Acessibilidade / Reportar erro

AVALIAÇÃO DE UM MÉTODO DE ANÁLISE SILVIGÊNICA EM UMA FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL

EVALUATION OF A METHOD OF SILVIGENIC ANALYSIS IN A SEASONAL SEMIDECIDUOUS FOREST

RESUMO

Visando contribuir para a interpretação biológica de mosaicos silvigênicos obtidos pelo método de interceptação de linhas para inventariar árvores de dossel, este foi aplicado numa área de 5,12 ha de uma Floresta Estacional Semidecidual na Estação Ecológica de Caetetus (Gália, São Paulo). Análises estatísticas (Qui-quadrado e resíduos ajustados) foram aplicadas para verificar se categorias de ecounidades estão associadas à composição florística e/ou aos grupos sucessionais de espécies. O predomínio de ecounidades em equilíbrio 2A (composta por árvores do presente) combinado à baixa frequência de ecounidades em reorganização (clareiras) ou em desenvolvimento indicou que a floresta estudada se encontra em fase madura e é pouco perturbada. Foram encontradas algumas associações coerentes entre espécies pioneiras e secundárias iniciais com ecounidades formadas por árvores que possuem arquiteturas que permitem maior entrada de luz. Considerando os parâmetros ecofisiológicos usados para distinguir grupos sucessionais de espécies, muitas associações incoerentes foram encontradas entre espécies secundárias tardias e categorias de ecounidades que, presumidamente, representam fases iniciais da silvigênese. Esse tipo de resultado sugere que o método de análise silvigênico estudado não é adequado para descrever as fases de regeneração da floresta.

Palavras-chave:
silvigênese; caracterização sucessional; mosaico silvigênico; Estação Ecológica de Caetetus

ABSTRACT

Aiming to contribute to the biological interpretation of silvigenics mosaics obtained by line interception method for inventorying canopy trees, this was applied in an area of 5.12 ha of a semi deciduous forest at the Ecological Station of Caetetus (Gália, São Paulo state, Brazil). Statistical analyses (Qui-square and adjusted residues) were applied to verify whether the eco-unit categories are associated with floristic composition and / or successional species groups. The predominance of steady-state eco-units 2A (compound of present trees) combined with the low frequency of eco-units in reorganization (gaps) and development eco-units indicated that the studied forest is in mature phase and little disturbed. Some few coherent associations were found between pioneers and early secondary species with eco-units which defining tree architectures allow larger entrance of light. Considering the eco-physiological parameters used to distinguish the successional species groups, many incoherent associations were found between late secondary species with eco-unit categories that are presumed to represent the earlier phases of silvigenesis. This kind of result suggests that the studied method of silvigenic analysis is not adequate to describe phases of forest regeneration.

Keywords:
Silvigenesis; sucessional characterization; silvigenic mosaic; Ecological Station of Caetetus

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • ALBUQUERQUE, G. B. de; RODRIGUES, R. R. A vegetação do Morro de Araçoiaba, Floresta Nacional de Ipanema, Iperó (SP). Scientia Forestalis (IPEF), Piracicaba, v. 58, p. 145-159, 2000.
  • BAK, P.; CHEN, K. Self-organized criticality. Scientific American January, 1991. p.26-33.
  • BOTREL, R. T. Análise silvigênica em floresta estacional semidecídua e em cerradão no estado de São Paulo. 2007. 106f. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007.
  • CERSÓSIMO, L. F. Variações espaciais e temporais no estabelecimento de plântulas em floresta secundária em São Paulo, SP. 1993. 98f. Dissertação (Mestrado) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993.
  • CESTARO, L. A. Estudo microclimático do interior de uma mata de araucária na Estação Ecológica de Aracuri, Esmeralda, RS. Revista Árvore, v. 12, p. 41-57, 1988.
  • DENSLOW, J. S. et al. Growth responses of tropical shrubs to treefall gap environments. Ecology, v. 71, p. 165-179, 1990.
  • DENSLOW, J. S. Gaps partioning among tropical rainforest trees. Biotropica, v. 12, p. 47-55, 1980.
  • ENGEL, V. L. Silvigênese, dinâmica de fragmentos e a conservação de florestas tropicais. Série técnica florestal, Botucatu v. 1, p.1-21, 1993.
  • ENGEL, V. L.; PRADO, P. I. K. L. Aspectos da silvigênese de uma Mata Pluvial Atlântica em Linhares, ES In: CONGRESSO NACIONAL SOBRE ESSÊNCIAS NATIVAS, 2., São Paulo. Anais.... Instituto Florestal: São Paulo, v. 4, p. 163- 168, 1992.
  • FURTADO, A. G. Estrutura de uma população de Esenbeckia leiocarpa Engl. (Rutaceae) numa floresta estacional semidecídua no Sudeste do Brasil. 2005. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal), Universidade Estadual de Campinas, Campinas 2005.
  • GANDOLFI, S. História natural de uma floresta estacional semidecidual no município de Campinas, SP, Brasil. 2000. 520f. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000.
  • HALLÉ, F.; OLDEMAN, R. A. A.; TOMLINSON, P. B. Tropical Trees and forests: an architectural analysis. Berlim: Springer-Verlag. 1978.
  • HARTSHORN, G. S. Neotropical rainforest dynamics. Biotropica , v.12, p. 23-30, 1980.
  • BARDIN, L. Variação estacional da radiação solar em ambiente externo e no interior de floresta semidecídua. Revista Árvore , v. 28, p. 167-172, 2004.
  • LESCURE, J. P. An architectural study of the vegetation's regeneration in French Guiana. Vegetatio, v. 37, p. 53-60, 1978.
  • MYERS, N. Florestas Tropicais e Suas Espécies, Sumindo, sumindo...? In: WILSON, E.O. Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. p.36-45.
  • NASCIMENTO, H. E. M. et al. Estrutura e dinâmica de populações arbóreas de um fragmento de floresta estacional semidecidual na região de Piracicaba, SP. Revista Brasileira de Biologia, v. 59, p. 329-342, 1999.
  • OLDEMAN, R. A. A. Architeture an energy exchange of dicotyledonous trees in the forest. In: TOMLINSON, P. B.; ZIMMERMANN, M. H. (Eds.). Tropical trees as living systems. University Press Cambridge, p. 535-560. 1978.
  • OLIVEIRA, R. E. Aspectos da dinâmica de um fragmento florestal em Piracicaba-SP: silvigênese e ciclagem de nutrientes. 1997. 40f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 1997.
  • OLIVEIRA, R. J. Variação da composição florística e da diversidade alfa das florestas atlânticas no Estado de São Paulo. 2006. 138f. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006.
  • PÉLISSIER, R. Spatial heterogeneity and dynamics in a dense wet forest in the Western Ghats of India. Publications du département d'écologie (in French), 1997. 148p. v. 37. Disponível: <Disponível: http://pelissier.free.fr/Abstract.html >. Acesso em dezembro de 2006.
    » http://pelissier.free.fr/Abstract.html
  • PEREIRA, J. C. R. Análise de dados qualitativos. São Paulo: Edusp, 2001.
  • RODRIGUES, R. R. Diversidade, dinâmica e conservação em florestas do Estado de São Paulo: 40ha de parcelas permanentes. Piracicaba: LERF, ESALQ, USP, set. 2005. 3° Relatório Científico do processo FAPESP 1999/09635-0. Disponível em: <http://www.lerf.esalq.usp.br/parcelas/relatorio3.pdf>. Acesso em: dezembro 2006.
    » http://www.lerf.esalq.usp.br/parcelas/relatorio3.pdf
  • SALIS, S. M.; SHEPHERD, G. J; JOLY, C. A. Floristic comparison of mesophilic semi deciduous forests of the interior of state of São Paulo, Southeast Brazil. Vegetatio , v. 119, p. 155-164, 1995.
  • SCHNITZER, S. A.; CARSON, W. P. Treefall gaps and maintenance of species diversity in a tropical forest. Ecology , v. 82, p. 913-919, 2001.
  • SOLÈ, R. V.; MARRUBIA, S. C. Are rainforests self-organized in a critical state? Journal of Theoretical Biology, v. 173, p. 31-40, 1995.
  • TORQUEBIAU, E. F. Mosaic patterns in dipterocarp rainforest in Indonesia and their implications for practical forestry. Journal of Tropical Ecology , v. 2, p. 301-325, 1986.
  • ZAR, J. H. Bioestatistical analysis. New Jersey, Prentice Hall. 1999, 663p.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2013
Universidade Federal de Santa Maria Av. Roraima, 1.000, 97105-900 Santa Maria RS Brasil, Tel. : (55 55)3220-8444 r.37, Fax: (55 55)3220-8444 r.22 - Santa Maria - RS - Brazil
E-mail: cienciaflorestal@ufsm.br