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A regeneração natural de floresta nativa é influenciada pela pecuária bovina leiteira?

Is the natural regeneration of native forest influenced by dairy cattle farming?

RESUMO

A regeneração natural ocorre através das plantas jovens das árvores que habitam o interior das florestas e são essenciais para a sucessão ecológica das florestas nativas. Na silvicultura, a condução da regeneração natural é uma técnica de manejo florestal tradicional de baixo custo e muito adequada para florestas nativas e pequenas propriedades. A hipótese levantada é que a florística e a estrutura da vegetação são afetadas nos parâmetros fitossociológicos com a presença de bovinos. Foram avaliadas 180 parcelas de área (2 × 2 m), distribuídas em seis blocos amostrais. Indiferente a porção topográfica em topossequência, os fragmentos florestais isolados com cercas de arame apresentaram melhores parâmetros florísticos e fitossociológicos. Nas áreas florestais com acesso do pastoreio, foram comuns espécies tolerantes ao pastoreio e ao pisoteio dos animais. Estas eram espinhosas, com ramos flexíveis e/ou substâncias tóxicas e cáusticas para bovinos ou um conjunto dessas características morfo-fisiológicas. Assim, conforme os dados levantados da estrutura da regeneração natural, atualmente ocorrem duas linhas de sucessão florestal nos fragmentos florestais. Essas diferenças florísticas e estruturais entre florestas com e sem pecuária são recomendadas no planejamento sustentável da propriedade rural pecuarista.

Palavra-chave
Topossequência; Floresta nativa; Pecuária; Impacto ambiental; Gestão ambiental

ABSTRACT

Natural regeneration takes place through young trees and small plants that inhabit the interior of forests and are essential for the ecological succession of native forests. In forestry, conducting natural regeneration is a low-cost traditional forest management technique that is very suitable for native forests. The hypothesis raised is that the floristic and the structure of the vegetation are affected in the phytosociological parameters with the presence of cattle. For this article, 180 plots (2 × 2 m) distributed in six sample blocks were evaluated. Regardless of the topographic portion in toposequence, forest fragments isolated with wire fences presented better phytosociological parameters. In forest areas with access to grazing, species tolerant to grazing and trampling by animals were common. These were thorny, with flexible branches and/or toxic and caustic substances for cattle. Thus, according to the data collected from the structure of natural regeneration, currently there are two lines of forest succession in the forest fragments. These floristic and structural differences between forests with and without cattle ranching are recommended in the sustainable planning of rural ranching properties.

Keywords
Forest ecology; Native forest; Cattle; Toposequence; Environmental planning

1 INTRODUÇÃO

A vida vegetal no ecossistema não permanece estável, todavia encontra-se em processo de mudanças e geralmente ocorrem flutuações na comunidade ao longo do tempo, com a tendência de tomar a posição de equilíbrio, sendo essa progressiva mudança denominada de sucessão ecológica (TANSLEY, 1946TANSLEY, A.G. Introduction to plant ecology: a guide for beginners in the study of plant communities. London: George Allen; Unwin Ltd., 1946.). A estrutura mínima desejada para equilíbrio nos ecossistemas florestais é a presença do dossel. A formação do dossel florestal é determinada por diversos fatores estruturais e funcionais do ecossistema que continuamente promovem a incorporação de matéria e de energia para renovação, crescimento e manutenção da floresta, mantendo a adequada sucessão ecológica da vegetação.

Entre os principais fatores estruturais em florestas, estão substâncias orgânicas e inorgânicas, clima, relevo, rochas matrizes e seus solos, umidade edáfica, latitude, seres vivos e seus níveis tróficos. Já os fatores funcionais citam-se importantes na dinâmica florestal a regeneração natural, ciclos de nutrientes, cadeias tróficas nas comunidades, classes sucessionais das plantas e a dispersão das sementes e dos frutos. Contudo, entre os fatores estruturais e funcionais dos ecossistemas florestais, é fundamental na sucessão ecológica o processo da regeneração natural da vegetação. Nesse sentido, a regeneração natural é parte essencial da sucessão ecológica e na sustentação das florestas naturais e de algumas comerciais exóticas, como exemplo as plantações florestais de Pinus spp. manejadas pela condução da regeneração de árvores matrizes ou banco de sementes do solo.

O entendimento da regeneração natural serve para compreender a dinâmica da vegetação, permitindo realizar previsões sobre o desenvolvimento futuro da floresta. Pelo ponto de vista da vegetação natural como cobertura do solo, autores também demonstram alterações da vegetação adulta e da regeneração natural com a interação da pecuária (BLACKHALL; RAFFAELE; VEBLENS, 2015BLACKHALL, M.; RAFFAELE, E.; VEBLENS, T.T. Efectos combinados del fuego y el ganado en matorrales y bosques del noroeste patagônico. Ecología Austral, v. 25, p. 1-10, 2015.; COSTA; VENZKE, 2016COSTA, T.V.; VENZKE, T.S.L. Regeneração natural em Mata de Restinga em área de pecuária extensiva no Município de Pelotas, extremo Sul do Brasil. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 36, n. 88, p. 339-345, 2016. http://dx.doi.org/10.4336/2016.pfb.36.88.922
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; AGUIAR; SILVA; HIGUCHI; NEGRINI; SCHOLLEMBERG, 2017AGUIAR, M.D.; SILVA, A.C.; HIGUCHI, P.; NEGRINI, M.; SCHOLLEMBERG, A.L. Similaridade entre Adultos e Regenerantes do Componente Arbóreo em Floresta com Araucária. Floresta e Ambiente, v. 24, p. 1-10, 2017. http://dx.doi.org/10.1590/2179-8087.083214
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; KILCA; HIGUCHI; SILVA, 2020KILCA, R.V.; HIGUCHI, P.; SILVA, A.C. Impacto do pastoreio bovino em florestas nebulares no Parque Nacional de São Joaquim, Santa Catarina. Ciência Florestal, v. 30, n. 1, p. 1-17, 2020.). Em nível de paisagem, Blackhall, Raffaele e Veblens (2015)BLACKHALL, M.; RAFFAELE, E.; VEBLENS, T.T. Efectos combinados del fuego y el ganado en matorrales y bosques del noroeste patagônico. Ecología Austral, v. 25, p. 1-10, 2015., estudando condições microambientais em bosques no noroeste da Patagônia, encontraram que fogo e pastoreio são mecanismos que modificam as características das comunidades vegetais. Em alguns dos sítios, observaram que mudanças na vegetação são mediadas pelo efeito conjunto e sinérgico de fogo e pastoreio, produzindo condições ambientais mais xéridas que aceleram a degradação das terras na paisagem.

O estudo de caso em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Montana em estágio avançado de sucessão (AGUIAR; SILVA; HIGUCHI; NEGRINI; SCHOLLEMBERG, 2017AGUIAR, M.D.; SILVA, A.C.; HIGUCHI, P.; NEGRINI, M.; SCHOLLEMBERG, A.L. Similaridade entre Adultos e Regenerantes do Componente Arbóreo em Floresta com Araucária. Floresta e Ambiente, v. 24, p. 1-10, 2017. http://dx.doi.org/10.1590/2179-8087.083214
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) avaliou a regeneração e o estrato adulto de arbóreas nesse fragmento com aproximadamente 60 anos depois de distúrbios mais intensos e provocados pela extração madeireira. Atualmente, o fragmento possui presença de pecuária extensiva e acesso pleno do gado ao interior do fragmento. A regeneração natural ocorreu com baixa riqueza e elevada dissimilaridade entre os dois componentes, atribuindo possíveis impactos ambientais, como a presença de gado ou outros fatores na regeneração do fragmento. Os autores indicaram alterações florísticas-estruturais do componente adulto ao longo do tempo, com o favorecimento de um grupo de espécies que apresenta elevado potencial regenerativo nestas condições (AGUIAR; SILVA; HIGUCHI; NEGRINI; SCHOLLEMBERG, 2017AGUIAR, M.D.; SILVA, A.C.; HIGUCHI, P.; NEGRINI, M.; SCHOLLEMBERG, A.L. Similaridade entre Adultos e Regenerantes do Componente Arbóreo em Floresta com Araucária. Floresta e Ambiente, v. 24, p. 1-10, 2017. http://dx.doi.org/10.1590/2179-8087.083214
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). Costa e Venzke (2016)COSTA, T.V.; VENZKE, T.S.L. Regeneração natural em Mata de Restinga em área de pecuária extensiva no Município de Pelotas, extremo Sul do Brasil. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 36, n. 88, p. 339-345, 2016. http://dx.doi.org/10.4336/2016.pfb.36.88.922
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estudaram a regeneração natural da Mata de Restinga Arenosa com parcelas distantes cinco metros entre si e encontraram sucessão ecológica da vegetação completamente diferente na área isolada com cerca de arame. Na área com gado foram beneficiadas espécies ruderais e/ou com substâncias tóxicas e cáusticas, como Daphnopsis racemosa, enquanto foram prejudicadas espécies da família Myrtaceae e plantas esciófitas de sub-bosque, como Sorocea bonplandii e espécies do gênero Psychotria (COSTA; VENZKE, 2016COSTA, T.V.; VENZKE, T.S.L. Regeneração natural em Mata de Restinga em área de pecuária extensiva no Município de Pelotas, extremo Sul do Brasil. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 36, n. 88, p. 339-345, 2016. http://dx.doi.org/10.4336/2016.pfb.36.88.922
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).

A regeneração natural é ferramenta para a restauração ecológica (MAGNAGO; MARTINS; VENZKE; IVANAUSKAS, 2012MAGNAGO, L.F.S.; MARTINS, S.V.; VENZKE, T.S.L.; IVANAUSKAS, N.M. Os processos e estágios sucessionais da Floresta Atlântica como referência para a restauração florestal. In: MARTINS, S.V, Editor. A Restauração Ecológica de Ecossistemas Degradados. Viçosa: Editora da UFV, 2012.), principalmente para grandes áreas geográficas, como bacias hidrográficas, onde métodos de plantio podem ser inviáveis devido aos elevados custos financeiros nas fases de implantação e manutenção dos projetos de reflorestamento e restauração ecológica. Kilca, Higuchi e Silva (2020)KILCA, R.V.; HIGUCHI, P.; SILVA, A.C. Impacto do pastoreio bovino em florestas nebulares no Parque Nacional de São Joaquim, Santa Catarina. Ciência Florestal, v. 30, n. 1, p. 1-17, 2020. já observaram em florestas ao redor de Unidade de Conservação no Rio Grande do Sul que, conforme a intensidade do pastoreio, é possível a restauração ecológica pelo abandono das florestas nativas não fortemente impactadas pelo pastoreio.

Nisso, conforme recomendações da Organização da Alimentação e Agricultura (FAO, 2013FAO. Organização para a alimentação e agricultura das Nações Unidas/Food and Agriculture Organization of the United Nations. Guia de boas práticas na pecuária de leite. Roma: FAO Press, 2013.), entre as boas práticas na pecuária sustentável, estão medidas de manejo do rebanho que minimizem impactos ambientais negativos ao meio ambiente. Desse modo, estudos da regeneração natural em áreas protegidas do pastoreio geram informações para gestão ambiental da propriedade rural. Sendo assim, o objetivo do estudo foi avaliar a florística e a estrutura da regeneração natural em fragmentos florestais com e sem acesso da pecuária ao longo da paisagem no Município de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

A área de estudo apresenta vegetação da região fitogeográfica da Floresta Estacional Semidecidual. Foram estudados fragmentos florestais de vegetação nativa em dois gradientes ambientes numa topossequência de relevo na bacia hidrográfica do Arroio Pelotas, Município de Pelotas (31º34’23” S 52º27’46” O) (Figura 1). Os gradientes foram divididos em áreas com pastoreio bovino e as áreas testemunhas sem pastoreio bovino recente. Foram demarcados três blocos amostrais de parcelas em cada gradiente, distribuídos na encosta superior, na encosta média e na planície do relevo na mata ciliar (Figura 1). As áreas testemunhas foram florestas isoladas do pastoreio bovino por meio de cercas de arame e com condições de relevo semelhante aos tratamentos com acesso da pecuária. Este estudo faz parte do trabalho de Venzke (2018)VENZKE, T.S.L. Estudos sobre ecologia florestal de um gradiente ambiental no município de Pelotas, RS, Brasil: vegetação e solos. 2018. 109 f. Tese (Doutorado em Manejo e Conservação do Solo e da Água) – Universidade Federal de Pelotas, Capão do Leão, 2018., que contém as tabelas da fitossociologia da regeneração deste artigo, assim como da estrutura do dossel e atributos de qualidade física de solo florestal (VENZKE; MIGUEL; PAGANI-JUNIOR; ROCHA; LEIDEMER; NACHTIGALL; ARAÚJO; STUMPF; FERNANDEZ; OLIVEIRA; ROBE; SPINELLI-PINTO, 2022VENZKE, T.S.L.; MIGUEL, P.; PAGANI-JUNIOR, A.; ROCHA, J.V.P.; LEIDEMER, J.D.; NACHTIGALL, S.D.; ARAÚJO, M.M.F.; STUMPF, L.; FERNANDEZ, M.B.G.; OLIVEIRA, M.S.; ROBE, G.M.; SPINELLI-PINTO, L.F. Physical quality of soils in atoposequence of a forest fragment under livestock activity in a Watershed in South Brazil. In: SAMEC, P. Forest Degradation Under Global Change. London: IntechOpen, p. 1-19, 2022. http://dx.doi.org/10.5772/intechopen.106560
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).

Figura 1
Transeção na topossequência nos fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual em Pelotas, RS, Brasil estudados

Neste estudo foram avaliados parâmetros florísticos e fitossociológicos da regeneração natural da floresta nativa em gradiente ambiental com acesso da pecuária ao interior dos fragmentos florestais. O critério de inclusão das plântulas foi medida mínima de 50 cm de altura e máximo de 5 cm de Diâmetro a Altura do Solo (DAS = 5 cm). A medida de DAS foi realizada a 3 cm do solo. Excluiu-se da amostragem as trepadeiras e as plantas herbáceas.

Para cada bloco de amostragem da regeneração natural, foram distribuídas sistematicamente 30 parcelas de 2 x 2 m em 10 linhas de amostragem em transectos de 50 m de comprimento e 5 m de distância entre si. As parcelas ficaram equidistantes 20 m entre si. Cada bloco amostral totalizou 0,012ha de área de amostragem em cada porção do gradiente ambiental na paisagem (encosta superior, encosta média e na mata ciliar). As espécies coletadas neste estudo possuem números de registro de tombamento em Venzke (2012)VENZKE, T.S. Florística de comunidades arbóreas no Município de Pelotas, Rio Grande do Sul. Rodriguesia, v. 63, n. 3, p. 571-578, 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S2175-78602012000300008
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e exsicatas foram incorporadas ao acervo de herbários oficiais (PEL-UFPel; HURG-Furg; HECT-Embrapa; VIC-UFV).

Na análise florística, foram avaliados riqueza total de táxons (família, gênero e espécie) e espécies exclusivas encontradas somente em algum tratamento ou posição no relevo. Na análise fitossociológica, foi avaliado abundância e número de indivíduos por hectare, área basal, diâmetro médio, alturas dos indivíduos e a ramificação da comunidade (FELFINI; CARVALHO; LIBANO; VENTUROLI; PEREIRA; MACHADO, 2011FELFILI, J.M.; CARVALHO, F.A.; LIBANO, A.M.; VENTUROLI, F.; PEREIRA, B.A.S.; MACHADO, E.L.M. Análise multivariada: princípio e métodos em estudos de vegetação. In: FELFINI, J.M.; EISENLOHR, P.V.; MELO, M. M. R.F.; ANDRADE, L. A. Editores. Fitossociologia no Brasil: métodos e estudos de caso. Viçosa: Ed. da UFV, 2011.). Os parâmetros foram calculados pelo programa “Fitopac 2”, assim como os índices de diversidade de Shannon-Winner (H’) e a equabilidade de Pielou (J’).

A análise de agrupamento foi realizada para classificar a vegetação pela similaridade florística e estrutural, comparando-se as espécies pela presença e ausência nas parcelas e a sua densidade populacional. Assim, foram avaliadas amostras qualitativas com uso da riqueza das plantas e amostras quantitativas verificadas através da abundância das espécies. Foi usado para análise de similaridade o coeficiente de Bray Curtis, que varia de 0 até 1. Para este coeficiente, o valor zero significa similaridade máxima entre as amostras, enquanto que o valor 1 é a dissimilaridade completa. Por meio desse índice, foi elaborado o dendrograma de agrupamento com base na média de grupo ou agrupamento por meio de médias ponderadas (UPGMA), que contabiliza a média das similaridades ou distâncias entre um objeto e cada membro do grupo (FELFINI; CARVALHO; LIBANO; VENTUROLI; PEREIRA; MACHADO, 2011FELFILI, J.M.; CARVALHO, F.A.; LIBANO, A.M.; VENTUROLI, F.; PEREIRA, B.A.S.; MACHADO, E.L.M. Análise multivariada: princípio e métodos em estudos de vegetação. In: FELFINI, J.M.; EISENLOHR, P.V.; MELO, M. M. R.F.; ANDRADE, L. A. Editores. Fitossociologia no Brasil: métodos e estudos de caso. Viçosa: Ed. da UFV, 2011.).

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A riqueza da regeneração natural nos seis blocos amostrais foi de 78 espécies arbóreas e arbustivas, distribuídas em 57 gêneros e 35 famílias para uma área de 720 m2. O arbusto Erythroxylum substriatum O.E. Schulz da área de média encosta sem pastoreio é espécie legalmente ameaçada de extinção, conforme Lista da Flora Ameaçada do estado do Rio Grande do Sul (RIO GRANDE do SUL, 2014RIO GRANDE DO SUL. Decreto Estadual nº 51.109/14, de 1º dezembro de 2014. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul. Diário Oficial, Porto Alegre, 02 de dezembro de 2014, p. 1-34. Disponível em: www.al.rs.gov.br/filerepository/repLegis/arquivos/DEC%2052.109.pdf
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). Outra espécie é Scutia buxifolia Reissek, ameaçada conforme a lista municipal de plantas ameaçadas de extinção de Pelotas (PELOTAS, 1996PELOTAS. 1996. Prefeitura Municipal de Pelotas. Lei Municipal nº 4.119 de 08 de Janeiro de 96. Declara Flora Ameaçada de Extinção no Município de Pelotas (RS), Brasil. Disponível em: www.leismunicipais.com.br/a/rs/p/pelotas/lei-ordinaria/1996/412/4119/lei-ordinaria-n-4119-1996-dispoe-sobre-as-especies-da-flora-nativa-de-ocorrencia-regional-consideradas-ameacadas-de-extincao-e-da-outras-providencias
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). Vegetais ameaçados de extinção em nível federal foram encontrados: Erythroxylum substriatum na categoria “Vulnerável” e Quillaja brasiliensis (A.St. Hil. & Tul.) Mart. na categoria “Em perigo” (BRASIL, 2014BRASIL. Portaria nº 443, de 17 de dezembro de 2014. Ministério do Meio Ambiente. Diário Oficial da União, Brasília, 18 de dezembro de 2014, nº 245, p. 121-126, 2014.).

A florística total da regeneração natural (78 espécies) contempla boa parte da flora regional do Município de Pelotas, com pouco mais de 148 espécies arbóreas e arbustivas nativas (VENZKE, 2012VENZKE, T.S.; COSTA, M.A.D.; MATTEI, A.V. Florística e análise de similaridade de espécies arbóreas da mata da Praia do Totó, Pelotas, RS, Brasil. Ciência florestal, v. 22, n. 4, p. 655-668, 2012. http://dx.doi.org/10.5902/198050987548
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). No amplo estudo de arbóreas em matas ciliares no Rio Grande do Sul, foram anotadas diversas espécies comuns e raras (GHIEL; BUDKE; OLIVEIRA FILHO; JARENKOW, 2011GHIEL, E.L.H.; BUDKE, J.C.; OLIVEIRA FILHO, A.T.; JARENKOW, J.A. Variações florísticas e relação com variáveis geográficas e climáticas em florestas ribeirinhas do sudeste da América do Sul. In: FELFINI, J.M.; EISENLOHR, P.V.; MELO, M. M. R.F.; ANDRADE, L. A. Editores. Fitossociologia no Brasil: métodos e estudos de caso. Viçosa: Ed. da UFV, 2011.). Na área deste estudo, oito espécies foram abundantes dessas espécies comuns de matas ciliares do Rio Grande do Sul. Com exceção das euforbiáceas Sebastiania brasiliensis Spreng. e Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B.Sm. & R.J.Downs, as outras seis tiveram populações prejudicadas nas áreas florestais com pastoreio (Allophylus edulis, Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg, Casearia sylvestris, Cupania vernalis, Luehea divaricata Mart. e Syagrus romanzoffiana).

Nos três blocos amostrais sem pastoreio, foram amostradas 68 espécies, enquanto nos fragmentos com pastoreio foi encontrada uma riqueza menor de 42 espécies. Foram exclusivas das áreas sem pastoreio sete espécies: Matayba elaeagnoides, Myrsine umbellata, Piper gaudichanium Kunth, Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman, Citronella gongonha (Mart.) R.A. Howard, Maytenus dasyclada Mart. e Psychotria leiocarpa Mart. Os fragmentos florestais sem pastoreio possuem melhor qualidade ambiental com maior número de espécies e densidade de indivíduos regenerantes (Tabela 1). Espécies que apresentaram abundâncias elevadas nos fragmentos protegidos e isolados do acesso ao pastoreio foram Allophylus edulis Niederl., Myrsine umbellata Mart., Nectandra megapotamica Mez, Cupania vernalis Cambess, Matayba elaeagnoides Radlk., Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger, Lanj. & Boer, Trichilia elegans A. Juss., Psychotria brachyceras Müll.Arg. e Psychotria leiocarpa Mart.

Destaca-se alteração das populações de arbustos do gênero Psychotria (família Rubiaceae) com a influência do pastoreio. A regeneração natural do gênero foi prejudicada nas áreas pastoreadas. Essas plantas de frutos carnosos são adaptadas à baixa iluminação no sub-bosque e comuns em florestas conservadas e em diferentes tipos de vegetação, como florestas de encosta, matas ciliares e matas de restinga regionais (KILCA; JARENKOW; SOARES; GARCIAS, 2011KILCA, R.V.; JARENKOW, J.A.; SOARES, J.C.W.; GARCIAS, E.N. Florística e fitofisionomia da planície de inundação do Rio Piratini e a sua importância para conservação no Pampa do Rio Grande do Sul, Brasil. Neotropical Biology and Conservation, v. 6, n. 3, p. 227-249, 2011. http://dx.doi.org/10.4013/nbc.2011.63.09
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; VENZKE; COSTA; MATTEI, 2012VENZKE, T.S. Florística de comunidades arbóreas no Município de Pelotas, Rio Grande do Sul. Rodriguesia, v. 63, n. 3, p. 571-578, 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S2175-78602012000300008
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; COSTA; VENZKE, 2016COSTA, T.V.; VENZKE, T.S.L. Regeneração natural em Mata de Restinga em área de pecuária extensiva no Município de Pelotas, extremo Sul do Brasil. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 36, n. 88, p. 339-345, 2016. http://dx.doi.org/10.4336/2016.pfb.36.88.922
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). A alteração na regeneração de Psychotria reflete o impacto ambiental da pecuária no interior da floresta, já que é típico de florestas secundárias e primárias preservadas e fica prejudicado pela interação da pecuária versus a floresta nativa.

Nas áreas de floresta protegida com cercas de arame, ocorrem muitos indivíduos do gênero Psychotria, numa sucessão ecológica com espécies importantes para o futuro da floresta adulta. Salientam-se nessa comunidade de sub-bosque, o arbusto Trichilia elegans A. Juss. e pequenas árvores esciófitas, como Trichilia claussenii C. DC. e Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger, Lanj. & Boer. Essas plantas de sub-bosque são típicas de florestas primárias e maduras preservadas na região de Pelotas (VENZKE; MARTINS, 2013VENZKE, T.S.; MARTINS, S.V. Aspectos florísticos de três estágios sucessionais de mata ciliar em Arroio do Padre, extremo-sul do Brasil. Floresta, v. 43, n. 2, p. 191-204, 2013. http://dx.doi.org/10.5380/rf.v43i2.27667
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). Sendo indicadas como espécies bioindicadoras de qualidade de florestas nativas, pois são comuns em florestas de estágios secundários e maduros/primários.

Já nas áreas com pastoreio, as plantas mais comuns na estrutura da floresta foram Daphnopsis racemosa Griseb., Styrax leprosus Hook. & Arn., Dasyphyllum spinescens (Less.) Cabrera, Mirtáceas (Eugenia uniflora L, Myrcianthes gigantea D. Legrand Myrceugenia mesomischa (Burret.) D. Legrand. Kausel) e Solanáceas (Brugmansia suaveolens (Willd.) Sweet, e Cestrum parquii L’Her. As espécies Myrceugenia mesomischa e Brugmansia suaveolens foram exclusivas nas áreas com pastoreio. Myrceugenia mesomischa abundante nas encostas (superior e média), enquanto Brugmansia suaveolens na planície do relevo e nas margens do curso de água

Tabela 1
Parâmetros fitossociológicos da regeneração natural florestal ao longo do relevo em Bacia Hidrográfica do Arroio Pelotas, Pelotas, RS, Brasil

As florestas com pastoreio possuem parâmetros fitossociológicos reduzidos de espécies e de estrutura da floresta em relação à regeneração nas áreas florestais preservadas. Os fragmentos com acesso dos animais tiveram entre 6.000 e 9.000 menos plântulas e indivíduos jovens das árvores por hectare. Já a densidade por hectare de plântulas nas florestas preservadas foi entre 30.250 e 32.250, compatível com a regeneração natural de estudos em região fitogeográfica semelhante no sul do Brasil (CALLEGARO; LONGHI; ANDRZEJEWSKIN; ARAUJO, 2015CALLEGARO, R.M.; LONGHI, S.J.; ANDRZEJEWSKIN, C.; ARAUJO, M.M. Regeneração natural de espécies arbóreas em diferentes comunidades de um remanescente de Floresta Ombrófila Mista. Ciência Rural, v. 45, n. 10, p. 1795-1801, 2015. http://dx.doi.org/10.1590/0103-8478cr20131098
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; COSTA; VENZKE, 2016COSTA, T.V.; VENZKE, T.S.L. Regeneração natural em Mata de Restinga em área de pecuária extensiva no Município de Pelotas, extremo Sul do Brasil. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 36, n. 88, p. 339-345, 2016. http://dx.doi.org/10.4336/2016.pfb.36.88.922
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). O menor número de espécies e de indivíduos resulta na menor diversidade da comunidade anunciada pelo índice de diversidade da vegetação de Shannon. A diversidade de Shannon, entre 2,9-3,2 nats. ind.-1 nas áreas protegidas, pode ser considerado satisfatório para florestas secundárias e protegidas. Nas áreas com pecuária, houve redução da diversidade estimada, com menos 18% na baixada, menos 34% na encosta média e menos 28% na encosta superior, refletindo uma vegetação simplificada e formada por plantas tolerantes ao pastoreio e distribuídas amplamente no terreno sem proteção.

Um benefício observado do cercamento dos fragmentos florestais foi a presença de diversas plântulas de Myrsine umbellata. Essa é uma pioneira importantíssima para a regeneração das florestas nativas nessa região de Floresta Estacional Semidecidual, assim como Sapindáceas (Allophylus edulis, Cupania vernalis, Matayba elaeagnoides) e as madeiráveis Lauráceas (Ocotea puberula (Rich.) Nees, Nectandra megapotamica Mez). Essas espécies beneficiadas não foram encontradas ou com populações reduzidas nas áreas com pastoreio. A ausência de regeneração natural dessas plântulas refletirá na composição futura da floresta, prejudicando a condução da sucessão ecológica para produção de bens e serviços ecossistêmicos da floresta.

Outra observação da influência do pastoreio na regeneração da floresta é a análise da similaridade florística entre as comunidades de plantas. Ocorreu formação de grupos pela posição no relevo e influência do pastoreio (Figura 2a e 2b). A similaridade das espécies (Figura 2a) reuniu um conjunto de florestas sem pastoreio e a floresta ciliar com pastoreio. O segundo agrupamento foi áreas nas encostas do relevo e com pastoreio. A similaridade das espécies das áreas protegidas com floresta ciliar com pastoreio provavelmente ocorreu pela heterogeneidade da amostragem da floresta ciliar com acesso dos animais. As parcelas da mata ciliar pastoreada tiveram distribuição linear em mais de um fragmento pela ausência de matas ciliares em pastagens na área. Essa configuração em linha aumentou a heterogeneidade ambiental da amostra, elevando a quantidade de espécies coletadas na mata ciliar com pastoreio. Porém, quando a similaridade é comparada pela densidade populacional, são formados dois grupos nítidos de maior semelhança. O grupo da regeneração florestal testemunha em fragmentos com proteção de cercas e outro grupo das florestas com pastoreio (Figura 2b), indicando uma dissimilaridade elevada entre os gradientes ambientais e mostrando que ocorre influência na regeneração da floresta com pastoreio.

Figura 2
Dendrograma de agrupamento das áreas amostrais por meio da riqueza de espécies (Figura 2a) e pela abundância das populações (Figura 2b)

Nas áreas florestais testemunhas e isoladas do pastoreio com cercas de arame, destacam-se espécies com folhas membranáceas (Psychotria spp., Syagrus romanzoffiana, Myrsine umbellata e Nectandra megapotamica), espécies que formam banco de plântulas no solo florestal (Syagrus romanzoffiana, Lauraceaes, Meliaceaes) e vegetais sem características adaptadas ao pastoreio e ao pisoteio. Já nas áreas com pastoreio, as principais espécies são comuns de estágios iniciais da sucessão ecológica e/ou plantas adaptadas à pressão de pastejo e do pisoteio do gado. Essas espécies possuem características morfológicas peculiares, como presença de espinhos ou ramos pontiagudos (Dasyphyllum spinescens, Myrcianthes gigantea), folhas coriáceas e ramos flexíveis (Eugenia uniflora e Myrceugenia mesomischa) e/ou com substâncias tóxicas e/ou cáusticas (Daphnopsis racemosa e Brugmansia suaveolens). Algumas espécies da família Mirtácea apresentam um conjunto dessas características, como folhas coriáceas e ramos flexíveis e pontiagudos.

O arbusto Daphnopsis racemosa (embira) foi comum nas três porções do relevo com pastoreio. Essa espécie com elevada abundância de indivíduos pode ser bioindicador ambiental de pastoreio excessivo no ecossistema florestal ou pastagens arborizadas. Esse arbusto é uma planta corriqueira em pastagens na região e, por vezes, torna-se indesejada. Provavelmente, Daphnopsis racemosa habita áreas pastoreadas, pois traz na entrecasca substâncias tóxicas e cáusticas, tanto para humanos quanto para o gado. Outro fator positivo para a sobrevivência é a resistência das fibras da casca, usadas para fabricar cordas caseiras (CARRERE, 2009CARRERE, R. La Envira (Daphnopsis racemosa): pionera, nodriza y testigo. 2009. Acesso em: 15 mai 2015. Disponível em: http://www.rapaluruguay.org/organicos/articulos/envira
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) e que dão resistência e flexibilidade aos ramos e aos caules. Provavelmente, as toxinas e a resistência da casca são características morfofisiológicas do sucesso de Daphnopsis racemosa nas áreas de pastoreio, pois os animais evitam a espécie como alimento, mantendo sua sobrevivência nas áreas.

Em resumo, os fragmentos florestais estudados são de vegetação secundária, assim como a maior parte da vegetação florestal na região. Esses fragmentos são resultado do abandono de áreas agrícolas e escassos fragmentos de áreas de preservação permanentes (APP) protegidas em certas propriedades. Nessa paisagem degradada, a regeneração natural dos fragmentos estudados está evoluindo em duas linhas sucessionais. Uma linha sucessional ocorre regeneração de espécies com características morfológicas e fisiológicas adaptadas ao pastoreio e ao pisoteio dos animais bovinos. Essas espécies possuem características morfológicas peculiares ou o conjunto de mais de uma característica, padrão já observado por Costa e Venzke (2016)COSTA, T.V.; VENZKE, T.S.L. Regeneração natural em Mata de Restinga em área de pecuária extensiva no Município de Pelotas, extremo Sul do Brasil. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 36, n. 88, p. 339-345, 2016. http://dx.doi.org/10.4336/2016.pfb.36.88.922
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, como a presença de espinhos ou ramos pontiagudos (Dasyphyllum spinescens, Myrcianthes gigantea), folhas coriáceas e ramos flexíveis (Eugenia uniflora e Myrceugenia mesomischa) e/ou com substâncias tóxicas e cáusticas (Daphnopsis racemosa e Brugmansia suaveolens).

A outra linha sucessional é a regeneração natural semelhante às florestas naturais nos fragmentos sem os animais de criação. Ocorrem plantas lenhosas típicas do sub-bosque das florestas primárias, como secundárias tardias do banco de plântulas, importantes para formação do dossel futuro e um denso sub-bosque de arvoretas esciófitas e arbustos do gênero Psychotria. Assim, este estudo permite entender que, conforme o uso da terra, em fragmentos com pastoreio e sem pastoreio, existe diferença na regeneração natural das comunidades florestais ao longo do tempo. Sendo recomendado para o desenvolvimento sustentável o planejamento de isolamento dos fragmentos florestais de propriedades rurais pecuaristas, para melhorar os benefícios das florestas na conservação dos solos e dos recursos hídricos e na conservação da biodiversidade, produção madeireira e usos múltiplos das florestas nativas.

4 CONCLUSÕES

O objetivo do estudo foi avaliar a florística e a estrutura da regeneração natural em fragmentos florestais com e sem acesso da pecuária. Nessa topossequência estudada no médio curso da bacia hidrográfica do Arroio Pelotas, a regeneração natural nas florestas com pecuária bovina não é dependente da posição topográfica (encosta superior, encosta média ou planície) e apresentou prejuízo em diversos parâmetros florísticos e fitossociológicos da floresta nativa. Os fragmentos florestais sem acesso da pecuária tiveram riqueza maior de táxons (espécies, gêneros e famílias botânicas), maior número de indivíduos por hectare e elevada diversidade da comunidade (índices de Shannon-Wiener e de Pielou). Em resumo, as áreas não protegidas do pastoreio dos bovinos apresentaram prejuízos na estrutura da vegetação, com uma comunidade de espécies arbustivo-arbóreas tolerantes ao pastoreio e ao pisoteio dos animais de criação.

A influência da pressão do pastoreio forma impacto ambiental na regeneração natural, degradando a sucessão ecológica da vegetação florestal. Este estudo mostrou que fragmentos florestais com acesso da pecuária tiveram a florística e a estrutura fitossociológica prejudicadas do ponto de vista da qualidade ambiental da floresta nativa. Isso compromete o crescimento das florestas e diminui os seus benefícios, como os serviços ecossistêmicos e usos futuros, como a exploração florestal de essências nativas e de produtos florestais não-madeiráveis em áreas de preservação permanente e de reserva legal.

AGRADECIMENTOS

À CAPES/FAPERGS, pela bolsa de doutoramento do primeiro autor no Edital FAPERGS/CAPES 015/2012-Programa de Bolsas de Doutorado; aos proprietários das Colônias das parcelas amostrais, pela liberação do acesso às suas propriedades e aos ajudantes nas coletas dos dados de campo, Larissa Padilha e Aline Ritter Curti.

Como citar este artigo

  • VENZKE, T. S. L.; MIGUEL, P.; LEIDEMER, J. D.; PAGANI JUNIOR, A.; PINTO, L. F. S. A regeneração natural de floresta nativa é influenciada pela pecuária bovina leiteira?. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 33, n. 3, e69370, p. 1-17, 2023. DOI 10.5902/1980509869370. Disponível em: https://doi.org/10.5902/1980509869370. Acesso em: dia mês abreviado. ano.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Out 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    22 Fev 2022
  • Revisado
    28 Mar 2023
  • Aceito
    19 Set 2023
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