Acessibilidade / Reportar erro

Influência da adiposidade nas respostas fisiológicas e afetivas na caminhada de ritmo autosselecionado

Influence of adiposity on physiological and affective responses in walking at a self-selected pace

Resumos

O objetivo desse estudo foi verificar a influência da adiposidade corporal sobre as respostas fisiológicas e afetivas durante caminhada em ritmo autosselecionado. Foram investigadas 45 mulheres adultas, sedentárias, que foram divididas de acordo com o seu percentual de gordura corporal em baixo tercil (BT, n=15), médio tercil (MT, n=15) e alto tercil (AT, n=15). Todos os participantes foram submetidos a duas sessões experimentais, as quais foram compostas de (I) uma pré-avaliação inicial, avaliação antropométrica e teste incremental máximo em esteira, e (II) um teste de 20-minutos de caminhada em ritmo autosselecionado. As respostas fisiológicas (O2 e FC) foram mensuradas, continuamente, durante toda a realização do teste de 20-minutos de caminhada em ritmo autosselecionado, enquanto a resposta afetiva foi determinada somente a cada intervalo de 5 minutos do teste. Para a análise estatística, empregaram-se análises de variância de um fator (adiposidade corporal), adotando P<0,05. Nenhuma diferença significativa foi verificada, na velocidade de caminhada autosselecionada, entre os grupos experimentais (1,63, 1,60, e 1,47 m.seg-1 para BT, MT e AT, respectivamente), enquanto o %O2max foi significativamente maior em AT (61,8%), comparado à MT (55,8%) e BT (52,8%) (P<0,05). Por outro lado, a resposta afetiva (2,36, 1,80, e 1,85 para BT, MT, e AT, respectivamente) foi similar entre os grupos experimentais. Com base nos resultados expostos acima, sugere-se que a adiposidade corporal pode influenciar as respostas fisiológicas, porém não a resposta afetiva, durante caminhada em ritmo autosselecionado.

Caminhada; Adiposidade; Afeto


The aim of this study was to investigate the influence of adiposity on physiological and affective responses during walking at a self-selected pace. Forty-five sedentary women were divided into three groups according to their percentage of body fat (low tertile, LT, n=15; medium tertile, MT, n=15; and high tertile, HT, n=15). Each participant completed a maximal exercise test and a 20-min bout of treadmill walking at a self-selected pace. The preferred walking speed did not differ between the groups (1.63, 1.60, and 1.47 m.sec-1 for LT, MT and HT, respectively), whereas %O2max was higher in HT (61.8%) compared to MT (55.8%) and LT (52.8%) (P<.05). Nevertheless, affective (2.36, 1.80, and 1.85 for LT, MT and HT, respectively) response were similar between the groups. These findings suggest that adiposity did influence physiological, but not affective responses, during treadmill walking at a self-selected pace in sedentary women.

Walking; Adiposity; Affect


ARTIGO ORIGINAL

Influência da adiposidade nas respostas fisiológicas e afetivas na caminhada de ritmo autosselecionado

Influence of adiposity on physiological and affective responses in walking at a self-selected pace

Kleverton Krinski; Hassan Mohamed Elsangedy; Cosme Franklin Buzzachera; Heriberto Colombo; Bruno Vinicius Santos; Wagner de Campos; Sérgio Luiz Carlos dos Santos; Sergio Gregório DaSilva

Universidade Federal do Paraná. Departamento de Educação Física. Curitiba, PR. Brasil

Correspondencia para Sergio Gregorio da Silva Rua Coração de Maria, 92 – JD Botânico 80.215-370 – Curitiba, PR. Brazil E-mail: sergiogregorio@ufpr.br

RESUMO

O objetivo desse estudo foi verificar a influência da adiposidade corporal sobre as respostas fisiológicas e afetivas durante caminhada em ritmo autosselecionado. Foram investigadas 45 mulheres adultas, sedentárias, que foram divididas de acordo com o seu percentual de gordura corporal em baixo tercil (BT, n=15), médio tercil (MT, n=15) e alto tercil (AT, n=15). Todos os participantes foram submetidos a duas sessões experimentais, as quais foram compostas de (I) uma pré-avaliação inicial, avaliação antropométrica e teste incremental máximo em esteira, e (II) um teste de 20-minutos de caminhada em ritmo autosselecionado. As respostas fisiológicas (O2 e FC) foram mensuradas, continuamente, durante toda a realização do teste de 20-minutos de caminhada em ritmo autosselecionado, enquanto a resposta afetiva foi determinada somente a cada intervalo de 5 minutos do teste. Para a análise estatística, empregaram-se análises de variância de um fator (adiposidade corporal), adotando P<0,05. Nenhuma diferença significativa foi verificada, na velocidade de caminhada autosselecionada, entre os grupos experimentais (1,63, 1,60, e 1,47 m.seg-1 para BT, MT e AT, respectivamente), enquanto o %O2max foi significativamente maior em AT (61,8%), comparado à MT (55,8%) e BT (52,8%) (P<0,05). Por outro lado, a resposta afetiva (2,36, 1,80, e 1,85 para BT, MT, e AT, respectivamente) foi similar entre os grupos experimentais. Com base nos resultados expostos acima, sugere-se que a adiposidade corporal pode influenciar as respostas fisiológicas, porém não a resposta afetiva, durante caminhada em ritmo autosselecionado.

Palavras-chave: Caminhada; Adiposidade; Afeto

ABSTRACT

The aim of this study was to investigate the influence of adiposity on physiological and affective responses during walking at a self-selected pace. Forty-five sedentary women were divided into three groups according to their percentage of body fat (low tertile, LT, n=15; medium tertile, MT, n=15; and high tertile, HT, n=15). Each participant completed a maximal exercise test and a 20-min bout of treadmill walking at a self-selected pace. The preferred walking speed did not differ between the groups (1.63, 1.60, and 1.47 m.sec-1 for LT, MT and HT, respectively), whereas %O2max was higher in HT (61.8%) compared to MT (55.8%) and LT (52.8%) (P<.05). Nevertheless, affective (2.36, 1.80, and 1.85 for LT, MT and HT, respectively) response were similar between the groups. These findings suggest that adiposity did influence physiological, but not affective responses, during treadmill walking at a self-selected pace in sedentary women.

Keywords: Walking; Adiposity; Affect

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Endereço para correspondência:

Recebido em 20/09/08

Revisado em 02/03/09

Aprovado em 21/04/09

  • Dishman RK. Advances in exercise adherence. Champaign: Human Kinetics; 1994.
  • Dishman RK, Buckworth J. Increasing physical inactivity: a quantitative synthesis. Med Sci Sports Exerc 1996;28(6):706-719.
  • Parfitt G, Rose EA, Burgess WM.. The psychological and physiological responses of sedentary individuals to prescribed and preferred intensity exercise. Br J Health Psychol 2006;11(1):39-53.
  • Lind E, Joens-Matre RR, Ekkekakis P. What intensity of physical activity do previously sedentary middle-aged women select? Evidence of a coherent pattern from physiological, perceptual and affective markers. Prev Med 2005;40(4):407-419.
  • Ekkekakis P, Hall EE, Petruzzello SJ. Variation and homogeneity in affective responses to physical activity of varying intensities: an alternative perspective on dose-response based on evolutionary considerations. J Sports Sci 2005;23(5):477-500.
  • Ekkekakis P, Hall EE, Petruzzello SJ. The relationship between exercise intensity and affective responses demystified: To crack 40-year-old nut, replace the 40-year-old nutcracker. Ann Behav Med 2008;35(2):136-149.
  • Williams DM, Dunsiger S, Ciccolo JT, Lewis BA, Albrecht AE, Marcus BH. Acute affective response to a moderate-intensity exercise stimulus predicts physical activity participation 6 and 12 months later. Psychol Sport Exerc 2008;9(3):231-245.
  • Ekkekakis P, Lind EE. Exercise does not feel the same when you are overweight: the impact of self-selected and imposed intensity on affect and exertion. Int J Obes 2006;23(4):477-500.
  • Matsson E, Evers LU, Rossner S. Is walking for exercise too exhausting for obese women? Int J Obes 1997;21(5):380-386.
  • Pintar JA, Robertson RJ, Kriska AM, Nagle E, Goss FL. The influence of fitness and body weight on preferred exercise intensity. Med Sci Sports Exerc 2006;38(5):981-988.
  • LaFortuna CL, Agosti F, Galli R, Busti C, Lazzer S, SArtorio A. The energetic and cardiovascular response to treadmill walking and cycle ergometer in obese women. Eur J Appl Physiol 2008;103(6):707-717.
  • American College of Sports Medicine. Guidelines for exercise testing and prescription. Baltimore: Williams & Wilkins; 2000.
  • Lohman TG, Roche AF, Martorell R. Anthropometric standardization reference manual. Champaign: Human Kinetics; 1988.
  • Durnin JVG, Womersley J. Body fat assessed from total body density and its estimation from skinfold thickness: measurements on 481 men and women aged from 16 to 72 years. Br J Nutr 1974;32(1):77-97.
  • Siri WE. Body composition from fluid space and density. In: Brozek J, Hanschel A, editors. Techniques for measuring body composition. Washington, DC: National Academy of Science 1961. p. 223-244.
  • Caiozzo VJ, Davis JA, Ellis JF, Azus JL, Vandagriff R, Prietto CA, et al. A comparison of gas exchange indices used to detect the anaerobic threshold. J Appl Physiol 1982;53(5):1184-1189.
  • Hardy CJ, Rejeski WJ. Not what, but how one feels: the measurement of affect during exercise. J Sports Exerc Psychol 1989;11(2):304-317.
  • Sergio Gregorio da Silva
    Rua Coração de Maria, 92 – JD Botânico
    80.215-370 – Curitiba, PR. Brazil
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      09 Out 2012
    • Data do Fascículo
      Abr 2010

    Histórico

    • Aceito
      21 Abr 2009
    • Revisado
      02 Mar 2009
    • Recebido
      20 Set 2008
    Universidade Federal de Santa Catarina Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Universitário Trindade, Centro de Desportos - RBCDH, Zip postal: 88040-900 - Florianópolis, SC. Brasil, Fone/fax : (55 48) 3721-8562/(55 48) 3721-6348 - Florianópolis - SC - Brazil
    E-mail: rbcdh@contato.ufsc.br