Influência das ações dos profissionais de saúde na adaptação de pessoas idosas em domicílio após internamento por quedas: revisão integrativa

Resumo

Objetivo

Identificar como as ações dos profissionais de saúde para prevenção de quedas em pessoas idosas no contexto hospitalar e domiciliar, influenciaram na adaptação e continuidade do cuidado em domicíli

Método

Revisão integrativa com busca no portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); Biblioteca Scientific Electronic Library Online (SciELO); United States National Library of Medicine (PubMed); EBSCO, SCOPUS; e Web of Science, a partir dos descritores Medical Subject Heading: “Aged”, “Accidental Falls", “Patient Discharge”, “Discharge, Patient”, “Discharges, Patient”, “Patient Discharges”, “Discharge Planning”, “Discharge Plannings”, “Planning, Discharge”, “Plannings, Discharge. Foram selecionados artigos originais dos últimos cinco anos, sem restrição de idioma, disponíveis eletronicamente e que respondessem à questão de investigação. A busca e seleção dos artigos foram realizadas de forma independente e cega por dois revisores entre novembro e dezembro de 2022.

Resultados

Obteve-se como amostra final oito estudos. Seis foram realizados na Austrália, sete estavam no idioma inglês e o ano de 2019 obteve maior número de publicação. As ações para prevenção de quedas foram implementadas majoritariamente por fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais mediante educação em saúde e vídeos digitais para orientações relacionadas à modificação do domicílio. Essas reverberaram positivamente na motivação, engajamento e consciencialização da população idosa e seus cuidadores.

Conclusão

As ações dos profissionais de saúde possibilitaram maior engajamento para a continuidade do cuidado e controle do risco de quedas.

Palavras-Chave:
Idoso; Acidentes por Quedas; Hospitalização; Cuidado Transicional

Abstract

Objective

To identify how healthcare professionals' actions for fall prevention in elderly individuals in both the hospital and home settings influence adaptation and continuity of home-based care.

Method

An integrative review conducted with a search in the Virtual Health Library (VHL), the Scientific Electronic Library Online (SciELO), the United States National Library of Medicine (PubMed), EBSCO, SCOPUS, and Web of Science. The search used the following Medical Subject Headings (MeSH) terms: "Aged," "Accidental Falls," "Patient Discharge," "Discharge, Patient," "Discharges, Patient," "Patient Discharges," "Discharge Planning," "Discharge Plannings," "Planning, Discharge," and "Plannings, Discharge." Original articles from the past five years were selected, with no language restrictions, and that addressed the research question. Article search and selection were conducted independently and blind by two reviewers between November and December 2022.

Results

The final sample included eight studies. Six were conducted in Australia, seven were in the English language, and the year 2019 had the highest number of publications. Fall prevention actions were primarily implemented by physiotherapists and occupational therapists through health education and digital videos for guidance related to home modifications. These actions had a positive impact on the motivation, engagement, and awareness of the elderly population and their caregivers.

Conclusion

The actions of healthcare professionals facilitated greater engagement for the continuity of care and the control of fall risks.

Keywords
Elderly; Accidental Falls; Hospitalization; Transitional Care

INTRODUÇÃO

O repouso prolongado durante a internação, situação muito comum em fraturas ósseas decorrentes de quedas, predispõem ao desenvolvimento de lesões na pele, perda de massa e força muscular (sarcopenia), diminuição da capacidade funcional¹,² e transtornos emocionais³ que podem perdurar após a alta hospitalar e impactar de forma negativa na adaptação da pessoa idosa em domicílio.

Estudo⁴ que caracterizou as perspectivas dos idosos e seus cuidadores sobre as transições de cuidados, retratou bem o período de adaptação no domicílio após quedas quando, além das sequelas físicas, esses também se sentiram fragilizados emocionalmente. Fatores como a ptofobia e a despersonificação do corpo, por exemplo, colaboraram para a desistência de hobbies rotineiros e isolamento social⁴.

Convergente a isso, estudo na Austrália⁵ relatou as dificuldades vivenciadas por idosos após o internamento por quedas, identificando que esses não tiveram tempo suficiente para recomeçar suas atividades de forma gradativa e segura em casa, resultando em Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD) não atendidas. Esse momento de adaptação é difícil, com maior susceptibilidade a novas quedas⁶ e rehospitalizações precoces. Desta forma, identificar as dificuldades dessas pessoas ainda no contexto hospitalar e instruí-las mediante ações de educação em saúde, específicas para a continuidade do cuidado após a alta, podem melhorar significativamente a experiência de transição entre o hospital e o domicílio.

Os autores Meleis et al.⁷ ressaltaram que preparar as pessoas antecipadamente para a alta, orientá-las sobre o que esperar nesse momento de mudanças e, principalmente, identificar estratégias a serem utilizadas para superar as adversidades, são condições que facilitam a adaptação no lar.

Nos últimos cinco anos, 778.303 pessoas idosas tiveram internações em âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) decorrentes de quedas e, concomitante a isso, muito tem sido discutido sobre esse problema de saúde pública. Entretanto, grande parte das investigações se limitam a estudos de prevalência, taxa de mortalidade, entre outras questões. Essas informações são relevantes, contudo, ainda existe uma lacuna no conhecimento em relação à adaptação desse grupo etário em domicílio a fim de evitar novos episódios de queda e suas consequências.

Receber alta hospitalar e retornar para casa não significa que a foi contemplada em sua totalidade. Em suas residências, pessoas idosas estarão submersas em um ambiente repleto de dificuldades e/ou facilidades, que poderão tornar a adaptação eficaz ou não. Portanto, o objetivo deste estudo é identificar como as ações dos profissionais de saúde para prevenção de quedas em idosos no contexto hospitalar e domiciliar, influenciaram na adaptação e continuidade do cuidado em domicílio.

MÉTODO

Revisão Integrativa da literatura que organizou dados acerca das ações para prevenção de quedas realizadas por profissionais de saúde em âmbito hospitalar e domiciliar, e a influência dessas ações para a continuidade do cuidado. O protocolo desta revisão foi cadastrado no repositório Open Science Framework (OSF) sob o número 10.17605/OSF.IO/V5Q4G. Esse tipo de investigação é relevante em todas as áreas, em especial para a saúde, pois permite que o conhecimento sobre determinado tema seja sistematizado, analisado e apresentado de forma sucinta, possibilitando análises para direcionar a tomada de decisões, melhoria da prática clínica e identificação de lacunas no conhecimento para recomendação de outros estudos⁸.

Para esta revisão integrativa, seguiu-se seis etapas fundamentais: 1) Identificação do tema e seleção da questão de pesquisa que deve ser clara e específica para subsidiar um raciocínio teórico; 2) Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão para iniciar as buscas nas bases de dados, identificando artigos de interesse. Nessa etapa a seleção do material se inicia de forma ampla, e vai sendo lapidada no decorrer das buscas; 3) Seleção inicial do material com leitura criteriosa dos títulos, resumos, objetivos e palavras-chave. Em caso de dúvida, nessa etapa, deve ocorrer a leitura do artigo na íntegra; 4) Avaliação crítica dos estudos selecionados, levantando informações de interesse a partir do material coletado como: base de dados, periódico da publicação com seu fator de impacto, ano da publicação, autores, objetivo, desenho do estudo (método, tamanho da amostra, forma de análise, principais resultados de interesse para esta revisão); 5) Análise e interpretação dos resultados - interpretação e discussão dos dados após sua organização, identificação de lacunas e sugestão de pautas futuras; e 6) Apresentação da revisão/síntese do conhecimento - produção de um arcabouço literário em razão da síntese do conhecimento científico existente sobre a temática⁸. Para isso, este estudo adotou as diretrizes da rede EQUATOR e seguiu as recomendações da Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA)⁹.

Contemplando a primeira etapa, definiu-se a pergunta de investigação: “Quais as ações dos profissionais de saúde para prevenção de quedas em pessoas idosas visando adaptação no domicílio e continuidade do cuidado?” Essa foi construída seguindo a mnemônico População, Interesse e Contexto (PICo)¹⁰ conforme segue: P= Pessoas idosas que sofreram internação por quedas e retornaram ao domicílio, I= Ações dos profissionais de saúde para prevenção de quedas e o resultado dessas ações para adaptação em domicílio, C= Ambiente hospitalar e domiciliar.

Foram selecionados descritores a partir do Medical Subject Heading (MesH), combinados utilizando os operadores booleanos “AND” e “OR”, da seguinte forma: Aged AND “Accidental Falls" AND “Patient Discharge” OR “Discharge, Patient” OR “Discharges, Patient” OR “Patient Discharges” OR “Discharge Planning” OR “Discharge Plannings” OR “Planning, Discharge” OR “Plannings, Discharge” (Quadro 1). Durante as buscas, também foi acrescentado o descritor MesH “Social Adjustment”, que traz em sua nota de escopo a seguinte definição: “adaptação de uma pessoa ao ambiente social. O ajuste pode ocorrer por adaptação do indivíduo (self) ao ambiente ou por transformação do ambiente”. Atendendo, assim, a perspectiva de adaptação desejada para essa investigação. Contudo, essa combinação identificou artigos que fugiam do objetivo deste estudo, motivo pelo qual foi excluído. Além do mais, a maioria dos estudos selecionados para amostra adotaram a Palavra-Chave “Patient Discharge”.

Quadro 1
Detalhamento das estratégias de busca nas bases de dados

Base de dados	Estratégias de busca	Artigos obtidos
Portal Regional da BVS	((Aged)) AND ((Accidental Falls)) AND ((Patient Discharge)) OR ((Discharge, Patient)) OR ((Discharges, Patient)) OR ((Patient Discharges)) OR ((Discharge Planning)) OR ((Discharge Plannings)) OR ((Planning, Discharge))	21.169
PubMed	((((((((Aged[All Fields]) AND (Accidental Falls[All Fields])) AND (Patient Discharge[All Fields])) OR (Discharge, Patient[All Fields])) OR (Discharges, Patient[All Fields])) OR (Patient Discharges[All Fields])) OR (Discharge Planning[All Fields])) OR (Discharge Plannings[All Fields])) OR (Planning, Discharge[All Fields])	103.657
SciELO	(Aged) AND ("Accidental Falls”) AND ("Patient Discharge”) OR ("Discharge, Patient”) OR ("Discharges, Patient") OR ("Patient Discharges") OR ("Discharge Planning") OR ("Discharge Plannings") OR ("Planning, Discharge") OR ("Plannings, Discharge")	298
EBSCO	TX Aged AND TX "Accidental Falls" AND TX "Patient Discharge" OR TX "Discharge, Patient" OR TX "Discharges, Patient" OR "Patient Discharges" OR "Discharge Planning" OR "Discharge Plannings" OR "Planning, Discharge" OR "Plannings, Discharge"	47.705
Scopus	( TITLE-ABS-KEY ( ( aged ) ) AND TITLE-ABS-KEY ( 'accidental AND falls' ) AND TITLE-ABS-KEY ( 'patient AND discharge' ) OR TITLE-ABS-KEY ( 'discharge, AND patient' ) OR TITLE-ABS-KEY ( 'discharges, AND patient' ) OR TITLE-ABS-KEY ('patient AND discharges' ) OR TITLE-ABS-KEY ( 'discharge AND planning') OR TITLE-ABS-KEY ('discharge AND plannings') OR TITLE-ABS-KEY ('planning, AND discharge') OR TITLE-ABS-KEY ('plannings, AND discharge' ) )	258
Web Of Science	(((((((TS=(Aged)) AND TS= ("Accidental Falls ")) AND TS= ("Patient Discharge ")) OR TS=("Discharge, Patient ")) OR TS=("Discharges, Patient ")) OR TS=("Patient Discharges")) OR TS=("Discharge Planning ")) OR TS=("Discharge Plannings ")	3.381

As buscas foram realizadas de forma independente e cega por dois revisores entre novembro e dezembro de 2022 no Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Biblioteca Scientific Electronic Library Online (SciELO), United States National Library of Medicine (Pubmed), EBSCO, SCOPUS e Web of Science, via Portal de Periódicos da Capes, acesso CAFe.

Foram incluídos artigos originais dos últimos cinco anos, sem restrição de idioma, disponíveis eletronicamente em acesso aberto e que respondessem à questão de investigação. Os artigos duplicados nas bases de dados foram considerados apenas uma vez.

Para triagem dos títulos, resumos e objetivos dos estudos encontrados na seleção inicial, utilizou-se o software Intelligent Systematic Review – Rayyan¹¹.Os estudos selecionados com base nos critérios de elegibilidade foram organizados no Software Excel Microsoft Office 2016. O material foi lido na íntegra por ambos os revisores, que novamente observaram os critérios. As dúvidas e/ou discordâncias foram sanadas pelos dois revisores após consenso, sem a necessidade de um terceiro pesquisador.

A descrição das características dos estudos quanto ao título, autoria, ano das publicações, local de estudo, objetivo, ações dos profissionais de saúde para prevenção de quedas em idosos no contexto hospitalar e domiciliar e a influência dessas na adaptação e continuidade do cuidado em domicílio, foram organizadas em um quadro síntese. O fator de impacto dos periódicos que publicaram os artigos selecionados foi obtido mediante o Journal Citation Reports (JCR), dividindo-se o valor total de citações das investigações de um periódico pelo total de periódicos inseridos na base de dados do institute for Scientific information ¹².

Foram construídos dois quadros sinópticos para a organização e descrição qualitativa das informações de cada artigo selecionado (A01 a A08). Por se tratar de uma análise com dados secundários e de domínio público, não foi necessária a submissão e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com seres humanos. Direitos autorais foram respeitados conforme o decreto Nº 9.574/2018¹³, mantendo os princípios da integridade, clareza, precisão, objetividade e delimitação, para que os possibilitem melhorar os cuidados à população idosa após queda com internamento hospitalar. O protocolo do estudo foi seguido com rigor para assegurar a validade do mesmo. A extração e a análise dos dados dos estudos primários constituintes da amostra respeitaram a pesquisa e os resultados obtidos pelos outros investigadores. A síntese dos estudos ocorreu articulando-se elementos relacionados às ações dos profissionais para prevenções de quedas e a influência de tais ações.

Para análise do conteúdo discursivo dos estudos selecionados, seguiu-se as três fases da Análise de Conteúdo¹⁴: 1.pré-análise, 2.exploração do material e 3.tratamento dos resultados. Nas etapas 1 e 2 as informações foram organizadas em dois quadros sinópticos, constituindo o corpus da pesquisa. Para levantamento das ações dos profissionais e a influência dessas na adaptação e continuidade do cuidado em domicílio, respeitou-se a homogeneidade entre os temas encontrados. Na fase 3, realizou-se a inferência e interpretação dos resultados, articulando esses à Teoria das Transições da Dra. Afaf Ibrahim Meleis. Trata-se de uma teoria que discute processos transicionais, dentre eles transições situacionais e no processo saúde-doença, quando a pessoa tem o seu contexto modificado e influenciado por elementos que podem levar a uma transição saudável, com adaptação as novas circunstancias de vida, ou não.

RESULTADOS

Inicialmente foram identificados 176.468 artigos na literatura. Destes, 149.713 foram excluídos, pois não estavam em acesso aberto, de forma completa ou publicados nos últimos cinco anos; 26.711 investigações foram excluídas por abordarem conteúdos que não atendiam a temática; 12 investigações se tratavam de revisões da literatura e 24 estavam em duplicidade. Desta forma, oito artigos compuseram esta revisão conforme fluxograma prisma (figura 1).

Figura 1
Fluxograma da seleção dos estudos segundo o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and MetaAnalyses. Salvador, Bahia, Brasil, 2023.

Dos estudos selecionados um foi publicado em português¹⁵, os demais em inglês, e o periódico que obteve maior fator de impacto²⁰, foi o Plos med (Quadro 2).

Quadro 2
Características dos artigos selecionados de acordo com o identificador do artigo, base de dados, periódico e fator de impacto do periódico. Salvador, Bahia, Brasil, 2023.

Identificador do artigo	Base de dados	Periódico	Fator de impacto
A0115	Portal Regional da BVS	Rev. Enfer UERJ	Não encontrado
A0216	PubMed	Front. Public Health	6,461
A035	EBSCO	Health Soc. Care Community	2,395
A0417	PubMed	J. Gerontol. Ser. A-Biol. Sci. Med. Sci.	6,591
A0518	PubMed	J. Am. Geriatr. Soc.	7,538
A0619	Scopus	Med. Clin.	3,200
A0720	Scopus	PLos Med.	11,613
A0821	Web Of Science	Clin. Rehabil.	2,884

• Fonte: Os autores.

A maioria dos autores utilizou o método follow-up (Quadro 3) para prosseguir acompanhando as pessoas idosas após a alta hospitalar, com exceção do A01¹⁵ que foi uma Pesquisa Convergente Assistencial, onde o impacto e a magnitude das orientações para prevenção de quedas não foram descritos após retorno domiciliar. A despeito disso, essa publicação foi mantida pois, durante o internamento, intervenções como demonstração de mobilização no leito, reposicionamento do decúbito, alívio dos pontos de pressão e prevenção de luxação da prótese, primordiais para o processo de recuperação e adaptação após alta hospitalar, foram executadas.

Quadro 3
Características dos artigos quanto ao identificador do artigo, título, autoria, ano, objetivo, tipo de estudo e local, ações dos profissionais de saúde para prevenção de quedas de pessoas idosas, e influência das ações dos profissionais para adaptação no domicílio e continuidade do cuidado. Salvador, Bahia, Brasil, 2023.

Identificador do artigo/ Tipo do estudo/ Local	Título/Autor/ano/ objetivo	Ações dos profissionais de saúde para prevenção de quedas nas pessoas idosas	Influência das ações dos profissionais para adaptação da pessoa idosa no domicílio e continuidade do cuidado
A0115, Pesquisa Convergente Assistencial/ Brasil	Demandas de idosos hospitalizados pós-correção de fratura de fêmur proximal por queda/ Jacobi et al., 2019 Identificar as demandas dos idosos hospitalizados pós-correção de fratura de fêmur proximal por queda e de seus acompanhantes, e propor ações de educação em saúde.	a) Demonstração aos idosos e cuidadores sobre mobilizações no leito com ajuda do acompanhante. b) Reposicionamento do decúbito e alívio de pontos de pressão. c) Prevenção de luxação da prótese. d) Uso de dispositivos para auxílio da marcha. e) Utilização da cadeira e poltronas mais altas ao sentar. f) Orientações sobre adaptação da cama e vaso sanitários quando necessário. Profissional envolvido na ação: Enfermeira	a) Melhor adaptação e continuidade do cuidado. b) Sentimento de gratidão e motivação para a continuidade do cuidado. c) Maior segurança para retomar e realizar os cuidados no domicílio.
A0216, Investigação quantitativa a partir de dados de estudo randomizado controlado/ Austrália	Tailored Education Increased Capability and Motivation for Fall Prevention in Older People After Hospitalization/ Nesari et al., 2021 Medir o impacto da educação personalizada no nível de capacidade e motivação dos idosos para se engajar na prevenção de quedas durante 6 meses após a hospitalização.	a) Realização de exercícios seguros; b) Avaliação do risco doméstico para permitir o retorno gradual da independência. c) Utilizou o método follow- up d) Ligações mensais durante três meses Profissional envolvido na ação: Fisioterapeuta	a) Motivação para criar estratégias de prevenção de quedas após alta hospitalar.
A035, Estudo exploratório a partir de análise fenomenológica interpretativa/ Austrália	Perspectives of older adults regarding barriers and enablers to engaging in fall prevention activities after hospital Discharge/ Nesari et al., 2020. Explorar as perspectivas de idosos em relação às barreiras e facilitadores para o envolvimento em atividades de prevenção de quedas dentro de 6 meses após a alta hospitalar.	a) Educação personalizada sobre quedas e como preveni-las após a alta com apostilas e vídeos. b) Utilizou o método follow-up c) Ligações mensais durante três meses Profissional envolvido na ação: Fisioterapeuta e Terapeuta ocupacional	a) Aumento do conhecimento e consciencialização para implementar planos de prevenção de quedas após a alta. b) Facilidade e motivação para continuar se envolvendo em planos de ações para prevenção no domicílio. c) Participantes que tiveram apoio físico e social de profissionais de saúde, familiares ou cuidadores formais após a alta hospitalar, expressaram otimismo no gerenciamento de seus riscos de queda.
A0417, Estudo randomizado controlado simples-cego/ Austrália	Falls After Hospital Discharge: A Randomized Clinical Trial of Individualized Multimodal Falls Prevention Education/ HILL et al., 2019b Avaliar o efeito de fornecer um programa educacional de prevenção de quedas multimídia personalizado, além dos cuidados habituais, nas taxas de quedas nos 6 meses após a alta hospitalar	a) Educação personalizada para prevenção de quedas no domicílio após alta hospitalar. b) Discussões individuais com os idosos para adaptar as informações conforme as particularidades sociais e médicas. c) Desenvolvimento de um plano de ação documentado e orientado para a alta. d) Telefonemas mensais por três meses após a alta para reforçar a educação e modificar o plano se necessário. e) Utilizou o método follow-up f) Ligações mensais durante três meses Profissional envolvido na ação: Terapeuta ocupacional	a) Redução das quedas nos seis meses após a alta hospitalar.
A0518, Investigação quantitativa realizada com base em dados de estudo randomizado controlado/ Austrália	Evaluation of Tailored Falls Education on Older Adults' Behavior Following Hospitalization/ Naseri et al., 2019. Avaliar o efeito de um programa educacional personalizado fornecido no hospital sobre o envolvimento de idosos em estratégias de prevenção de quedas dentro de 6 meses após a alta hospitalar.	a) Educação em saúde utilizando apostilas, vídeos e discussões individuais. b) Após a alta hospitalar, uma vez por mês durante três meses, os idosos receberam telefonema para reforçar as informações e treinamentos obtidos durante o internamento, feedback e modificação do plano de ação conforme necessidade. c) Utilizou o método follow-up d) Ligações mensais durante três meses Profissional envolvido na ação: Fisioterapeuta	a) A ação não aumentou significativamente o engajamento dos idosos nas estratégias de prevenção de quedas dentro de 6 meses após a alta hospitalar.
A0619, Estudo experimental/ Espanha	Efectividad de una intervención educativa multidisciplinar en pacientes con fractura de fémur: estudio SWEET HOME/ Boli-Sanclemente et al., 2019 Avaliar a eficácia de uma intervenção educacional multidisciplinar em pacientes com Fratura de Fêmur para favorecer o retorno ao domicílio e diminuir as complicações hospitalares.	a) Educação do paciente idoso durante a internação e suporte após retorno domiciliar (apoio multimodal). b) Apoio multimodal c) Avaliação da casa e seu ambiente do ponto de vista da capacidade funcional. d) Após a alta, reforçar o treinamento recebido durante a internação. e) Suporte no processo de transição até retorno para atenção primária. f) Utilizou o método follow-up g) Cinco visitas domiciliares com periodicidade: 24 horas; sete dias; 14 dias; 30 dias e um ano após alta hospitalar Profissional envolvido na ação: Enfermeira	a) Empoderamento e autonomia dos pacientes idosos com fratura de fêmur junto a seus cuidadores. b) Aquisição de conhecimentos e habilidades necessárias para enfrentar a transição para o domicílio. c) Melhoria na mobilidade dos idosos e o desempenho cognitivo um ano após a alta hospitalar. d) Redução 35% da sobrecarga dos cuidadores de idosos hospitalizados por quedas.
A0720, Ensaio Clínico Randomizado Controlado/ Austrália	Evaluation of RESPOND, a patient-centred program to prevent falls in older people presenting to the emergency department with a fall: A randomised controlled trial/ Barker et al., 2019. Investigar a eficácia do RESPOND na redução de quedas e lesões causadas por quedas em idosos após apresentarem uma queda no pronto-socorro.	a) Intervenção presencial utilizando folhetos educativos para prevenção de quedas no domicílio após alta hospitalar. b) Telefonemas durante seis meses após o recrutamento para reforçar tais orientações. c) Utilizou o método follow-up d) Uma visita domiciliar e seis telefonemas Profissional envolvido na ação: Médico	a) Redução de quedas em idosos após retorno domiciliar.
A0821, Estudo Randomizado Controlado simples-cego/ Austrália	Predischarge home visits after hip fracture: a randomized controlled trial/ Lockwood et al., 2019 Investigar se visitas de avaliação domiciliar antes da alta hospitalar para pacientes em recuperação de fratura de quadril reduzem as quedas e previnem reinternações hospitalares, nos primeiros 30 dias e seis meses após a alta domiciliar.	a) Aplicação do instrumento (Home Falls and Accidents Screening Tool) para coletar informações do ambiente doméstico. b) Avaliação da mobilidade, autocuidado e a segurança no domicílio. c) Envolvimento dos familiares no processo de avaliação e planejamento da alta. d) Educação, aconselhamento e recomendações sobre equipamentos, adaptações domiciliares e serviços de apoio à comunidade. e) Identificar a capacidade para o gerenciamento de atividades no domicílio. f) Utilizou o método follow -up g) Visita domiciliar aos 30 dias e seis meses após alta hospitalar Profissional envolvido na ação: Fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais	a) Os participantes que receberam visita domiciliar antes da alta apresentaram níveis mais altos de independência funcional aos seis meses. b) As visitas domiciliares pré-alta foram associadas a uma redução no número de quedas nos 30 dias após a alta hospitalar.

• Fonte: Os autores.

Estudos realizados e publicados na Austrália somaram 75%⁵,¹⁶-¹⁸,²⁰,²¹ da amostra, enquanto 12,5%¹⁵ ocorreram no Brasil e 12,5%¹⁹ na Espanha, sendo que o ano de 2019 obteve maior número de publicação. Estes estudos destacaram ações importantes como: acompanhamento após a alta por meio de ligações telefônicas mensais durante três meses⁵,¹⁶-¹⁸, uma visita domiciliar e seis telefonemas durante seis meses²⁰, visita domiciliar aos 30 dias e seis meses após alta hospitalar²¹, e cinco visitas domiciliares com a seguinte periodicidade: 24 horas, sete dias, 14 dias, 30 dias e um ano após a alta¹⁹ (Quadro 3)

Dos estudos selecionados, a maioria dos autores foram fisioterapeutas¹⁶,¹⁸,²¹ e terapeutas ocupacionais⁵,¹⁷,¹⁸, que também estavam envolvidos na ação. As ações que prevaleceram foram avaliação e orientação para modificações do risco doméstico (Quadro 3).

DISCUSSÃO

Neste estudo observa-se que os cuidados transicionais, incluindo ações para prevenção de quedas em pessoas idosas, visando adaptação no domicílio e a continuidade do cuidado ainda é pouco explorado e difundido no Brasil. Isso gera preocupação diante do atual cenário epidemiológico desse agravo de saúde, tendo em vista que as quedas acidentais representaram 50,5% das morbidades que levaram as hospitalizações de pessoas idosas, conforme registro do Sistema Único de Saúde entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2023²².

Ao retornarem aos domicílios após internamento por quedas, essas pessoas podem apresentar dificuldades para a mobilidade, e ainda estarem com necessidade de dispositivos para auxiliar a marcha como bengalas e andadores, regressarem para a casa sozinhos¹⁶,¹⁸, estarem sob uso de polifarmácia (≥ quatro medicamentos), e de medicamentos psicotrópicos¹⁸. Esses contratempos diminuem a capacidade para o autocuidado, alimentação, gestão do regime medicamentoso⁵, recomeço gradativo e seguro das atividades rotineiras e, consequentemente, risco para uma transição insalubre, com prejuízo no desenvolvimento de confiança e enfrentamento. Podem ocorrer ainda como consequência da ptofobia, novas quedas, isolamento, reinternações, entre outras complicações.

Na Austrália, o cuidado para transição hospital domicílio de pessoas idosas parece estar bem consolidado, conforme os estudos analisados que foram realizados nesse país. Possivelmente, em virtude do programa Medicare²³ , um sistema governamental e universal, que oferece à população, entre outros serviços, o programa de prevenção de quedas - Stay on Your Feet ²⁴ , vinculado ao Departamento de Saúde da Austrália Ocidental²⁵.

Esse programa fornece informações e estratégias às pessoas idosas, familiares e profissionais de saúde, especificamente aos agentes comunitários em saúde (ACS) quanto às medidas de prevenção desse agravo, o que inclui identificação de fatores de risco como: alterações de mobilidade, gerenciamento de medicamentos e promoção de um ambiente doméstico seguro. Esses pontos são indispensáveis e podem ser trabalhados pelo ACS no domicílio de pessoas idosas para prevenção de quedas e de novos eventos, sendo as recomendações melhores acatadas, visto que o ACS tem vínculo e proximidade com a comunidade, reverberando em adaptação eficiente e continuidade do cuidado após a alta²⁴, ²⁵.

Sobre isso, a autora. Afaf Meleis⁷ pontua em sua teoria das transições que sentir-se ligado a esses profissionais da saúde pode resultar em uma experiência de transição positiva, pois trocas de informações e esclarecimentos de dúvidas, muitas delas residuais, podem ocorrer diante das adversidades vivenciadas no domicílio após alta hospitalar. Ademais, o vínculo com a comunidade permite a interação, a criação de um contexto de autocuidado e cuidado eficaz, harmonioso, recebido pela pessoa idosa como gesto de apoio⁷.

Nos estudos analisados, as ações para prevenção de quedas em pessoas idosas durante o internamento e após a alta ocorreram mediante educação em saúde, com orientações específicas para o retorno ao domicílio⁵,¹⁶,¹⁷,¹⁸,¹⁹,²⁰. Essa estratégia é importante evitando que, no dia da alta, as pessoas idosas e seus cuidadores sejam sobrecarregados com informações pontuais que, muitas vezes, não condizem com seus contextos de vida, não se adequam ao seu cotidiano, deixando-os confusos e inseguros²⁶

As ações descritas, em sua maioria, foram realizadas por profissionais fisioterapeutas⁵,¹⁶,¹⁸, terapeutas ocupacionais¹⁷,²¹, equipe de enfermagem¹⁵,¹⁹ e médico²⁰. Sobre a participação da enfermagem, cabe ressaltar que a especialidade em enfermagem de reabilitação é algo novo que vem surgindo no Brasil, e é crescente em países como Portugal, Espanha, Canadá e Estados Unidos, possibilitando maior engajamento dessas profissionais nesse tipo de abordagem.

É indispensável a atuação do enfermeiro na avaliação hospitalar para alta e, posteriormente, no ambiente domiciliar, para readaptação e prevenção de novas quedas. Esses podem realizar a gestão da alta e promover a continuidade do cuidado, acionando outros profissionais quando necessário. Ademais, o maior contato dos enfermeiros com as pessoas idosas e familiares durante o internamento facilitam esse processo.

Como recursos, as orientações foram realizadas de forma presencial com auxílio de vídeos digitais⁵,¹⁶,¹⁷,¹⁸ que, conforme autores²⁷ proporcionam motivação, compreensão e assistência frente às diferentes demandas cognitivas, sociais, psicológicas e comportamentais. Além do mais, ao considerar que as pessoas idosas estão entre aquelas com os menores índices de alfabetização²⁷,²⁸, os recursos tecnológicos podem superar a dificuldade da comunicação escrita, contribuindo assim, para a translação do conhecimento.

Para as orientações com relação ao ambiente domiciliar, não foram encontrados nos textos detalhes sobre a aproximação a esse ambiente durante a hospitalização. Entretanto, é importante conhecê-lo, a fim de orientar adaptações pertinentes e alinhar orientações. Para isso, os profissionais podem solicitar aos familiares/cuidadores fotos e vídeos do domicílio ainda durante o internamento, facilitando a avaliação e encaminhamentos com relação a possíveis mudanças e cuidados necessários em um ambiente nem sempre seguro, considerando-se as circunstâncias sociais e de saúde. A despeito disso, orientações de modificação/adaptação do domicílio foi a ação mais citada nos estudos analisados⁵,¹⁶,¹⁸,¹⁹,²⁰. As modificações do ambiente são imprescindíveis, visto que após o internamento a pessoa idosa pode tornar-se dependente para as ABVD em virtude das repercussões negativas inerentes ao repouso prolongado no leito. Portanto, adaptá-lo às novas condições físicas e cognitivas apresentadas após retorno ao lar, aumenta a probabilidade de rotinas seguras, independência e qualidade de vida.

Outra ação implementada mediante educação em saúde foi proporcionar às pessoas idosas a compreensão de suas necessidades para, a partir daí, buscarem assistência nas ABVD, permitindo o retorno gradual e seguro da independência no domicílio⁵,¹⁶,¹⁸. Isso é importante visto que, após o internamento, muitos não dispõem de tempo suficiente para recomeçar tais atividades de maneira paulatina e protegida¹⁹. Esse contratempo, quando somado ao conhecimento limitado sobre prevenção de quedas após hospitalização, bem como a resistência de pessoas que, em alguns casos, acreditam que as ações para prevenção desse agravo são mais importantes para os outros do que para si mesmo¹⁶, colaboram para novos episódios de quedas e situações de saúde desfavoráveis¹⁸ que culminam para uma transição hospital domicílio insalubre.

As ações dos profissionais de saúde despertaram a consciencialização das pessoas idosas sobre seus próprios riscos e perda da independência⁵,¹⁶, sendo esse um elemento chave para a transição salubre entre o hospital e a casa, conforme Meleis⁷, pois promoveram motivação e engajamento para a educação em saúde. Os autores dos estudos selecionados não deixaram claro as ações relacionadas à consciencialização das pessoas acometidas, entretanto, quando descrevem as repercussões de suas ações, fica claro esse processo, visto que, na maioria dos trabalhos, essas foram positivas, com as pessoas engajadas, alcançando a maestria necessária ao cuidado.

A consciencialização aumentou a motivação para engajamento em atividades que previnem e auxiliam a recuperação após a alta hospitalar. Esse ponto é indispensável para adaptação, tendo em vista que, após internamento por quedas, essas pessoas evitam exercícios necessários, resultando no agravo da função diminuída, maior dependência e piora do estado geral de saúde⁵. Essa consciência é construída mediante a troca de informações/ orientações entre profissionais e pessoas idosas no contexto da hospitalização.

Autores¹⁹ também retratam as repercussões positivas das intervenções educativas, seja durante o internamento ou após a alta por telefonemas e visitas domiciliares, mediante a troca de informações e a criação de vínculos entre profissionais, usuários e seus cuidadores, o que pode ter colaborado com o desenvolvimento da consciencialização. Nesse ponto, destaca-se a relevância da comunicação em vários níveis durante o processo²⁹.

No estudo¹⁹, embora 100% das pessoas idosas tenham apresentado alto risco para quedas 30 dias e um ano após a internação, nenhum deles caiu no primeiro mês. Esse resultado demostra a efetividade das ações implementadas, principalmente nas primeiras quatro semanas após a alta hospitalar, momento delicado de intensas transformações, ressignificações que, somadas à dependência funcional¹⁸, interferem consideravelmente na adaptação segura em domicílio.

Ademais, as ações implementadas reduziram em 35% a sobrecarga do cuidador 30 dias após a alta das pessoas idosas que sofreram internamento por quedas¹⁹. Portanto, um ganho, visto que essa rede de apoio estará menos exposta a riscos ergonômicos, lesões por esforços repetitivos consequente da rotina intensa, com mais tempo para o autocuidado, podendo assim garantir a melhor continuidade do cuidado. Nesse aspecto, a teoria da transição enfatiza que a rede de apoio na comunidade é uma condição que facilita o processo de transição⁷.

Em contrapartida, dois estudos demostraram que educação em saúde personalizada à pessoa idosa antes da alta hospitalar e por telefonemas, não reduziu o número de quedas¹⁷, e nem aumentou o engajamento em estratégias de prevenção seis meses após alta hospitalar¹⁸, reconhecendo que as intervenções precisavam ser continuadas no ambiente doméstico e progredidas ao longo da recuperação da pessoa idosa¹⁸. Outro estudo²⁰ observou que, apesar das intervenções centradas no paciente terem reverberado de forma positiva na redução de quedas, o tempo de intervenção foi pequeno para modificar problemas sociais e de saúde das pessoas envolvidas.

Assim, é urgente a implementação de programas de transição hospital domicílio e articulação desses com a rede de atenção à saúde visando identificar e intervir, caso necessário, nas facilidades, dificuldades e necessidades vivenciadas após retorno domiciliar. Essa observação tem como base a teoria da transição, que revela condições pessoais como: significados, atitudes e crenças, estado socioeconômico e preparação do conhecimento como importantes agentes que facilitam o alcance para a transição saudável, além da rede de apoio fortalecida na comunidade entre outros⁷.

Autores enfatizaram sobre a continuidade do acompanhamento após a alta por visitas domiciliares e telefonemas em diversas periodicidades com ligações mensais durante três meses⁵,¹⁶-¹⁸, uma visita ao lar e seis ligações mensais²⁰,visitação 30 dias e seis meses após alta²¹, visitas domiciliares 24 horas, 7, 14, 30 dias e um ano após alta hospitalar¹⁹. Contudo, ressalta-se que esses não estejam engessados em protocolos institucionais, podendo adaptar-se a partir do quadro clínico, das oportunidades sociais e da motivação para engajamentos em estratégias de prevenção, possibilitado adaptação e continuidade do cuidado salubres. Para isso, os profissionais da saúde precisam ser cautelosos, conhecerem o contexto da pessoa e abordarem estratégias factíveis de serem implementadas.

Assume-se como limitação deste estudo algumas características do seu desenho metodológico e critérios de elegibilidade, visto que, a seleção e inclusão de estudos com variados métodos de pesquisa não permite extrair um único nível de evidência. Entretanto, foi possível atingir o objetivo proposto a partir das evidências científicas analisadas, pois, os resultados alcançados permitem que profissionais da saúde, em especial a equipe de enfermagem, que atua diretamente no cuidado perceba que ações desempenhadas no contexto hospitalar para o planejamento da alta podem trazer um impacto positivo na continuidade do cuidado.

CONCLUSÃO

A pesquisa evidenciou que o ano de 2019 apresentou maior número de publicações relacionadas às ações para prevenção de quedas em pessoas idosas, destacando a produção na Austrália. As principais ações dos profissionais de saúde para prevenção de quedas encontradas nos estudos, foram: orientações através de vídeos digitais quanto à modificação e/ou adaptação da residência dessas pessoas, e instruções individualizadas, ainda no cenário hospitalar, que levaram essas pessoas a compreenderem suas necessidades de saúde e funcionais.

O desenvolvimento dessas ações impactou positivamente na motivação, engajamento e consciencialização da população idosa e cuidadores em casa após internamento por quedas possibilitando, principalmente aos senescentes, maestria e habilidade para a continuidade do seu cuidado e recuperação.

Os resultados, quando analisados a partir da teoria das transições, contribuem para que os profissionais da saúde identifiquem, ainda no contexto hospitalar, as necessidades e dificuldades da população idosa acometida por quedas e possam traçar estratégias de adaptação e prevenção factíveis de serem implementadas, no ciclo sociofamiliar.

É necessário ampliar os estudos nesta temática, principalmente no Brasil onde as quedas acidentais representam percentuais alarmantes de internações de pessoas idosas, somado a isso, evidencia-se a escassez de medidas, da equipe de saúde, principalmente de enfermagem, na prevenção desse evento após alta hospitalar. Ressalta-se a escassez de publicações sobre o tema, principalmente no Brasil, sendo encontrados estudos publicados majoritariamente na Austrália.

• Financiamento da pesquisa: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB). Nº do processo: 084.0508.2022.0000970-71. Bolsa de mestrado, e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001, para o Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde.

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Editado por

Editado por: Marquiony Marques dos Santos

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  01 Dez 2023
• Data do Fascículo
  2023

Histórico

• Recebido
  26 Jun 2023
• Aceito
  28 Set 2023