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As infinitas imagens cotidianas: vínculos e excessos na imagem digital

TESES E DISSERTAÇÕES

As infinitas imagens cotidianas: vínculos e excessos na imagem digital

Ana Cláudia do Amaral Leão

Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - São Paulo (SP) 2012. aclaudialeao@gmail.com

Esta pesquisa teve como objetivo investigar as relações e os vínculos comunicacionais entre o excesso de imagens produzidas em suporte digital e seus portadores. Parto da hipótese de que, com o advento da câmera digital e das phone cameras, o nosso modo de olhar, registrar, guardar e acessar as nossas imagens foi alterado profundamente, potencializando uma atitude viciante por imagens. Metodologicamente, o trabalho foi realizado por meio de acompanhamento e entrevistas com dez informantes, os portadores de imagens, que contribuíram para concluir que estamos produzindo, de forma exacerbada, imagens como informação. Surgem, neste cenário, os produtores de infinitas imagens cotidianas, denominadas, nesta pesquisa, de fotografadores, que geram duas naturezas de imagens: as infoimagens circulatórias e as infoimagens cotidianas. Ao produzir excessivamente imagens digitais, oferecemos aos aparelhos o caráter de extensores das nossas memórias e dos nossos esquecimentos, desfazendo a lógica de colecionar, guardar ou arquivar, e operando em uma ação acumuladora e desordenada de pequenos bancos de imagens particulares. Deste modo, tentamos saturar a nossa memória mais superficial, que, ao operar no excesso, gera imagens esquizofrênicas. No entanto, ainda que o caminho seja somente de sentido da tecnologia, precisamos relembrar que o corpo é o organismo vivo e competente às imagens, o lugar onde mantemos relações de vínculos profundos, sendo que, sobre esta superfície corpórea, as imagens sobrevivem impregnadas de sentidos, vínculos, pertença e cura. Para fundamentar as questões que permeiam a pesquisa, este trabalho aciona a teoria dos vínculos comunicacionais de Boris Cyrulnik, Jose Ângelo Gaiarsa e Ashley Montagu, além de estudos de imagens e esquizofrenia de Nise da Silveira e Leo Navratil. Na Semiótica da Cultura, em sua vertente centro europeia, foram acionadas as teorias da imagem propostas por Aby Warburg, Walter Benjamin, Dietmar Kamper, Norval Baitello Junior, Hans Belting e Vilém Flusser.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Set 2013
  • Data do Fascículo
    Ago 2013
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