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Plantas da medicina popular de São Luís, Brasil

Popular medicinal plants from São Luis, Brazil

Resumos

O saber medicinal tradicional é essencial para resolver problemas de saúde e para mitigar dores, nos países da América Latina. Há mais de uma década, o Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), em Portugal, vem pesquisando espécies vegetais usadas por cidadãos de baixa renda, assim como por adeptos da fitoterapia. Em 2010, extraiu-se uma amostra na cidade de São Luís, no Brasil. O principal objetivo do trabalho de campo era o de estabelecer comparações entre os gêneros usados pelos informantes brasileiros, assim como entre os povos latino-americanos, sob a hipótese de que a sua localização geográfica e a história da colonização explicavam aplicações terapêuticas similares. Os resultados obtidos confirmaram que as espécies nativas da América dominam as preferências, para vasta gama de enfermidades crônicas e problemas de saúde.

Plantas medicinais; São Luís; Maranhão


Traditional medicinal knowledge is essential to mitigate pains and solve health problems in Latin American countries. For over a decade, the Portuguese Tropical Research Institute has been researching the vegetable species used both by low-income urbanites as by plant-therapy believers. A sample has been obtained in São Luis, State of Maranhão, Brazil, during the year 2010. The main aim of the fieldwork was to establish comparisons between the popular genus used by the Brazilian respondents, and by Latin American informants, under the hypothesis that their location and their colonization history explain similar therapies. Results have confirmed that Native American species dominate the ranking of preferences for a wide range of chronic diseases and health afflictions.

Medicinal plant species; São Luis; Maranhão


ARTIGOS

Plantas da medicina popular de São Luís, Brasil

Popular medicinal plants from São Luis, Brazil

Isabel Maria Madaleno

Instituto de Investigação Científica Tropical. Lisboa, Portugal

Autor para correspondência Autor para correspondência: Isabel Maria Madaleno Instituto de Investigação Científica Tropical Rua António Galvão, 2-1ºB. Oeiras, Portugal ( Isabel-madaleno@clix.pt).

RESUMO

O saber medicinal tradicional é essencial para resolver problemas de saúde e para mitigar dores, nos países da América Latina. Há mais de uma década, o Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), em Portugal, vem pesquisando espécies vegetais usadas por cidadãos de baixa renda, assim como por adeptos da fitoterapia. Em 2010, extraiu-se uma amostra na cidade de São Luís, no Brasil. O principal objetivo do trabalho de campo era o de estabelecer comparações entre os gêneros usados pelos informantes brasileiros, assim como entre os povos latino-americanos, sob a hipótese de que a sua localização geográfica e a história da colonização explicavam aplicações terapêuticas similares. Os resultados obtidos confirmaram que as espécies nativas da América dominam as preferências, para vasta gama de enfermidades crônicas e problemas de saúde.

Palavras-chave: Plantas medicinais. São Luís. Maranhão.

ABSTRACT

Traditional medicinal knowledge is essential to mitigate pains and solve health problems in Latin American countries. For over a decade, the Portuguese Tropical Research Institute has been researching the vegetable species used both by low-income urbanites as by plant-therapy believers. A sample has been obtained in São Luis, State of Maranhão, Brazil, during the year 2010. The main aim of the fieldwork was to establish comparisons between the popular genus used by the Brazilian respondents, and by Latin American informants, under the hypothesis that their location and their colonization history explain similar therapies. Results have confirmed that Native American species dominate the ranking of preferences for a wide range of chronic diseases and health afflictions.

Keywords: Medicinal plant species. São Luis. Maranhão.

A MEDICINA POPULAR

No advento do terceiro milênio, cerca de ¾ da população mundial dependem ainda dos poderes curativos das plantas. As terapias convencionais da medicina moderna, comuns às culturas ocidentais, continuam a utilizar ingredientes de fontes naturais no fabrico dos medicamentos prescritos para as mais variadas afecções e problemas de saúde (WHO, 2009; Hoad, 1999). A fitoterapia busca restabelecer o equilíbrio físico e emocional do ser humano, num processo holístico de integração que implica mudança nos estilos de vida e de relação com o planeta e demais seres que o habitam, que transcende o mero tratamento de sintomas da medicina alopática (Hoffmann, 1990).

A medicina tradicional com recurso a plantas com poderes terapêuticos tem vindo a cativar cada vez mais adeptos, em particular no caso de indisposições passageiras ou afecções de menor gravidade, pelo que alguns autores vêm enfatizando ser crescente o risco de se perder diversidade genética, que, em alguns ecossistemas, poderá mesmo redundar na extinção de certas espécies de maior demanda (Hoareau e Silva, 1999).

Há mais de uma década, pesquisamos as plantas medicinais usadas pelos residentes em cidades da América Latina (Madaleno, 2002, 2010a). As espécies mais popularmente cultivadas nos quintais, nos jardins públicos e parques, nas chácaras, em vasos nos terraços, nos fundos das casas das populações mais carentes, as mudas adquiridas por sugestão de amigos, de curandeiros, assim como as plantas colhidas na berma dos caminhos, nos lotes urbanos desocupados, tanto quanto as ervas e cascas compradas em mercados e feiras, nas ervanárias, constituem um rico repositório de saberes tradicionais, usado para mitigar dores e doenças crônicas.

A maioria dos artigos publicados sobre a medicina popular enfoca uma espécie, ou um número reduzido de taxa, cuja identificação botânica é estabelecida ou cujas virtudes curativas são testadas laboratorialmente (Martínez, 2007; Gonzáles et al., 2007a, 2007b; Njafian et al., 2009; Pollard e Paton, 2009). Muito raros são os trabalhos que elegem uma cidade ou região metropolitana como escala adequada para a pesquisa das plantas medicinais mais consumidas, sendo mais frequentes os que se referem ao estudo de uma província (Barboza et al., 2007). Quando a pesquisa toma cariz geográfico, normalmente registra as plantas nativas de uma região extensa (van den Berg, 1993; Rêgo, 2008; Simões et al., 1995), ou mesmo de um país (Treviño, 2000; Ochoa e Alonso, 1996; Navas, 2007). As obras mais universais tomam a forma de manuais acessíveis aos pares botânicos, agrônomos, farmacêuticos, médicos (WHO, 1999, 2002, 2007, 2009) ou então de livros destinados ao público em geral, crente nos poderes curativos da natureza (Bone, 2007; Soares, 2008; Botelho, 2011). A originalidade da pesquisa vertente está não apenas na escala geográfica selecionada, como na ênfase dada às espécies cultivadas, secundarizando as plantas silvestres, pelo bem da preservação das florestas remanescentes.

Os preparados divulgados são exóticos ou simples, uns têm raízes indígenas, outros foram importados juntamente com vagas de imigrantes de variada procedência, incluindo plantas ou tradições sobre o uso de espécies vegetais introduzidas por escravos africanos (Vieira, 1992; Treviño, 2000; Aitken, 2008; Madaleno, 2010b). Nem todos os entrevistados são adeptos da fitoterapia em exclusividade, muito menos naturalistas, mas por serem conhecidos os efeitos secundários das drogas administradas pela medicina alopática, é crescente o interesse dos cidadãos em geral, inclusive os mais esclarecidos e de melhor nível socioeconômico, pela medicina natural e, particularmente, pela cura com plantas (Martins, 1989; Madaleno, 2006a).

No Brasil, um dos países que vimos pesquisando, as plantas medicinais fazem parte do arsenal terapêutico familiar (Soares, 2008) e são tão numerosas como imaginativas as receitas caseiras, bebidas em fontes escritas ou transmitidas pela tradição oral. Quase sempre resultam de conhecimentos empíricos sobre espécies vegetais, acumulados por diversos grupos étnicos ao longo do tempo (Simões et al., 1995).

A ESCALA DA PESQUISA

A cidade eleita para o estudo vertente pertence à Baixada Maranhense, uma faixa de planícies coberta por depósitos fluviais, fluviolacustres e fluviomarinhos. A ilha de São Luís é delimitada por dois estuários simétricos, sendo o de São José de Ribamar (a oriente) menos desenvolvido, sito logo após a embocadura do rio Itapecuru, e o de São Marcos (a ocidente), formado pela junção de três dos mais importantes cursos de água do estado - Pindaré, Grajaú e Mearim (Ab'Sáber, 2004).

A ilha tem 1.097 km2 de extensão, dominados por latossolos vermelho-amarelos, e está mal separada do continente por manguezais, cuja formação é recente. Toda a ilha sofre grande especulação imobiliária, associada ao desenvolvimento industrial (alumínio) e aos serviços portuários, já que ao escoamento do minério do complexo da empresa Vale, localizado na serra de Carajás e escoado por ferrovia, se vem juntando recentemente a exportação de grãos e de oleaginosas (soja), pelos dois portos situados na baía de São Marcos, o de Itaqui e o de Ponta da Madeira (Madaleno, 2008; Mello et al., 2005).

A capital do estado comprime-se entre os rios Bacanga e Anil, apesar do centro histórico ser patrimônio cultural da humanidade e, enquanto tal, alvo de projetos de recuperação de edifícios e de revitalização de espaços (REVIVER). Ali, escasseiam jardins e quintais, mesmo em casas térreas, porquanto a densidade humana desestima sua sobrevivência, enquanto normas de salubridade ditam a eliminação progressiva de espaços cultivados. Contudo, entre o rio Anil e o oceano Atlântico coexistem casas de classe média e média-baixa, de variada dimensão, com condomínios verticalizados. Os jardins floridos e quintais com frutícolas são particularmente viçosos na orla da lagoa Ana Jansen, razão pela qual a pesquisa de espaços de cultivo intraurbano se concentrou nos bairros Ponta d'Areia e Renascença, complementados por um bairro de classe média-alta mais litorâneo, o do Calhau.

A preservação de alguns manguezais nos estuários e igarapés, assim como de matas-galeria e das orlas praianas, num clima semi-equatorial de baixa amplitude térmica anual, e a existência de parques na lagoa propiciam o usufruto da biodiversidade da Baixada Maranhense e estimulam o cultivo dos quintais com espécies nativas, entre as quais sobressaem as de uso terapêutico, com a mais-valia ambiental de não levarem adubos químicos, nem agrotóxicos.

Na área insular e nos arredores de São Luís, como é o caso da baixada da cidade de Alcântara, que também exploramos, dominam ecossistemas amazônicos e pré-amazônicos, oscilando a precipitação entre 1.900 a 2.000 milímetros anuais (Ab'Sáber, 2004). Ali, coletores de ervas e curandeiros facilmente abastecem mercados e feirantes com as espécies medicinais mais populares.

OBJETIVOS E METODOLOGIA

A pesquisa sobre a medicina popular maranhense enquadra-se em projeto da etnogeografia das plantas de uso terapêutico da América Latina e do Pacífico Sul. O objetivo é o do resgate dos saberes tradicionais sobre espécies da flora nativa ou introduzidas pela colonização europeia, na perspectiva de que nem todos os cidadãos têm acesso a sistemas de saúde, mas todo o ser humano tem direito ao bem-estar.

Os objetivos específicos formulados foram os seguintes, a saber: a) avaliar a importância da flora medicinal nativa, segundo as preferências de consumo recolhidas entre as populações de cidades e áreas metropolitanas do espaço em apreço; b) avaliar o peso da influência colonial europeia nos usos de espécies medicinais introduzidas; c) avaliar o peso de outras influências culturais nas espécies da flora medicinal consumidas nos países pesquisados; d) compilar o receituário de ervas, cascas, tubérculos e rizomas usados para mitigar todo o tipo de dores e de problemas de saúde, em especial as prescrições usadas para resolver quatro enfermidades específicas: diabetes, reumatismo, afecções da visão e câncer.

O projeto iniciou-se no Brasil, em Belém do Pará, em 1998. Teve continuidade no ano seguinte em Presidente Prudente, no estado de São Paulo, com o duplo objetivo de pesquisar as espécies vegetais comestíveis e medicinais cultivadas nos quintais e lotes periurbanos (Madaleno, 2000, 2001). No ano de 2002, alargou-se o âmbito geográfico da pesquisa ao Chile, onde uma equipe luso-chilena desenvolveu missões científicas, versando diversas temáticas, no período compreendido entre 2002 e 2006, em Santiago, no território dos índios Aymara do Norte e na ilha da Páscoa (Madaleno e Gurovich, 2004; Madaleno, 2006b, 2007a, 2007b, 2007c).

O México foi alvo de pesquisa em 2004 e 2006, introduzindo-se novas categorias de informantes que fizeram escola nas missões seguintes, constituídas por coletores e vendedores de ervas, inovação em muito estimulada pela exploração do mercado de Sonora, na Cidade do México, e beneficiada pelo acesso ao magnífico Herbário Nacional da Universidade Autônoma do México (UNAM). O ano 2006 marca, ainda, a realização de uma missão científica ao Peru, que vem completar as observações feitas no setentrião chileno e na Bolívia, em 2003 e 2004, já que os índios Aymara residem em extenso território comum a estes países sul-americanos (Madaleno, 2006a, 2007c).

Após curto interregno, San José da Costa Rica e Havana, Cuba, juntar-se-ão ao rol de regiões metropolitanas onde se recolheram testemunhos sobre a fitoterapia latino-americana, discutidos com os nossos pares em foros científicos especializados (Madaleno, 2009, 2010b). Em 2010, buscamos elucidar nossas dúvidas sobre as espécies da flora medicinal oriundas do Pacífico, com a exploração das ilhas Fiji e Tuvalu (Madaleno, 2011) e realizamos uma missão em São Luís do Maranhão, que pretendia dar continuidade às observações feitas em Belém, em 1998 e 2005, e em Santarém, no Pará, em 2006 e 2007 (Madaleno, 2008).

A metodologia de trabalho constou de amostra espacial realizada entre agricultores urbanos, entendidos como citadinos que cultivam espécies frutícolas, ervas e arbustos comestíveis e de utilidade terapêutica na capital maranhense. Foram noventa testemunhos (90), recolhidos em três bairros - Ponta d'Areia (30), Renascença (43), Calhau (17) - em novembro e dezembro de 2010, seguindo metodologias qualitativas (Lessard-Hébert et al., 1994; Berg, 2007).

Extraiu-se também, concomitantemente, uma amostra intencional e casuística entre oito (8) comerciantes formais e informais dos mercados, das feiras e ervanárias, compilando, juntamente com a botânica médica, as prescrições e o receituário recomendado. A técnica utilizada foi a da entrevista semi-estruturada, com recurso ao registro de imagens fotográficas das espécies fitoterápicas e dos locais onde se recolheram testemunhos, tendo-se recorrido a gravações de vídeo em entrevistas mais detalhadas, como foi o caso de um coletor de ervas e fitoterapeuta, categoria que contém dois informantes (2), totalizando uma centena de testemunhos, cuja composição etária está expressa na Tabela 1.

Embora a classe etária dominante se situe entre 36-40 anos, cerca de metade dos entrevistados tinha mais de 55 anos de idade e 24% acima de 65 anos. Acresce que as informantes femininas correspondem a mais de 2/3 da amostra. Essa ocorrência é comum a outras amostragens extraídas em grandes cidades latino-americanas, onde as senhoras mais idosas estavam não só mais disponíveis para responder às questões que lhes propusemos, como eram definitivamente as detentoras do saber, mais interessadas em divulgar a sua experiência no uso da flora medicinal para as mais variadas aplicações terapêuticas, em benefício da família.

RESULTADOS

A identificação botânica das espécies foi feita por meio da observação e comparação das plantas dos quintais, de viveiros e dos mercados. A consulta de obras sobre a flora brasileira, em especial da Amazônia, como "Plantas medicinais na Amazônia", de Maria Elisabeth van den Berg (1993), e do Maranhão, como "Fitogeografia das plantas medicinais no Maranhão", de Terezinha de Jesus Almeida Silva Rêgo (2008), foi basilar para esta etapa da pesquisa. Oferecemos exsicatas e porções de plantas embaladas e comercializadas ao grupo de trabalho da professora doutora Terezinha Rêgo.

Não obstante, cinco espécies observadas nos quintais ou encontradas nos mercados eram desconhecidas dos botânicos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), não existindo exemplares herborizados no Herbário Ático Seabra, com os quais pudéssemos comparar.

O primeiro resultado da amostra efetuada à produção, à venda e ao consumo de espécies vegetais medicinais foi o de que a espécie mais abundante nos quintais, viveiros e mercados é nativa da América, facilmente consumida em infusão e bastante eclética (vide Tabela 2). Cerca de 41% dos entrevistados nomearam a erva-cidreira-de-arbusto (Lippia alba) como espécie preferida como analgésico e calmante, utilizada também como antipirético e para reduzir a pressão arterial.

A planta americana tomou a designação da espécie europeia, Melissa officinalis, uma Labiatae, mas se trata de Verbenaceae autóctone. Curiosamente, tanto a erva-cidreira como o capim-limão, que se segue nas preferências dos maranhenses (com 25% dos registros), ocupavam o lugar cimeiro no ranking das espécies de uso exclusivamente terapêutico nas amostragens realizadas em Belém do Pará (Madaleno, 2002, 2010a), onde se efetuaram inquéritos e entrevistas com 570 informantes. O percentual foi inferior ao de São Luís do Maranhão (30% para Lippia alba contra 20% de Cymbopogon citratus), uma vez que duas espécies frutícolas, com dupla função, nutracêuticos, se destacavam nos quintais da capital paraense (açaizeiro, com 40%, e goiabeira, com 35%). Devido ao caráter endêmico da espécie Euterpe oleracea (Rodrigues, 1989; van den Berg, 1993; Cavalcante, 1996), não se encontra esta Arecaceae na cidade de São Luís, enquanto a Psidium guajava foi registrada em apenas quatro quintais.

Como segundo resultado, destaco, entre as árvores de fruto do Maranhão com poderes curativos, o noni (Morinda citrifolia), uma espécie originária das ilhas do Pacífico, que constitui um verdadeiro 'modismo' na cidade do estudo vertente, partilhada entre amigos e parentes e muito procurada nos viveiros pelos proprietários de casas com jardim. O fruto é considerado como o melhor preventivo do câncer, mas as recomendações bebidas em fontes escritas são bem variadas. Contrariamente às ilhas Tuvalu (Pacífico Sul), pesquisadas em fevereiro de 2010, em São Luís não se usa a folha, que é poderoso antisséptico.

Se os calmantes naturais são os preferidos, as plantas digestivas e hepáticas seguem-se no ranking das mais consumidas. Há três variedades de boldo cultivadas nos quintais e jardins de São Luís, outra originalidade desta pesquisa, genericamente e impropriamente designados boldo-do-Chile. Assim, como terceiro resultado assinalável, encontrei duas espécies de Plectranthus (plantas rasteiras de origem provavelmente africana), com dezessete ocorrências, e o arbusto Vernonia condensata, com dezesseis registros. Os falsos boldos são utilizados contra enjoos, vômitos e afecções hepáticas, mas apenas quatro arbustos observados eram efetivamente da espécie chilena Peumus boldus, que encontramos em tempos pretéritos, tanto em Belém do Pará como em Santiago do Chile e no Jardim Botânico da Cidade do México.

A babosa, com quinze registros, é outra planta da flora medicinal universal encontrada nos quintais maranhenses. Originária da África, encontra-se entre as dez espécies mais consumidas em todas as metrópoles da América Latina pesquisadas, com menor expressão em Santiago do Chile, onde as plantas do Velho Mundo, europeias (quase sempre aromáticas) e asiáticas (sobretudo citrinos, mas também especiarias), dominam o ranking dos consumos.

Esta afirmação conduz-nos ao quarto resultado da amostra de São Luís: na capital maranhense, predominam as espécies nativas da América, em especial as da América do Sul, sobre as introduzidas de outras procedências. Espécies autóctones, como o piqui (Caryocar brasiliense), a copaíba (Copaifera reticulata), a andiroba (Carapa guianensis), a imburana (Amburana cearensis), a espinheira-santa (Maytenus ilicifolia) e a casca-do-maranhão (Aniba canelilla) vendem-se profusamente nos mercados e nas ervanárias, enquanto a penicilina e o pau-pelado (Alternanthera brasiliana e Euphorbia brasiliensis) se cultivam nos quintais, sendo o seu uso muito popular.

ETNOBOTÂNICA DA AMÉRICA LATINA

O estudo desenvolvido em São Luís do Maranhão integra-se numa abordagem comparativa das espécies de uso curativo mais consumidas num espaço geográfico dotado de identidade cultural e história de colonização europeia comum, pelo fato de haver sido povoada pelos dois povos ibéricos: os portugueses e os espanhóis. A Tabela 3 apresenta a origem de todas as plantas pesquisadas até o presente em sete regiões metropolitanas da América Latina: Belém e São Luís, no Brasil; Santiago, no Chile; Lima, no Peru; Cidade do México, Puebla e Cuernavaca, na grande metrópole centro-mexicana; Havana, Cuba; e San José, na Costa Rica. Presidente Prudente, situada no estado brasileiro de São Paulo, cidade de escassa dimensão humana, foi desestimada, por não se enquadrar na categoria de região metropolitana.

Como se conclui, as espécies registradas são majoritariamente nativas do continente americano, a que se podem juntar as não identificadas, por serem desconhecidas dos botânicos dos países em apreço. Presumimos, no entanto, que sejam também nativas. Seguem-se de perto as plantas europeias e as asiáticas. As espécies vegetais europeias são quase sempre oriundas da zona climática temperada mediterrânica, levadas para o espaço latino-americano por colonos portugueses e espanhóis.

Em São Luís, temos exemplos paradigmáticos de plantas europeias, como a Melissa officinalis, Rosmarinus officinalis e Ocimum basilicum. O percentual de espécies europeias é de 11,9%. Quanto às asiáticas, sublinho a ocorrência da Punica granatum, que exemplifica bem o processo de importação de plantas encontradas nos quintais das cidades latino-americanas, já que, juntamente com vasta gama de frutícolas, como a laranja, a lima e o limão, e especiarias, como o gergelim ou o cravinho-da-índia, foram introduzidas no Brasil pelas rotas lusas, ou seja, primeiro expandiram-se por Portugal e dali para a América do Sul.

No respeitante às sete regiões metropolitanas estudadas, foram registradas 470 espécies botânicas, correspondentes às preferências anotadas durante os processos de amostragem realizados. Um relato circunstanciado foi elaborado sob a forma de manual destinado ao grande público e encontra-se em fase de edição. Sintetiza-se, em seguida, em jeito de exemplificação da pesquisa produzida durante mais de uma década, a classificação das plantas medicinais estudadas, usando a metodologia adotada por Joy (et al., 1998), da Kerala Agriculture University da Índia.

1. Partes de plantas usadas:

i) Toda a planta: Solanum americanum; Plantago major; Urtica dioica; Melissa officinalis.

ii) Raiz: Uncaria tomentosa; Bauhinia forficata; B. nitida; B. divaricata; Taraxacum officinale.

iii) Talos: Casimiroa edulis; Psidium guajava.

iv) Cascas: Uncaria tomentosa; Bauhinia nitida; B. forficata; B. divaricata; Psidium guajava.

v) Folhas: Psidium guajava; Taraxacum officinale; Lippia alba; Uncaria tomentosa; Bauhinia nitida; B. forficata; B. divaricata; Jatropha gossypiifolia; Petiveria alliacea; Bryophyllum calycinum; Persea americana; Costus spicatus; Casimiroa edulis.

vi) Flores: Bauhinia nitida; B. forficata; B. divaricata; Psidium guajava.

vii) Frutos: Persea americana; Psidium guajava; Casimiroa edulis.

viii) Sementes: Casimiroa edulis.

ix) Visco: Aloe vera; Bryophyllum calycinum.

2. Valor terapêutico divulgado pelos informantes:

a) Antirreumático: Lippia alba (Belém, São Luís, Lima, San José, Havana); Solanum americanum (Cidade do México, San José, Lima, Havana).

b) Antitumoral: Plantago major (Cidade do México, Lima, Santiago, San José, Belém); Uncaria tomentosa (Lima, Belém, São Luís, Santiago, Cidade do México, San José, Havana).

c) Antidiabetes: Bauhinia nitida; B. forficata; B. divaricata (São Luís, Belém, Santiago, Cidade do México, Lima, San José); Jatropha gossypiifolia (Belém, São Luís, Cidade do México, Lima, San José).

d) Anti-inflamatório: Petiveria alliacea (Belém, Cidade do México, Lima, Havana, San José); Urtica dioica (Belém, Santiago, Cidade do México, Lima, Havana, San José).

e) Antiviral: Melissa officinalis (Santiago, Lima, Belém, São Luís, Havana, Cidade do México, San José); Aloe vera (São Luís, Belém, Havana, San José, Cidade do México, Lima, Santiago).

f) Bactericida: Psidium guajava (Santiago, Cidade do México, San José, Havana, São Luís, Belém); Bryophyllum calycinum (Belém, São Luís, Lima, Havana, San José).

g) Calmante: Lippia alba (Belém, São Luís, Lima, San José, Havana); Melissa officinalis (Santiago, Lima, Belém, São Luís, Havana, Cidade do México, San José).

h) Hipotensor: Taraxacum officinale (Cidade do México, San José, Lima, Havana, Santiago, Belém); Casimiroa edulis (Cidade do México, Havana).

i) Diurético: Persea americana (Santiago, Lima, Belém, São Luís, Havana, Cidade do México, San José); Costus spicatus (Belém, São Luís, Havana, San José).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo de um mês, visitamos estabelecimentos comerciais maranhenses, entrevistamos vendedores de rua em São Luís, coletores de plantas silvestres e fitoterapeutas, e percorremos três bairros habitados por diferentes estratos socioeconômicos (classe média-baixa, classe média, classe média-alta), onde recolhemos uma amostra espacial que totalizou a centena de informantes.

Fotografamos e coletamos cento e dez espécies medicinais, correspondendo a cento e cinco nomes vernáculos (105), divulgados nos testemunhos pacientemente integrados em notas de campo e imagens videogravadas.

Identificamos quarenta e sete famílias botânicas distintas (47), entre as quais se destacam as Labiatae, Compositae, Euphorbiaceae, cultivadas nos quintais, e Fabaceae, entre as vendidas no comércio local. As prescrições associadas a cada espécie foram sistematizadas, assim como os preparados contendo diversas plantas ou partes de plantas, como é o caso da 'aguardente alemã', muito popular no Maranhão. Recomendada em caso de derrame (congestão cerebral), contém nove ingredientes fitoterápicos distintos.

O receituário mais vulgar refere-se a infusões, decocções ou inalações antigripais, antitussivas, analgésicas, calmantes, digestivas e antidiarreicas. As massagens, fricções, emplastros e, no geral, as aplicações terapêuticas externas relacionam-se com colírios para as afecções da visão, ou com anti-inflamatórios e cicatrizantes, recomendados em caso de artrites e de artroses, gota, em preparados contra queimaduras, quistos, problemas circulatórios, não olvidando as recomendadas para lavagem do cabelo (caspa e queda), assim como as aplicações tópicas em verrugas, particularmente a seiva cáustica das Euphorbiaceae.

Afecções crônicas mais graves, como diabetes, câncer, doença de Alzheimer e problemas de coração, são tratadas com chás e preparados de curandeiros e fitoterapeutas. São receitas transmitidas de geração em geração, que fazem parte da tradição oral maranhense, com recurso majoritariamente a espécies nativas, fato comum a outras seis regiões metropolitanas exploradas desde 1998 pelo Instituto de Investigação Científica Tropical de Lisboa, no espaço geopolítico latino-americano.

AGRADECIMENTOS

À Fundação para a Ciência e Tecnologia e à Fundação Calouste Gulbenkian, agradece-se o financiamento de boa parte das missões científicas à Amazônia. Ao Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), o nosso bem-haja pela disponibilidade em acolher novas linhas de pesquisa. À Doutora Maria Elisabeth van den Berg, o reconhecimento pela ajuda desinteressada prestada durante as missões a Belém do Pará. À Professora Doutora Terezinha Rêgo vai a nossa gratidão pela pronta cooperação com o IICT, assim como pelo carinho com que trata todos os pesquisadores que têm curiosidade em conhecer os saberes medicinais do Maranhão.

Recebido em 11/01/2011

Aprovado em 15/08/2011

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  • Autor para correspondência:

    Isabel Maria Madaleno
    Instituto de Investigação Científica Tropical
    Rua António Galvão, 2-1ºB. Oeiras, Portugal
    (
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      03 Nov 2011
    • Data do Fascículo
      Ago 2011

    Histórico

    • Recebido
      11 Jan 2011
    • Aceito
      15 Ago 2011
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