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DENSIDADE BÁSICA E RETRATIBILIDADE DA MADEIRA DE CLONES DE TRÊS ESPÉCIES DE Eucalyptus

BASIC DENSITY AND RETRACTIBILITY OF WOOD CLONES OF THREE Eucalyptus SPECIES

RESUMO

Dentre as florestas plantadas que abastecem a indústria madeireira nacional, as do gênero Eucalyptus estão entre as mais importantes. Essa importância é atribuída à velocidade de desenvolvimento de suas árvores, facilidade de implantação em grandes maciços e versatilidade de aplicação de sua madeira. A criação de híbridos e clones é uma realidade na silvicultura nacional, na qual o melhoramento genético busca sobretudo maiores incrementos volumétricos e resistência a condições extremas de implantação, tais como ataques de pragas, secas, geadas e baixa fertilidade do solo. A densidade básica é uma das propriedades físicas mais importantes da madeira por se relacionar diretamente com outras propriedades da madeira, inclusive a anisotropia de contração. Assim, tais propriedades da madeira norteiam a utilização racional de uma espécie em um determinado produto. O objetivo deste trabalho foi determinar a densidade básica e a anisotropia de contração da madeira de cinco clones das espécies Eucalyptus saligna, Eucalyptus grandis e Eucalyptus dunnii. O clone 5 de Eucalyptus saligna obteve a maior densidade básica (0,56 g/cm³) e foi o mais instável dimensionalmente. Dentre todas as espécies, observou-se relação direta entre densidade básica e contração volumétrica máxima e entre densidade básica e coeficiente de retratibilidade volumétrico máximo somente para o clone 5 de Eucalyptus saligna. Considerando-se como critério a contração volumétrica máxima, o clone 3 foi o mais estável dimensionalmente. Para o Eucalyptus grandis, os clones 2 e 3 obtiveram, respectivamente, a menor e maior densidade básica, com 0,40 e 0,49 g/cm³. Não foi possível distinguir dentre os clones 1, 3 e 4 qual foi o mais estável dimensionalmente e, considerando-se como critério o coeficiente de retratibilidade volumétrico máximo, o clone 5 foi o mais instável dimensionalmente. Para as espécies Eucalyptus saligna e Eucalyptus dunnii não foi possível concluir qual clone obteve a menor densidade básica. O clone 3 de Eucalyptus dunnii obteve a maior densidade básica (0,65 g/cm³) e, considerando-se como critério o coeficiente de retratibilidade volumétrico máximo, foi o clone mais instável dimensionalmente. Considerando-se a contração volumétrica máxima, o clone 1 foi o mais estável dimensionalmente. O Eucalyptus grandis foi a espécie de menor densidade e maior estabilidade dimensional, enquanto o Eucalyptus dunnii foi a espécie de maior densidade e maior instabilidade dimensional.

Palavras-chave:
clones; madeira; densidade básica; anisotropia de contração

ABSTRACT

Among the planted forests that supply the national wood industry, the genus Eucalyptus has become the most important, due to its fast growth, ease of large scale planting and variability of wood use. The generation of new hybrids and clones is a reality in the national practice of silviculture, and there is great interest currently in finding genetic improvements, mainly for higher volumetric gains and resistance in rough conditions of planting, such as pest attacks, periods of drought, low soil fertility, etc. The basic density is one of the most important physical properties of wood because it relates directly to other properties, including the anisotropic shrinkage. Such properties indicate the rational use of a species in a certain wood product. The aim of this work was to determine the basic density and the anisotropic shrinkage of five wood clones for each one of the following species: Eucalyptus saligna, Eucalyptus grandis and Eucalyptus dunnii. Clone 5 of Eucalyptus saligna presented the highest basic density (0.56 g/cm³) and was the most dimensionally instable. Of all the species, there was only a direct relation among basic density, maximum volumetric shrinkage and maximum volumetric shrinkage coefficient in this clone. Considering maximum volumetric shrinkage as the criterion, clone 3 was the most dimensionally stable. Clones 2 and 3 of Eucalyptus grandis presented the least and the highest basic density, respectively, with 0.40 and 0.49 g/cm³. It was not possible to distinguish among clones 1, 3 and 4 in terms of dimensional stability, and considering maximum volumetric shrinkage coefficient as the criterion, clone 5 was the most dimensionally instable. For Eucalyptus saligna and Eucalyptus dunnii it was not possible to distinguish which clone presented the least basic density. Clone 3 of Eucalyptus dunnii presented the highest basic density (0.65 g/cm³) and considering maximum volumetric shrinkage coefficient as the criterion, it was the most dimensionally instable clone, whereas considering maximum volumetric shrinkage, clone 1 was the most stable. Eucalyptus grandis presented the least basic density and was the most stable, while Eucalyptus dunnii presented the highest basic density and was the most dimensionally instable.

Keywords:
wood; clones; basic density; anisotropy of shrinkage

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2010
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