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A VEGETAÇÃO NO PAISAGISMO DAS PRAÇAS DE CURITIBA - PR

VEGETATION IN THE LANDSCAPE OF CURITIBA SQUARES - PARANÁ STATE

RESUMO

Para se investigar as funções ecológicas que as praças desempenham como áreas verdes urbanas, esta pesquisa teve o objetivo de inventariar e caracterizar a vegetação utilizada no paisagismo das praças de Curitiba - PR. Todas as espécies que ocorrem em 32 praças da cidade foram identificadas e quantificadas. Os resultados apontaram que foram encontradas 141 espécies, distribuídas em 58 famílias. Daquele total, 60,3% são arbóreas e 56,7% são de procedência exótica. A espécie que aparece em maior número de praças é Axonopus compressus (grama-são-carlos), presente em 96,9% dos casos. Entre as espécies arbóreas, Ceiba speciosa (paineira) é a de maior ocorrência, aparecendo em 46,9% das praças. Rhododendron simsii (azaleia) apresentou o maior número de exemplares, com 438 indivíduos. É importante considerar o número de exemplares, a diversidade de espécies, e suas características para que os benefícios ecológicos proporcionados pelas praças possam ser garantidos.

Palavras-chave:
arborização urbana; áreas verdes; diversidade

ABSTRACT

To investigate the ecological functions that squares play as urban green areas, this research was designed to inventory and characterize the vegetation used in the landscaping of the squares of Curitiba-PR state. All species occurring in 32 squares in the city were identified and quantified. Results show that 141 species were found, belonging to 58 families. Of this total, 60.3% of species are of arboreal life and 56.7% are of exotic origin. The species that appear in more places is Axonopus compressus (grama-são-carlos), present in 96.9% of cases. Between tree species, Ceiba speciosa (paineira) is the most frequent, appearing in 46.9% of the squares. Rhododendron simsii (azalea) had the highest number of individuals, with 438. It is important to consider the number of individuals, the diversity of species and their characteristics so that the ecological benefits provided by these squares can be guaranteed.

Keywords:
urban forest; green areas; diversity

INTRODUÇÃO

Mais de 50% da população mundial e 84% da população brasileira vivem hoje em centros urbanos (SECRETARIADO DA CONVENÇÃO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA, 2012SECRETARIADO DA CONVENÇÃO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA. Cities and biodiversity outlook. Montreal: CDB, 2012. 64 p. ; IBGE, 2010IBGE. Censo 2010. Rio de Janeiro: IBGE , [2010]. Disponível em: < Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010 >. Acesso em: 30 jan. 2016.
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). As condições de artificialidade das cidades e os impactos da urbanização ocasionam prejuízos para o bem-estar e para a qualidade de vida da população, porém, parte destes impactos pode ser amenizada pela quantidade e qualidade da arborização urbana (MILANO, 1987MILANO, M. S. Planejamento e replanejamento de arborização de ruas. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE ARBORIZAÇÃO URBANA, 2., 1987, Maringá. Anais... Maringá: PMM, 1987. p. 1-8. ).

As áreas verdes e as árvores de ruas desempenham serviços essenciais à melhoria das condições de vida das populações urbanas (VOLPE-FILIK; SILVA; LIMA, 2007VOLPE-FILIK, A.; SILVA, L. F.; LIMA, A. M. P. Avaliação da arborização de ruas do bairro São Dimas na cidade de Piracicaba-SP através de parâmetros qualitativos. REVSBAU , Piracicaba, v. 2, n. 1, p. 34-43, 2007. ; CRISPIM et al., 2014CRISPIM, D. L. et al. Diagnóstico da arborização urbana do centro da cidade de Pombal-PB. Revista Verde, Mossoró, v. 9, n. 1, p. 191-196, 2014.). A cidade de Curitiba, capital do estado do Paraná, possui historicamente um forte discurso ambiental e uma política voltada à valorização da arborização urbana. Dentre estas políticas, está a de conservar as praças da cidade como locais ajardinados e arborizados (BAHLS, 2006BAHLS, A. V. D. S. Praças de Curitiba: espaços verdes na paisagem urbana. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 2006. 193 p.).

A presença de vegetação nas praças desempenha diversos serviços ecossistêmicos que trazem benefícios ecológicos. As praças podem formar elos entre as demais áreas verdes e ruas arborizadas, formando corredores e criando oportunidades para o enriquecimento da biodiversidade (COSTA; ERJAVEC; MATHEY, 2008COSTA, C. S.; ERJAVEC, I. S.; MATHEY, J. Green spaces - a key resources for urban sustainability. The GreenKeys approach for developing green spaces. Urbani Izziv, Ljubljana, v. 19, n. 2, p. 199-211, 2008. ). A vegetação promove a melhoria microclimática, acústica, da qualidade do ar e da drenagem das águas pluviais; a proteção do solo contra erosão e a sobrevivência da fauna; sendo que as árvores, no geral, são essenciais para o bem-estar da população humana (BIONDI, 2008BIONDI, D. Arborização urbana aplicada à educação ambiental nas escolas. Curitiba: Daniela Biondi, 2008. 120 p. ; ROBBA; MACEDO, 2010ROBBA, F.; MACEDO, S. S. Praças brasileiras. São Paulo: EDUSP, 2010. 312 p. (Coleção Quapá).; MARTINI, 2013MARTINI, A. Microclima e conforto térmico proporcionado pelas árvores de rua na cidade de Curitiba - PR. 2013. 129 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013. ).

Além disso, a presença de vegetação nas áreas verdes proporciona a diversificação e o embelezamento da paisagem urbana através de linhas suaves e orgânicas, cores e molduras, tornando as praças objetos cênicos, referenciais e de identidade nas cidades (DE ANGELIS; DE ANGELIS NETO, 2000DE ANGELIS, B. L.; DE ANGELIS NETO, G. Os elementos de desenho das praças de Maringá-PR. Acta Scientiarum, Maringá, v. 22, n. 5, p. 1445-1454, 2000.; BIONDI, 2008BIONDI, D. Arborização urbana aplicada à educação ambiental nas escolas. Curitiba: Daniela Biondi, 2008. 120 p. ).

O objetivo desta pesquisa foi inventariar a vegetação utilizada no paisagismo das praças de Curitiba - PR.

MATERIAL E MÉTODOS

Curitiba possui 1.879.355 habitantes, distribuídos em uma área de 435,036 km², com densidade demográfica de 4.320 hab./km² (IBGE, 2016bIBGE. Cidades: Curitiba. Rio de Janeiro: IBGE , [2016b]. Disponível em: <Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010 >. Acesso em: 30 jan. 2016.
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; CURITIBA, 2016cCURITIBA(PR) Prefeitura.. Perfil da cidade de Curitiba. Curitiba: Prefeitura Municipal de Curitiba , [2016c]. Disponível em: <Disponível em: http://goo.gl/lMlwjZ >. Acesso em: 30 jan. 2016.
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). A cidade está localizada no Primeiro Planalto Paranaense, a 934,6 metros de altitude, e possui relevo levemente ondulado, com colinas suavemente arredondadas, dando-lhe uma fisionomia relativamente regular (INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO DE CURITIBA, 2016INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO DE CURITIBA. Curitiba em dados. Curitiba: IPPUC, [2016]. Disponível em: <Disponível em: http://www.ippuc.org.br/ >. Acesso em: 30 jan. 2016.
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).

Segundo classificação climática de Köppen-Geiger, Curitiba localiza-se em região climática do tipo Cfb, com temperatura média anual de 17ºC, com média de 20,5ºC no mês mais quente e 13ºC no mês mais frio, e precipitação anual de 1.550 mm levemente concentrada nos meses de verão (ALVARES et al., 2013ALVARES, C. A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, Stuttgart, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013.).

Curitiba está inserida dentro do Bioma Mata Atlântica, na região fitogeográfica da Floresta Ombrófila Mista, entremeada por fragmentos de Estepe Gramíneo-Lenhosa (BOBROWSKI, 2011BOBROWSKI, R. Estrutura e dinâmica da arborização de ruas de Curitiba, Paraná, no período 1984 - 2010. 2011. 144 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011. ). Segundo o mapa de maciços florestais de Curitiba (CURITIBA, 2016aCURITIBA (PR). Índice de área verde passa para 64,5 m² por habitante. Curitiba: Prefeitura Municipal de Curitiba, [2016a]. Disponível em: <Disponível em: http://goo.gl/Kt9AHt >. Acesso em: 30 jan. 2016.
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), o índice de áreas verdes (IAV) é de 64,5 m²/hab., o que representa 113 km², ou 26% da superfície da capital coberta por vegetação. O índice de arborização urbana do IBGE (2016aIBGE. Características urbanísticas do entorno dos domicílios. Rio de Janeiro: IBGE, [2016a]. Disponível em: <Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010 >. Acesso em: 30 jan. 2016.
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) constatou que 76,4% da cidade encontra-se arborizada. Das 1.066 áreas verdes existentes na cidade, 454 são praças, que ocupam 11,41% da extensão ocupada pelas áreas verdes em Curitiba (VIEZZER et al., 2012VIEZZER, J. et al. Tipologia das áreas verdes de Curitiba. In: CONGRESSO FLORESTAL PARANAENSE, 4., 2012, Curitiba. Anais... Curitiba: Congresso Florestal Paranaense, 2012. CD-ROM. ).

Utilizaram-se dois critérios para definir a população a ser estudada: possuir nome próprio e data de criação. Das 454 praças de Curitiba, 343 possuem nome, 101 possuem datas cadastradas na Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba, e 56 praças possuem datas encontradas em documentos junto aos arquivos da Casa da Memória de Curitiba. Definiu-se a população a ser estudada em um total de 157 praças. Dessa população, foram sorteadas inicialmente 16 amostras (10%) por meio do método de amostragem aleatória para um estudo-piloto. Neste estudo preliminar, foi realizado o levantamento de uma variável de interesse: a relação entre área permeável e a área total das praças. Por meio desta variável, foi possível realizar o cálculo do número de amostras necessárias para uma população finita proposta por Oliveira e Brune (1985OLIVEIRA, R. J. D. P. D.; BRUNE, A. Variação da densidade básica da madeira e capacidade de regeneração entre e dentro de origens de Eucalyptus grandis W. Hill ex-Maiden. Revista Árvore , Viçosa, MG, v. 9, n. 1, p. 40-48, 1985.). A amostragem inicial de 10% das praças no estudo piloto permitiu o cálculo da quantidade adequada de praças a ser amostrada para que o resultado fosse considerado significativo. O cálculo foi realizado admitindo um limite de erro de 15% e uma probabilidade de 10%. Por meio deste cálculo, mostrou-se necessário o levantamento da vegetação de 32 praças para que o estudo fosse significativo. Por isso, mais 16 praças foram sorteadas de maneira aleatória e somadas às 16 praças componentes do estudopiloto. Sendo assim, o levantamento da vegetação utilizada no paisagismo das praças de Curitiba - PR foi realizado em 32 praças, que representam 20,4% da população definida de 157 praças.

Relação das 32 praças amostradas: Tiradentes, Carlos Gomes, José Borges de Macedo, Santos Andrade, Garibaldi, do Redentor, da Espanha, Pe. João Bagozzi, Alfredo Andersen, Villa Lobos, Abílio de Abreu, Itália, Isaac Milder, Presidente Eisenhower, Tobias Bueno de Arruda, Francisco R. A. de Macedo, Nova República, Lucia Bozza Pilatti, Piazza San Marco, Pe. Agostinho Legros, do Japão, Vívian Calopreso Braga, Nelson Satenarski Monteiro, Rio Iguaçu, Pe. Dario Zampiero, Profa. Rosa Kolody, da Colonização Menonita, Irene Pereira e Silva, Loris Scorsin, Emirados Árabes Unidos, Domingas Bianco Stoco e Prof. Dr. Manoel Lourenço Branco.

As espécies presentes nas 32 praças amostradas foram identificadas e quantificadas por uma equipe de campo, geralmente composta por três pesquisadores, que utilizaram equipamentos como prancheta e lápis, máquina fotográfica, tesoura de poda e podão aéreo para coleta de amostras da vegetação. A identificação das espécies foi realizada prioritariamente em campo no momento da coleta de dados, porém, quando esta identificação não foi possível, a vegetação foi coletada para identificação por meio de comparação de exsicatas depositadas no Laboratório de Paisagismo e no Herbário do curso de Engenharia Florestal UFPR e com base em literatura específica (LORENZI, 2002LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Plantarum, 2002. 368 p.; CARVALHO, 2003CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. Colombo: Embrapa Florestas, 2003. 1040 p. ; LORENZI et al., 2003LORENZI, H et al. . Árvores exóticas no Brasil: madeiras, ornamentais e aromáticas. 1. ed. Nova Odessa: Platarum, 2003. 368 p.; BIONDI; ALTHAUS, 2005BIONDI, D .; ALTHAUS, M. Árvores de rua de Curitiba: cultivo e manejo. Curitiba: FUPEF, 2005. 179 p.; BIONDI; LEAL, 2008BIONDI, D .; LEAL, L. Caracterização das plantas produzidas no Horto Municipal da Barreirinha - Curitiba/ PR. REVSBAU, Piracicaba, v. 3, n. 2, p. 20-36, 2008. ; LORENZI; SOUZA, 2008LORENZI, H .; SOUZA, H. M. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. 4. ed. Nova Odessa: Plantarum , 2008. 1088 p. ; TROPICOS, 2015TROPICOS. Missouri Botanical Garden. [2015]. Disponível em: <Disponível em: http://www.tropicos.org >. Acesso em: 10 dez. 2015.
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).

Depois de identificada, a vegetação foi caracterizada da seguinte forma: forma de vida (árvore, arbusto, herbácea, trepadeira), procedência (nativa de Curitiba, nativa do Brasil, exótica), número de indivíduos e praças de ocorrência.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram encontradas 141 espécies nas 32 praças amostradas, distribuídas em 58 famílias, conforme Tabela 1.

TABELA 1
Espécies encontradas nas praças de Curitiba - PR
TABLE 1
Species found in the squares of Curitiba - PR state

O número de espécies encontrado foi considerado alto quando comparado a estudos de levantamento florístico e inventário em áreas urbanas. Em praças, Harder (2002HARDER, I. C. F. Inventário quali-quantitativo da arborização e infra-estrutura das praças da cidade de Vinhedo (SP). 2002. 140 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002.) identificou 55 espécies em Vinhedo SP, Mariano, Oliveira e Pereira (2008MARIANO, R. D. S.; OLIVEIRA, R. L. N.; PEREIRA, M. Inventário de arborização de 12 praças no município de Ituverava-SP. Nucleus, Ituverava, v. 5, n. 1, p. 210-224, 2008.) encontraram 35 espécies em Ituperava - SP, Silva et al. (2011SILVA, A. F. et al. Levantamento florístico da área urbana de Santa Fé do Sul: praças e bairros Bela Vista e Santa Cruz. In: FÓRUM DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FUNEC, 1., 2011, Santa Fé do Sul. Anais... Santa Fé do Sul: FUNEC, 2011. CD-ROM.) identificaram 27 espécies em Santa Fé do Sul - SP, Souza et al. (2011SOUZA, A. L. D. et al. Diagnóstico quantitativo e qualitativo da arborização das praças de Aracaju, SE. Revista Árvore , Viçosa, MG, v. 35, n. 6, p. 1253-1263, 2011. ) encontraram 64 espécies em Aracaju - SE, Santos, Silva e Souza (2011SANTOS, A. C. B. D.; SILVA, M. A. P. D.; SOUZA, R. K. D. Levantamento florístico das espécies utilizadas na arborização de praças no município de Crato, CE. Cadernos de Cultura e Ciência, Crato, v. 10, n. 1, p. 13-18, 2011.) identificaram 18 espécies em Crato - CE, e Kramer e Krupek (2012KRAMER, J. A.; KRUPEK, R. A. Caracterização florística e ecológica da urbanização praças públicas do município de Guarapuava-PR. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 36, n. 4, p. 647-658, 2012.) encontraram 98 espécies em Guarapuava - PR. Outros estudos, como os de Dantas e Souza (2004DANTAS, C. I.; SOUZA, C. M. C. Arborização urbana na cidade de Campina Grande - PB: inventário e suas espécies. Revista Bioterra, Campina Grande, v. 4, n. 2, p. 37-54, 2004.) e Goés (2009GOÉS, G. S. Arborização de ruas e praças em Salvador, BA: a luz da ecologia e permacultura. 2009. 127 f. Trabalho de Graduação (Bacharel em Ciências Biológicas) - Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009.), também apresentaram um número menor de espécies, encontrando 132 espécies na arborização urbana de Campina Grande - PB, e 82 espécies nas praças e na arborização de ruas de Salvador - BA, respectivamente.

Além da alta quantidade de espécies, também foi encontrada uma grande diversidade de famílias botânicas nas praças de Curitiba. A maioria das 58 famílias identificadas, 55,2% do total, porém, teve ocorrência de uma única espécie, e apenas sete famílias, 12,1%, são representadas por cinco ou mais espécies, conforme Figura 1.

Figura 1
Famílias com maior representatividade de espécies nas praças de Curitiba - PR
Figure 1
Families with greater species representation in the squares of Curitiba - PR state

A família Fabaceae apresentou o maior número de espécies, 23, que representam 16,3% do total de espécies presentes nas 32 praças amostradas. Goés (2009GOÉS, G. S. Arborização de ruas e praças em Salvador, BA: a luz da ecologia e permacultura. 2009. 127 f. Trabalho de Graduação (Bacharel em Ciências Biológicas) - Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009.), Silva et al. (2011SILVA, A. F. et al. Levantamento florístico da área urbana de Santa Fé do Sul: praças e bairros Bela Vista e Santa Cruz. In: FÓRUM DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FUNEC, 1., 2011, Santa Fé do Sul. Anais... Santa Fé do Sul: FUNEC, 2011. CD-ROM.) e Kramer e Krupek (2012KRAMER, J. A.; KRUPEK, R. A. Caracterização florística e ecológica da urbanização praças públicas do município de Guarapuava-PR. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 36, n. 4, p. 647-658, 2012.) encontraram esta família como a mais representativa de seus estudos, com 44,0%, 25,9% e 12,2% do total de espécies, respectivamente. De acordo com Souza e Lorenzi (2005SOUZA, V. C.; LORENZI, H . Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa: Plantarum , 2005. 640 p. ), Fabaceae é a principal família usada na arborização urbana em todo o Brasil. Na arborização de ruas de Curitiba, Bobrowski (2011BOBROWSKI, R. Estrutura e dinâmica da arborização de ruas de Curitiba, Paraná, no período 1984 - 2010. 2011. 144 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011. ) também identificou a família Fabaceae como a mais representativa, com 16,4% do total de espécies, resultado bastante próximo ao encontrado por esta pesquisa. Os resultados encontrados tanto para a arborização de ruas quanto para as praças se justificam, pois, segundo Curitiba (2016bCURITIBA (PR). Horto Municipal da Barreirinha. [2016b]. Disponível em: <Disponível em: http://goo.gl/IzNrnc >. Acesso em: 30 jan. 2016.
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), Horto Municipal da Barreirinha é o responsável pela produção de mudas para a arborização pública tanto de ruas quanto de áreas verdes de Curitiba, e Biondi e Leal (2008BIONDI, D .; LEAL, L. Caracterização das plantas produzidas no Horto Municipal da Barreirinha - Curitiba/ PR. REVSBAU, Piracicaba, v. 3, n. 2, p. 20-36, 2008. ) encontraram 37 espécies de Fabaceae produzidas pelo horto, sendo a família de maior representatividade naquele local. As espécies encontradas nas praças foram classificadas de acordo com sua forma de vida: arbórea, arbustiva, herbácea ou trepadeira (Figura 2).

Figura 2
Formas de vida das espécies das praças amostradas em Curitiba - PR
Figure 2
Species life forms of the sampled squares in Curitiba - PR state

A maioria das espécies encontradas é arbórea, representando 60,3%. Em segundo lugar estão as arbustivas, com 27,7%, seguidas pelas as herbáceas e as trepadeiras, com 10,6% e 1,4%, respectivamente.

Em relação à procedência, as espécies foram divididas em exóticas, nativas do Brasil e nativas de Curitiba (Figura 3). A classificação da procedência de espécies em exóticas, nativas nacionais e nativas regionais é usada por diversos pesquisadores, como Biondi e Leal (2008BIONDI, D .; LEAL, L. Caracterização das plantas produzidas no Horto Municipal da Barreirinha - Curitiba/ PR. REVSBAU, Piracicaba, v. 3, n. 2, p. 20-36, 2008. ), Goés (2009GOÉS, G. S. Arborização de ruas e praças em Salvador, BA: a luz da ecologia e permacultura. 2009. 127 f. Trabalho de Graduação (Bacharel em Ciências Biológicas) - Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009.), e Isernhagem, Bourlegat e Carboni (2009ISERNHAGEM, I.; LE BOURLEGAT, J. M. G.; CARBONI, M. Trazendo a riqueza arbórea regional para dentro das cidades: possibilidades, limitações e benefícios. REVSBAU , Piracicaba, v. 4, n. 2, p. 117-138, 2009. ), devido à preocupação em relação ao uso de espécies exóticas a ecossistemas.

Figura 3
Procedência das espécies das praças amostradas em Curitiba - PR
Figure 3
Species origins of the sampled squares in Curitiba - PR state

A maioria das espécies encontradas nas praças amostradas é exótica, representando 56,7% do total de espécies, sendo as restantes nativas do Brasil ou de Curitiba, representando 25,5% e 17,8%, respectivamente.

Segundo Speth, Holdgate e Tolba (1992SPETH, J. C.; HOLDGATE, M. W.; TOLBA, M. K. A estratégia global da biodiversidade. Diretrizes de ação para estudar, salvar e usar de maneira sustentável e justa a riqueza biótica da terra. Rio de Janeiro: WRI; UICN; PNUMA, 1992. 232 p. ), espécies exóticas são aquelas que ocorrem em uma área fora de seu limite natural historicamente conhecido, como resultado da dispersão acidental ou intencional através de atividades humanas. Para Mack et al. (2000MACK R. N. et al. Biotic invasions: causes, epidemiology, global consequences, and control. Ecological Applications, Washington, v. 10, n. 3, p. 689-710, 2000.), o problema das espécies exóticas é que elas se estabelecem em novos territórios e persistem em detrimento de espécies próprias do ecossistema, causando alterações nos processos ecológicos.

De acordo com Ziller e Zalba (2007ZILLER, S. R.; ZALBA, S. Propostas de ação para prevenção e controle de espécies exóticas invasoras. Natureza & Conservação, Curitiba, v. 5, n. 2, p. 8-15, 2007. ), espécies nativas, por sua vez, são espécies localizadas dentro dos limites de sua distribuição natural. Para estes autores, são os limites ambientais de cada ecossistema que caracterizam a procedência da espécie, e não os limites políticos, como é o caso das espécies nativas nacionais. Para estes autores, espécies movidas de um ecossistema para outro, mesmo dentro de um país, são tão exóticas quanto espécies estrangeiras, e também apresentam um potencial de risco e dano.

Sendo assim, pode-se considerar que 82,2% das espécies encontradas nas praças de Curitiba são exóticas ao ecossistema local, fazendo com que esta tipologia de área verde perca parte de seu potencial ecológico, especialmente na contribuição da conservação da biodiversidade da região, e em relação aos benefícios ocasionados pela vegetação nativa e biodiversidade. Dentre eles, Dias e Costa (2008DIAS, J.; COSTA, D. Sugestões de espécies arbóreas nativas ocorrentes no sul do estado do Paraná para fins ornamentais. União da Vitória: FAFIUV, 2008. 28 p. ) afirmam que as espécies nativas são responsáveis pela atração e conservação da fauna e contribuem para o equilíbrio ecológico, além de despertar na população um sentimento de valorização da flora e de identidade local.

Ainda assim, segundo Lorenzi et al. (2003LORENZI, H et al. . Árvores exóticas no Brasil: madeiras, ornamentais e aromáticas. 1. ed. Nova Odessa: Platarum, 2003. 368 p.), as espécies exóticas representam cerca de 80% das espécies usadas no Brasil. Em estudos de arborização urbana, Dantas e Souza (2004DANTAS, C. I.; SOUZA, C. M. C. Arborização urbana na cidade de Campina Grande - PB: inventário e suas espécies. Revista Bioterra, Campina Grande, v. 4, n. 2, p. 37-54, 2004.) encontraram 50,8% de espécies exóticas, Mariano, Oliveira e Pereira (2008MARIANO, R. D. S.; OLIVEIRA, R. L. N.; PEREIRA, M. Inventário de arborização de 12 praças no município de Ituverava-SP. Nucleus, Ituverava, v. 5, n. 1, p. 210-224, 2008.) 51,4%, Goés (2009GOÉS, G. S. Arborização de ruas e praças em Salvador, BA: a luz da ecologia e permacultura. 2009. 127 f. Trabalho de Graduação (Bacharel em Ciências Biológicas) - Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009.) 36,6%, e Kramer e Krupek (2012KRAMER, J. A.; KRUPEK, R. A. Caracterização florística e ecológica da urbanização praças públicas do município de Guarapuava-PR. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 36, n. 4, p. 647-658, 2012.), 48%. Embora as praças de Curitiba apresentem uma maior diversidade de espécies quando comparadas a estes estudos, a proporção de espécies exóticas nas praças amostradas é superior: 56,7%. Na arborização das ruas de Curitiba, Bobrowski (2011BOBROWSKI, R. Estrutura e dinâmica da arborização de ruas de Curitiba, Paraná, no período 1984 - 2010. 2011. 144 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011. ) também encontrou uma alta proporção de espécies exóticas, representando 54,1% do total.

Para Lorenzi (2002LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Plantarum, 2002. 368 p.), a indisponibilidade de mudas é a principal dificuldade para o uso de espécies nativas. Já Silva et al. (2008SILVA, A. T. D. et al. As praças Dr. Augusto Silva e Leonardo Venerando Pereira, 1701 Lavras - MG, segundo a visão de seus frequentadores. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 32, n. 6, 2008.) acreditam que o grande número de espécies exóticas usadas se deve, em parte, à falta de interesse dos órgãos públicos em incentivar e promover o plantio de espécies nativas da região. Porém, este não parece ser o caso de Curitiba, pois, segundo Biondi e Leal (2008BIONDI, D .; LEAL, L. Caracterização das plantas produzidas no Horto Municipal da Barreirinha - Curitiba/ PR. REVSBAU, Piracicaba, v. 3, n. 2, p. 20-36, 2008. ), o Horto Municipal da Barreirinha produz principalmente espécies nativas - apenas 16,4% das espécies produzidas no horto são exóticas. Por isso, é difícil compreender o motivo do alto número de espécies exóticas encontrado na arborização da cidade.

Além de espécies exóticas, algumas espécies podem ser consideradas exóticas invasoras (MONTY; FLORENS; BAIDER, 2013MONTY, M. L. F.; FLORENS, F. B. V.; BAIDER, C. Invasive alien plants elicit reduced production of flowers and fruits in various native forest species on the tropical island of Mauritius (Mascarenes, Indian Ocean). Tropical Conservation Science, Menlo Park, v. 6, n. 1, p. 35-49, 2013.). Segundo o Decreto Municipal 473/2008 (CURITIBA, 2008CURITIBA (PR). Decreto n. 473, de 05 de junho de 2008. Define as espécies florestais consideradas como exóticas invasoras para o Município de Curitiba e dá outras providências. Diário Oficial do Município, Curitiba, 05 jun. 2008. Disponível em: <Disponível em: http://goo.gl/fxhWIO >. Acesso em: 01 fev. 2016.
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), espécies exóticas invasoras são introduzidas fora de sua área natural de distribuição, presente ou passada, cuja dispersão ameaça ecossistemas, habitat ou espécies e causam impactos ambientais, econômicos, sociais ou culturais. Em Curitiba, sete espécies são assim consideradas: alfeneiro (Ligustrum lucidum W.T. Aiton), amora (Morus nigra L.), cinamomo (Melia azedarach L.), eucalipto (Eucalyptus spp), pau-incenso (Pittosporum undulatum Vent.), pinheiro (Pinus spp) e uva-do-japão (Hovenia dulcis Thunb.). Todas estas espécies foram encontradas nas praças amostradas, representando 8,7% das espécies exóticas, e 5,0% do total de espécies.

De acordo com Ziller, Zenni e Graf Neto (2004ZILLER, S. R.; ZENNI, R. D.; GRAF NETO, J. Invasões biológicas: introdução, impactos e espécies invasoras no Brasil. In: PEDROSA-MACEDO, J. H .; BREDOW, E. A. Princípios e rudimentos do controle biológico de plantas: coletânea. Curitiba: UFPR, 2004. p. 17-41.), as espécies exóticas invasoras são introduzidas, adaptam-se e estabelecem-se em ecossistemas em que não ocorrem naturalmente, e passam a ocupar o espaço de espécies nativas, tendendo a tornarem-se dominantes e podendo causar impactos ambientais e socioeconômicos negativos. Blum, Borgo e Sampaio (2008BLUM, C. T.; BORGO, M.; SAMPAIO, A. C. F. Espécies exóticas invasoras na arborização urbana de Maringá, Paraná. REVSBAU , Piracicaba, v. 3, n. 2, p. 78-97, 2008. ) afirmam que as espécies exóticas invasoras são consideradas a segunda maior causa de extinção de espécies no planeta, afetando diretamente a biodiversidade, a economia e a saúde humana. Assim sendo, o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2006BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Espécies exóticas invasoras: situação brasileira. Brasília: MMA, 2006. 24 p.) recomenda o uso de estratégias e mecanismos para a eliminação, mitigação e controle de possíveis impactos causados por espécies exóticas invasoras. Para Biondi e Pedrosa-Macedo (2008BIONDI, D .; PEDROSA-MACEDO, J. H. Plantas invasoras encontradas na área urbana de Curitiba (PR). Floresta, Curitiba, v. 38, n. 1, p. 129-144, 2008.), a administração pública deve gerar diretrizes para os departamentos que tratam de temas relacionados com a vegetação nas cidades, a fim de promover educação ambiental e práticas de manejo em áreas verdes e na arborização de ruas, fomentadas com informações técnico-científicas atuais, bom senso e respeito à vegetação nativa. A importância de uma vegetação de qualidade nas áreas verdes urbanas está fortemente relacionada com a conservação de ecossistemas locais e nacionais (BIONDI; MUELLER, 2013BIONDI, D .; MUELLER, E. Espécies arbóreas invasoras no paisagismo dos parques urbanos de Curitiba, PR. Floresta, Curitiba, v. 43, n. 1, p. 69-82, 2013.).

A procedência das espécies encontradas nas praças amostradas relacionada com a forma de vida de tais espécies está apresentada na Figura 4.

Figura 4
Procedência das espécies das praças amostradas em Curitiba - PR por forma de vida
Figure 4
Species origins of the sampled squares in Curitiba - PR state per life form

Das espécies arbóreas, 44,7% são exóticas, 30,6% são nativas do Brasil e 24,7% são nativas de Curitiba. A proporção de espécies exóticas continua relativamente alta para as espécies arbóreas, entretanto, quando comparada com as demais formas de vida, percebe-se uma grande diferença. Das espécies arbustivas, 71,8% são exóticas. Das espécies herbáceas, este número chega a 80,0%, e das trepadeiras, 100%. Percebese, portanto, uma maior preocupação com a procedência das espécies arbóreas, em detrimento das demais formas de vida, talvez devido ao maior número de pesquisas, maior produção de mudas, e maior interesse econômico para as espécies arbóreas.

Em relação à frequência, a espécie que aparece em maior número de praças é a grama-sãocarlos (Axonopus compressus (Sw.) P. Beauv.), presente em 31 das 32 praças amostradas (96,9%). A Praça do Redentor é a única praça em que esta espécie não aparece, devido à praça ter 99,1% de sua área impermeabilizada, e possuir apenas árvores em canteiros estreitos. A grama-são-carlos é nativa de Curitiba, sendo também conhecida como curitibana (GURGEL, 2003GURGEL, R. G. A. Principais espécies e variedades de grama. In: SIMPÓSIO SOBRE GRAMADOS, 1., 2003, Botucatu. Anais... Botucatu: FCA; UNESP, 2003. CD-ROM.) e é uma das principais variedades de grama produzidas no Brasil (ZANON, 2003ZANON, M. E. O mercado de Gramas no Brasil, cadeia produtiva, situação atual e perspectivas. In: SIMPÓSIO SOBRE GRAMADOS, 1., 2003, Botucatu. Anais... Botucatu: FCA; Unesp, 2003. p. 1-12.).

Entre as espécies arbóreas, aquelas com maior frequência nas praças estão apresentadas na Figura 5.

Figura 5
Frequência das espécies arbóreas nas praças amostradas em Curitiba - PR
Figure 5
Frequency of tree species in the sampled squares of Curitiba - PR state

Das espécies arbóreas, a paineira (Ceiba speciosa (A. St.-Hill.) Ravenna) é a que aparece no maior número de praças, 15, o que representa 46,9% das praças amostradas, seguida do ipê-amarelo-miúdo (Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex A. DC.) Mattos), em 43,7% das praças, e a araucária (Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze), a canafístula (Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.) e o dedaleiro (Lafoensia pacari A. St.-Hill.), em 37,5% das praças, cada uma.

Segundo Lorenzi (1992), a paineira é uma árvore de grande efeito ornamental, devido ao seu porte avantajado, beleza das flores e por apresentar florescimento abundante e prolongado. Costa e Kaminski (1990COSTA, E. F.; KAMINSKI, N. L. Análise quali-quantitativa da arborização de ruas do conjunto habitacional “A” da Itaipu Binacional, Foz do Iguaçu - Paraná. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE ARBORIZAÇÃO URBANA, 3., 1990, Curitiba. Anais... Curitiba: FUPEF , 1990. p. 252-262.) afirmam que a paineira é frequentemente cultivada em parques, praças, jardins e avenidas das cidades brasileiras, como Brasília - DF e Foz do Iguaçu - PR. Curitiba então se une às demais cidades brasileiras em que a paineira aparece com frequência na arborização urbana. Todavia, não foram encontrados maiores motivos que justifiquem esta espécie como a mais frequente das praças da cidade.

O ipê-amarelo-miúdo, espécie que ficou em segundo lugar na frequência, é extremamente ornamental, principalmente quando perde as folhas e floresce, e em Curitiba é bastante utilizado na arborização de ruas e no paisagismo de parques e praças, além de ser considerada a flor nacional do Brasil (COBALCHINI, 1999COBALCHINI, J. L. Considerações sobre as doze espécies florestais mais utilizadas na arborização de ruas de Curitiba - PR. 1999. 150 f. Monografia (Especialista em Gerenciamento Ambiental na Indústria) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1999.). De acordo com Duarte e Ostos (2005DUARTE, R. H.; OSTOS, N. S. Entre ipês e eucaliptos. Revista Nómadas, Bogotá, n. 22, p. 74-85, 2005.), esta espécie carrega um simbolismo especial por carregar as mesmas cores da bandeira brasileira - verde e amarelo - e seus exemplares são como monumentos históricos, responsáveis pela identificação entre a nação e as árvores.

Enquanto o ipê-amarelo-miúdo é símbolo nacional, a araucária, espécie que ficou em terceiro lugar na frequência, é o símbolo máximo do Paraná e de Curitiba, aparecendo como uma imagem referência na construção da memória e da identidade social e cultural do estado e da cidade (CARVALHO, 2013CARVALHO, A. I. D. Pinheiro-do-Paraná: símbolo de identificação cultural ou emblema de uma história de desflorestamento? In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 27., 2013, Natal. Anais... Natal: ANPUH, 2013. p. 1-11.). A araucária é uma espécie de grande efeito ornamental e paisagístico, com destaque para a beleza da copa nos vários estágios de seu desenvolvimento (CARVALHO, 2003CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. Colombo: Embrapa Florestas, 2003. 1040 p. ).

Devido à importância do ipê-amarelo-miúdo e da araucária nas culturas brasileiras, paranaenses e curitibanas, e pelo fato da praça ser a tipologia de áreas verdes com maior relação com sua função social, esperava-se que estas espécies aparecessem em maior quantidade de praças do que a paineira. Além disso, o manacá (Brunfelsia uniflora (Pohl) D. Don), declarado como flor simbólica de Curitiba, segundo Lei Municipal 6.324/1982 (CURITIBA, 1982CURITIBA (PR). Lei Municipal n. 6.324, de 12 de julho de 1982. Declara o manacá flor simbólica de Curitiba, revoga a Lei 6.262/1981 e dá outras providências. Diário Oficial do Município , Curitiba, 12 jul. 1982. Disponível em: <Disponível em: https://goo.gl/4KcBnN >. Acesso em: 01 fev. 2016.
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), está presente em apenas uma das praças amostradas.

Em relação à diversidade, as praças com maior número de espécies são apresentadas na Figura 6.

Figura 6
Praças de Curitiba - PR com maior número de espécies
Figure 6
Squares of Curitiba, PR state which have the largest number of species

As praças Carlos Gomes e Santos Andrade foram as praças amostradas com maior número de espécies, com 40 cada. A Praça Abílio de Abreu vem em seguida com 37 espécies. Estes números representam 28,4% e 26,2% do total de espécies encontradas.

A praça com a menor quantidade de espécies é a Praça Prof. Dr. Manoel Lourenço Branco, com 0,7% do total de espécies, porcentagem que representa apenas uma das 141 espécies. A única espécie ocorrente nesta praça é a grama-são-carlos, que aparece em 31 das 32 praças amostradas.

Para contagem do número de exemplares de cada espécie, levou-se em consideração apenas as espécies arbóreas e arbustivas. Foresti e Pereira (1987FORESTI, C; PEREIRA, M. D. B. Utilização de índices vegetativos obtidos com dados do sistema TM LANDSAT no estudo ambiental urbano: cidade de São Paulo. São José dos Campos: INPE, 1987. 24 p.) afirmam que o conhecimento da quantidade da vegetação constitui uma base indispensável para a política de monitoramento e tomada de decisões para o melhoramento do ambiente das regiões intensamente urbanizadas.

Foram contabilizados 2.278 indivíduos em 124 espécies arbóreas e arbustivas. Este resultado representa uma média de aproximadamente 71 indivíduos por praça de Curitiba, ou um indivíduo a cada 98 m² de praça. As dez espécies com o maior número de exemplares são apresentadas na Figura 7.

Figura 7
Espécies com maior número de exemplares nas praças de Curitiba - PR
Figure 7
Species with greater number of individuals on the squares of Curitiba - PR

Das espécies de porte arbóreo e arbustivo, a azaleia (Rhododendron simsii Planch.) é a que mais apresentou exemplares, 438, representando 19,2% de todos os indivíduos. Em segundo lugar, o jerivá (Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman) apresentou 113 exemplares, representando 5,0%, e em terceiro o buxinho (Buxus sempervirens L.), com 101 exemplares, ou 4,4%. Das três espécies com maior número de exemplares, duas são espécies arbustivas. De acordo com Lira Filho (2002LIRA FILHO, J. A. Paisagismo: elementos de composição e estética. Viçosa, MG: Aprenda Fácil, 2002. 194 p. (Coleção jardinagem e paisagismo. Série planejamento paisagístico, v. 2).), as espécies arbustivas se destacam entre as plantas ornamentais. No paisagismo, os arbustos se sobressaem às árvores devido a sua plasticidade e suas formas, cores e volumes diferenciados.

Na composição das paisagens, as espécies arbustivas podem ser dispostas isoladamente ou agrupadas, em maciços ou cercas-vivas. Esta foi a utilização mais observada nas praças amostradas para a azaleia, espécie que apresentou o maior número de indivíduos. A azaleia é um arbusto resistente e ornamental, apresenta intensa floração nos meses de inverno, e por isso é muito usada em jardins e praças públicas (CLARKE, 1982CLARKE, J. H. Getting started with rhododendrons and azaleas. Portland: Timber, 1982. 268 p.; BELLÉ, 2013BELLÉ, S. Apostila de paisagismo. Bento Gonçalves: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, 2013. 40 p.).

Além da azaleia e do buxinho, as demais espécies com maior número de exemplares são todas de vida arbórea. A araucária apresentou 85 indivíduos, ou 3,7%, seguida do ipê-amarelo-miúdo, com 3,2%, o dedaleiro, com 2,9%, o ipê-amarelo-graúdo (Handroanthus albus (Cham.) Mattos), com 2,8% e, por fim, a paineira, com 2,7%.

Apesar de a paineira ocorrer em maior número de praças do que a araucária e o ipê-amarelo-miúdo, estas espécies possuem um maior número de exemplares. Este resultado era o esperado para esta pesquisa devido à importância simbólica e cultural da araucária e do ipê-amarelo-miúdo, discutidos anteriormente.

CONCLUSÃO

No geral, há um grande número de espécies e de famílias botânicas nas praças de Curitiba - PR, quando comparado a estudos de levantamento florístico e inventário em áreas urbanas. A maioria das espécies é de vida arbórea e exótica ao ecossistema original da região, mesmo existindo historicamente uma preocupação por parte do município com a arborização urbana da cidade. Todas as espécies consideradas exóticas invasoras por decreto municipal foram encontradas nas praças amostradas.

A espécie arbórea que ocorre no maior número de praças é a paineira (Ceiba speciosa (A. St.-Hill.) Ravenna), seguida por espécies de maior simbologia para a região: o ipê-amarelo-miúdo (Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex A. DC.) Mattos) e a araucária (Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze). A azaleia (Rhododendron simsii Planch.) é notadamente a espécie que apresenta o maior número de indivíduos.

Enquanto há praças com até 40 espécies diferentes, como a Carlos Gomes e a Santos Andrade, existem praças com baixíssima diversidade, como a Praça Prof. Dr. Manoel Lourenço Branco, que possui apenas uma espécie.

Sendo assim, recomenda-se a remoção de espécies exóticas invasoras e a valorização de espécies nativas de Curitiba - PR em suas praças, além do aumento da diversidade de espécies, permitindo assim que as praças desempenhem melhor seu potencial de promoção de benefícios ecológicos para a população urbana.

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Disponibilidade de dados

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Mar 2018

Histórico

  • Recebido
    02 Fev 2016
  • Aceito
    13 Set 2016
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