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Adaptação transcultural do instrumento de avaliação de desempenho em tarefas rotineiras Routine Task Inventory - Extended (RTI-E) para uso com idosos com demência no Brasil

Resumo

Objetivo

Realizar a adaptação transcultural do Routine Task Inventory-Expanded para uso com idosos com demência no Brasil.

Método

Estudo de adaptação transcultural de instrumento de avaliação, seguindo diretrizes reconhecidas para tradução, retrotradução e comitê de especialistas. Pré-teste realizado com 10 sujeitos idosos sem prejuízos cognitivos. Estudo de confiabilidade (concordância entre avaliadores e análise de consistência interna) realizado com sujeitos idosos com e sem demência (n=26).

Resultados

A tradução inicial foi revista para não alterar o construto do instrumento. A partir da revisão por especialistas e do pré-teste identificou-se necessidade de ajustes nos itens C.Banho, G.Uso de telefone e H.Uso de equipamentos adaptativos para conferir maior clareza à compreensão dos itens. O instrumento apresentou consistência interna α= 0,813 ABVD/autorrelato a α=0,966, AVD/cuidador e confiabilidade entre avaliadores ICC (IC95%) de 0,987 em AIVD a 1,000 em comunicação.

Conclusão

Alcançou-se a adaptação transcultural do Routine Task Inventory- Expanded mantendo sua equivalência em relação ao instrumento original.

Palavras-Chave:
Demência; Estado Funcional; Idoso; Terapia Ocupacional

Abstract

Objective

Cross-cultural adaptation of the Routine Task Inventory-Expanded assessment for use in Brazil.

Method

This cross-cultural adaptation study of the Routine Task Inventory-Expanded followed translation, back-translation, and expert committee review guidelines. The pre-test was performed with 10 elderly subjects with no cognitive impairment. The reliability study (agreement between evaluators and internal consistency) was executed with elderly subjects with and without dementia (n=26).

Results

The initial translation was revised to preserve the instrument’s construct. Adjustments were made to task C. Bathing, task G. Use of the telephone, and task H. Use adaptive equipment to clarify the meaning of items. The instrument showed internal consistency α= 0.813 ADL/self-report to α=0.966, ADL/caregiver, and reliability between ICC evaluators (95%IC) from 0.987 in IADL to 1.000 in communication.

Conclusion

The cross-cultural adaptation of the Routine Task Inventory-Expanded was achieved, maintaining equivalency to the original instrument and providing a new instrument to assess cognitive functional abilities of elderly individuals living with dementia in routine daily living activities for use in Brazil.

Keywords
Aged; Dementia; Functional Status; Occupational Therapy

INTRODUÇÃO

Tarefas rotineiras são as atividades realizadas com padrões de desempenho e frequência definidos. São também denominadas Atividades de Vida Diária (AVD)11 Allen CK. Occupational therapy for psychiatric diseases: measurement and management of cognitive disabilities. Boston: Little, Brown & Co.;1985.., que compreendem Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD), direcionadas aos cuidados com o próprio corpo (p.ex. higiene pessoal, uso do banheiro, vestuário etc.) e Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), que envolvem a interação com ferramentas e com a comunidade (p.ex. gerenciamento financeiro, mobilidade na comunidade etc.). As tarefas rotineiras relacionam-se também a atividades complexas como comunicação (verbal e não-verbal) e trabalho (manter o ritmo de execução da tarefa, seguir precauções de segurança etc.). A rotina em que as atividades são realizadas conferem estrutura para a vida diária da pessoa. Os elementos subjacentes às AVD são estudados na Terapia Ocupacional22 American Occupational Therapy Association. Occupational therapy practice framework: domain and process. American Journal of Occupational Therapy. 2020;74(Suppl.2),7412410010. Disponível em: https://doi.org/10.5014/ajot.2020.74S2001
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e estão representados na terminologia unificada de saúde e reabilitação, a Classificação Internacional de Funcionalidade e Incapacidade (CIF)33 Barreto MCA, Andrade FG, Castaneda L, Castro SS. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) como dicionário unificador de termos. Acta Fisiatr. 2021;28(3):207-13..

Segundo a CIF33 Barreto MCA, Andrade FG, Castaneda L, Castro SS. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) como dicionário unificador de termos. Acta Fisiatr. 2021;28(3):207-13., funcionalidade indica a interação entre saúde/doença, funções e estruturas do corpo, atividades, participação, fatores ambientais e fatores pessoais. Assim, alterações na estrutura ou função cerebral podem resultar em deficiências cognitivas que se relacionam a incapacidades no desempenho de atividades e participação. As incapacidades são atenuadas ou agravadas conforme a interação com fatores pessoais e com fatores ambientais, incluindo-se nestes o ajuste das demandas da atividade22 American Occupational Therapy Association. Occupational therapy practice framework: domain and process. American Journal of Occupational Therapy. 2020;74(Suppl.2),7412410010. Disponível em: https://doi.org/10.5014/ajot.2020.74S2001
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. Incapacidades cognitivas são encontradas em demências e relacionam-se às limitações de funcionalidade inerentes à evolução do quadro44 McCraith DB, Earhart CA. Cognitive impairment model: creating adjustment between functional cognitive abilities and cognitive activity demands. In: Katz N, Toglia J. Cognition, occupation, and participation throughout life: neuroscience, neurorehabilitation, and intervention models in occupational therapy. 4th ed. Bethesda: AOTA; 2018..

Estima-se que haja no mundo cerca de 50 milhões de pessoas com demência e que se atinja 152 milhões em 205055 Nichols E, Steinmetz JD, Vollset SE, Fukutaki K, Chalek J, Abd-Allah F et al. Estimation of the global prevalence of dementia in 2019 and forecasted prevalence in 2050: an analysis for the Global Burden of Disease Study 2019. The Lancet. Public health, 7(2): e105–e125.Disponível em: https://doi.org/10.1016/S2468-2667(21)00249-8
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. No Brasil, estima-se que haja cerca de 1,5 milhões de pessoas vivendo com demência no país, sendo a demência da doença de Alzheimer (DA) a forma mais prevalente66 Melo SC, Champs APS, Goulart RF, Malta DC, Passos VMA. Dementias in Brazil: increasing burden in the 2000–2016 period. Estimates from the Global Burden of Disease Study 2016. Arquivos de Neuro-Psiquiatr. 2020;78(12):762-771.. O declínio da funcionalidade observado na demência na DA é um aspecto relevante77 Pais M, Martinez L, Riveiro O, Loureiro J, Fernandez R, Valiengo L et al. Early diagnosis and treatment of Alzheimer’s disease: new definitions and challenges. Braz J Psychiatry 2020; 42 (4). Disponível em: https://doi.org/10.1590/1516-4446-2019-0735
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. A incapacidade para realizar AIVD, pode evoluir para a dependência total em ABVD88 Santos S, Bueno CFOB, Pires JAW, Bonini JS. Funcionalidade nas atividades instrumentais de vida diária em idosos com doença de Alzheimer. Desafios: Revista Interdisciplinar da Universidade Federal do Tocantins 2021;8(3),1-8. Disponível em: https://doi.org/ 10.20873/uftv8-9074
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, aumentando a demanda por cuidados99 Mattos EBT, Francisco IC, Pereira GC, Novelli MMPC. Grupo virtual de apoio aos cuidadores familiares de idosos com demência no contexto da COVID-19. Cader Bras de Ter Ocup 2021; 29, c2882., fornecidos principalmente por um cuidador familiar que, em geral, vivencia mudanças deletérias em seu estilo de vida, finanças e condições de saúde, em razão da sobrecarga por cuidar99 Mattos EBT, Francisco IC, Pereira GC, Novelli MMPC. Grupo virtual de apoio aos cuidadores familiares de idosos com demência no contexto da COVID-19. Cader Bras de Ter Ocup 2021; 29, c2882.,1010 Novelli MMPC, Nitrini R, Caramelli P. Cuidadores de idosos com demência: perfil sociodemográfico e impacto diário. Rev Ter Ocup. Univ. São Paulo. 2010; 21(2):139-47..

Há poucos instrumentos de funcionalidade específicos para demência, os quais oferecem respostas dicotômicas, não graduam a variação do desempenho e não consideram outros fatores envolvidos no resultado, como os fatores pessoais e os fatores ambientais. A avaliação da funcionalidade pode ser realizada por observação direta ou indireta. Instrumentos de avaliação por observação direta do desempenho requerem preparação que os tornam pouco acessíveis para a prática clínica cotidiana, em que, com frequência há alta demanda por atendimento e recursos materiais limitados1111 Katz N. Routine Task Inventory – Extended (RTI-E). In: Hemphil-Pearson J, Urish C. (Eds.). Assessments in occupational therapy mental health: an integrative approach. 4a ed. Thorofare: Slack; 2020. p.378-392.. Instrumentos de avaliação por observação indireta a partir do relato de um cuidador são muito utilizados1212 Fransen NL, Holz M, Pereira A, Fonseca RP, Kochhann R. Acurácia do desempenho funcional em idosos saudáveis, com comprometimento cognitivo leve e doença de Alzheimer. Trends Psychol 2018;26(4):1907-19., considerando-se que a falta de consciência do deficit é uma característica do quadro demencial1313 Öhman LN, Kottorp A. Occupational performance and awareness of disability in mild cognitive impairment or dementia. Scand J Occup Ther 2011;18(2):133-42.. Tais instrumentos podem trazer vieses de informação, subestimando ou superestimando1414 Oliveira, GSR, Bressan L, Balarini F, Silva RSJ, Brito MMCM Foss M et al. Direct and indirect assessment of functional abilities in patients with Parkinson’s disease transitioning to dementia. Dementia & Neuropsychologia. 2020, v. 14, n. 2. p. 171-177. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-57642020dn14-020011
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a capacidade de desempenho da pessoa com demência1212 Fransen NL, Holz M, Pereira A, Fonseca RP, Kochhann R. Acurácia do desempenho funcional em idosos saudáveis, com comprometimento cognitivo leve e doença de Alzheimer. Trends Psychol 2018;26(4):1907-19.. Embora recomende-se o uso combinado de instrumentos de observação direta e indireta do desempenho1313 Öhman LN, Kottorp A. Occupational performance and awareness of disability in mild cognitive impairment or dementia. Scand J Occup Ther 2011;18(2):133-42., os disponíveis em nosso meio não proporcionam a observação nos mesmos itens de tarefas rotineiras, dificultando a comparação entre as percepções e a identificação de discrepâncias entre as diferentes fontes.

O Routine Task Inventory- Extended (RTI-E)1515 Katz N. Routine Task Inventory - Expanded RTI-E: manual 2006 [acesso em 14 mai. 2022]. Disponível em: http://allen-cognitive-network.org/index.php/allen-cognitive-model/routine-task-inventory-expanded-rti-e
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avalia tarefas rotineiras a partir do autorrelato, do relato do cuidador e da observação direta do desempenho por um terapeuta, nas mesmas tarefas. Considera a interferência de outros fatores no desempenho, como as oportunidades providas pelo ambiente e interesses em ocupações. É um instrumento desenvolvido a partir do Modelo de Incapacidades Cognitivas (MIC)11 Allen CK. Occupational therapy for psychiatric diseases: measurement and management of cognitive disabilities. Boston: Little, Brown & Co.;1985., cujo conceito central é a cognição funcional, que explicita a interação entre cognição e funcionalidade no desempenho de atividades, dentro de uma abordagem psicossocial. Considera os aspectos biológicos envolvidos nas ocupações (o que a pessoa consegue fazer - representado por can do), os aspectos psicológicos (o que a pessoa intenciona fazer - will do) e os aspectos sociais (oportunidades e possibilidades de fazer conforme o ambiente - may do)1616 Earhart CA, McCraith DB. Cognitive disabilities model. Allen Cognitive Level Screen-5 and Allen Diagnostic Module Assessments. In: Hemphil-Pearson J, Urish C. Assessments in occupational therapy mental health: an integrative approach. 4a ed. Thorofare: Slack; 2020. p.320-377.. O MIC apresenta uma escala de seis níveis (Escala de Níveis Cognitivos de Allen) que caracterizam o comportamento ocupacional de acordo com as capacidades cognitivas esperadas dentro de cada nível cognitivo44 McCraith DB, Earhart CA. Cognitive impairment model: creating adjustment between functional cognitive abilities and cognitive activity demands. In: Katz N, Toglia J. Cognition, occupation, and participation throughout life: neuroscience, neurorehabilitation, and intervention models in occupational therapy. 4th ed. Bethesda: AOTA; 2018.. A pontuação obtida no RTI-E refere-se a esses níveis cognitivos funcionais.

O RTI-E é utilizado para descrever a variação no padrão de desempenho em tarefas rotineiras e avaliar a funcionalidade em diversas condições de saúde, populações e contextos da prática1111 Katz N. Routine Task Inventory – Extended (RTI-E). In: Hemphil-Pearson J, Urish C. (Eds.). Assessments in occupational therapy mental health: an integrative approach. 4a ed. Thorofare: Slack; 2020. p.378-392.. Zimnavoda et al.1717 Zimnavoda T, Weinblatt N, Katz N. Validity of the Kohlman evaluation of living skills (KELS) with Israeli elderly individuals living in the community. Occup Ther Int. 2002; 9(4):312-25. utilizaram o autorrelato na escala de vida em comunidade - AIVD como padrão para o estudo de validade de conceito e de critério de instrumento de avaliação de funcionalidade em uma população de idosos em Israel. Bar-Yosef et al. 1818 Bar-Yosef C, Weinblatt N, Katz N. Reliability and validity of the Cognitive Performance Test (CPT) in an elderly population in Israel. Physical and Occupational Therapy in Geriatrics. 1999;7:65–79. Disponível em : https://doi.org/10.1080/J148v17n01_06
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utilizaram itens do RTI que eram paralelos às tarefas do Cognitive Performance Test (CPT), para verificar sua correlação, em idosos com demência e em idosos saudáveis, na observação das tarefas e no relato do cuidador. Ziv et al.1919 Ziv N, Roitman D, Katz N. Problem solving, sense of coherence and Instrumental ADL of elderly people with depression and normal control group. Occup Ther Int. 1999; 6(4):243-56., utilizaram a Escala vida em comunidade – AIVD para comparar um grupo de idosos com depressão a controles saudáveis e verificar a capacidade preditiva dos níveis cognitivos de Allen para o desempenho nesse domínio de funcionalidade.

Instrumentos de avaliação concebidos em idiomas, países e culturas diferentes daqueles em que serão introduzidos devem ser adaptados à nova cultura para haver equivalência semântica, idiomática, experiencial e conceitual entre o original e o adaptado, de modo a viabilizar o estudo de um fenômeno em diferentes culturas2020 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine 2000;24(25):3186-91..

Este artigo apresenta o processo de adaptação transcultural do RTI-E para o português brasileiro.

MÉTODO

Estudo de adaptação transcultural e de propriedades psicométricas do RTI-E para o português brasileiro para uso na população de idosos com demência da DA, realizado no Programa Terceira Idade (PROTER) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo, entre 2016 e 2018. Projeto aprovado pela Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (parecer n°1.076.759). Os participantes foram informados dos objetivos da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Allen et col.11 Allen CK. Occupational therapy for psychiatric diseases: measurement and management of cognitive disabilities. Boston: Little, Brown & Co.;1985. construíram itens a partir das observações de terapeutas ocupacionais sobre a realização de tarefas rotineiras, reunidos no RTI original, composto por escalas de ABVD e de AIVD2121 Heimann NE, Allen CK, Yerxa EJ. The routine task inventory: a tool for describing the function behavior of the cognitive disabled. Occup Ther Pract 1989;1(1):67-74.. A versão estendida RTI-E foi elaborada por Katz1515 Katz N. Routine Task Inventory - Expanded RTI-E: manual 2006 [acesso em 14 mai. 2022]. Disponível em: http://allen-cognitive-network.org/index.php/allen-cognitive-model/routine-task-inventory-expanded-rti-e
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que adicionou dois itens (uso de equipamentos adaptativos e cuidados com crianças) e dois domínios (Comunicação e Preparo para o Trabalho) ao instrumento original.

O RTI-E é composto de um manual e quatro escalas em quatro domínios da funcionalidade: Escala Física - ABVD (8 itens: higiene pessoal, vestuário, banho, mobilidade funcional, alimentação, uso do vaso sanitário, uso das medicações, uso de equipamentos adaptativos), Escala de Vida em Comunidade – AIVD (8 itens: tarefas domésticas, preparo/obtenção de alimento, gerenciamento financeiro, lavar roupa, mobilidade na comunidade, fazer compras, uso do telefone, cuidar de criança), Comunicação (4 itens: compreensão auditiva, expressão verbal, compreensão da leitura, expressão escrita), Preparo para o Trabalho (6 itens: mantém o ritmo/segue cronograma, segue instruções, desempenha tarefas simples/complexas, interação com colegas de trabalho, segue as precauções de segurança/reage a emergências, planeja o trabalho/supervisiona outros). Cada escala descreve as tarefas rotineiras em detalhes, para que o comportamento que mais se aproxima do desempenho atual do cliente seja identificado. A aplicação do RTI-E é feita por entrevista para o autorrelato e o relato do cuidador. A observação do terapeuta é realizada pela observação do desempenho em tarefas realizadas na vida real. O resultado de cada escala é independente e representa a média do desempenho nas tarefas observadas. Portanto, cada escala do RTI-E pode ser aplicada separadamente.

A pontuação do RTI-E representa o nível cognitivo da Escala de Allen do cliente no momento da observação. O nível 1 representa maior comprometimento da funcionalidade e o nível 6 representa independência total1616 Earhart CA, McCraith DB. Cognitive disabilities model. Allen Cognitive Level Screen-5 and Allen Diagnostic Module Assessments. In: Hemphil-Pearson J, Urish C. Assessments in occupational therapy mental health: an integrative approach. 4a ed. Thorofare: Slack; 2020. p.320-377.. A identificação do nível cognitivo que melhor descreve o desempenho da pessoa possibilita inferir os processos cognitivos subjacentes ao desempenho, constituindo o parâmetro para a adaptação das atividades, adequando-as ao potencial de desempenho para que a pessoa possa experimentar sua melhor funcionalidade44 McCraith DB, Earhart CA. Cognitive impairment model: creating adjustment between functional cognitive abilities and cognitive activity demands. In: Katz N, Toglia J. Cognition, occupation, and participation throughout life: neuroscience, neurorehabilitation, and intervention models in occupational therapy. 4th ed. Bethesda: AOTA; 2018..

O estudo de adaptação seguiu as diretrizes de Beaton2020 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine 2000;24(25):3186-91. e iniciou-se após a autorização da autora, seguindo as etapas apresentadas na figura 1.

Figura 1
Processo de adaptação transcultural

A revisão por especialistas foi realizada por terapeutas ocupacionais experientes em reabilitação cognitiva funcional e saúde mental. Cada terapeuta recebeu o instrumento na íntegra, para ler, aplicar e anotar no instrumento suas considerações. As sugestões de alteração foram discutidas e adotadas por consenso entre os especialistas. Uma terapeuta ocupacional especialista em reabilitação física foi consultada para ajuste de termos de tecnologia assistiva.

O pré-teste foi realizado com 10 sujeitos idosos sem prejuízos cognitivos, recrutados por amostra de conveniência, entre acompanhantes de pacientes no ambulatório do serviço de terapia ocupacional, com escolaridade ≥4 anos, idade ≥ 60 anos e sem diagnóstico de transtornos mentais, neurológicos, deficiências sensoriais não corrigidas que pudessem interferir na compreensão das questões. A aplicação foi realizada por terapeutas ocupacionais treinados no instrumento, em sessões individuais. As dificuldades de compreensão das questões pelos sujeitos foram anotadas, assim como suas sugestões para melhorar o seu entendimento.

Os sujeitos do estudo de confiabilidade foram recrutados a partir de ambulatórios do Programa de Terceira Idade, do Centro de Referência de Distúrbios Cognitivos e do Serviço de Terapia Ocupacional do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo e da comunidade. O estudo de confiabilidade foi realizado em amostra com 26 sujeitos, escolaridade ≥4 anos, idade ≥ 60 anos, com diagnóstico de demência, Mini Exame do Estado Mental (MEEM) ≤24 e Clinical Dementia Rate (CDR) = 1 ou 2 ou sem diagnóstico de DA (MEEM ≥25 e CDR=0) e sem diagnóstico de transtornos mentais, neurológicos, deficiências sensoriais não corrigidas que pudessem interferir na funcionalidade primariamente. O tamanho da amostra foi calculado utilizando-se o programa GPower 3.172222 Faul F, Erdfelder E, Lang AG, Buchner A. G*Power 3: a flexible statistical power analysis program for the social, behavioral, and biomedical sciences. Behav Res Methods. 2007;39(2),175-91., para α=0,05, poder estatístico de 95%, e tamanho de efeito de 0.8 (grande). Para a confiabilidade entre avaliadores, dois terapeutas ocupacionais, treinados previamente, pontuaram o instrumento no mesmo momento.

Os dados foram digitados em planilhas eletrônicas e analisados com programa estatístico. A confiabilidade foi estudada por análise de consistência interna e obtida pelo cálculo do coeficiente alfa de Cronbach (α). A análise da confiabilidade entre avaliadores, em que dois avaliadores pontuaram o instrumento no mesmo momento, foi obtida por meio de Intraclass correlation coeficient (ICC).

RESULTADOS

Na etapa de tradução foi solicitada modificação pela autora em frases iniciadas em “may” (Quadro 1). Na tradução síntese havia-se colocado essas frases em forma direta, como “faz/não faz”. Na versão final, acatamos a solicitação da autora e as frases iniciadas em “may” foram traduzidas como “pode + verbo no infinitivo”.

Quadro 1
Comparação entre as versões nas diferentes etapas de tradução, com revisões na retrotradução e ajustes pelos especialistas antes do pré-teste.

Os especialistas apontaram a necessidade de modificar a descrição da tarefa para atender aos costumes mais atuais de busca de informação em G.Uso do Telefone (Quadro 2). No instrumento original usa-se yellow pages (lista telefônica). A alteração foi definida a partir das sugestões dos sujeitos do pré-teste, questionados sobre como costumam localizar um telefone desconhecido.

Quadro 2
Adaptação transcultural

Os 10 sujeitos idosos do pré-teste foram 9 mulheres e 1 homem, com escolaridade de 4 a 7 anos (20%), 8 a 11 anos (40%), ≥12 anos (40%) e faixa etária de 60 a 69 anos (50%), 70 a79 anos (30%), ≥80 anos (20%). Identificou-se no pré-teste a necessidade de adicionar exemplos de equipamentos adaptativos e de ajuste do texto para melhorar a compreensão em três itens da Escala física - ABVD e em 1 item da Escala vida em comunidade - AIVD (Quadro 2). Os exemplos de equipamentos adaptativos foram adicionados com consultoria de terapeuta ocupacional especialista em reabilitação física.

O manual e o instrumento completos podem ser encontrados na íntegra em Mello2323 Mello PCH. Tradução, adaptação transcultural e validação do inventário das tarefas rotineiras – estendido (RTI-E) em idosos com a doença de Alzheimer [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina. 2018. [acesso em 24 mai 2022]. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-17082018-091711/publico/PatriciaCottingHomemDeMello.pdf p.118-143..

No estudo de confiabilidade participaram 26 sujeitos, 7 com diagnóstico de demência e 19 sem diagnóstico de demência. Todos contavam com escolaridade ≥4 anos, idade ≥60 anos (42,30% até 69 anos; 70 a 79 anos, 46,15%; ≥80 anos, 3%), 11,5% trabalhavam, 15,4% nunca trabalharam, 73% aposentados.

A Tabela 1 apresenta a confiabilidade entre avaliadores e mostra concordância elevada entre dois observadores.

Tabela 1
Confiabilidade entre avaliadores

A análise de consistência interna do RTI-E foi realizada para a escala Física (ABVD), escala de Vida em Comunidade (AIVD) e escala de Comunicação, quanto ao relato do cuidador e ao autorrelato. A escala de Preparo para o Trabalho não pôde ser analisada devido a amostra pequena de sujeitos a que essa dimensão se aplicou.

A Tabela 2 apresenta a análise de consistência interna total, obtida pelo coeficiente α de Cronbach.

Tabela 2
Análise de consistência interna do RTI-E

DISCUSSÃO

A adaptação transcultural atingiu a equivalência semântica, cultural e idiomática em relação ao original. A etapa de retrotradução foi crucial neste estudo para atingir a equivalência idiomática e conceitual, mantendo o conteúdo fiel ao original. A retrotradução levou à discussão conceitual, pois “can” em inglês tem o sentido de “capacidade” (“be able to”), “saber” (“know how to”) e “may” refere-se à “possibilidade” (“possibility”), “oportunidade” (“oportunity”). A tradução inicial havia modificado a precisão desses termos em relação aos conceitos do original. Instrumentos de avaliação elaborados em outros países podem apresentar diferenças linguísticas e culturais que modifiquem a compreensão dos conceitos que estão sendo avaliados2424 Schlindwein-Zanini R, Cruz RM Psicometria e Neuropsicologia: interrelações na construção e adaptação de instrumentos de medida. PsicolArgum. 2018;36(91):1-21.. No MIC, modelo que fundamenta o RTI-E, “can do” refere-se aos aspectos biológicos, à capacidade cognitiva, “will do” aos aspectos pessoais (psicológicos, volição, motivação) e “may do” às possibilidades relacionadas ao ambiente44 McCraith DB, Earhart CA. Cognitive impairment model: creating adjustment between functional cognitive abilities and cognitive activity demands. In: Katz N, Toglia J. Cognition, occupation, and participation throughout life: neuroscience, neurorehabilitation, and intervention models in occupational therapy. 4th ed. Bethesda: AOTA; 2018.. Somente quando a imprecisão foi corrigida, garantindo a equivalência entre os instrumentos, a autora aprovou a tradução.

Na fase de avaliação por especialistas as adaptações nos itens C.Banho, G.Uso de Telefone e H.Uso de Equipamentos Adaptativos, acompanhadas e aprovadas pela autora, foram realizadas para se obter a equivalência experiencial2020 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine 2000;24(25):3186-91., adicionando-se exemplos pertinentes à realidade brasileira.

Confirmou-se neste estudo que o conhecimento e treinamento prévio no MIC, recomendado por Katz1515 Katz N. Routine Task Inventory - Expanded RTI-E: manual 2006 [acesso em 14 mai. 2022]. Disponível em: http://allen-cognitive-network.org/index.php/allen-cognitive-model/routine-task-inventory-expanded-rti-e
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e Heimann 2121 Heimann NE, Allen CK, Yerxa EJ. The routine task inventory: a tool for describing the function behavior of the cognitive disabled. Occup Ther Pract 1989;1(1):67-74. é essencial e foi crucial para alinhar a forma de aplicação e de pontuação. Obteve-se alta confiabilidade entre avaliadores, com valores de ICC (IC95%) de 0,987 em AIVD a 1,000 em comunicação. No estudo original, Heimann2121 Heimann NE, Allen CK, Yerxa EJ. The routine task inventory: a tool for describing the function behavior of the cognitive disabled. Occup Ther Pract 1989;1(1):67-74. também encontrou r = 0,9872 (p<0,001) para confiabilidade entre avaliadores. Houve alta consistência interna na análise total dos itens do RTI-E e retirando-se um item, em conformidade com os resultados de Heimann2121 Heimann NE, Allen CK, Yerxa EJ. The routine task inventory: a tool for describing the function behavior of the cognitive disabled. Occup Ther Pract 1989;1(1):67-74. na análise de consistência interna do RTI original (α=0,9402).

Assim, o RTI-E atinge os requisitos propostos para ser considerado como um instrumento confiável. A confiabilidade entre avaliadores demonstra o grau de concordância entre diferentes profissionais ao atribuir as pontuações e a consistência interna refere-se ao grau em que os itens do inventário se relacionam ao teoricamente ao que se propõe medir2424 Schlindwein-Zanini R, Cruz RM Psicometria e Neuropsicologia: interrelações na construção e adaptação de instrumentos de medida. PsicolArgum. 2018;36(91):1-21..

O RTI-E objetiva traduzir a influência da cognição sobre o desempenho em tarefas rotineiras, para predizer quais os potenciais e as limitações na funcionalidade do indivíduo, resultantes da incapacidade cognitiva1515 Katz N. Routine Task Inventory - Expanded RTI-E: manual 2006 [acesso em 14 mai. 2022]. Disponível em: http://allen-cognitive-network.org/index.php/allen-cognitive-model/routine-task-inventory-expanded-rti-e
http://allen-cognitive-network.org/index...
. Este estudo mostrou que o RTI-E possibilita a análise do desempenho com detalhes não detectados em avaliações dicotômicas, em situações reais da vida, sem requerer preparos ou materiais especiais. Assim, pode-se coletar informações confiáveis sobre a cognição funcional do cliente para compor o planejamento terapêutico e considerações sobre a segurança durante o desempenho de modo viável à prática clínica, como proposto por Katz1111 Katz N. Routine Task Inventory – Extended (RTI-E). In: Hemphil-Pearson J, Urish C. (Eds.). Assessments in occupational therapy mental health: an integrative approach. 4a ed. Thorofare: Slack; 2020. p.378-392..

Ao avaliar as três perspectivas de informação, nos mesmos itens, o RTI-E mostra-se útil tanto para comparar as discrepâncias nas observações quanto para compreender a visão que o avaliado tem da sua situação. Apesar da informação por um cuidador poder ser mais fidedigna quanto ao desempenho real, o autorrelato pode ser útil para o planejamento da intervenção, ao fornecer informações sobre a consciência da pessoa sobre suas habilidades1313 Öhman LN, Kottorp A. Occupational performance and awareness of disability in mild cognitive impairment or dementia. Scand J Occup Ther 2011;18(2):133-42..

Para o pré-teste foram selecionados sujeitos idosos sem prejuízos cognitivos para garantir que dificuldades de compreensão surgidas na aplicação do instrumento estivessem relacionadas ao conteúdo do RTI-E e não a dificuldade de compreensão inerentes ao sujeito. No estudo de confiabilidade, foram incluídos sujeitos com demência a fim de verificar a viabilidade de aplicação do instrumento nessa população.

A observação do terapeuta foi adaptada para ambulatório com tarefas reais e utilização de quatro itens, com acompanhamento da autora do instrumento, porém isso impossibilitou a análise de consistência interna na observação do terapeuta. Não foi possível verificar a consistência interna na dimensão Preparo para o Trabalho devido ao maior número de participantes já ter se aposentado.

CONCLUSÃO

Foram alcançadas a equivalência semântica, conceitual, cultural, idiomática e experiencial, em relação ao original. O RTI-E é o primeiro instrumento de avaliação do MIC adaptado ao nosso meio e mostrou-se aplicável a pessoas com demência. Apresentou alta consistência interna e confiabilidade entre avaliadores. O RTI-E preenche a lacuna de instrumentos de avaliação no desempenho em tarefas rotineiras em idosos com a demência da DA. Pode ser útil para avaliar a interação entre a cognição e a funcionalidade de modo mais específico e personalizado.

A este estudo inicial segue-se a ampliação do estudo de propriedades psicométricas com um maior número de sujeitos com demência e sugere-se novos estudos com diferentes populações, incluindo idosos com incapacidade cognitiva devida a outras condições.

  • Financiamento da pesquisa: não houve.

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Editado por

Editado por: Maria Helena Rodrigues Galvão

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Ago 2022
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    11 Fev 2022
  • Aceito
    21 Jun 2022
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