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A AMPLITUDE AMOSTRAL INTERFERE NAS MEDIDAS DE GERMINAÇÃO DE Bowdichia virgilioides Kunth?

DOES THE SAMPLE RANGE INTERFERE IN THE GERMINATION MEASUREMENTS OF Bowdichia virgilioides Kunth?

RESUMO

É comum encontrar na literatura trabalhos sobre germinação de sementes nativas de uma mesma espécie com tamanhos de amostra diferenciados. No entanto, não se sabe quais são as consequências disso para os resultados obtidos. Assim, objetivou-se estudar o comportamento das medidas de germinação frente à variação do número de sementes que compõe a amostra para Bowdichia virgilioides. O experimento foi conduzido em câmara de germinação, sob luz branca fluorescente contínua, a 26,2 ± 2,5 ºC. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3 x 3 (três tamanhos de amostra x três lotes), com número de repetições fixo e igual a quatro. A semeadura foi realizada em caixas tipo gerbox, contendo 25, 50 ou 100 sementes, perfazendo 100, 200 ou 400 sementes por amostra. A germinabilidade, tempo inicial, médio e final, velocidade média e VE (IVG), coeficiente de variação do tempo, incerteza e sincronia da germinação foram avaliados, sendo consideradas germinadas as sementes com protrusão de embrião. Gráficos de frequência relativa também foram construídos. Dentre estas medidas, as mais frágeis ao incremento do tamanho da amostra foram o VE e a incerteza. O VE, além de ser influenciado pelo tamanho da amostra, também foi influenciado pelo contrabalancear entre germinabilidade e velocidade média, demonstrando ser uma medida imprópria para mensurar velocidade de germinação quando a capacidade germinativa dos lotes for diferente. As medidas de tempo, uniformidade, sincronia, velocidade média e a germinabilidade não tiveram seus resultados afetados pelos diferentes tamanhos da amostra. A germinabilidade, entretanto, mostrou-se a medida mais estável do processo germinativo, não sendo influenciada pelo tamanho da amostra, mesmo quando analisada por meio de lotes com qualidades muito discrepantes.

Palavras-chave:
teste de germinação; qualidade fisiológica; sucupira-preta; tamanho ótimo de amostra

ABSTRACT

It is usual to find papers about seed germination of native species using different sample sizes. However, the consequences of these procedures on the results are unknown. This study measured the germination process of Bowdichia virgilioides based on different seed sample sizes. The assay was conducted in a germination chamber under continuous fluorescent white lamps and 26.2 ± 2.5 ºC. The design was completely randomized, as a 3 x 3 factorial (three sample sizes x three seed lots), with four replications per treatment. The sowing was done in gerbox, each one containing 25 seeds, making up 100, 200 and 400 seeds per sample analyzed. Germinability, time (first, average and final), speed (mean germination rate and Maguire's index - VE or IVG), coefficient of variation of the germination time, uncertainty and synchrony of the germination process were evaluated. Those seeds with embryo protrusion were considered germinated. Germination relative frequency graphics were also made. Among these measurements, the most fragile to size sample were VE and the uncertainty. VE was also influenced by the relation between germinability and mean germination rate, demonstrating its instability to measure the speed of the germination process when the lots have different germination capacity. Results of time measurements, uniformity, mean germination rate and germinability were not affected by seed sample size. Germinability, however, was the most stable germination measurement, and was not affected by sample size, even when analyzed by seed lots with very discrepant quality.

Keywords:
seed testing; physiological quality; sucupira-preta; optimum sample size

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2013
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