Acessibilidade / Reportar erro

RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS DE Botrytis cinerea Persoon ex Fries, FUNGO CAUSADOR DE TOMBAMENTO EM MUDAS DE Eucalyptus sp. EM VIVEIROS FLORESTAIS

RESISTANCE TO FUNGICIDES OF Botrytis cinerea Persoon ex Fries, CAUSAL AGENT OF EUCALYPT SEEDLING DAMPING OFF IN FOREST NURSERIES

RESUMO

A ocorrência de isolados de Botrytis cinerea Persoon ex Fries, agente causal do tombamento em mudas de Eucalyptus spp., resistentes aos fungicidas sistêmicos benomil, procimidone e thiabendazole, foi avaliada verificando-se o efeito de doses crescentes dos fungicidas sobre o desenvolvimento micelial e a germinação de conídios do referido fitopatógeno. Os experimentos foram conduzidos em laboratório da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Os tratamentos foram constituídos de quatro dosagens de cada fungicida (dose zero, meia dose, dose inteira e dose dupla). As análises foram realizadas sobre os valores de crescimento micelial obtidos no quinto dia, quando a testemunha atingiu o máximo crescimento, e 24 e 48 horas, para a verificação da percentagem de germinação de conídios. Para avaliação da resistência, compararam-se os resultados obtidos em dois isolados de B. cinerea, um proveniente de um viveiro comercial no Rio Grande do Sul (IB-1) e outro isolado (IB-2), obtido junto ao Departamento de Fitotecnia da UFSM. Os resultados mostraram que o isolado IB-1 cresceu e germinou sob todas as concentrações de benomil, enquanto o isolado IB-2 foi inibido em todas as concentrações, indicando que o primeiro isolado é resistente a benomil.

Palavras-chave:
resistência; crescimento micelial; germinação; conídios

ABSTRACT

The occurrence of fungicide resistant isolates of Botrytis cinerea Persoon ex Fries causal agent of Eucalypt seedling damping off, was evaluated in laboratory tests conducted at the Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). To evaluate the fungicide effects on the mycelium growth and conidium germination, three active ingredients were tested: benomyl, procimidone and thiabendazole. The treatments consisted of four dosages for each fungicide: zero (control), one half of the recommended dosage, full dosage and twice the dosage. The evaluations were done every 24 hours during 7 days for the mycelium growth, and at 24 and 48 hours for spore germination. To determine the occurrence of resistance two isolates were compared, one from a commercial nursery in Rio Grande do Sul (IB-1), and the other (wild) (IB-2) from the Vegetable Crops Department, UFSM, Santa Maria, RS. The isolate IB-1 grew on all concentrations of benomyl, while the wild isolate was inhibited at all concentrations, indicating that the first isolate was resistant to benomyl.

Key words:
resistance; mycelium growth; germination; conidia

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • ALFENAS, A. C.; SANFUENTES, E.; TEIXERA, A. D.; MILANI, D. Mofo-cinzento, causado por Botrytis cinerea (Persoon ex Fries) em estacas e microestacas de Eucalyptus sp., resistência a benomil e erradicação de inóculo do patógeno com água quente. Revista Árvore, Viçosa. v. 4, n.23, p. 497-500, 1999.
  • BARNETT, H. L.; HUNTER, H. B. Illustrated genera of imperfect fungi. 3. ed. Minneapolis: Burgess Publishing Company, 1984. 241p.
  • BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. Manual de Fitopatologia. 3. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. v. 2.
  • BOLLEN, G. J.; SCHOLTEN, G. Acquired resistance to benomyl and some other systemic fungicides in a strain of Botrytis cinerea in cyclamen. Neth. J. Plant Patol, n. 77, p. 83-90, 1971.
  • COSTA, I. F. D. Fitopatologia geral. Cruz Alta: Fund. Univ. Cruz Alta. 1993. 79 p. Apostila de aulas teóricas.
  • DAVIDSE, L. C. Benzimidazole compounds: selectivity and resistance. In: DEKKER, J.; GEORGOPOULOS, S. G. Fungicide resistance in crop protection. Wageningen: Center for Agricultural Publishing and Documentation, 1982. p. 60-70.
  • DAVIDSE, L. C.; FLACH, W. Differential binding of methyl benzimidazol -2-yl carbamate to fungal tubulin as a mechanism of resistance to this antimitotic agent in mutant strains of Aspergillus nidulans The Journal of Cell Biology, New York, n. 72. p.93-174, 1977.
  • DECKER, J. Strategies for avoiding resistance to fungicides. In: JENKYN, J.E.; PLUMB, R.T. Strategies for the Control of Cereal Disease. Oxford: Blackwell, 1985. p.123-133.
  • DENNIS, C.; DAVIS, R. P. Tolerance of Botrytis cinerea to iprodione and vinclozolin. Plant Pathology, n. 28, p. 31-31, 1979.
  • DE WAARD, M. A.; GEORGOPOULOS, S. G.; HOLLOMON, D. W. Chemical control of plant disease: problems and prospects. Annual Review of Phytopathology, n. 31, p. 21, 1993.
  • FERREIRA, F. A. Patologia florestal, principais doenças florestais no Brasil. Viçosa: Ed. Folha de Viçosa, 1989. 571p.
  • FIGLIOLIA, M. B.; PIÑA-RODRIGUES, F. C. M. Manejo de sementes de espécies arbóreas. São Paulo: Instituto Florestal, 1995. p. 1-56.
  • FORTES, J. F. Glomerella cingulata e Penicillium sp: surgimento de cepas resistentes ao benomyl. Fitopatologia Brasileira, n. 10, p. 280, 1985.
  • FRITZ, R.; LEROUX, R.; GREDT, M. Mécanisme de l’action fongitoxique de la promidione (26019 RP ou glycofhène), de la vinchlozoline et du dicloran sur Botrytis cinerea Pers. Berlin. Phythopatologische Zeitschrift, n. 90, p. 63-152, 1977.
  • GHINI, R.; KRUGNER, T. L. Ocorrência de Botrytis cinerea resistente a benomil em viveiro de Eucalyptus viminalis, em Três Barras, SC. Summa Phytopathologica. v. 13., n. 1-2, p. 37, 1987.
  • HARTILL, W. F. T.; TOMPKINS, G. R.; KLEINSMAM, P. J. Development in New Zealand of resistance to dicarboximide fungicides in Botrytis cinerea, to acylalinines in Phytophthora infestans, and to guazatine in Penicillium italicum Wellington. New Zealand Journal of Agricultural Research, n. 26, p.191-261, 1983.
  • KIMATI, H. Controle químico. In BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. Manual de Fitopatologia. 3. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. v. 1, cap. 38, p. 761-785.
  • KRUGNER, T. L. Doenças do eucalipto. In: BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. Manual de Fitopatologia. São Paulo: Agronômica Ceres, 1980., p. 275-282.
  • MARSHA, R. W. Systemic fungicides. 2. ed. London: Longeman, 1977.401p.
  • MILLER, M. W.; JEVES, T. M. The persistence of benomyl tolerance in Botrytis cinerea in glasshouse tomato crops. Plant Pathology , Oxford, n. 28, p. 119-141, 1979.
  • PAPPAS, A. C.; FISHER, D. J. A comparison of the mechanisms of action of vinclozolin, procymidone, iprodione and prochloraz against Botrytis cinerea Pesticide Science, n.10, p. 239-246, 1979.
  • SILVA, A. C. F.; ROSA, C. R. A.; MELO, I. S. Sensibilidade de isolados de Trichoderma spp a benomil e iprodione. Revista Científica do Centro de Ciências Rurais, v. 3, n. 29, p. 395-399, 1999.
  • TOLEDO, A. C. D. Resistência a fungicidas. O Biológico, n. 40, p. 162-170, 1974.
  • ZAMBOLIM, L.; CHAVES, G.M. Defensivos agrícolas: fungicidas, compostos sistêmicos recomendados para controle de doenças. Viçosa: MEC/CAPES/ABEAS, 1984. Módulo 3, 333 p.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Dec 2003

Histórico

  • Recebido
    19 Mar 2001
  • Aceito
    03 Set 2003
Universidade Federal de Santa Maria Av. Roraima, 1.000, 97105-900 Santa Maria RS Brasil, Tel. : (55 55)3220-8444 r.37, Fax: (55 55)3220-8444 r.22 - Santa Maria - RS - Brazil
E-mail: cienciaflorestal@ufsm.br