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Adesão terapêutica ao uso de antiparkinsonianos em pessoas idosas e seus fatores associados: revisão integrativa

Resumo

Objetivos

Identificar os fatores associados à adesão terapêutica ao uso de antiparkinsonianos em idosos com Doença de Parkinson (DP) por meio de uma revisão integrativa da literatura.

Método

Trata-se de uma revisão integrativa de literatura nos idiomas português, inglês, espanhol, nas bases de dados eletrônicas LILACS, MEDLINE - via PubMed, Web of Science e Scopus, sem restrição quanto ao tempo e desenho de estudo, realizada no período de agosto a setembro de 2021. A seleção dos estudos foi realizada de maneira independente por dois revisores e a validação final por um terceiro revisor.

Resultados

Após a aplicação dos critérios de elegibilidade, dos 460 estudos encontrados, foram incluídos cinco estudos que evidenciam taxas moderadas de adesão, variando de 35,3% a 66,8%, e apontam como principais fatores associados à menor adesão à terapia antiparkinsoniana: idade mais avançada, deficit cognitivo, maior comprometimento motor, multimorbidades, alteração nos regimes terapêuticos, depressão, polifarmácia, menor escolaridade, não brancos e sexo masculino. Foram fatores descritos para maior adesão: idade mais jovem, cor branca, sem modificação de regime terapêutico, maior nível de conhecimento sobre a DP, bom controle clínico, educação, ser casado, maior renda e nível de consciência.

Conclusões

A não adesão à terapêutica antiparkinsoniana é frequente e de dimensão multifatorial, sua compreensão torna-se relevante para subsidiar dados para a comunidade científica, objetivando a criação de políticas públicas e planejamento estratégico em serviços de saúde com o propósito de melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa.

Palavras-Chave:
Adesão à medicação; Antiparkinsonianos; Cooperação e adesão ao tratamento; Idoso

Abstract

Objectives

To identify factors associated with antiparkinson drugs use and adherence in older adults with Parkinson's disease (PD) through an integrative literature review.

Method

An integrative literature review involving a search for relevant publications in Portuguese, English, and Spanish on the electronic databases LILACS, MEDLINE - via PubMed, Web of Science and Scopus, without restriction regarding date or study design, was carried out during the period August-September 2021. The selection of studies was performed independently by two reviewers and the final validation conducted by a third reviewer.

Results

After applying the eligibility criteria, 5 of the 460 studies found were included in the review. Results showed moderate adherence rates (range 35.3-66.8%) and the main factors associated with lower adherence to antiparkinson therapy were older age, cognitive deficit, greater motor impairment, multimorbidities, change in therapy regimens, depression, polypharmacy, lower education, non-white ethnicity and male gender. Factors associated with greater adherence were younger age, white ethnicity, no change in therapy regimen, higher level of knowledge about PD, good clinical control, higher educational level, married status, higher income and greater level of awareness.

Conclusions

Non-adherence to antiparkinsonian therapy was frequent and multifactorial., Understanding this behavior is important to help inform the scientific community and devise public policies and strategic planning in health services for improving the quality of life of the older population.

Keywords
Medication adherence; Antiparkinson Agents; Cooperation and adherence to treatment; Older adults

INTRODUÇÃO

A Doença de Parkinson (DP) é um distúrbio neurodegenerativo do sistema nervoso central, de caráter progressivo, caracterizado pela perda de neurônios dopaminérgicos da substância nigra, que causa o deficit motor11 Simon DK, Tanner CM, Brundin P. Parkinson disease pidemiology, pathology, genetics and pathophysiology. Clinics in Geriatric Medicine. 2019;36(1):1-12. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.cger.2019.08.002
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,22 Martins CCM, Caon G, Moraes CMO. A Doença de Parkinson e o Processo de Envelhecimento Motor: uma Revisão de Literatura. Saúde e Desenvolvimento Humano. 2020;8(3):155-67. Disponível em: http://dx.doi.org/10.18316/sdh.v8i3.6567
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. Acredita-se que sua etiologia advém de fatores genéticos e ambientais, que podem atuar isoladamente ou em associação com os efeitos do envelhecimento33 Fernandes BJD, Filho ASA. Perfil farmacológico da opicapona em pacientes com Doença de Parkinson sob tratamento com levodopa. Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria. 2018,22(1):60-72..

No tocante a prevalência, a DP é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo. Afetando 1% da população acima de 65 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o que corresponde a cerca de 5 milhões de pessoas. Sendo sua prevalência estimada em 100 a 200 casos por 100 mil habitantes, no qual a maioria dos indivíduos acometidos são pessoas idosas44 Silva TP, Carvalho CRA. Doença de Parkinson: o tratamento terapêutico ocupacional na perspectiva dos profissionais e dos idosos. Caderno Brasileiro de Terapia Ocupacional. 2019;27(2):331-44. Disponível em: https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoAO1229
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.

Essa patologia é caracterizada por sintomas motores como: tremor em repouso, rigidez muscular, bradicinesia, instabilidade postural e por sintomas não motores que incluem disfunções autonômicas (hipotensão, constipação), parestesia, ansiedade, depressão, distúrbios do sono, dores, cansaço excessivo, disfunção olfativa, movimentos oculares rápidos, deficit cognitivo e comportamental55 Snell RS. Neuroanatomia clínica. Rio de Janeiro. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.

6 Cabreira V, Massano J. Parkinson’s Disease: Clinical Review and Update. Acta Médica Portuguesa. 2019;32(10):661-70. Disponível em: https://doi.org/10.20344/amp.11978
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7 Palamarchuk A. Chronic pain in Parkinson disease. Journal of Education, Health and Sport. 2020;10(5):315-20. Disponível em: https://doi.org/10.12775/JEHS.2020.10.05.033
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-88 Chahine L, Tarsy D. Management of nonmotor symptoms in Parkinson disease. UpToDate. 2020. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/management-of-nonmotor-symptoms-in-parkinson-diseaseH2150235961
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.

O diagnóstico da DP é baseado em critérios clínicos do paciente e se caracteriza pela combinação de pelo menos dois sinais da tétrade clássica, como tremor de repouso, bradicinesia, rigidez com roda denteada, anormalidades posturais, sendo o tremor em repouso e a bradicinesia os sinais mais típicos66 Cabreira V, Massano J. Parkinson’s Disease: Clinical Review and Update. Acta Médica Portuguesa. 2019;32(10):661-70. Disponível em: https://doi.org/10.20344/amp.11978
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. A International Parkinson's and Movement Disorder Society (MDS) desenvolveu seus próprios critérios de diagnóstico clínico que incluem: presença de parkinsonismo (bradicinesia mais tremor de repouso ou rigidez); ausência de critérios de exclusão absolutos; critérios de suporte e em sinais de alerta99 Jankovic J, Tan EK. Parkinson’s disease: etiopathogenesis and treatment. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2020;91:795–808. Disponível em: doi:10.1136/jnnp-2019-322338.

No que tange a complexidade desse fenômeno, a adesão ao tratamento medicamentoso na DP pode ser comprometida por fatores epidemiológicos e clínicos que incluem nível educacional, estado civil, tempo de duração da doença, polifarmácia, esquemas de medicação complexos, medo dos efeitos colaterais, transtornos de humor, depressão, ansiedade, além de aspectos relacionados à idade, como dificuldades físicas e o deficit cognitivo1010 Shin J, Moczygemba LR, Barner JC, Garza A, Linedeckersmith S, Srinivasa M. Patient experience with clinical pharmacist services in Travis County Federally Qualified Health Centers. Pharm Pract. 2020;18(2):1751. Disponível em: DOI: 10.18549/PharmPract.2020.2.1751,1111 Prell T, Gaur N, Stubendorff B, Rödiger A, Witte OW, Grosskreutz J. Disease progression impacts health-related quality of life in amyotrophic lateral sclerosis. Journal of the neurological sciences. 2019;397:92–95. Disponível em: DOI:10.1016/j.jns.2018.12.035.

Uma adesão adequada à medicação, por parte dos pacientes com DP, possibilita que os médicos consigam fazer os ajustes necessários, de acordo com a resposta clínica de cada paciente, individualmente. Em contraste, a não aderência ao tratamento, ocasionada devido à falta das medicações, horários desajustados de tomar novas doses ou até mesmo doses extras, levam ao aumento do parkinsonismo, acarretando por exemplo, piora nas flutuações motoras1212 Plasencia A. et al. Methods, information sources and algorithms for the analysis of symptoms and support to the Parkinson disease patients. Procedia Computer Science. 2021;186:564-554. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.procs.2021.04.175
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,1313 Muthumanickam S, Gayathri J, Eunice Daphne. Parkinson’s Disease Detection And Classification Using Machine Learning And Deep Learning Algorithms – A Survey. International Journal of Engineering Science Invention (IJESI). 2018;7(5):56–63..

A não aderência terapêutica provoca repercussões negativas para o indivíduo, que influenciam em fatores socioeconômicos, transformando-se em um problema de saúde pública, uma vez que leva ao aumento da necessidade de internações hospitalares, prejudica a qualidade de vida e influencia na morbimortalidade dessa população1414 Monterroso LEP, Sá LO, Joaquim NMT. Adherence to the therapeutic medication and biopsychosocial aspects of elderly integrated in the home-based longterm care. Revista Gaúcha de Enfermagem. 2017;38(3):9-16. Disponível em: doi: http://dx.doi.org/10.1590/1983- 1447.2017.03.56234
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,1515 Valldeoriola F, Coronell C, Pont C, Buongiorno MT, Câmara A, Gaig C, Compta Y. Socio-demographic and clinical factors influencing the adherence to treatment in Parkinson’s disease: the ADHESON study. 2011;18(7):980-87. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1468-1331.2010.03320.x
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.

Entretanto, ainda existe uma lacuna de informações na literatura a respeito da temática, sendo necessários estudos que possam prover mais informações à comunidade científica, a respeito das repercussões negativas da baixa adesão terapêutica por parte dos pacientes com DP. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo identificar os fatores associados à adesão terapêutica ao uso de antiparkinsonianos em pessoas idosas por meio de uma revisão integrativa da literatura.

MÉTODO

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, a qual permite a busca, síntese e análise crítica do conhecimento científico sobre determinado tema ou questão norteadora, contribuindo para a prática baseada em evidências1616 Sousa LMM, Marques-Vieira C, Severino S, AntunesV. Metodologia de Revisão Integrativa da Literatura em Enfermagem. Rev Invest Enferm. 2017;21(2):17-26. Disponível em: https://www.researchgate.net/ publication/321319742_Metodologia_de_Revisao_Integrativa_da_Literatura_em _Enfermagem.

Para a realização deste estudo foram seguidas seis etapas metodológicas conforme são descritas a seguir: 1- identificação do tema e seleção da questão norteadora; 2- estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão dos estudos; 3- definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados e categorização desses; 4- avaliação metodológica dos estudos incluídos; 5- interpretação dos resultados; 6- apresentação da revisão e síntese do conhecimento.

Para orientar a pesquisa, na primeira etapa foi formulada a seguinte questão norteadora: Quais são os fatores relacionados à adesão ao uso de antiparkinsonianos em pessoas idosas com Doença de Parkinson?

Em seguida, foi realizada seleção dos artigos, entre agosto e setembro de 2021 por meio de busca, no portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Por meio desse, foi realizada uma busca simultânea de estudos relevantes nas bases de dados científicos: MEDLINE (Literatura Internacional em Ciências da Saúde) – via Pubmed (U.S. National Library of Medicine), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Também foram consultadas as bases Web of Science e Scopus. As duas últimas bases de dados, as quais eram de acesso restrito, foram acessadas de maneira gratuita via acesso Comunidade Acadêmica Federada (CAFe) da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) usando o portal Periódicos Capes. Por fim, buscou-se complementar o levantamento com busca manual (handsearching) nas citações dos estudos primários identificados.

Os critérios de inclusão foram: artigos originais primários (estudos transversais, coortes, caso-controles) e literatura não publicada como resumos de congresso e documentos técnicos, que tratassem sobre os fatores associados à adesão ao uso de antiparkinsonianos em idosos (critério idade ≥60 anos), com Doença de Parkinson, disponibilizados nos idiomas português, inglês ou espanhol. Não houve restrição quanto ao desenho de estudo e o tempo de publicação. As referências dos artigos selecionados foram consideradas para inclusão (estratégia de “busca reversa”). As buscas dos estudos, seleção, extração e análise dos dados foram realizadas por dois pesquisadores independentes. Visando reduzir possíveis erros de busca, avaliação, análise e interpretação dos estudos diante das dúvidas que surgiram do processo de revisão, um terceiro revisor foi consultado para solucioná-las e para validar a listagem final.

Como critérios de exclusão, foram desconsiderados artigos que não contemplavam o tema, presença de outras síndromes parkinsonianas, outros doenças neurológicas, ausência de definição de idade dos sujeitos do estudos, estudos repetidos em bases de dados, publicações não disponíveis na íntegra ou cujos resultados ainda não foram publicados, revisão integrativa ou sistemática, carta ao editor, estudo reflexivo, relato de experiência.

Para a busca dos artigos foram utilizados descritores indexados aos Descritores em Ciência da Saúde (DeCS) – “Adesão à medicação”, “Cooperação e adesão ao tratamento” e “Antiparkinsonianos” e “Doença de Parkinson” e ao Medical Subject Headings (MeSH) – “Medication Adherence” or “Treatment Adherence and Compliance ” and “Antiparkinson Agents” and “Parkinson” or “Parkinson disease”. O cruzamento desses descritores ocorreu através dos operadores booleanos AND e OR. O quadro 1 apresenta as estratégias de busca.

Quadro 1
Bases de dados consultadas dos artigos que compuseram a amostra do estudo. Recife, PE, 2022.

A presente revisão integrativa foi cadastrada no sistema OSF Registres, cujo número de protocolo é 10.17605/OSF.IO/SK3RE. Para extração dos dados, realizou-se uma segunda leitura na íntegra desses cinco artigos selecionados, que foram organizados em tabelas, considerando os seguintes tópicos: título e ano da publicação, autores e nome do periódico; objetivo, tipo de estudo/método, resultados e nível de evidência.

Para análise metodológica dos artigos incluídos, foi aplicado um instrumento que possibilitara a avaliação de diferentes desenhos de estudo: 1) instrumento adaptado do Critical Appraisal Skill Programme (CASP). O CASP original contempla oito ferramentas específicas de avaliação para diferentes delineamentos de estudos como revisões, coortes, estudos transversais, ensaios clínicos, entre outros. Nesta revisão utilizou-se um instrumento adaptado do CASP que contempla 10 itens a serem pontuados: 1) objetivo claro e justificado; 2) metodologia adequada; 3) apresentação e discussão dos procedimentos teóricos e metodológicos; 4) seleção adequada da amostra; 5) coleta de dados detalhada; 6) relação entre pesquisador e pesquisados; 7) aspectos éticos preservados; 8) análise de dados rigorosa e fundamentada; 9) apresentação e discussão dos resultados e 10) contribuições, limitações e indicações de novas questões de pesquisa. Para cada item foi atribuído o valor 0 (zero) ou 1 (um), sendo o resultado final a soma das pontuações, cujo escore máximo é de 10 pontos. Os artigos selecionados foram classificados conforme as pontuações: nível A – 6 a 10 pontos (boa qualidade metodológica e viés reduzido) ou nível B – no mínimo 5 pontos (qualidade metodológica satisfatória, porém com risco de viés aumentado)1717 Critical Appraisal Skills Programme. CASP make sense of evidence. 10 questions to help you make sense of qualitative research [Internet]. [unknown place]: CASP; 2017 [acesso em 21 jan. 2022]. Disponível em: http://media.wix.com/ugd/dded87_25658615020e427da194a325e7773d42.pdf
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.

Os estudos foram classificados de acordo com o nível de evidência com base na classificação proposta pelo Oxford Centre for Evidence-Based Medicine (2009)1818 Oxford Centre for Evidence-Based Medicine. Levels of evidence. Oxford; CEBM; 2009. Disponível em: http://www.cebm.net/oxford-centre-evidence-basedmedicine-levels-evidence-march-2009/.
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, composto por cinco níveis hierárquicos de evidência por tipo de estudo, conforme descrito a seguir: 1a. Revisão sistemática (com homogeneidade) de ensaios clínicos controlados randomizados (ECCR). 1b. ECCR com intervalo de confiança (IC) estreito. 1c. Resultados terapêuticos do tipo “tudo ou nada”. 2a. Revisão sistemática (com homogeneidade) de estudos de coorte. 2b. Estudo de coorte individual (incluindo ECCR de menor qualidade, por exemplo, acompanhamento abaixo de 80%). 2c. Resultados de pesquisa (observação de resultados terapêuticos ou evolução clínica); Estudos ecológicos. 3a. Revisão sistemática (com homogeneidade) de estudos caso-controle. 3b. Estudo caso-controle individual. 4. Relato de casos (incluindo coorte ou caso-controle de menor qualidade). 5. Opinião de especialistas sem avaliação crítica explícita, estudos de fisiologia, pesquisas de bancada e “first principles”. Para sumarização dos fatores associados foi considerado o percentual de estudos cuja análise intergrupo, associação ou correlação foi significativa para o desfecho esperado.

RESULTADOS

Foram identificados 460 estudos nas bases de dados pesquisada, sendo removidos (n=11) por estarem duplicados, resultando em 449 estudos para avaliação. Após a análise do título e do resumo de cada estudo, 418 foram removidos por não se enquadrarem a respeito da temática e/ou objetivos e critérios de inclusão do estudo. Em seguida, foram excluídos outros 8, por não estarem disponíveis na íntegra. Dessa forma, 23 estudos foram selecionados para a leitura completa, dos quais 18 foram eliminados por não contemplarem os critérios de elegibilidade, por fim, a amostra foi composta por 5 estudos (Figura 1).

Figura 1
Fluxograma do processo de busca, etapas de seleção e motivos de exclusão dos estudos selecionados para a revisão integrativa. Recife, PE, 2022.

Na presente revisão integrativa foram analisados cinco estudos que atenderam aos critérios de seleção estabelecidos previamente e compuseram a amostra final. Todos os artigos foram publicados em língua inglesa, em periódicos internacionais e entre o período de 2011 e 2020. Os locais de estudo compreenderam três países Europeus (80%), Espanha, Alemanha e Eslováquia e um (20%) nos Estados Unidos da América. Os objetivos dos artigos contemplam a questão da pesquisa e as metodologias utilizadas foram de abordagem quantitativa.

Todos os estudos foram classificados como nível A em qualidade metodológica mediante instrumento adaptado do CASP. Os artigos selecionados abordaram os principais temas: a) grau de adesão a medicação antiparkinsoniana e b) fatores relacionados a boa adesão e baixa adesão em pacientes com DP. Os principais elementos enumerados foram: idade; cognição; sintomas não motores; polifarmácia, e dados sociodemográficos: sexo; renda; estado civil, escolaridade; cor e etnia.

A Tabela 1 apresenta um panorama das características dos estudos incluídos nesta revisão, considerando os seguintes itens: autor, ano de publicação, local do estudo, periódico, objetivo, delineamento da pesquisa, amostra, e grau de adesão.

Na Tabela 2, está descrita o autor, ano, métodos de avaliação da adesão da DP e os fatores associados à adesão e a não adesão à farmacoterapia antiparkinsoniana. Sexo masculino, presença de sintomas não motores, maior número de fármacos e comprometimento cognitivo foram os fatores associados à não adesão medicamentosa presentes em mais de um estudo.

Tabela 1
Principais características dos estudos incluídos na revisão integrativa. Recife, PE, 2022.
Tabela 2
Categorização dos estudos, autor, ano, instrumentos de avaliação e fatores associados à adesão e não adesão à terapêutica antiparkinsoniana em idosos. Recife, PE, 2022.

DISCUSSÃO

A atual revisão integrativa identificou maior prevalência de boa adesão terapêutica em dois estudos1515 Valldeoriola F, Coronell C, Pont C, Buongiorno MT, Câmara A, Gaig C, Compta Y. Socio-demographic and clinical factors influencing the adherence to treatment in Parkinson’s disease: the ADHESON study. 2011;18(7):980-87. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1468-1331.2010.03320.x
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,1919 Wei YJ, Palumbo FB, Simoni-Wastila L, Shulman LM, Stuart B, Beardsley R, Brown C. Antiparkinson drug use and adherence in medicare part D beneficiaries with Parkinson's disease. Clin Ther. 2013;35(10):1513-1525. Disponível em: DOI: 10.1016/j.clinthera.2013.09.001, entretanto três trabalhos2020 Straka I.; Minár M.; Škorvánek M.; Grofik M.; Danterová K.; Benetin J.; Kurca E; Gažová A.; Boleková V.; Wyman-Chick KA; et al. Adherence to Pharmacotherapy in Patients With Parkinson's Disease Taking Three and More Daily Doses of Medication. Frontiers in neurology. 2019; (10) 799. Disponível em: doi: 10.3389 / fneur.2019.00799

21 Mendorf S, Witte OW, Grosskreutz J, Zipprich HM, Prell T. What Predicts Different Kinds of Nonadherent Behavior in Elderly People With Parkinson’s Disease? Front. Med. 2020,7:103. Disponível em: doi: 10.3389/fmed.2020.00103
-2222 Zipprich, H.M.; Mendorf, S.; Lehmann, T.; Prell, T. Self-Reported Nonadherence to Medication Is Not Associated with Health-Related Quality of Life in Parkinson’s Disease. Brain Sci. 2021, 11, 273. https://doi.org/10.3390/brainsci11020273
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identificaram predomínio de moderada aderência, seguido de baixa adesão, cujos percentuais variaram de 10 a 93% naqueles com maior adesão, 36,3% a 66,4% naqueles com moderada adesão e 6,3 a 36% nos resultados de menor adesão. Dentre os fatores associados à adesão terapêutica, aspectos sociodemográficos, clínicos e mentais foram mais citados em pessoas idosas com doença de Parkinson.

A produção de artigos relacionados a essa temática com as pessoas idosas no Brasil, mostra-se escassa. Evidenciou-se predominância de estudos publicados por pesquisadores europeus. Tal lacuna, destaca a necessidade de mais pesquisas com a população brasileira.

A adesão a terapêutica é influenciada por múltiplos fatores tanto na população idosa, quanto em pacientes com doença de Parkinson2323 Oliveira GL, Lula-Barros DS, Silva SLM, Leite SN. Fatores relacionados à adesão ao tratamento sob a perspectiva da pessoa idosa. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2020;23(4):e200160. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-22562020023.200160
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,2424 Prell T, Schaller D, Perner C, Franke GH, Witte OW, Kunze A, et al. Comparison of anonymous versus nonanonymous responses to a medication adherence questionnaire in patients with Parkinson’s disease. Patient Prefer Adherence. (2019) 13:151–5. doi: 10.2147/PPA.S1 86732. A farmacoterapia no público com DP é muitas vezes abaixo do ideal, e a não adesão é afetada por várias circunstâncias, como estágio da doença, complicações motoras, complexidade do horário e a presença um quadro depressivo2525 Durand H, Hayes P, Morrissey EC, et al. Medication adherence among patients with apparent treatment-resistant hypertension: systematic review and meta-analysis. J Hypertens. 2017;35(12):2346–2357. Um estudo realizado com 27 indivíduos em um serviço de referência no atendimento geriátrico e gerontológico, identificou uma baixa adesão a medicação em 79% das pessoas idosas2323 Oliveira GL, Lula-Barros DS, Silva SLM, Leite SN. Fatores relacionados à adesão ao tratamento sob a perspectiva da pessoa idosa. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2020;23(4):e200160. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-22562020023.200160
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. Outro trabalho (n=80 idosos), encontrou 16% dos pacientes totalmente aderentes e 25,9% não aderentes2424 Prell T, Schaller D, Perner C, Franke GH, Witte OW, Kunze A, et al. Comparison of anonymous versus nonanonymous responses to a medication adherence questionnaire in patients with Parkinson’s disease. Patient Prefer Adherence. (2019) 13:151–5. doi: 10.2147/PPA.S1 86732.

A menor adesão foi associada ao sexo masculino2020 Straka I.; Minár M.; Škorvánek M.; Grofik M.; Danterová K.; Benetin J.; Kurca E; Gažová A.; Boleková V.; Wyman-Chick KA; et al. Adherence to Pharmacotherapy in Patients With Parkinson's Disease Taking Three and More Daily Doses of Medication. Frontiers in neurology. 2019; (10) 799. Disponível em: doi: 10.3389 / fneur.2019.00799,2222 Zipprich, H.M.; Mendorf, S.; Lehmann, T.; Prell, T. Self-Reported Nonadherence to Medication Is Not Associated with Health-Related Quality of Life in Parkinson’s Disease. Brain Sci. 2021, 11, 273. https://doi.org/10.3390/brainsci11020273
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, corroborando com os achados de Weyn et al.2626 Weyn GC, Breda D, Faria MQG, Rauber R. Variáveis inerentes ao idoso influenciando na adesão medicamentosa em uma Unidade Básica de Saúde de Cascavel - PR. EACAD [Internet]. 1º de setembro de 2022 [citado 19º de novembro de 2022];3(3):e0233271. Disponível em: https://eacademica.org/eacademica/article/view/271, no qual homens representam 34% no grupo dos potenciais não aderentes a medicação, revelando que o sexo masculino, além de comparecer menos ao serviço de saúde, não possui um cuidado para a tomada das medicações da maneira correta, sendo considerado um fator de risco.

Em se tratando de idade, um estudo1919 Wei YJ, Palumbo FB, Simoni-Wastila L, Shulman LM, Stuart B, Beardsley R, Brown C. Antiparkinson drug use and adherence in medicare part D beneficiaries with Parkinson's disease. Clin Ther. 2013;35(10):1513-1525. Disponível em: DOI: 10.1016/j.clinthera.2013.09.001 da presente revisão aponta a idade mais avançada associada a menor adesão. Tavares et al.2727 Tavares DMS, Guimarães MO, Ferreira PCS, Dias FA, Martins NPF, Rodrigues LR. Qualidade de vida e adesão ao tratamento farmacológico entre idosos hipertensos. Rev Bras Enferm 2016;69(01):134-41. https://doi.org/10.1590/0034-7167.2016690118i
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evidenciaram em seus achados, que indivíduos idosos menos longevos apresentam menor adesão ao tratamento, não havendo diferença significativa entre o sexo masculino e feminino. Resultados semelhantes foram destacados em outro estudo no qual homens com idade entre 60 e 79 anos e negros apresentaram menor adesão a terapêutica2828 Girotto E, Andrade SM, Cabrera MA, Matsuo T. Adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico e fatores associados na atenção primária da hipertensão arterial. Cienc Saude Coletiva. 2013;18(6):1763-72. DOI:10.1590/S1413-81232013001400027. Essa correlação pode ser explicada pelo fato de idosos mais jovens terem menor suporte familiar e presença de cuidadores no tocante a oferta da terapêutica medicamentosa, quando comparado àqueles idosos mais longevos com maior deficit cognitivo2929 Aiolfi CR, Alvarenga MRM, Moura CS, Renovato RD. Adesão ao uso de medicamentos entre idosos hipertensos. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2015;18(2):397-404..

Entretanto, o deficit cognitivo e idade mais avançada são considerados fatores de risco para não adesão à terapêutica, em virtude do aumento de comorbidades atreladas ao envelhecimento, como a modificações da memória, atenção e concentração inerentes ao declínio cognitivo3030 Tavares NUL, Bertoldi AD, Thumé E, Facchini LA, de França GVA, Mengue SS. Fatores associados à baixa adesão à medicação em idosos. Rev Saúde Pública. 2013;47(6):1092-101 disponivel em: https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2013047004834
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No que concerne a não adesão ao tratamento medicamentoso relacionada, à cor de pele, uma maior prevalência de abandono ao tratamento foi relatada em pessoas não brancas. Esse achado pode ser relacionado a características socioeconômicas de baixa renda familiar, baixa escolaridade e menor acesso aos serviços de saúde3131 Barreto MDS, Cremonese IZ, Janeiro V, Matsuda LM, Marcon SS.Prevalência de não adesão à farmacoterapia anti-hipertensiva e fatores associados. Revista Brasileira de Enfermagem. 2015;68(1):60-67. https://doi.org/10.1590/0034-7167.2015680109p
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.

Muniz et al.3232 Muniz, ECS., Goulart, FC, Lazarini, CA, Marin, MJS. Análise do uso de medicamentos por idosos usuários de plano de saúde suplementar. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. 2017;20(3):375-387. https://doi.org/10.1590/1981-22562017020.160111
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, destacam que a não adesão à terapia medicamentosa decorre de fatores associados ao deficit cognitivo, redução da independência do idoso, baixa escolaridade, a existência de comorbidades e associação à polifarmácia, o que aumenta o risco de efeitos adversos e interação medicamentosa.

Em se tratando de nível educacional, a baixa escolaridade esteve associada a menor adesão2121 Mendorf S, Witte OW, Grosskreutz J, Zipprich HM, Prell T. What Predicts Different Kinds of Nonadherent Behavior in Elderly People With Parkinson’s Disease? Front. Med. 2020,7:103. Disponível em: doi: 10.3389/fmed.2020.00103. O que corrobora com os achados de Mendorf et al.3333 Mendorf S, Witte OW, Grosskreutz J, Zipprich HM, Prell T. What Predicts Different Kinds of Nonadherent Behavior in Elderly People With Parkinson's Disease? Front Med (Lausanne). 2020 Mar 25;7:103. doi: 10.3389/fmed.2020.00103. PMID: 32269998; PMCID: PMC7109286., que afirma que a menor escolaridade estava associada principalmente à mudança da medicação e ao menor conhecimento sobre ela, entretanto, sem associação com os esquecimentos.

Variável sociodemográfica de maior renda se correlacionou positivamente com a adesão à terapia antiparkinsoniana1919 Wei YJ, Palumbo FB, Simoni-Wastila L, Shulman LM, Stuart B, Beardsley R, Brown C. Antiparkinson drug use and adherence in medicare part D beneficiaries with Parkinson's disease. Clin Ther. 2013;35(10):1513-1525. Disponível em: DOI: 10.1016/j.clinthera.2013.09.001, ao passo que indivíduos de baixa renda eram menos propensos a aderir à terapêutica3434 Wei YJ, Palumbo FB, Simoni-Wastila L, Shulman LM, Stuart B, Beardsley R, Brown C. Antiparkinson drug use and adherence in medicare part D beneficiaries with Parkinson's disease. Clin Ther. 2013 Oct;35(10):1513-1525.e1. doi: 10.1016/j.clinthera.2013.09.001. PMID: 24139423.. O aspecto econômico é importante quando se refere à adesão do tratamento e diminuição dos sinais e sintomas. A DP gera limitações físicas e cognitivas que podem levar esses indivíduos ao afastamento de sua atividade profissional, acarretando perdas econômicas individuais e familiares. Além disso, o gasto com consultas, internações, medicamentos e alimentação também tende a aumentar, afetando diretamente no tratamento e evolução da doença3535 Marchi KC, Chagas MH, Tumas V, MIASSO AI; CRIPPA JA.; TIRAPELI CR. Adesão à medicação em pacientes com doença de Parkinson atendidos em ambulatório especializado. Ciênc. saúde coletiva. 2013;18(3):855-862. https://doi.org/10.1590/S1413-81232013000300031
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Conforme evidenciado no presente estudo, maior número de medicações esteve associada a menor adesão1919 Wei YJ, Palumbo FB, Simoni-Wastila L, Shulman LM, Stuart B, Beardsley R, Brown C. Antiparkinson drug use and adherence in medicare part D beneficiaries with Parkinson's disease. Clin Ther. 2013;35(10):1513-1525. Disponível em: DOI: 10.1016/j.clinthera.2013.09.001,2121 Mendorf S, Witte OW, Grosskreutz J, Zipprich HM, Prell T. What Predicts Different Kinds of Nonadherent Behavior in Elderly People With Parkinson’s Disease? Front. Med. 2020,7:103. Disponível em: doi: 10.3389/fmed.2020.00103,2222 Zipprich, H.M.; Mendorf, S.; Lehmann, T.; Prell, T. Self-Reported Nonadherence to Medication Is Not Associated with Health-Related Quality of Life in Parkinson’s Disease. Brain Sci. 2021, 11, 273. https://doi.org/10.3390/brainsci11020273
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. Grosset et al.3636 Grosset D, Antonini A, Canesi M, Pezzoli G, Lees A, Shaw K, Cubo E, Martinez-Martin P, Rascol O, Negre-Pages L, Senard A, Schwarz J, Strecker K, Reichmann H, Storch A, Löhle M, Stocchi F, Grosset K. Adherence to antiparkinson medication in a multicenter European study. Mov Disord. 2009 Apr 30;24(6):826-32. doi: 10.1002/mds.22112. PMID: 19191340., identificou que a adesão geral e a adesão ao tempo foram significativamente maiores para medicamentos prescritos uma vez ao dia do que os indicados com maior frequência diária. Quando avaliada a prescrição de agonistas de dopamina uma vez ao dia versus três vezes ao dia demonstrou-se que pacientes tomando mais medicamentos tiveram pior adesão diária tanto para a medicação para DP sozinha (P=0,007) quanto para todas as medicações combinadas (P=0,01).

Os fatores associados positivamente com a adesão1515 Valldeoriola F, Coronell C, Pont C, Buongiorno MT, Câmara A, Gaig C, Compta Y. Socio-demographic and clinical factors influencing the adherence to treatment in Parkinson’s disease: the ADHESON study. 2011;18(7):980-87. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1468-1331.2010.03320.x
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também foram descritos por Almeida et al.3737 Almeida NA, Reiners AAO, Azevedo RCS, Silva AMC, Cardoso JDC, Souza LC. Prevalência e fatores associados à polifarmácia entre os idosos residentes na comunidade. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2017;20(1):143-53. https://doi.org/10.1590/1981-22562017020.160086
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e Nunes et al.3838 Nunes SFL, Alvarez AM, Valcarenghi RV, Hammerschmidt KSA, Baptista R. Adaptação dos Familiares Cuidadores de Idosos com Doença de Parkinson: Processo de Transição. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 2019; 35 e35nspe4., os quais afirmam que pacientes que tinham companheiros apresentavam uma adesão maior ao tratamento quando comparados aos idosos que viviam sozinhos ou eram viúvos. É citado na literatura a presença de um companheiro e a participação de uma rede de apoio ativa é fundamental para a resolução das problemáticas que se desenvolvem durante o processo vivência da DP, e muitas vezes o papel de cuidador é assumido pelo próprio cônjuge, que poderá contribuir poderá contribuir no auxílio na administração de medicamentos e também no acompanhamento aos serviços de saúde.

Com relação a variável depressão, também é considerada um fator que interfere na adesão do paciente à sua terapia, principalmente por estar diretamente envolvida com a progressão dos sintomas físicos da doença, declínio cognitivo, diminuição da capacidade de autocuidado e piora na qualidade de vida3838 Nunes SFL, Alvarez AM, Valcarenghi RV, Hammerschmidt KSA, Baptista R. Adaptação dos Familiares Cuidadores de Idosos com Doença de Parkinson: Processo de Transição. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 2019; 35 e35nspe4.. Porém não foi encontrada relação entre a adesão do paciente ao tratamento e a presença de sintomas depressivos (p>0,05) quando correlacionado os resultados do teste de Morisky e Green e o instrumento IAAFTR com os observados na GDS-15 utilizada no trabalho citado3939 Dobkin RD, Allen LA, Menza M, A Cognitive-Behavioral Treatment Package for Depression in Parkinson's Disease. Psychosomatics. 2006;47(3):259-263.

Conforme destacado na presente revisão1515 Valldeoriola F, Coronell C, Pont C, Buongiorno MT, Câmara A, Gaig C, Compta Y. Socio-demographic and clinical factors influencing the adherence to treatment in Parkinson’s disease: the ADHESON study. 2011;18(7):980-87. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1468-1331.2010.03320.x
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,2020 Straka I.; Minár M.; Škorvánek M.; Grofik M.; Danterová K.; Benetin J.; Kurca E; Gažová A.; Boleková V.; Wyman-Chick KA; et al. Adherence to Pharmacotherapy in Patients With Parkinson's Disease Taking Three and More Daily Doses of Medication. Frontiers in neurology. 2019; (10) 799. Disponível em: doi: 10.3389 / fneur.2019.00799

21 Mendorf S, Witte OW, Grosskreutz J, Zipprich HM, Prell T. What Predicts Different Kinds of Nonadherent Behavior in Elderly People With Parkinson’s Disease? Front. Med. 2020,7:103. Disponível em: doi: 10.3389/fmed.2020.00103
-2222 Zipprich, H.M.; Mendorf, S.; Lehmann, T.; Prell, T. Self-Reported Nonadherence to Medication Is Not Associated with Health-Related Quality of Life in Parkinson’s Disease. Brain Sci. 2021, 11, 273. https://doi.org/10.3390/brainsci11020273
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, a Escala de Morisky-Green e a pontuação de conformidade alemã (SAMS), foram os instrumentos mais utilizados para avaliação da adesão. A literatura cita que os métodos mais comumente empregados na literatura incluem, entrevista, contagem de comprimidos, controle da dispensação de fármacos, monitorização terapêutica, questionários semiestruturados, autoavaliação, entre outros. Fato que constitui um desafio para a comparação dos resultados encontrados4040 Obreli-Neto PR, Baldoni AO, Guidoni CM, Bergamini D, Hernandes LC, Luz RT, et al. Método de avaliação de adesão à farmacoterapia. Rev Bras Farm. 2012;93(4):403-10..

A respeito das consequências da prática de não adesão a terapêutica medicamentosa, estão inclusas: falta de controle das doenças, maior risco de hospitalizações e aumento na mortalidade, levando a repercussões clínicas, sociais e econômicas4141 Lutz BH, Miranda VIA, Bertoldi AD. Inadequação do uso de medicamentos entre idosos em Pelotas, RS. Rev Saúde Pública. 2017;51:1-12..

A síntese dos estudos analisados indica que a adesão a terapêutica antiparkinsoniana apresenta dimensões multifatoriais. Nesse sentido, é relevante a identificação prévia e a compreensão dos fatores discutidos acima, visto que, são suscetíveis de intervenções, mediante a criação de políticas públicas e planejamento estratégico e resolutivo que impliquem em intervenções em serviços de saúde, com a criação de políticas públicas voltadas para atenção ao cuidado terapêutico nesses indivíduos, a fim de contribuir para diminuição de complicações, favorecer o aumento de adesão e melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa e para a garantia de um envelhecimento ativo e saudável.

No tocante as limitações encontradas nesta revisão integrativa, ressalta-se a insuficiência de estudos do tipo longitudinais que abordam a DP no idoso brasileiro, bem como os fatores que interferem em sua adesão. Enfatiza-se a falta da padronização dos instrumentos de avaliação dos fatores associados a adesão que podem influenciar na interpretação dos resultados. Além disso, a inclusão de autorrelato como ferramenta de avaliação da adesão é passível a risco de superestimar os resultados, em consequência dos problemas de memória nessa população idosa4242 Lehmann A, Aslani P, Ahmed R, Celio J, Gauchet A, Bedouch P, et al. Assessing medication adherence: options to consider. Int J Clin Pharm. 2014;36(1):55-69. Disponível em DOI: https://doi.org/10.1007/s11096-013-9865-
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. Todavia, destaca-se que os instrumentos utilizados em artigos que avaliaram a adesão são validados internacionalmente. Recomenda-se que sejam realizadas pesquisas futuras que incluam à inserção de intervenções relacionadas a adesão em idosos com Doença de Parkinson.

CONCLUSÃO

A análise dos resultados desta revisão integrativa aponta quais os fatores que contribuem para uma maior ou menor adesão dos idosos à terapia antiparkinsoniana. Foram detalhados os motivos de uma adesão inadequada, na qual são descritos: o baixo nível de escolaridade, uso simultâneo de várias medicações, comorbidades, idade mais avançada, deficit cognitivo, presença de depressão e sintomas não motores. Entre os principais fatores associados à melhor adesão destacam-se: idade de jovem, maior nível de conhecimento sobre a doença e bom controle clínico dessa ausência de mudanças no regime terapêutico, cor branca, maior renda, a presença da família ou de um companheiro foi considerado um importante fator de adesão a terapia medicamentosa. Pacientes com maior nível de instrução são mais suscetíveis a apresentar condutas favoráveis a adesão positiva. Apesar dos estudos incluídos divergirem quanto ao grau de adesão na população estudada, foi verificado um número considerável com moderada a baixa adesão à terapêutica medicamentosa, em três trabalhos, cujos percentuais variaram de 36,3% a 66,4% naqueles com moderada adesão e 6,3 a 36% nos resultados de menor adesão.

Ademais, as informações listadas neste estudo contribuem para subsidiar dados para a comunidade científica no que diz respeito aos fatores que facilitam e dificultam a adesão dos idosos à terapêutica antiparkinsoniana, aperfeiçoando debates e visando compreender melhor esse processo em pessoas idosas com Doença de Parkinson.

  • Não houve financiamento para a execução deste trabalho.

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Editado por

Editado por: Tamires Carneiro de Oliveira Mendes

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Fev 2023
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    15 Ago 2022
  • Aceito
    10 Jan 2023
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