Acessibilidade / Reportar erro

CONTROLE DA MATOCOMPETIÇÃO EM PLANTIOS DE DOIS CLONES DE Eucalyptus × urograndis NO AMAPÁ

WEED CONTROL IN TWO CLONES OF Eucalyptus × urograndis IN AMAPÁ

RESUMO

Objetivou-se analisar o crescimento inicial de dois clones do híbrido Eucalyptus × urograndis em diferentes sistemas de manejo da matocompetição, ao longo do tempo, no ano de implantação em áreas amapaenses. O trabalho foi desenvolvido na Amapá Florestal e Celulose S.A. (AMCEL), no período de setembro de 2006 a novembro de 2007, em duas áreas experimentais localizadas no município de Itaubal, AP (0°42’N; 50°48’W) onde foram plantados de forma mecanizada dois diferentes clones do híbrido Eucalyptus × urograndis, caracterizando um clone por talhão (H3911 e H3243). A limpeza das áreas foi realizada por meio de aplicação do herbicida glifosato. O experimento foi alocado em delineamento de medidas repetidas, com os arranjos: Dois clones - H3911 e H3243; seis tratamentos - T1: sem limpeza; T2: limpeza total com herbicida; T3: limpeza com herbicida em duas faixas de 50cm na linha de plantio; T4: limpeza com herbicida em duas faixas de 75cm na linha de plantio; T5: limpeza com herbicida em duas faixas de 100 cm na linha de plantio e, T6: coroamento com 75 cm de raio por meio de herbicida; com quatro repetições. Foram mensuradas durante os primeiros quatro meses de avaliação apenas as alturas das plantas. A partir do quinto mês, além das alturas foram mensurados os diâmetros a 1,30 m do solo (DAP). Foi realizado o teste de esfericidade de Mauchly e testadas às hipóteses de nulidade das interações tempo x clone e tempo x clone x tipos de limpezas, e quando verificadas diferenças significativas (p < 0,05), as médias foram comparadas por meio do teste de Tukey. Em relação ao clone H3911, o tratamento com maior T5 e o de limpeza total, as alturas mostraram-se estatisticamente semelhantes, o que não ocorreu com os demais tipos de limpezas. Quanto aos DAP’s das plantas do clone H3911, foi observado crescimento com repostas similares, no entanto com diferentes velocidades de crescimento durante o período de avaliação, com T1 e T6 demonstrando maior sensibilidade à competição. As alturas das plantas do clone H3243 mantiveram-se estatisticamente semelhantes no final do experimento, no entanto, quanto aos DAP’s, foi observado que as plantas do T1, apesar de, no primeiro mês de avaliação, possuir o valor médio de DAP (2,3cm) estatisticamente superior aos demais tratamentos de limpezas, estes foram mais sensíveis à presença e efeito da matocompetição. O crescimento das plantas do tratamento com Limpeza Total se destacou dos demais ao longo de um ano de avaliação, para os dois clones testados.

Palavras-chave:
medidas repetidas; limpeza química; crescimento

ABSTRACT

This study aimed to analyze the initial growth of two clones of the hybrid Eucalyptus × urograndis in different weed management systems, during the year of implantation, in the Amapá area. The study was developed in Amapá Florestal Celulose S.A. (AMCEL), from September/2006 until November/2007, with two experimental areas located in Itaubal, AP (0°42’N; 50°450°48’W). Two clones of the hybrid Eucalyptus × urograndis (H3911 and H3243) were planted by mechanized form, with one clone per stand. The areas were cleaned using an application of glyphosate. A repeated measure model was used. Treatments consisted of the two clones and six silvicultural treatments with four replicates (T1: without cleaning; T2: total cleaning; T3: cleaning in two bands of 50cm at the plantation line; T4: cleaning in two bands of 75cm at the plantation line; T5: cleaning in two bands of 100cm at the plantation line; and T6: circle cleaning with 75cm of ray). In the beginning of the evaluation, only plants height were measured. From the fifth month on, the diameter, at 1.30m (DBH), was also measured. The Mauchly sphericity test was carried out and hypotheses of nullity were tested for interactions time x clone and time x clone x types of cleanness. Differences among means were compared by Tukey test (p < 0.05). For clone H3911, the treatment T5 and Total Cleaning showed statistically similar heights, which did not occur with the other treatments. For the DBH of clone H3911 plants, growth was similar, though with different rates of growth during the evaluation period, where T1 and T6 showed greater sensitivity to competition. The heights of clone H3243 plants remained statistically similar at the end of the experiment, however, for DAP, it was observed that plants from T1 were more sensitive to the presence and effect of weeds, although they had a mean DBH statistically superior to other treatments in the first month of evaluation. The growth of plants from the Total Cleaning treatment was superior in comparison to the other treatments over a year of assessment for both clones tested.

Keywords:
repeated measure; chemical cleaning; growth

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • AMISHE, D. Y.; FOX, T. R. The effect of weed control and fertilization on survival and growth of four pine species in the Virginia Piedmont. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 236, 93-101, 2006.
  • BALLONI, E. A.; SIMÕES, J. W. Implantação de povoamentos florestais com espécies do gênero Eucalyptus Piracicaba: Instituto de Pesquisas Florestais, 1979. (IPEF. Circular técnica, n. 60).
  • BOCCHESE, R. A. et al. Avaliação da competição entre Brachiaria brizantha cv. Marandu, espécies arbóreas nativas do Cerrado e Eucalyptus citriodora Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v.5, n. 2, p. 153-155, 2007.
  • CANTARELLI, E. B. et al. Efeito do manejo de plantas daninhas no desenvolvimento inicial de Pinus taeda em várzeas na Argentina. Revista Árvore, Viçosa, n. 5, p. 711-718, 2006.
  • CASSELMAN, C. N. et al. Effects of silvicultural treatments on survival and growth of trees planted on reclaimed mine lands in the Appalachians. Forest Ecology and Management , Amsterdam, v. 223, p.403-414, 2006.
  • CECCON, E. et al. Consórcio entre eucalyptus camaldulensis dehn. Aos tres anos de idade com diferentes cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris L.). Revista Arvore, Viçosa, v. 23, n. 1, p. 9-14 , 1999.
  • CHAMPION papel e celulose Ltda. Relatório: Dois anos e meio de Eucalipto no Amapá. Mogi Guaçu- SP, 1997.
  • COSTA, A. G. et al. Períodos de interferência de trapoeraba (Commelina benghalensis Hort.) no crescimento inicial de eucalipto (Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden). Revista Árvore, Viçosa, v. 28, n. 4, p. 471- 478, 2004.
  • COSTA, A. G. F.; ALVES, P. L. C. A.; PAVANI, M. C. M. D. Períodos de interferência de erva-quente (Spermacoce atifolia) no crescimento inicial de eucalipto (Eucalyptus grandis). Scientia Forestalis, Piracicaba, n. 61, p. 103-112, 2002.
  • DINARDO, R. et al. Efeito da densidade de plantas de Panicum maximum Jacq. sobre o crescimento inicial de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maidem. Scientia Forestalis , Piracicaba, n. 64, p. 59-68, 2003.
  • FINGER, C. A. G. et al. Influência da camada de impedimento do solo sobre o crescimento de Eucalyptus grandis (Hill) ex Maiden. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 6, n. 1, p.137-145, 1996.
  • IBGE. Geografia do Brasil: Região Norte. Rio de Janeiro: IBGE, 1991. 307 p.
  • LYRA, M. R. C. C. Emprego do teste de esfericidade de Mauchly em um experimento de fertirrigação com vinhaça com medidas repetidas ao longo do tempo. Revista de Ciências Agrárias, Belém, v.45, p. 175-186, 2006.
  • MARTINI, S. L.; BORSSATTO, I.; SIMÕES, J. W. Estudo da viabilidade do interplantio em povoamento de Eucalyptus grandis em segunda rotação. Piracicaba: Instituto de Pesquisas Florestais , 1984. 3 p. (IPEF. Circular técnica, n. 28).
  • NEMEC, A. F. L. Analysis of repeated measures and time series: an introduction with forestry examples. Victoria, B.C. Work,1996, 90 p.
  • OLIVEIRA, A. D. et al. Avaliação econômica da vegetação de cerrado submetida a diferentes regimes de manejo e de povoamentos de eucalipto plantado em monocultivo. Revista Cerne, Lavras, v. 4, n. 1, p. 34-56, 1998.
  • PEREIRA, J. R. P.; SILVA, W. Controle de plantas daninhas em pastagens. Juíz de Fora. EMBRAPA, 2006.
  • PROJETO AMAPÁ. Relatório técnico: tecnologia e informação florestal - International Paper. Atualização do projeto e laudo técnico. Santana-AP, 2004.
  • RAMOS, J. G. A.; DIAS, H. C. T. Escoamento superficial da água da chuva no cultivo do eucalipto. In: SEMINÁRIO DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO PARAÍBA DO SUL, 1., 2007. Taubaté. Anais. Taubaté: 2007.
  • SANTOS, L. D. T. et al. Crescimento do eucalipto sob efeito da deriva de glyphosate. Planta Daninha, Viçosa, v. 25, n. 1, p. 133-137, 2007.
  • SANTOS, L. D. T. et al. Crescimento e morfoanatomia foliar de eucalipto sob efeito de deriva do glyphosate. Planta Daninha , Viçosa, v. 23, n. 1, p. 133-142, 2005a.
  • SANTOS, L. D. T. et al. Exsudação radicular do glyphosate por Brachiaria decumbens e seus efeitos em plantas de eucalipto e na respiração microbiana do solo. Planta Daninha , Viçosa, v. 23, n. 1, p.143-152, 2005b.
  • SILVA, W. et al. Absorção de nutrientes por mudas de duas espécies de eucalipto em resposta a diferentes teores de água no solo e competição com plantas de Brachiaria brizantha Ciência Agrotécnica, Lavras, v. 24, n. 1, p. 147-159, 2000.
  • TOLEDO, R. E. B. et al. Manejo de Brachiaria decumbens e seu reflexo no desenvolvimento de Eucalyptus grandis Scientia Forestalis , Piracicaba, n. 55, p. 129-141, 1999.
  • TOLEDO, R. E. B. et al. Efeitos da densidade de plantas de Brachiaria decumbens sobre o crescimento inicial de mudas de Eucalyptus grandis Scientia Forestalis , Piracicaba, n. 60, p. 109-117, 2001.
  • TOLEDO, R. E. B. et al. Faixas de controle de plantas daninhas e seus reflexos no crescimento de plantas de eucalipto. Scientia Forestalis , Piracicaba, n. 64, p. 78-92, 2003.
  • VIEIRA, F. T. P. A. et al. Uma abordagem multivariada em experimento silvipastoril com Leucaena leucocephala (Lam) de Wit. no agreste de Pernambuco. Ciência Florestal , Santa Maria, v. 17, n. 4, p. 333-342, dez. 2007.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 2010
Universidade Federal de Santa Maria Av. Roraima, 1.000, 97105-900 Santa Maria RS Brasil, Tel. : (55 55)3220-8444 r.37, Fax: (55 55)3220-8444 r.22 - Santa Maria - RS - Brazil
E-mail: cienciaflorestal@ufsm.br