSB, Zanchetta LM, Cesar CLG. Tendências das desigualdades sociais e demográficas na prevalência de doenças crônicas no Brasil, PNAD: 2003- 2008. Ciênc Saúde Colet. 2011;16(9):3755-68.,2222 Malta DC, Bernal RTI, Lima MG, Araújo SSC, Silva MMA, Freitas MIF, et al. Doenças crônicas não transmissíveis e a utilização de serviços de saúde: análise da Pesquisa Nacional de Saúde no Brasil. Rev Saúde Pública. 2017;51 Supl 1:1-4.,2323 Gavasso WC, Beltrame V. Capacidade funcional e morbidades referidas: uma análise comparativa em idosos. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2017;20(3):399-409..

Estudo com indivíduos portadores de doenças reumáticas aponta associação entre o nível socioeconômico mais baixo e maior prevalência de incapacidade funcional2424 Callhoff J, Luque Ramos A, Zink A, Hoffmann F, Albrecht K. The Association of low income with functional status and disease burden in German patients with rheumatoid arthritis: results of a cross-sectional questionnaire survey based on claims data. J Rheumatol. 2017;44(6):766-72.. O acúmulo sucessivo de carências sociais ao longo do ciclo de vida, refletidas em arranjos de moradia multigeracionais prejudicam a adesão a práticas de promoção à saúde e de prevenção das doenças, com reflexos negativos sobre o controle da doença e sobre a independência funcional, no envelhecimento. Iniquidades quanto à distribuição de renda e baixa proteção econômica aos idosos, entre outros fatores, tornam cada vez mais crítica a situação de desigualdade deste segmento populacional no País.

A fragilidade é considerada uma síndrome clínica, associada ao envelhecimento fisiológico normal, descrita como um estado clínico de aumento da vulnerabilidade expresso em diminuição das respostas compensatórias e da possibilidade de manutenção da homeostase frente a estressores1616 Fried L, Tangen C, Walston J, Newman A, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in older adults: evidence for a phenotype. J Gerontol Ser A Biol Sci Med Sci. 2001;56(3):146-56.. A maior prevalência de incapacidade na realização de atividades cotidianas em idosos pré-frágeis ou frágeis verificada neste estudo, pode estar relacionada com a elevada prevalência de dor na população idosa com artrite2525 Andrade FA, Pereira LV, Sousa FA. Pain measurement in the elderly: a review. Rev Latinoam Enferm. 2006;14(2):271-6.,2626 World Health Organization. Chronic diseases and health promotion: Chronic rheumatic conditions [Internet]. Geneva: WHO; 2015 [acesso em 05 jan. 2017]. Disponível em: http://www.who.int/chp/topics/rheumatic/en/ e associada com a síndrome de fragilidade que predispõe os idosos à redução da massa muscular e a um estado inflamatório crônico1616 Fried L, Tangen C, Walston J, Newman A, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in older adults: evidence for a phenotype. J Gerontol Ser A Biol Sci Med Sci. 2001;56(3):146-56..

Na avaliação da prevalência de incapacidade funcional para a realização de atividades instrumentais específicas, foram consideradas as diferenças na composição etária e segundo o sexo dos idosos, já que o declínio funcional é um processo progressivo2727 Parayba MI, Crespo CD. Diferenciais sociodemográficos na incapacidade funcional dos idosos no Brasil: uma análise das informações do censo demográfico [Internet]. In: 16º Encontro Nacional de Estudos Populacionais; 29 de set. - 03 de out. 2008; Caxambu. Caxambu : ABEP; 2008 [acesso em 20 nov 2017]. Diponível em: http://www.abep.org.br/~abeporgb/publicacoes/index.php/anais/article/viewFile/1765/1725 associado tanto ao crescimento da carga de morbidade, quanto aos diferenciais expressivos no que se refere à saúde de homens e mulheres que envelhecem. Entre os idosos com artrite ou reumatismo, considerando tais ajustes, observou-se maior prevalência de incapacidade para o uso de medicação. A declaração indicativa de dificuldade ou de necessidade de ajuda para o uso de medicamentos deve ser considerada, tanto pelos profissionais de saúde, quanto pelos familiares desses idosos, para auxílio à maior adesão à terapia medicamentosa. Também a baixa escolaridade dos idosos deve ser considerada nas orientações médicas.

Entre as limitações do presente estudo deve-se considerar a utilização de informação autorreferida e a impossibilidade de estabelecer relação causal em estudos de delineamento transversal. Ressalta-se que uma população mais envelhecida apresenta maior probabilidade de desenvolver morbidades e incapacidades do que aquela oriunda de localidades cuja concentração de idosos se situa numa faixa etária mais jovem2727 Parayba MI, Crespo CD. Diferenciais sociodemográficos na incapacidade funcional dos idosos no Brasil: uma análise das informações do censo demográfico [Internet]. In: 16º Encontro Nacional de Estudos Populacionais; 29 de set. - 03 de out. 2008; Caxambu. Caxambu : ABEP; 2008 [acesso em 20 nov 2017]. Diponível em: http://www.abep.org.br/~abeporgb/publicacoes/index.php/anais/article/viewFile/1765/1725, independente da condição de saúde avaliada. No entanto, o presente estudo considerou idosos residentes em área urbana de sete municípios localizados nas regiões Sul, Sudeste e Norte do país com diferentes perfis demográficos. Estudos das atividades básicas e avançadas de vida diárias podem melhor esclarecer o impacto das doenças reumáticas. Abordagens qualitativas podem contribuir para melhor compreensão das dificuldades observadas para o uso de medicamentos.

A independência para a realização de atividades cotidianas, como as avaliadas neste estudo, é uma das condições primordiais para o bem-estar dos idosos na velhice, mesmo que sob condições de fragilidade ou doenças crônicas. Ressalta-se a necessidade de uma abordagem individual e social para criar melhores condições de vida ​​na velhice, caracterizada pela autonomia e qualidade de vida, assim como intervenções para o envelhecimento saudável, com um serviço acessível e com foco na população mais vulnerável2828 Tesch-Römer C, Hans-Werner Wahl. Toward a more comprehensive concept of successful aging: disability and care needs. J Gerontol Ser B Psicol Sci Soc Sci. 2017;72(2):310-8..

CONCLUSÃO

No presente estudo, observaram-se diferenças dos idosos com artrite ou reumatismo de acordo com o sexo, em relação ao perfil sociodemográfico.Também foram verificadas associações entre incapacidade funcional para as atividades instrumentais da vida diária com variáveis sociodemográficas e fragilidade. Na avaliação da dependência para as atividades segundo a presença da doença, houve diferença entre os grupos quanto ao uso de medicação.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Sep-Oct 2018

Histórico

  • Recebido
    04 Maio 2018
  • Revisado
    11 Ago 2018
  • Aceito
    17 Ago 2018
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