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Casas históricas e museus-casa: conceitualização e desenvolvimento

Historic houses and house museums: conceptualization and development

Resumo

As categorias ‘casa histórica’ e ‘museu-casa’ começaram o seu percurso na Europa, nos EEUU e na América Latina nos séculos XVIII, XIX e XX, respectivamente. Essa trajetória as conectou, pois, para a criação de um museu-casa, era usada geralmente uma casa histórica. A discussão sobre essas categorias qualificou-se em vários países por quase nove décadas – de 1934 ao presente –, com o papel exercido por distintas entidades e teóricos da Museologia e do Patrimônio, o que contribuiu para o desenvolvimento conceitual e a sua diferenciação, principalmente nos últimos vinte e cinco anos. Apesar desse avanço, ainda existem pesquisadores que usam esses termos como se fossem sinônimos. Casa histórica é um imóvel geralmente não aberto ao público, excepcional por suas características e que pode conservar ou não seus interiores, enquanto museu-casa é uma casa musealizada que necessita de um processo posterior ao da casa histórica para poder potencializar e visibilizar os valores do prédio, atuando como museu, ou seja, fazendo com que espaços criados para uso privado se tornem lugares públicos de exibição. A compreensão destas diferenças e similitudes resulta crucial na hora da abordagem museológica porque envolve discussões em torno da concepção do bem patrimonial.

Palavras-chave
Museu; Casa histórica; Museu-casa; Patrimônio; Memória; História

Abstract

The ‘historic house’ and ‘museum house’ categories were developed in Europe, the US, and Latin America during the eighteenth, nineteenth, and twentieth centuries, respectively. They were connected by this trajectory, since historic houses were generally used for the creation of museum houses. Debates on these categories have unfolded in a number of countries for nearly nine decades (from 1934 to the present), with various entities and theoreticians in the areas of museology and heritage contributing to the development and differentiation of these concepts, particularly over the past twenty-five years. Despite these advances, some researchers still use the terms historic house and museum house interchangeably. Historic houses have exceptional characteristics, may or may not have preserved interiors, and are generally not open to the public, while museum houses are houses that were converted into museums and required additional processes (compared to historic houses) to enhance and highlight the building’s value as a museum by turning originally private areas into public exhibition spaces. Understanding these differences and similarities is crucial for the museological approach, since discussions around the concept of heritage are involved.

Keywords
Museum; Historic house; Museum house; Heritage; Memory; History

INTRODUÇÃO

As casas históricas iniciaram seu percurso na Europa e nos Estados Unidos no século XVIII, dando origem, no século XIX, a outra categoria, o museu-casa. A história dessas duas categorias ficou intimamente ligada, já que ambas as instituições foram criadas por iniciativa de nobres dos Estados Nacionais em formação, ou de mecenas e colecionistas privados (Afonso & Serres, 2014Afonso, M. M., & Serres, J. C. P. (2014). Casa-Museu, museu-casa ou casa histórica? Uma controversa tipologia museal. Contribuciones a las Ciencias Sociales. https://www.eumed.net/rev/cccss/30/casa-museu.html
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, p. 2), geralmente ligados às elites e à organização de coleções de objetos artísticos – os quais, no caso da América Latina, tinham a “. . . necessidade de construir uma origem – já que a sua origem perdeu-se, de alguma forma, quando sua família mudou de país – e, para tal, [optaram] por criar raízes culturais, revivendo os ideais do Velho Mundo” (Doctors, 2006Doctors, M. (2006, agosto). Casa museu como projeto de diversidade. I Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas, Trabalhos apresentados, Fundação Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro., p. 45), através de uma coleção eclética de arte.

Para criar esse tipo de museu, foram utilizados casas, palácios ou residências históricas, com o objetivo de lembrar ou representar personagens, períodos ou fatos significativos para setores importantes da sociedade. Assim, tanto a casa histórica quanto o museu-casa passaram a ser percebidos como lugares de memória, nos seus três sentidos: o material, o simbólico e o funcional. Ou seja, como lugares que possuem uma aura simbólica (Nora, 2008Nora, P. (2008). Les lieux de mémoire (1 ed.). Ediciones Trilce., p. 33), constituindo um “campo magnético de comunicação, produzido no seio da descoberta da privacidade”1 1 Tradução nossa. (Cid Moragas, 2008Cid Moragas, D. (2008). Cases-Museu, intimitats revelades [Tese de doutorado, Universitat de Barcelona, Barcelona, Catalunya, España]., p. 11).

Desde a primeira categorização feita pelo Escritório Mundial de Museus, na França, em 1934, as categorias ‘casa histórica’ e ‘museu-casa’ gradualmente vêm se transformando e diferenciando, principalmente em suas características e funcionalidades. Deste modo, em diferentes países, alguns pesquisadores ainda usam as duas categorias sem distinção. Paralelamente, outro grupo de teóricos vem desenvolvendo, desde o final da década de 1990, esta diferenciação – de acordo com o contexto, as necessidades e especificidades de cada país. A análise começa por definir e estabelecer as relações entre os conceitos de casa e museu e as categorias de casa histórica e museu-casa, para, assim, compreender as mudanças, diferenças, relações, tensões e similitudes destas categorias através das suas histórias.

CASA E MUSEU

Casa, lar, habitação, morada, residência, abrigo, refúgio, edifício, vivenda, guarida, covil, toca, cova, casinhola, casinhota, casebre, casita, casão, casarão, abrigo, proteção, segurança, descanso, privacidade, tranquilidade, calor, acolhida, refúgio, encontro, reunião, intimidade, aconchego etc. Casa pode ser definida, caracterizada ou nomeada de muitas maneiras, pelo tipo, aspecto, tamanho, funções e pelas emoções e evocações geradas nos seus moradores a partir dos seus significados e sentidos, do que representa. Em síntese, é um lugar ou espaço adequado para ser habitado (Cid Moragas, 2008Cid Moragas, D. (2008). Cases-Museu, intimitats revelades [Tese de doutorado, Universitat de Barcelona, Barcelona, Catalunya, España].) que, independentemente do status, desde a mais singela até a mais suntuosa, ‘remete à ideia de abrigo’ (Chagas, 2010Chagas, M. (2010). A poética das casas museus de heróis populares. Revista Mosaico, 2(4), 4-12.). Na casa, desenha-se um retrato que se parece à pessoa que habita o lugar, “a partir dos objetos (presentes ou ausentes) e dos usos que estes supõem”2 2 Tradução nossa. (Certeau et al., 1999Certeau, M., Giard, L., & Mayol, P. (1999). La invención de lo cotidiano 2: Habitar, cocinar (1 ed.). Universidad Iberoamericana., p. 147), refletindo o pensamento, os gostos eruditos ou populares, revelando os interesses e hábitos de quem nela habitava, além da posição dos proprietários na hierarquia social e dos materiais com que foi construída (Morosi, 2017-2018Morosi, E. M. (2017-2018). Quale futuro per le case-museo? Verso lo studio della realtà museale nell'area urbana della città di Helsinki [Trabalho de conclusão de curso, Università Ca' Foscari Venezia, Venezia].).

Casa é o lugar da vida privada – dimensão da vida doméstica que faz parte da vida pública, mas regida pelos costumes, e não pelas leis (Scarpeline, 2012Scarpeline, R. (2012). Lugar de morada versus lugar de memória: A construção museológica de uma Casa Museu. Revista Musear, 1(1), 77-91.) –; é o espaço tanto da “calma e da tranquilidade” (DaMatta, 1986DaMatta, R. (1986). O que faz o brasil, Brasil? Rocco., p. 16) quanto da tensão e do conflito, constituído por espaços diferenciados: o espaço privado e o espaço social. Dentro da moradia, acontecem a intimidade, a afetividade, a subjetividade, o encontro com familiares, amigos e conhecidos; é o lugar onde a personagem da casa pode ser quem realmente é (Rangel, 2015Rangel, A. M. S. (2015). Museu Casa de Rui Barbosa: Entre o público e o privado [Tese de doutorado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro].), mas, ao mesmo tempo, pode ser o lugar performático da personagem, ou seja, o lugar onde ele ou ela representa ou projeta sua persona: a pessoa que quer construir publicamente, através de festas, reuniões, comidas e qualquer tipo de atividade pública no espaço privado: “. . . é uma ponte entre o público e o privado” (Scarpeline, 2012Scarpeline, R. (2012). Lugar de morada versus lugar de memória: A construção museológica de uma Casa Museu. Revista Musear, 1(1), 77-91., p. 78). Quando se fala de uma casa, deve-se tomar a dualidade e as contradições existentes entre o espaço íntimo e o exterior que compõem a unidade ‘casa’. Assim, “o espaço íntimo e o espaço exterior vêm, sem cessar, pode-se dizer, estimular-se em seus crescimentos”3 3 Tradução nossa. (Bachelard, 2000Bachelard, G. (2000). La poética del espacio (1 ed.). Fondo de Cultura Económica ., p. 177). A casa traz “. . . intrínsecos os valores de quem a desenhou e a construiu, como também dos que ali viveram e se apropriaram de seus espaços” (Scarpeline, 2012Scarpeline, R. (2012). Lugar de morada versus lugar de memória: A construção museológica de uma Casa Museu. Revista Musear, 1(1), 77-91., p. 81).

Museu, “. . . por sua vez, como compreendido na contemporaneidade, é o espaço do encontro entre culturas, sujeitos e histórias” (Rangel, 2015Rangel, A. M. S. (2015). Museu Casa de Rui Barbosa: Entre o público e o privado [Tese de doutorado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro]., p. 141). No caso de um museu-casa, há uma relação com o espaço doméstico, “. . . originalmente concebido para ser escondido, para fins particulares, mas que sofreu uma alteração no seu uso para poder ser convertido em espaço público”4 4 Tradução nossa. (Ramos, 2014Ramos, M. D. G. (2014). La musealización del espacio doméstico: Casas museo de recreación de ambientes-ámbitos. Revista de Estudios de Ciencias Sociales y Humanidades, (32), 77-89., p. 77). É um espaço exposto ao olhar voyeur, que entra com curiosidade na intimidade da casa tornada museu, à procura de alguma revelação sobre a personagem que habitou a propriedade e sobre os rastros da sua intimidade (Cid Moragas, 2008Cid Moragas, D. (2008-2009). Intimitats revelades. Mnemòsine: Revista Catalana de Museologia, 5, 35-46., p. 43). Museu-casa não é uma simples soma da casa e do museu: “Ao museu são dados o valor e a verdade; à casa, o afeto e a emoção” (Rangel, 2015Rangel, A. M. S. (2015). Museu Casa de Rui Barbosa: Entre o público e o privado [Tese de doutorado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro]., p. 144). São lugares e categorias que se justapõem, onde estão em jogo diferentes subjetividades, representações, narrativas e memórias, particularmente pelo poder de evocação da casa, devido à sua materialidade, podendo-se constituir num referencial de identidade com os visitantes, na medida em que o espaço represente parte da sua história e ajude a criação de relações e pontes com o seu presente. Em síntese, o museu “. . . é a casa da memória . . .” (Puig, 2018Puig, R. G. (2018). Biografia da casa-museu: Entre o privado e o público – adaptações de casas-museus em São Paulo [Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo]., p. 32).

Organizar a casa como museu tem uma intencionalidade que “não é a história ou a vida mesma, senão sua evocação, não é o passado em si mesmo senão a sua representação”5 5 Tradução nossa. (Risnicoff de Gorgas, 2001Risnicoff de Gorgas, M. (2001). Reality as illusion, the historic houses that become museums. Museum International: Historic House Museums, 53(2), 10-15. https://doi.org/10.1111/1468-0033.00307
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, pp. 10-11), fato que guarda uma profunda relação com a memória, tanto individual quanto coletiva (Halbwachs, 1990Halbwachs, M. (1990). A memória coletiva (1 ed.). Editora Revistas dos Tribunais Ltda. ), e com a possibilidade de que na casa possam ser representadas, de maneira não cristalizada, tanto as memórias oficiais quanto as memórias subterrâneas – com os seus silenciamentos e esquecimentos (Pollak, 1989Pollak, M. (1989). Memória, esquecimento e silêncio. Estudos Históricos, 2(3), 3-15. http://www.uel.br/cch/cdph/arqtxt/Memoria_esquecimento_silencio.pdf
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, p. 4), numa relação que às vezes pode ser tensa e/ou dialética entre o poder da memória e a memória do poder (Chagas, 2002Chagas, M. (2002). Memória e Poder: Dois Movimentos. Cadernos de Sociomuseologia, 19(19), 43-81. , p. 62).

CASA HISTÓRICA E MUSEU-CASA

Nem toda casa histórica é um museu-casa, mas todo museu-casa é uma casa histórica. As duas categorias requerem uma abordagem que paralelamente as relacione e as diferencie, ainda mais porque as reflexões para estabelecer as diferenças entre uma e outra são relativamente recentes, datando do final da década de 1990 (Cid Moragas, 1996Cid Moragas, D. (1996). La casa museu a memoria de I'individu: Algunes consideracions sobre aquesta tipologia. L´Arc, 2, 57-59.). Gradualmente, vários pesquisadores têm se unido nesse caminho. Uma casa histórica pode ser nomeada como museu-casa sempre que houver um trabalho e uma função museológica naquele espaço (Ponte, 2007Ponte, A. (2007). Casas-Museu em Portugal: teoria e prática [Dissertação de mestrado, Universidade do Porto, Porto]., p. 3). Assim, ao longo do seu processo, uma casa histórica pode se tornar uma “casa musealizada” (Cid Moragas, 2008Cid Moragas, D. (2008). Cases-Museu, intimitats revelades [Tese de doutorado, Universitat de Barcelona, Barcelona, Catalunya, España]., p. 11), ou não, dependendo das particularidades de cunho político, econômico, social e cultural do local, ganhando relevância e valor, tanto mais quanto os cidadãos de uma nação tenham interesse pela sua história (Ponte, 2007Ponte, A. (2007). Casas-Museu em Portugal: teoria e prática [Dissertação de mestrado, Universidade do Porto, Porto].). Essa diferenciação desenvolvida pelo autor é aprofundada por Pérez Mateo (2016b)Pérez Mateo, S. (2016b). Las casas museo en España: Análisis de una tipología museística singular [Tese de doutorado, Universidad de Murcia, Murcia]., ao referir-se às funções e características da casa histórica e do museu-casa:

Las casas museo en realidad suelen ser casas históricas y singulares. Es más, ese es su origen, puesto que son inmuebles que contienen espacios domésticos históricos. Todas las casas museo no conservan interiores históricos, como se detalla a lo largo de este capítulo, pero gran parte de las casas históricas y singulares sí han conservado sus interiores históricos, especialmente aquéllas que no son de visita pública. Por ello las casas históricas y singulares son susceptibles de ser casas museo (pero todas las casas museo no son casas históricas y singulares). Existe una diferencia entre las casas museo y las casas históricas o singulares, diferencia que reside en que las primeras son museos y, por lo tanto, cumplen las funciones requeridas (apertura pública, bienes inventariados, acceso a los investigadores, etc.), mientras que las casas históricas y singulares no necesariamente son museos sino inmuebles privados que pueden o no ser visitables. Las primeras son museos que preservan el carácter de casa, en cambio, las segundas son únicamente casas que contienen interiores históricos de extraordinario valor que las hace susceptibles de considerarse museos. [Os museus-casa são geralmente casas históricas e singulares. Além disso, essa é a sua origem, uma vez que são imóveis que contêm espaços domésticos históricos. Todos os museus-casa não preservam os interiores históricos, mas uma grande parte das casas históricas e singulares preservaram seus interiores históricos, especialmente aquelas que não são para visitas públicas. Por essa razão, as casas históricas e singulares são suscetíveis de ser museus-casa (mas nem todos os museus-casa são casas históricas e singulares). Há uma diferença entre os museus-casa e as casas históricas ou singulares, uma diferença que reside no fato de que os primeiros são museus e, portanto, cumprem as funções necessárias (abertura pública, bens inventariados, acesso aos pesquisadores, etc.), enquanto que casas históricas e únicas não são necessariamente museus, mas edifícios privados que podem ou não ser visitados. Os primeiros são museus que preservam o caráter de uma casa, enquanto as últimas são apenas casas que contêm interiores históricos de valor extraordinário que os tornam suscetíveis de serem considerados museus]6 6 Tradução nossa.

(Pérez, 2016bPérez Mateo, S. (2016b). Las casas museo en España: Análisis de una tipología museística singular [Tese de doutorado, Universidad de Murcia, Murcia]., pp. 47-48).

Desde 1934 e ao longo de mais de seis décadas, as casas históricas não foram diferenciadas dos museus-casa; foram, inclusive, nomeadas como subcategorias de museu-casa. Essa maneira de concebê-las tem mudado em alguns países, como fruto de pesquisas que têm estabelecido as diferenças, semelhanças e relações entre as duas categorias, nomeando-as de maneira particular, dependendo das condições específicas de cada país e localidade, sempre numa estreita relação com os museus-casa.

Na Espanha, Pérez Mateo (2016b)Pérez Mateo, S. (2016b). Las casas museo en España: Análisis de una tipología museística singular [Tese de doutorado, Universidad de Murcia, Murcia]. utiliza o termo ‘casas singulares’ para referir-se aos exemplos que se caracterizam por ser ‘conjuntos patrimoniais de relevância’, que contêm bens móveis formando ‘uma unidade cultural’, estabelecendo conexões com o entorno (jardim, espaço natural circundante ou a cidade onde estão localizadas), que tem a mesma relevância histórica e ambiental. Desta maneira, as casas singulares devem ser consideradas museus-casa (Pérez Mateo, 2016bPérez Mateo, S. (2016b). Las casas museo en España: Análisis de una tipología museística singular [Tese de doutorado, Universidad de Murcia, Murcia]., p. 52). Essa categorização não pode ser determinada principalmente pelo conteúdo do prédio (pintura, escultura, fotografia, mobiliário etc.), pois isto não permite a distinção da casa, já que não é o objeto que lhe dá significado como museu-casa, mas é o espaço, a unidade de exposição, a unidade doméstica, a unidade do quarto, a coleção, o ambiente que pode a singularizar (Pérez Mateo, 2016bPérez Mateo, S. (2016b). Las casas museo en España: Análisis de una tipología museística singular [Tese de doutorado, Universidad de Murcia, Murcia].).

No Brasil, Oliveira e Rocca (2018, p. 125)Oliveira, L. V., & Rocca, L. D. (2018). Da casa-manifesto à casa-museu: Museologia e patrimônio nas residências de Warchavchik, Bo Bardi e Niemeyer. Anais do Museu Histórico Nacional, 50, 123-140. usam o conceito ‘casa-manifesto’ para descrever “. . . residências com propostas estéticas e espaciais inovadoras, portadoras de originalidade, inventividade e, não raro, transgressão arquitetônica”, tornando-se o manifesto do arquiteto ou do morador, pois a casa se constitui num carimbo pessoal, em uma representação do que essa pessoa é e que, portanto, acaba se transformando em um monumento histórico que porta valores. Aqui, o conceito diferencia-se de um museu-casa, que é um prédio escolhido com posterioridade pela relevância histórica dos seus moradores ou pela importância de algum fato acontecido nele, mas não necessariamente “. . . por ser portador de valores artísticos inerentes à sua materialidade e espacialidade. . . ” (Oliveira & Rocca, 2018Oliveira, L. V., & Rocca, L. D. (2018). Da casa-manifesto à casa-museu: Museologia e patrimônio nas residências de Warchavchik, Bo Bardi e Niemeyer. Anais do Museu Histórico Nacional, 50, 123-140., p. 127). O conceito de casa-manifesto surgiu na Europa a partir da publicação de distintos manifestos7 7 O poeta, dramaturgo e político italiano (militante fascista a partir de 1919) Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944) publicou no jornal francês Le Figaro, em 20 de fevereiro de 1909, o “Manifesto del Futurismo” (Marinetti, 1909), um dos mais importantes referentes ao movimento Futurista (parte do Modernismo), onde se exalta o futuro e os mitos da sociedade moderna relacionados com as máquinas, a velocidade, a guerra, promovendo sua estética como parte da vanguarda histórica. Posteriormente, em 1914, foi publicado o manifesto “ L'Architettura Futurista ”, do arquiteto italiano Antonio Sant'Elia (1888-1916). Ver Sant’Elia (n.d., 1914, 2013). que criticavam a visão conservadora do estilo neoclássico e que chamavam à inovação e à transformação na arquitetura. Tem sido usado para nomear várias casas históricas construídas no mundo por diferentes arquitetos8 8 Gaudi, com Casa Batlló (Barcelona, Espanha, 1904-1906); Hundertwasser, com Hundertwasserhaus(Viena, Áustria, 1983-1986); Le Corbusier, com Villa Savoye (Poissy, França, 1928-1929); Mies van der Rohe, com Farnsworth House (Plano, EEUU, 1945-1951), entre outras casas. , para ser sua moradia ou a moradia de artistas, escritores, entre outras personalidades, e que, portanto, foram concebidas como obras de arte desde o começo.

As casas históricas são caracterizadas como estruturas com “. . . algum valor ou significado particular relativo à sua arquitetura. . .” (Moreira, 2006Moreira, M. (2006). Da casa ao museu: Adaptações arquitetônicas das casas museu em Portugal [Dissertação de mestrado, Universidade do Porto, Porto]., p. 19). São geralmente ligadas a alguma personagem (habitante) de importância nacional, regional ou local, ou com algum fato da história do país ou de um local específico, sem que estejam necessariamente envolvidas com o trabalho museológico; e não têm, inclusive, que estar abertas ao público (Ponte, 2007Ponte, A. (2007). Casas-Museu em Portugal: teoria e prática [Dissertação de mestrado, Universidade do Porto, Porto].). Assim, mesmo que as diferenças entre a casa histórica e o museu-casa se relacionem algumas vezes ao seu funcionamento, estas finalmente se reduzem ao plano conceitual, já que a potência de uma casa histórica, no primeiro momento, reside em ser uma expressão material da memória e de fatos históricos, de uma maneira de viver ou de um período artístico, cultural ou estético; e desta maneira pode-se constituir em patrimônio para um grupo amplo da sociedade. Só posteriormente, com o processo de musealização e o funcionamento como museu, o espaço poderia se tornar museu-casa. É importante tomar em conta essas diferenças, ainda que alguns pesquisadores continuem usando equivocadamente as categorias casa histórica e museu-casa como se fossem a mesma coisa em todas as situações, cometendo, assim, erros conceituais e teóricos.

Com o surgimento do turismo cultural, as casas históricas abertas à visitação pública eram avaliadas e aprovadas geralmente por viajantes do Grand Tour (Ramos, 2014Ramos, M. D. G. (2014). La musealización del espacio doméstico: Casas museo de recreación de ambientes-ámbitos. Revista de Estudios de Ciencias Sociales y Humanidades, (32), 77-89., p. 78)9 9 Percurso turístico feito pela Europa por viajantes com poder aquisitivo antes do surgimento do turismo moderno, desde a metade do século XVII até o XIX (ver Ramos, 2014). . Essas avaliações motivaram a criação de diferentes museus-casa baseados na necessidade de heroicizar uma personagem, impulsionar o nacionalismo e as identidades nacionais, regionais ou locais através de uma vida exemplar, tornando esses museus ‘santuários laicos’, que mediavam a sensibilidade, as emoções, as evocações e o sentimento pela vida da personagem ou das personagens que guardavam uma relação com o lugar.

Podem ser vistos vários exemplos ao redor do mundo. O primeiro museu-casa criado no Reino Unido foi a residência de Walter Scott, Abbotsford (n.d.)Abbotsford. (n.d.). https://www.scottsabbotsford.com/
https://www.scottsabbotsford.com/...
, aberta ao público meses após sua morte, em 1833; nos Estados Unidos, a Washington's Headquarters State Historic Site (n.d.)Washington's Headquarters State Historic Site. (n.d.) . https://parks.ny.gov/historic-sites/17/details.aspx
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10 10 Conhecido como Hasbrouck House (Newburgh, Nova York). ; na Itália, o Museo Poldi Pezzoli (n.d.)Museo Poldi Pezzoli. (n.d.). http://www.museopoldipezzoli.it/#!/en/discover/from-house-to-museum/
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, em Milão, foi criado em 1881; na Alemanha, o Goethe National Museum, em Weimar, aberto em 188511 11 Ver Klassik Stiftung Weimar (n.d.). ; na Espanha, está o caso de Benigno de la Vega-Inclán, que criou três museus12 12 II Marqués de la Vega-Inclán (Valladolid, 1858–Madrid, 1942). Ele criou três museus-casa, El Greco, em Toledo (1911), Larra, em Madrid (1921), e Cervantes, em Valladolid (1928). . Não se pode esquecer tampouco que antes, em 23 de abril de 1875, Mariano Pérez Minguez, no 275o aniversário13 13 Ver Museo Casa Cervantes (n.d.). de Dom Quixote, fez uma recriação do interior da Casa de Cervantes, em Valladolid (Pérez Mateo, 2016bPérez Mateo, S. (2016b). Las casas museo en España: Análisis de una tipología museística singular [Tese de doutorado, Universidad de Murcia, Murcia].).

Essa categoria de museu é atualmente uma das mais importantes e com maior potencial no mundo, devido ao seu poder de desenvolver relações estreitas com a sociedade por meio de narrativas construídas no lugar, as quais possibilitam despertar a sensibilidade entre os visitantes, valendo-se de três elementos: o cenário (a casa), a história (vida da personagem) e a representação e teatralização (o museu-casa, com mobiliário e/ou ambientação). Um ponto de reflexão é a tríade casa-museu-personagem, que se constitui em matriz de análise para o trabalho com o museu-casa. Essa é uma ferramenta de trabalho desenvolvida e aprofundada pela pesquisadora brasileira Rangel (2015)Rangel, A. M. S. (2015). Museu Casa de Rui Barbosa: Entre o público e o privado [Tese de doutorado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro].. Esse modelo de análise permite abranger as reflexões sobre a casa para além dos aspectos materiais e construtivos, tendo em conta os aspectos simbólicos.

Mas, ainda que essa matriz seja uma ferramenta útil para a análise e a reflexão no primeiro momento, posteriormente é preciso ir além, para que o museu-casa possa desenvolver toda a sua potencialidade – que reside na possibilidade de estabelecer conexões mais amplas e complexas com outros cenários, histórias e representações, ultrapassando os limites do próprio museu, da personagem e da coleção (ou do mobiliário). O objetivo é que o museu não se torne uma prisão, o que “. . . nos coloca diante de multiplicidades; penso que um desafio contemporâneo para os museus-casa seria olhar para essas multiplicidades. . .” (Chagas, 2018Chagas, M. (2018, agosto 13). Palestra Magna: Museus Casa: edifício, coleção e personagens – (re)leituras [Video]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=aniNSuaTh28&t=942s
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), abrindo caminho para enxergar o museu-casa como um fato social e cultural. Nesse sentido, uma questão de muita importância é o trabalho transdisciplinar, que permite visualizar essa multiplicidade e buscar respostas.

DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DAS CATEGORIAS ‘CASA HISTÓRICA’ E ‘MUSEU-CASA’ E CONTRIBUIÇÕES AO CAMPO

No século XX, as discussões sobre casas históricas e museus-casa se qualificaram e se aprofundaram cada vez mais. O caminho para o desenvolvimento dos conceitos de casa histórica (como categoria patrimonial) e museu-casa (como uma categoria de museu) começou simultaneamente no ano de 1933, com a publicação do livro “Historic house museums”, de Laurence Vail Coleman, então presidente14 14 Coleman exerceu a Presidência da AAM entre 1927 e 1958. da American Association of Museums (AAM) (Coleman, 1933Coleman, L. V. (1933). Historic house museums (1 ed.). American Association of Museums.). Nesse texto, já no primeiro capítulo, o autor fala das origens dos museus-casa nos Estados Unidos, remetendo às casas históricas daquele país, e faz um breve percurso pela história e características de várias casas históricas, desde o século XVI até o XIX, explicando também como algumas dessas edificações estiveram destinadas a ser chamadas de históricas pela sua beleza, seu tipo e sua história acumulada (Coleman, 1933Coleman, L. V. (1933). Historic house museums (1 ed.). American Association of Museums., p. 3). Nesses casos, a musealização serviu para protegê-las e conservá-las. Em seguida, Coleman (1933)Coleman, L. V. (1933). Historic house museums (1 ed.). American Association of Museums. apresenta um breve histórico dos museus-casa nos Estados Unidos, expõe algumas de suas caraterísticas, estabelece alguns métodos para o seu bom funcionamento e conservação e propõe ainda uma perspectiva para o seu futuro. Um ano depois, no artigo “As casas históricas e seu uso como museus”15 15 Cujo título original é “Les maisons historiques et leur utilisation comme musées” (1934). , publicado em 1934 na revista Mouseion, do Escritório Internacional de Museus (Office International des Musées – OIM), fala-se pela primeira vez de subcategorias dentro das categorias casa histórica e museu-casa, a partir das características das coleções contidas dentro de cada uma delas: casa de interesse biográfico, casa de interesse social e casa de interesse histórico local (Office International des Musées, 1934Office International des Musées. (1934). Les Maisons historiques et leur utilisation comme musées . Museion., p. 283).

O museólogo francês Rivière (1993)Rivière, G. H. (1993). La museología: Curso de museología, textos y testimonios (1 ed.). Ediciones Akal., em seu livro “La Muséologie: cours de muséologie, textes et témoignages”, publicado inicialmente em 1993, desenvolve uma divisão dos museus-casa baseada na arquitetura das casas históricas. Fala de duas subcategorias: a primeira são as casas históricas que incluem três tipos de propriedade – museus-palácios e castelos dos nobres; castelos com valor histórico (privados) e casas musealizadas de qualquer classe social (públicas ou privadas); e casas históricas de interesse especial dedicadas a uma personalidade. A segunda subcategoria são as casas rurais, com os seus móveis in situ (Rivière, 1993Rivière, G. H. (1993). La museología: Curso de museología, textos y testimonios (1 ed.). Ediciones Akal., pp. 311-312).

Butcher-Younghans (1993)Butcher-Younghans, S. (1993). Historic house museums: A practical handbook for their care, preservation, and management (1 ed.). Oxford University Press. escreveu o livro “Historic house museums: a practical handbook for their care, preservation, and management”, que faz uma abordagem da gestão dos museus-casa no contexto norte-americano, tratando temas como a missão, a organização, as coleções, seu cuidado, a preservação da casa histórica para o futuro e o papel dos voluntários. Ela estabelece quatro subcategorias de museu-casa: documental, representativo, estético e aquele que mistura as três categorias de museu-casa (Butcher-Younghans, 1993Butcher-Younghans, S. (1993). Historic house museums: A practical handbook for their care, preservation, and management (1 ed.). Oxford University Press., pp. 184-186).

Entre os dias 20 e 22 de novembro de 1997, o evento “Actas of the Internacional Conferência”, “Abitare la storia: le dimore storiche-museo: restauro, sicurezza, didattica, comunicazione”(Habitar a História: as casas museu-histórico: restauração, segurança, ensino, comunicação) (Leoncini & Simonetti, 1998Leoncini, L., & Simonetti, F. (Comps.). (1998). Abitare la storia: le dimore storiche-museo: restauro, sicurezza, didattica, comunicazione: atti del convegno. U. Allemandi.), em Genova, Itália, que aconteceu nos museus-palácio, no palácio real e no palácio Spinola16 16 Ver Leoncini e Simonetti (1998). , pela primeira vez discutiu de maneira coletiva o tema do museu-casa, sendo que:

The objective of the conference was to consider the historic house museum in all of its aspects: from museology to organization, from conservation to security, from didactic activity to communication systemso [O objetivo da conferência foi considerar o museu-casa em todos os seus aspectos: da museologia à organização, da conservação à segurança, da atividade didática aos sistemas de comunicação]17 17 Tradução nossa.

(Pinna, 1997Pinna, G. (1997). DEMHIST: The genesis of a Committee. http://docplayer.fr/21772862-Demhist-the-genesis-of-a-committee-giovanni-pinna.html
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, p. 1).

Pinna (1997)Pinna, G. (1997). DEMHIST: The genesis of a Committee. http://docplayer.fr/21772862-Demhist-the-genesis-of-a-committee-giovanni-pinna.html
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explica como essa conferência gerou um documento com a proposta da criação do novo Comitê Internacional para museus-casa, que foi aprovado pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM) Itália e apresentado ao conselho executivo do ICOM em dezembro de 1997. Em outubro de 1998, durante a 18ª Conferência Geral do ICOM, em Melbourne, Austrália, foi ratificada a criação do comitê. No dia 12 de outubro, ainda em Melbourne, o comitê realizou sua primeira reunião, durante a qual foram escolhidos os nomes ‘Historic House Museums / Demeures historiques-musées / Residencias Históricas-Museo’ e a abreviatura ‘DEMHIST’18 18 DEMHIST é o acrônimo do termo francês ‘Demeures Historiques’. , passando a constituir-se como o comitê internacional do ICOM para os museus de casas históricas – o qual, segundo a sua página na web, ‘se concentra na conservação e gestão dos museus-casa’19 19 Ver International Council of Museums Brasil (n.d.). . A criação desse comitê do ICOM foi um divisor de águas em estudos e pesquisas sobre os museus-casa no mundo. Atualmente, é uma referência obrigatória para quem pesquisa sobre museus-casa e casas históricas. Assim, a discussão sobre as conexões e diferenças entre as categorias casa histórica e museu-casa dentro do campo da Museologia é posicionada e aprofundada no âmbito internacional, impulsionando a discussão nas entidades ligadas à Museologia e ao Patrimônio. A cada ano, desde 2000, o DEMHIST aborda em suas conferências um tema diferente com relação aos museus de casas históricas20 20 Ver M DEMHIST (n.d.). .

Segundo Pérez Mateo (2016b, pp. 186-187)Pérez Mateo, S. (2016b). Las casas museo en España: Análisis de una tipología museística singular [Tese de doutorado, Universidad de Murcia, Murcia]., em 1997, Rosanna Pavoni e Ornella Selvafolta apresentaram as seguintes sete subcategorias de museus-casa depois do encontro do ICOM na Itália, onde foi proposta a criação do DEMHIST: palácios reais; casas de personagens relevantes; casas de artistas; casas de estilos ou períodos; casas de colecionadores; casas de família; e casas com uma identidade social e cultural específica.

O processo de trabalho sobre a classificação de museus-casa do DEMHIST levou o comitê a apresentar o projeto proposto em São Petersburgo, em 1999, para classificar os vários tipos de museus-casa que estão atualmente abertos ao público (Pavoni, 2008Pavoni, R. (2008, março 5-7). Case Museo: Prospettive per un nuovo ruolo nella cultura e nella società. Congreso Casas-Museo: La Habitación del Héroe Casas-Museo en Iberoamérica, Museo Nacional del Romanticismo, Madrid. http://www.museumartconsulting.com/testi/Pavoni_congreso_casas-museo.html
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). Esse processo foi um projeto que abrangeu museus-casa ao redor do mundo; na primeira fase, elaborou-se uma ‘descrição da identidade do museu’ por meio de critérios de restauração, integração, desenvolvimento de exposições e adoção de roteiros educativos. Cerca de 150 museus-casa preencheram o formulário em vários países no ano 2000 (Pavoni, 2008Pavoni, R. (2008, março 5-7). Case Museo: Prospettive per un nuovo ruolo nella cultura e nella società. Congreso Casas-Museo: La Habitación del Héroe Casas-Museo en Iberoamérica, Museo Nacional del Romanticismo, Madrid. http://www.museumartconsulting.com/testi/Pavoni_congreso_casas-museo.html
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)21 21 Ainda em 2001, o tema dos museus-casa foi novamente impulsionado, quando a United Nations Educational e Scientific and Cultural Organization (UNESCO) publicou um número da revista Museum International: Historic House Museums dedicado aos museus de casas históricas, com artigos de pesquisadores relevantes de museus-casa (ver UNESCO, 2001). . Com essa informação, formulou-se uma proposta com seis subcategorias de museu-casa, processo que durou até 2007, ano em que o DEMHIST estabeleceu uma classificação de museus-casa, ratificada na Conferência Geral de Museus de Viena22 22 Ver intervenção de Rosanna Pavoni, Museum and Art Consultant, School of Cultural Heritage Sciences, Insubria University at Como and University of Pisa; de Hetty Berens, diretor do Netherlands Institute of Architecture; e de Julius Bryant, Keeper of Word & Image at the Victoria & Albert Museum, Londres (ver Conferência Internacional ICOM-DEMHIST, 2008). .

Seus membros estabeleceram, então, nove subcategorias de museus-casa, baseadas nas propostas elaboradas por Pavoni e Selvafolta em 1997 (citadas em Pérez, 2016bPérez Mateo, S. (2016b). Las casas museo en España: Análisis de una tipología museística singular [Tese de doutorado, Universidad de Murcia, Murcia]., pp. 186-187): casas de homens ilustres (personalidades) (PersH); casas de colecionadores (ou casas onde as coleções são exibidas agora) (CollH); casas de beleza (BeauH); casas dedicadas a eventos históricos (HistH); casas da sociedade local (casas) (SociH); nobres habitações (casas ancestrais) (AnceH); palácios reais (com ou sem essa função, abertos ao público) (RpowH); casas do clero (ClerH); casas de natureza etno-antropológica (casas humildes) (HumbH) (Pavoni, 2008Pavoni, R. (2008, março 5-7). Case Museo: Prospettive per un nuovo ruolo nella cultura e nella società. Congreso Casas-Museo: La Habitación del Héroe Casas-Museo en Iberoamérica, Museo Nacional del Romanticismo, Madrid. http://www.museumartconsulting.com/testi/Pavoni_congreso_casas-museo.html
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, p. 5).

Young (2007), no 6º Encontro Anual do DEMHIST, estabeleceu outras subcategorias de museus-casa, a partir do estudo de cerca de 600 museus no Reino Unido, nos Estados Unidos e na Austrália: museu-casa de herói – alguém importante morou no local (ou, às vezes, simplesmente passou por lá); museu-casa de coleção – uma coleção de móveis intrínsecos à casa ou uma coleção formada pelos habitantes que vale a pena conservar em sua localização original; museu-casa de design – forma, tecido, decoração, técnica ou inovação especialmente importante (pode ser estético ou técnico); museu-casa por evento histórico ou processo – algo historicamente significativo aconteceu no local, uma vez ou regularmente (pode ser particular ou genérico); museu-casa de sentimento – sentimento espiritual ou comunal positivo para o local, geralmente com foco na antiguidade inespecífica (contrastada com a história); museu-casa de campo – produto do desenvolvimento multigeracional da casa, mobiliário, coleções e jardins (Young, 2007Young, L. (2007). Is there a museum in the house? Historic houses as a species of museum. Museum Management and Curatorship Routledge, 22(1), 59-77. https://doi.org/10.1080/09647770701264952
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, pp. 62-63).

Consideramos, ainda, a proposta de Ponte (2007)Ponte, A. (2007). Casas-Museu em Portugal: teoria e prática [Dissertação de mestrado, Universidade do Porto, Porto]., que desenvolve em sua dissertação, publicada em 2007, uma reflexão sobre os museus-casa em Portugal23 23 Esta dissertação é uma referência constante nos trabalhos encontrados no Brasil. – e faz também um percurso pelas propostas de classificação de museus-casa de diferentes autores. Baseado em pesquisa particular dentro do seu país, propõe novas subcategorias: 1) casa-museu original; 2) casa-museu reconstituída; 3) casa-museu estética/coleção; e 4) casa-museu de época, ‘Period Rooms’ (Ponte, 2007Ponte, A. (2007). Casas-Museu em Portugal: teoria e prática [Dissertação de mestrado, Universidade do Porto, Porto]., pp. 125-127). Além disso, faz uma análise sobre o museu-casa a partir das subcategorias construídas pelo DEMHIST e com base em diferentes pesquisadores em um artigo publicado em 2019 (Ponte, 2019Ponte, A. (2019). Casas-Museu. Entre o conceito e o modelo de ação: Da constituição ao modelo de investigação. In 10 anos de reflexão sobre Casas-Museu em Portugal (Coleção: Patrimônio a Norte, No. 1, pp. 17-33). Comité Internacional do ICOM.). Igualmente relevante é a contribuição das dissertações das seguintes pesquisadoras portuguesas ou residentes em Portugal: Martins (1996)Martins, A. M. C. L. (1996). Casas-museu em Portugal: Modelos de organização e conceito [Dissertação de mestrado, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa]. – “Casas-museu em Portugal: modelos de organização e conceito”; Stoffel (2019)Stoffel, A. M. (2019). Emoção e razão nas casas-museu . In 10 anos de reflexão sobre Casas-Museu em Portugal (Coleção: Patrimônio a Norte, No. 1, pp. 36-41). Comité Internacional do ICOM. – “Emoção e razão nas casas-museu”; Moreira (2006)Moreira, M. (2006). Da casa ao museu: Adaptações arquitetônicas das casas museu em Portugal [Dissertação de mestrado, Universidade do Porto, Porto]. – “Da casa ao museu: adaptações arquitetônicas das casas-museu em Portugal”; e Mayer (2016)Mayer, M. O. B. L. (2016). Casa-Museu Medeiros e Almeida: O projeto de um homem de coleção privada a acervo público [Dissertação de mestrado, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa]. – “Casa-Museu Medeiros e Almeida: o projeto de um homem de coleção privada a acervo público”; e também os aportes de Monge (2010 [2006])Monge, M. (2010 [2006]). Palestra. I Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas [Apresentação de trabalho]. Fundação Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro. https://www.gov.br/turismo/pt-br/entidades-vinculadas/casa-de-rui-barbosa/atuacao/museu-e-jardim/pdfs/fcrb_anais_i_encontro_luso_-_brasileiro_de_museus_casas.pdf
https://www.gov.br/turismo/pt-br/entidad...
, no “I Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas”, assim como o trabalho de Elsa Rodrigues, presidenta do DEMHIST até junho de 202024 24 A partir de junho de 2020, a presidência interina do DEMHIST foi assumida pela holandesa Yvonne Ploum. .

Cid Moragas (2008)Cid Moragas, D. (2008). Cases-Museu, intimitats revelades [Tese de doutorado, Universitat de Barcelona, Barcelona, Catalunya, España]., pesquisador catalão, finalizou sua tese sobre o tema dos museu-casa propondo duas subcategorias: museus-casa de artistas e museus-casa memoriais, baseando a sua classificação no museu-casa dedicado a uma personalidade. Segundo Pérez Mateo (2016b, p. 25)Pérez Mateo, S. (2016b). Las casas museo en España: Análisis de una tipología museística singular [Tese de doutorado, Universidad de Murcia, Murcia]., falando da produção científica sobre museus-casa, “Cid Moragas foi o primeiro a dedicar sua atenção a essa tipologia” na Espanha, foi ele que “organizou em 1996 com Benoit de Tapol e Valerie Bergeron um curso monográfico sobre museus-casa na Universidade das Ilhas Baleares”. Além disso, o pesquisador tem vários textos sobre o tema, produzidos desde os anos 90 do século XX até hoje (Cid Moragas, 1996Cid Moragas, D. (1996). La casa museu a memoria de I'individu: Algunes consideracions sobre aquesta tipologia. L´Arc, 2, 57-59., 2008-2009Cid Moragas, D. (2008-2009). Intimitats revelades. Mnemòsine: Revista Catalana de Museologia, 5, 35-46., 2016Cid Moragas, D. (2016). Casas de artista, casas-museo: Historias marginales y simuladas de lo doméstico. In La recuperació d'interiors històrics (pp. 23-28). Museu del Disseny de Barcelona.; Cid Moragas & Sala, 2012Cid Moragas, D., & Sala, T. M. (2012). Las casas de la vida: Relatos habitados de la modernidad (1 ed.). Ariel.). Ainda na Espanha, a pesquisadora Pérez Mateo (2016b)Pérez Mateo, S. (2016b). Las casas museo en España: Análisis de una tipología museística singular [Tese de doutorado, Universidad de Murcia, Murcia]. desenvolve uma análise focalizada nos museus-casa de seu país. Em sua tese de doutorado, finalizada em 2016, a autora propõe para a Espanha as seguintes subcategorias de museus-casa: museus-casa de personalidade, de território e de período histórico (ou estilo cultural).

Las categorías de casas museo planteadas por DEMHIST en Viena (2007)M DEMHIST. (n.d.) . https://icom-demhist.org/resources/?id=0&c_id=0
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son, a nuestro juicio, excesivas y generan una serie de problemas derivados del hecho de que una casa museo puede pertenecer a dos o más categorías, aumentando de esta manera su indefinición conceptual. Por lo tanto, planteamos una nueva categorización que reduzca a tres las tipologías de casas museo: de personalidad, de territorio y de período histórico o estilo cultural. Las casas museo poseen un potencial narrativo por el espacio y los objetos, puesto que permiten al público reconocer aspectos de su vida diaria, apelan a su experiencia común, son lugares familiares. Al público se le cuenta una historia como producto de una cultura y de una sociedad concreta. En las casas museo de personalidad el público observa las características de la vida privada del personaje, desarrollada en unos espacios domésticos determinados. En las casas museo del territorio, el público contempla modos de vida en su mayor parte desaparecidos, propios de la sociedad preindustrial, la de sus antepasados, que genera unos objetos concretos (los propios del lugar donde se ubica), y una arquitectura tradicional. Y en las casas museo de período histórico el público conoce un momento histórico o un estilo cultural explicado a través de un personaje y de unos objetos que ilustran dicho período. El poder de la historia hace que se consideren casas museo únicamente por personajes que estaban vinculados al lugar, son la única ―reliquia‖ que queda. Esto puede justificar la existencia de casas museo sin relación con el propietario o con los objetos que contiene.

[As categorias de museus da casa levantadas pelo DEMHIST em Viena (2007) são, em nossa opinião, excessivas e geram uma série de problemas decorrentes do fato de que um museu-casa pode pertencer a duas ou mais categorias, aumentando assim a sua imprecisão conceitual. Portanto, propomos uma nova categorização que reduza para três as tipologias de museu-casa: personalidade, território e período histórico ou estilo cultural. Os museus-casa têm um potencial narrativo para o espaço e para os objetos, pois permitem ao público reconhecer aspectos da sua vida cotidiana, apelar à sua experiência comum, são lugares familiares. Para o público é contada uma história como um produto de uma cultura e uma sociedade específica. Nos museus-casa de personalidade, o público observa as características da vida privada do personagem, desenvolvidas em determinados espaços domésticos. Nos museus-casa de território, o público contempla estilos de vida em sua maior parte desaparecidas, típicos da sociedade pré-industrial, dos seus antepassados, o que gera objetos concretos (caraterísticos do lugar onde ele está localizado), e uma arquitetura tradicional. E nos museus-casa de período histórico, o público conhece um momento histórico ou um estilo cultural explicado através de uma personagem e objetos que ilustram esse período. O poder da história significa que os museus-casa são considerados apenas por personagens ligados ao local, são a única ‘relíquia’ que permanece. Isso pode justificar a existência de museus-casa sem relação com o proprietário ou com os objetos que ele contém]25 25 Tradução nossa.

(Pérez, 2016bPérez Mateo, S. (2016b). Las casas museo en España: Análisis de una tipología museística singular [Tese de doutorado, Universidad de Murcia, Murcia]., p. 222).

A autora conta com vários trabalhos sobre o tema (Pérez Mateo, 2010Pérez Mateo, S. (2010, setembro 27-29). Las Casas Museo como salvaguarda del patrimonio inmaterial: El mobiliario como exponente de una cultura ya desaparecida. II Seminario de Investigación en Museología de los países de lengua portuguesa y española, Universidad de Oporto, Buenos Aires. https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/10273.pdf
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, 2012Pérez Mateo, S. (2012). El concepto de la casa galdosiana como museo. In M. Asensio, D. Moreira, E. Asenjo & E. Castro (Eds.), Criterios y Desarrollos de Musealización (Series de Investigación, Iberoamericana en Museología, Vol. 7, No. 3, pp. 157-172). Universidad Autónoma de Madrid., 2014Pérez Mateo, S. (2014). ¿Categorizar lo inmaterial? El patrimonio cultural inmaterial y las casas museo españolas. Revista Electrónica de Patrimonio Histórico, (15), 24-52., 2016aPérez Mateo, S. (2016a). La Casa Museo Española del ochocientos, estuche de la comodidad burguesa. El mobiliario como configurador de ambientes. Además de Revista on line de Artes Decorativas y Diseño, (2), 69-88., 2016bPérez Mateo, S. (2016b). Las casas museo en España: Análisis de una tipología museística singular [Tese de doutorado, Universidad de Murcia, Murcia]., 2018Pérez Mateo, S. (2018). Vega Inclán y las Casas Museo: Un concepto inédito del turismo cultural en la España de Alfonso XIII. Cuadernos de Turismo, (42), 421-445. https://doi.org/10.6018/turismo.42.19
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, 2019Pérez Mateo, S. (2019). La Casa Museo de período histórico o de estilo cultural: Una aproximación al caso español. Arte y Sociedad: Revista de Investigación, (16), 195-212.), nos quais vem desenvolvendo análises de muita relevância para esta categoria de museu dentro do campo da Museologia. Ela abre um novo caminho na pesquisa sobre museus-casa, aportando principalmente o critério – em contraposição ao DEMHIST – de que cada país tem as suas próprias particularidades e, portanto, deve-se desenvolver uma categorização específica para cada caso, de tal modo que essas subcategorias de museus-casa respondam às necessidades dos pesquisadores em cada lugar; assim, o assunto deixa de ser monolítico e estático para se tornar vivo e dinâmico.

MUSEUS-CASA NA AMÉRICA LATINA

No caso brasileiro, destacam-se os trabalhos sobre casas históricas e museus-casa dos pesquisadores: A. Carvalho (2013Carvalho, A. (Org.). (2013). Museus-Casas Históricas no Brasil (1 ed.). Curadoria do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo., 2019)Carvalho, A. (2019). A Casa e a rua. In 10 anos de reflexão sobre Casas-Museu em Portugal (Coleção: Patrimônio a Norte, No. 1, pp. 45-50). Comité Internacional do ICOM.; Do Valle (2016)Do Valle, A. L. R. (2016). Literatura e museu: Estudos dos museus literários Casa Guilherme de Almeida (SP) e Museu Casa Guimarães Rosa (MG) [Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo].; Rangel (2015Rangel, A. M. S. (2015). Museu Casa de Rui Barbosa: Entre o público e o privado [Tese de doutorado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro]., 2018)Rangel, A. M. S. (2018). Cinema e museu: Produção de imagens e mediação de discursos. In M. S. Chagas & V. Sibylla Pires (Orgs.), Território, museus e sociedade: Práticas, poéticas e políticas na contemporaneidade (pp. 71-84). UNIRIO.; Rangel e Almeida (2017)Rangel, A. M. S., & Almeida, Á. S. (2017). Os cómodos do Museu Casa de Rui Barbosa enquanto museália. Revista Museus e Estudos Interdisciplinares, 8, 1-15. https://doi.org/10.4000/midas.1300
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; Britto (2016Britto, C. C. (2016). Gramática expositiva das coisas: A poética alquímica dos museus-casa de Cora Coralina e Maria Bonita [Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Bahia, Salvador]., 2018)Britto, C. C. (2018). Gramática expositiva das coisas: A poética alquímica dos museus-casa de Cora Coralina e Maria Bonita (1 ed.). Editora da Universidade Federal da Bahia.; Francisco (2014)Francisco, D. M. (2014). Casa da Flor: experimento, poesia e memória (um olhar museológico) [Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro].; Afonso e Serres (2014Afonso, M. M., & Serres, J. C. P. (2014). Casa-Museu, museu-casa ou casa histórica? Uma controversa tipologia museal. Contribuciones a las Ciencias Sociales. https://www.eumed.net/rev/cccss/30/casa-museu.html
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, 2001Cabral, M. (2001). Exhibiting and communicating history and society in historic house museums. Museum International: Historic House Museums, 53(2), 41-46., 2013)Cabral, M. (2013). Las casas museo de los libertadores: Héroes históricos y patrióticos. Cambió la vida por la historia. Actas de los Congresos Sobre Casas Museo (2006, 2007, 2008), Madrid. https://sede.educacion.gob.es/publiventa/descarga.action?f_codigo_agc=14553C
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; Chagas e Francisco (2017)Chagas, M., & Francisco, D. (2017). La Casa da Flor, experimento, poesía y memoria: Una mirada museística. Cuadernos de Música, Artes Visuales y Artes Escénicas, 12(2), 49-58. https://doi.org/10.11144/javeriana.mavae12-2.lcdf
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; Afonso (2015)Afonso, M. M. (2015). Uma abordagem brasileira sobre a temática das casas-museu: classificação e conservação [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas].; Scarpeline (2009Scarpeline, R. (2009). Lugar de morada como lugar de memória: A construção de uma casa museu, a Casa de Rui Barbosa-RJ [Dissertação de mestrado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas]., 2012)Scarpeline, R. (2012). Lugar de morada versus lugar de memória: A construção museológica de uma Casa Museu. Revista Musear, 1(1), 77-91.; Puig (2011Puig, R. G. (2011). A Arquitetura de Museus-Casas em São Paulo: 1980-2010 [Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo]., 2018)Puig, R. G. (2018). Biografia da casa-museu: Entre o privado e o público – adaptações de casas-museus em São Paulo [Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo].; Soares e Scheiner (2009)Soares, B. C. B., & Scheiner, T. C. M. (2009). A ascensão dos museus comunitários e os patrimônios ‘comuns’: Um ensaio sobre a casa. X Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação-ENANCIB, João Pessoa.; e Scheiner (2018)Scheiner, T. C. M. (agosto, 2018 13). Palestra Magna: Modelos conceituais da museologia, um olhar sobre os Museus Casa. III Encontro Brasileiro de Museus Casas [Video]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=Th2CTNN54Sg&t=2330s
https://www.youtube.com/watch?v=Th2CTNN5...
.

No entanto, este caminho começou a ser trilhado em 1996, quando a Fundação Casa de Rui Barbosa começou a desenvolver e a promover distintos eventos em torno dos museus-casa: seminários sobre museus-casa, tendo realizado quatro desses eventos26 26 Nestes primeiros eventos, foi relevante o papel de Magaly Cabral na organização no seu cargo de funcionária da Casa Rui Barbosa. Ver II Seminário sobre Museus-Casas (1996). ; quatro encontros luso-brasileiros de museus-casa27 27 Na organização destes encontros e das suas memórias, tiveram um papel importante as pesquisadoras Ana Pessoa e Aparecida Rangel, que fazem parte da equipe de trabalho da Casa Rui Barbosa. Ver I Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas (2010); II Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas (2010); III Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas (2014). ; o “I Encontro Regional da América Latina e Caribe Luso-Brasileiro de Museus”28 28 Os temas deste encontro foram: “Espaço, objeto e museografia”. O evento foi feito em parceria com a Fundação Eva Klabin. ; os encontros brasileiros de museus-casa29 29 Ver Casa Rui Barbosa (n.d.). ; os colóquios intitulados “A Casa Senhorial: anatomia dos interiores”30 30 Ver Repositório Rui Barbosa de Informações Culturais (n.d.). ; a série “Casas brasileiras e interiores”31 31 Uma ‘série dedicada à divulgação de estudos, pesquisas, fontes textuais e visuais sobre interiores de casas brasileiras, sua divisão espacial, decoração e representação’. Ver Casa Rui Barbosa (n.d.). e adicionalmente o fórum “Encontros de Jardins Históricos”32 32 Ver Casa Rui Barbosa (n.d.). . Os eventos, realizados principalmente na cidade do Rio de Janeiro, impulsionaram e qualificaram as discussões entre os especialistas no tema. Por outro lado, na cidade de São Paulo, vêm se desenvolvendo, desde 2007, o “Encontro Brasileiro de Palácios, Museus-Casas e Casas Históricas”, organizado pela Curadoria do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo33 33 Ver Acervo Artístico Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo (n.d.). ; e o “Encontro de Museus-Casa Literários da Casa Guilherme de Almeida”34 34 Ver IV Encontro de Museus-Casas Literários: Museu e (in)visibilidade (2019). . Tanto a Casa de Rui Barbosa como o Acervo e a Casa Guilherme de Almeida têm sido fundamentais para a pesquisa sobre esta categoria de museu, ao propiciar espaços de estudo, reflexão e encontro, troca entre pesquisadores, publicação de textos e visibilização dos museus-casa, dentro de uma agenda acadêmica permanente.

Entre 1988 e 1992, Marilena Chauí, professora de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), em sua gestão como Secretária Municipal de Cultura e Esportes de São Paulo, desenvolveu o projeto “Cidadania Cultural”, que, entre outras atividades, recuperou onze casas históricas da cidade a partir de propostas de novos usos, valorizando as culturas africanas e indígenas. O projeto possibilitou a dinamização do entorno (Ferreira, 2006Ferreira, L. A. (2006). Políticas públicas para a cultura na cidade de São Paulo: A Secretaria Municipal de Cultura – teoria e prática [Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo].) e a recuperação da memória social do cotidiano (Chauí, 1991Chauí, M. (1991). A teoria na prática e outras. Conversa entre a filósofa Marilena Chauí, secretária municipal da Cultura de Erundina, e o escritor Fernando Morais, secretário estadual da Cultura de Quércia. Revista Teoria e Debate, 13. https://teoriaedebate.org.br/1991/02/14/a-teoria-na-pratica-e-outras/
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). Outro trabalho de relevância, feito pela pesquisadora Carvalho (2013)Carvalho, A. (Org.). (2013). Museus-Casas Históricas no Brasil (1 ed.). Curadoria do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo., da curadoria do acervo artístico-cultural dos palácios do governo do estado de São Paulo, é o livro “Museus-casas históricas no Brasil”, no qual faz um levantamento de mais de trezentas unidades que poderiam se encaixar na categoria de museus-casa.

Merece, ainda, destaque a lista de classificação desenvolvida por Pavoni (2010)Pavoni, R. (2010). A list of House Museums and their proposed categories. Museum and Art Consulting. http://www.museumartconsulting.com/sito_inglese/Rosanna_Pavoni_HouseMuseums.pdf
http://www.museumartconsulting.com/sito_...
, que inclui dezoito unidades de museus-casa do Brasil, a partir das subcategorias criadas pelo DEMHIST. Finalmente, a pesquisadora Afonso (2015, p. 37)Afonso, M. M. (2015). Uma abordagem brasileira sobre a temática das casas-museu: classificação e conservação [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas]., do Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural (PPGMSPC) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no estado do Rio Grande do Sul, desenvolve, na sua dissertação, defendida em 2015, “. . . com intuito de clarificar as categorias e subcategorias de Museus, relativos aos Museus Históricos e às Casas-Museus. . .”, um fluxograma que está entre um dos primeiros intentos no Brasil de desenvolver uma categorização própria, que abranja a maior quantidade possível de museus-casa no país (Afonso, 2015Afonso, M. M. (2015). Uma abordagem brasileira sobre a temática das casas-museu: classificação e conservação [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas].).

Na Colômbia, o desenvolvimento de trabalhos sobre as categorias casa histórica e museu-casa tem sido posterior ao do Brasil, mas já se produziram vários textos que começaram a abrir o caminho para aprofundar análises e reflexões sobre o tema no campo da Museologia. O primeiro é o livro “La Casa del Marqués de San Jorge”, do Fondo de Promoción de la Cultura (1993)Fondo de Promoción de la Cultura. (1993). La Casa del Marqués de San Jorge (1 ed.). Fondo de Promoción de la Cultura, Banco Popular.. Zambrano (1998)Zambrano, F. (1998). Usos y transformaciones de la Quinta de Bolívar. Credencial Historia, 99. publicou o artigo “Usos y transformaciones de la Quinta de Bolívar”. Castro (2012)Castro, D. (2012). El Museo del 20 de julio de 1810: Entre la memoria literal y la memoria ejemplar (1960-2000) [Dissertação de mestrado, Universidad Nacional de Colombia, Bogotá]. tratou disso em sua dissertação sobre o Museu-Casa da Independência; em 2013, em uma comunicação sobre o Museu-Casa Quinta de Bolívar (Castro, 2013Castro, D. (2013). La Baticueva de Supermán: El museo cotidiano del héroe en reposo y los mortales en acción. Congresos Sobre Casas Museo (2006, 2007, 2008), Madrid. https://sede.educacion.gob.es/publiventa/descarga.action?f_codigo_agc=14553C
https://sede.educacion.gob.es/publiventa...
), e também em um texto sobre o Museu da Independência, com Sánchez (Castro & Sánchez, 2014Castro, D., & Sánchez, C. (2014). Un museo para la independencia colombiana: Entre la memoria literal, la memoria ejemplar y el ejercicio de ciudadanía (1 ed.). Museo de la Independencia Casa del Florero.). R. Hernández (2015)Hernández, R. (2015). La Casa de la Esquina Mayor: Casa de la Secretaría de Cultura, Recreación y Deporte de Bogotá (1 ed.). Alcaldía Mayor de Bogotá. publicou o livro “La Casa de la Esquina Mayor: Casa de la Secretaría de Cultura, Recreación y Deporte de Bogotá”. A arquiteta C. Hernández (2016)Hernández, C. (2016). La Casa, el Salto y la Vida: El Tequendama, una historia actual digna de entender Bogotá - Colombia. In W. P. Arciniegas (Coord.), Tradición e contemporaneidad (Colección Hábitat e Patrimonio, pp. 145-154). Universidad de la Salle. publicou o texto “La Casa, el Salto y la Vida: El Tequendama, una historia actual digna de entender Bogotá - Colombia”. Dapena (2018)Dapena, I. (2018). Un museo casa para la memoria viva. ILLAPA Mana Tukukuq Revista del Instituto de Investigaciones Museológicas y Artísticas de la Universidad Ricardo Palma, 15(15), 65-77. escreveu o artigo “Un museo casa para la memoria viva”. No mesmo ano, Gómez e León (2018)Gómez, A., & León, S. (2018). El museo del siglo XIX: una casa para un museo y un museo para una época. El museo en el museo: Un lugar entre el XIX y XX [Catálogo de Exposición]. https://www.academia.edu/37059081/EL_MUSEO_DEL_SIGLO_XIX_UNA_CASA_PARA_UN_MUSEO_Y_UN_MUSEO_PARA_UNA_%C3%89POCA
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produziram um texto para o catálogo da exposição “El museo en el museo: Un lugar entre el XIX y XX”, no Museu Nacional da Colômbia. Finalmente, Rodríguez (2018)Rodríguez, V. (2018). Memoria y dispositivos museales: Estudio de caso Museo Casa de la Memoria de Medellín [Dissertação de mestrado, Universidad Nacional de Colombia, Bogotá]. escreveu sua dissertação, intitulada “Memoria y dispositivos museales: Estudio de caso Museo Casa de la Memoria de Medellín”.

Dentro deste percurso, um fato de relevância foi a realização da Conferência Internacional ICOM–DEMHIST (2008)Conferência Internacional ICOM-DEMHIST. (2008, novembro 21-24). Bogotá. https://www.icom-ce.org/recursos/File/Temporales/Actuales/IX%20Conferencia%20Internacional%20de%20Casas%20Museo%20DEMHIST%202008/PROGRAMA%20DEMHIST%202008%20VERSION%20OFICIAL.pdf
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, em Bogotá D. C., tendo como tema “ Casas Museo como un puente entre el individuo y la comunidad ”. Participaram representantes da Colômbia, dos Estados Unidos, da Guatemala, da Itália, do México e do Peru. Foram apresentadas por Rosanna Pavoni as subcategorias de museus-casa pelo DEMHIST. Este evento ajudou a visibilização e o posicionamento deste tema no país.

Em 2016, o Museu Nacional da Colômbia dedicou integralmente o número 53 do seu Boletín El Itinerante ao tema dos museus-casa (ver Pinzón Méndez, 2016Pinzón Méndez, E. (2016, agosto 30). Reflexiones: ¿Cómo se piensa hoy la Casa Museo Quinta de Bolívar? Entrevistada por Boletín El Itinerante , publicación mensual, No. 53, Edición digital, Programa Fortalecimiento de Museos, Museo Nacional de Colombia, Ministerio de Cultura de Colombia [Video]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=33F3HqjnWCc
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). Nele, foram publicadas duas entrevistas que colocaram importantes reflexões e análises sobre esta categoria de museu: a primeira, de Elvira Pinzón Méndez, diretora do Casa Museu Quinta de Bolívar e do Museu da Independência Casa do Floreiro; e a segunda, de Camilo Andrés Sánchez Arango, assessor de museologia do Museu Nacional da Colômbia (ver Sánchez Arango, 2016Sánchez Arango, C. A. (2016, agosto 30). Editorial: ¿Qué es una casa museo? Entrevistado por Boletín El Itinerante, publicación mensual, No. 53, Edición digital, Programa Fortalecimiento de Museos, Museo Nacional de Colombia, Ministerio de Cultura de Colombia [Video]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=T4n5yNKjhy0
https://www.youtube.com/watch?v=T4n5yNKj...
). Entre 13 de abril e 24 de junho de 2018, realizou-se, nesse museu, uma exposição temporária intitulada “ El museo en el museo: Un lugar entre el XIX y XX ” (Gómez & León, 2018Gómez, A., & León, S. (2018). El museo del siglo XIX: una casa para un museo y un museo para una época. El museo en el museo: Un lugar entre el XIX y XX [Catálogo de Exposición]. https://www.academia.edu/37059081/EL_MUSEO_DEL_SIGLO_XIX_UNA_CASA_PARA_UN_MUSEO_Y_UN_MUSEO_PARA_UNA_%C3%89POCA
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), que falou da história de um importante museu-casa que existiu na Colômbia entre 1980 e 2011: o Museu do século XIX, instituição que fechou porque o Fundo Cultural Cafeteiro, entidade que o administrava, vendeu o prédio. Atualmente, funciona nesse lugar o escritório do Ministério do Interior e Justiça. A exposição evidenciou que, mesmo o museu-casa não existindo mais e ainda que sua coleção se encontre em caixas há quase nove anos na reserva do Museu Nacional, existe um grupo de pesquisadores que tem preocupação por este tema.

É importante destacar diferentes pesquisadores de outros países, como Argentina, México, Peru e Uruguai. Mónica Risnicoff de Gorgas35 35 Citada no Brasil geralmente como Mónica Gorgas. é pesquisadora argentina e foi, até 2017, diretora do Museo Nacional Estancia Jesuítica de Alta Gracia y Casa del Virrey Liniers. No México, destacam-se Maria de Lourdes Monges Santos, que foi diretora do Museo Universitario del Chopo(1994-2000) e dirige atualmente as três Casas Museo de Antonio Haghenbeck e da Fundación Lama, I.A.P. (desde 2007) – e que tem tido um papel de relevância no DEMHIST, sendo a coordenadora da Mesa Mexicana de Trabalho do DEMHIST desde 200836 36 Ano em que organizou a Conferência Internacional ICOM – DEMHIST, na cidade do México, intitulada “ O legado dos museus-casa ”, promotor do diálogo entre gerações, tendo organizado até este momento seis versões dos Encontros de Museus-Casa em diferentes cidades do México. , e no ICOM, presidiu o Comitê Nacional Mexicano, de 2012 a 2015, integrando, desde 2015, o seu conselho executivo –; Hilda Trujillo Soto, diretora dos Museus Frida Kahlo e Diego Rivera – Anahuacalli; e Alejandra Moreno Toscano, professora e pesquisadora do Colegio de México, da Facultad de Ciencias Políticas y Sociales de la Universidad Nacional Autónoma de México e do Departamento de Historia de la Universidad Iberoamericana e diretora de pesquisa do Instituto Nacional de Antropología e Historia. O peruano Luis Repetto Málaga, recentemente falecido, desenvolveu importante trabalho no Instituto Riva-Agüero da Pontificia Universidad Católica del Perúe também no ICOM Peru, cujo comitê nacional presidiu de 2010 a 201637 37 No momento do seu falecimento, Repetto era o vice-presidente do Comité Nacional do ICOM Peru e da Aliança Regional da América Latina e do Caribe-ICOM-LAC. Além disso, trabalhou com o Comité Internacional de Museus e Coleções Universitárias-ICOM-UMAC. . No Uruguai, destaca-se Alejandro Giménez Rodríguez, que trabalhou no Museo Histórico Nacional, foi diretor do Museo Juan Zorrilla de San Martín e coordenador de Museus da Dirección Nacional de Cultura del Ministerio de Educación y Cultura. Desde 1998, é assessor do Museo de la Casa de Gobierno de Presidencia de la República.

CONSIDERAÇÕES

O estudo sobre as categorias casa histórica e museu-casa tem percorrido até hoje um longo caminho para conseguir se visibilizar e se posicionar no campo da Museologia e no mundo dos museus. Este percurso evidencia que quando se abordam os debates sobre esses lugares de memória, tão ligados às emoções e às evocações, é necessário possuir um olhar interdisciplinar que permita potencializá-los e, assim, poder enxergar e abranger a sua multiplicidade e as suas conexões com outras casas, outras coleções e outras personagens, representadas tanto no patrimônio material quanto no imaterial das casas e dos museus. Os estudos interdisciplinares podem ainda possibilitar a vinculação da comunidade de dentro e do entorno da casa ou do museu aos processos patrimoniais ou museológicos.

Por ser uma expressão material da Memória e da História, cuja potência reside na possiblidade de transmitir de geração em geração um conhecimento que outro tipo de museus ou bens patrimoniais não pode transmitir, como os modos de vida ou interiores de uma determinada época, as diferentes interpretações tanto da casa como do que se encontra dentro dela, essas categorias têm se tornado cada vez mais relevantes no campo da Museologia e do Patrimônio na contemporaneidade, o que faz de suma importância que as diferenças entre uma e outra sejam estabelecidas para a sua melhor compreensão. Casa histórica e museu-casa são construções históricas, criadas com uma intencionalidade, que podem contribuir para a geração de conhecimento, por serem fontes muito importantes para a compreensão das sociedades que as criou, recriou ou destruiu.

As casas históricas por si mesmas são casas excepcionais, produto das suas características arquitetônicas, da sua ligação com fatos históricos ou da sua conexão com a vida ou morte de algum personagem de relevância, cujos interiores podem estar ou não conservados, podem ser visitáveis ou não, o que faz com que não esteja incorporada no seu dia a dia a função de museu. Já o museu-casa é uma casa musealizada, que precisa de um trabalho posterior ao da casa histórica, começando pela musealização da peça mais importante do seu acervo: a própria casa. Musealizar a casa é potencializar a casa histórica, para visibilizar e socializar seus valores, tornando o lugar público, o que muda totalmente a conotação do prédio para a sociedade.

Em princípio, essas diferenças estão ligadas ao seu funcionamento, mas, no final, expressam características intrínsecas do bem, que podem determinar o caminho que os pesquisadores e os responsáveis pelas casas históricas e pelos museus-casa devem seguir para a compreensão dos seus valores, sua significação e sua complexidade na sociedade. Falar sem distinção das duas categorias pode levar os estudiosos e encarregados dos imóveis a cometerem erros conceituais e teóricos, impedindo um maior grau de compreensão, podendo-se expressar no surgimento de barreiras e dificuldades para a valorização, otimização, gestão dos bens e relacionamento com a comunidade de dentro e de fora da casa.

Os avanços em relação à conceituação de casas históricas e museus-casa desenvolvidos por diferentes pesquisadores, primeiro na Europa e depois na América Latina, em alguns casos, têm entrado em contradição com as diretrizes do DEMHIST/ICOM no que tange às categorias construídas por este comitê, particularmente no que diz respeito à rigidez das subcategorias. Isto evidencia a necessidade de aprofundar os estudos sobre o tema e refletir sobre o desenvolvimento de propostas de categorizações e subcategorizações que respondam às necessidades e realidades de cada país e território, contribuindo, desta maneira, para o enriquecimento dos estudos da Museologia e do Patrimônio. Tais análises poderiam também subverter as relações de poder e domínio baseadas num olhar eurocêntrico, característico desses campos do conhecimento, que não toma muito em conta as realidades da Ásia, América Latina, África e Oceania.

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    Tradução nossa.
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    Tradução nossa.
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    Tradução nossa.
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    Tradução nossa.
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    Tradução nossa.
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    Tradução nossa.
  • 7
    O poeta, dramaturgo e político italiano (militante fascista a partir de 1919) Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944) publicou no jornal francês Le Figaro, em 20 de fevereiro de 1909, o “Manifesto del Futurismo” (Marinetti, 1909Marinetti, F. T. (1909, fevereiro 20). Manifesto del Futurismo. Le Figaro. https://www.wdl.org/pt/item/20024/view/1/3/
    https://www.wdl.org/pt/item/20024/view/1...
    ), um dos mais importantes referentes ao movimento Futurista (parte do Modernismo), onde se exalta o futuro e os mitos da sociedade moderna relacionados com as máquinas, a velocidade, a guerra, promovendo sua estética como parte da vanguarda histórica. Posteriormente, em 1914, foi publicado o manifesto “ L'Architettura Futurista ”, do arquiteto italiano Antonio Sant'Elia (1888-1916). Ver Sant’Elia (n.d.Sant’Elia, A. (n.d.). O manifesto futurista de F. T. Marinetti. Blog da Ubu Editora. https://blog.ubueditora.com.br/manifesto-futurista/
    https://blog.ubueditora.com.br/manifesto...
    , 1914 Sant’Elia, A. (1914). L'Architettura Futurista. Stabilimento Tipografico Taveggia., 2013)Sant’Elia, A. (2013). L’Architettura Futurist: o manifesto de Antonio Sant'Elia. Revista Arquitetura Urbana, 9, 143-158..
  • 8
    Gaudi, com Casa Batlló (Barcelona, Espanha, 1904-1906); Hundertwasser, com Hundertwasserhaus(Viena, Áustria, 1983-1986); Le Corbusier, com Villa Savoye (Poissy, França, 1928-1929); Mies van der Rohe, com Farnsworth House (Plano, EEUU, 1945-1951), entre outras casas.
  • 9
    Percurso turístico feito pela Europa por viajantes com poder aquisitivo antes do surgimento do turismo moderno, desde a metade do século XVII até o XIX (ver Ramos, 2014Ramos, M. D. G. (2014). La musealización del espacio doméstico: Casas museo de recreación de ambientes-ámbitos. Revista de Estudios de Ciencias Sociales y Humanidades, (32), 77-89.).
  • 10
    Conhecido como Hasbrouck House (Newburgh, Nova York).
  • 11
    Ver Klassik Stiftung Weimar (n.d.)Klassik Stiftung Weimar . (n.d.). https://www.klassik-stiftung.de
    https://www.klassik-stiftung.de...
    .
  • 12
    II Marqués de la Vega-Inclán (Valladolid, 1858–Madrid, 1942). Ele criou três museus-casa, El Greco, em Toledo (1911), Larra, em Madrid (1921), e Cervantes, em Valladolid (1928).
  • 13
    Ver Museo Casa Cervantes (n.d.)Museo Casa Cervantes. (n.d.) . Antecedentes. https://www.mecd.gob.es/museocasacervantes/museo/historia/antecedentes.html
    https://www.mecd.gob.es/museocasacervant...
    .
  • 14
    Coleman exerceu a Presidência da AAM entre 1927 e 1958.
  • 15
    Cujo título original é “Les maisons historiques et leur utilisation comme musées” (1934).
  • 16
    Ver Leoncini e Simonetti (1998)Leoncini, L., & Simonetti, F. (Comps.). (1998). Abitare la storia: le dimore storiche-museo: restauro, sicurezza, didattica, comunicazione: atti del convegno. U. Allemandi..
  • 17
    Tradução nossa.
  • 18
    DEMHIST é o acrônimo do termo francês ‘Demeures Historiques’.
  • 19
    Ver International Council of Museums Brasil (n.d.)International Council of Museums Brasil. (n.d.). https://www.icom.org.br/
    https://www.icom.org.br/...
    .
  • 20
    Ver M DEMHISTM DEMHIST. (n.d.) . https://icom-demhist.org/resources/?id=0&c_id=0
    https://icom-demhist.org/resources/?id=0...
    (n.d.).
  • 21
    Ainda em 2001, o tema dos museus-casa foi novamente impulsionado, quando a United Nations Educational e Scientific and Cultural Organization (UNESCO)United Nations Educational & Scientific and Cultural Organization (UNESCO). (2001) . Museum International: Historic House Museums (UNESCO) , 53(2). publicou um número da revista Museum International: Historic House Museums dedicado aos museus de casas históricas, com artigos de pesquisadores relevantes de museus-casa (ver UNESCO, 2001).
  • 22
    Ver intervenção de Rosanna Pavoni, Museum and Art Consultant, School of Cultural Heritage Sciences, Insubria University at Como and University of Pisa; de Hetty Berens, diretor do Netherlands Institute of Architecture; e de Julius Bryant, Keeper of Word & Image at the Victoria & Albert Museum, Londres (ver Conferência Internacional ICOM-DEMHIST, 2008Conferência Internacional ICOM-DEMHIST. (2008, novembro 21-24). Bogotá. https://www.icom-ce.org/recursos/File/Temporales/Actuales/IX%20Conferencia%20Internacional%20de%20Casas%20Museo%20DEMHIST%202008/PROGRAMA%20DEMHIST%202008%20VERSION%20OFICIAL.pdf
    https://www.icom-ce.org/recursos/File/Te...
    ).
  • 23
    Esta dissertação é uma referência constante nos trabalhos encontrados no Brasil.
  • 24
    A partir de junho de 2020, a presidência interina do DEMHIST foi assumida pela holandesa Yvonne Ploum.
  • 25
    Tradução nossa.
  • 26
    Nestes primeiros eventos, foi relevante o papel de Magaly Cabral na organização no seu cargo de funcionária da Casa Rui Barbosa. Ver II Seminário sobre Museus-Casas (1996)II Seminário sobre Museus-Casas. (1996). Anais do Segundo Seminário sobre Museus-Casas, Fundação Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro. http://www.docvirt.com/docreader.net/DocReader.aspx?bib=BibObPub&pasta=Anais%20do%20II%20Seminario%20sobre%20Museus%20Casas:%20Comunicacao%20e%20Educacao&pesq&pagfis=3147
    http://www.docvirt.com/docreader.net/Doc...
    .
  • 27
    Na organização destes encontros e das suas memórias, tiveram um papel importante as pesquisadoras Ana Pessoa e Aparecida Rangel, que fazem parte da equipe de trabalho da Casa Rui Barbosa. Ver I Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas (2010)I Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas. (2010). Trabalhos apresentados no I Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas, Fundação Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro. https://www.gov.br/turismo/pt-br/entidades-vinculadas/casa-de-rui-barbosa/atuacao/museu-e-jardim/pdfs/fcrb_anais_i_encontro_luso_-_brasileiro_de_museus_casas.pdf
    https://www.gov.br/turismo/pt-br/entidad...
    ; II Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas (2010)I Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas. (2010). Trabalhos apresentados no I Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas, Fundação Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro. https://www.gov.br/turismo/pt-br/entidades-vinculadas/casa-de-rui-barbosa/atuacao/museu-e-jardim/pdfs/fcrb_anais_i_encontro_luso_-_brasileiro_de_museus_casas.pdf
    https://www.gov.br/turismo/pt-br/entidad...
    ; III Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas (2014)III Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas. (2014). Trabalhos apresentados no III Encontro Luso-Brasileiro de Museus Casas: espaço, memória e representação, Fundação Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro. http://antigo.casaruibarbosa.gov.br/arquivos/file/anais_do_III_Encontro_Luso_Brasileiro_de_Museus_Casas.pdf
    http://antigo.casaruibarbosa.gov.br/arqu...
    .
  • 28
    Os temas deste encontro foram: “Espaço, objeto e museografia”. O evento foi feito em parceria com a Fundação Eva Klabin.
  • 29
    Ver Casa Rui Barbosa (n.d.)Casa Rui Barbosa. (n.d.). [Video]. YouTube. https://www.youtube.com/user/canalfcrb/videos
    https://www.youtube.com/user/canalfcrb/v...
    .
  • 30
    Ver Repositório Rui Barbosa de Informações Culturais (n.d.)Repositório Rui Barbosa de Informações Culturais. (n.d.). http://rubi.casaruibarbosa.gov.br/
    http://rubi.casaruibarbosa.gov.br/...
    .
  • 31
    Uma ‘série dedicada à divulgação de estudos, pesquisas, fontes textuais e visuais sobre interiores de casas brasileiras, sua divisão espacial, decoração e representação’. Ver Casa Rui Barbosa (n.d.).
  • 32
    Ver Casa Rui Barbosa (n.d.)Casa Rui Barbosa. (n.d.). [Video]. YouTube. https://www.youtube.com/user/canalfcrb/videos
    https://www.youtube.com/user/canalfcrb/v...
    .
  • 33
    Ver Acervo Artístico Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo (n.d.)Acervo Artístico Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo. (n.d.). http://www.acervo.sp.gov.br/publicacoes.html
    http://www.acervo.sp.gov.br/publicacoes....
    .
  • 34
    Ver IV Encontro de Museus-Casas Literários: Museu e (in)visibilidade (2019)IV Encontro de Museus-Casas Literários: Museu e (in)visibilidade. (2019, julho 6). http://www.casaguilhermedealmeida.org.br/programacao/ver-programacao.php?idprogramacao=1001&iddata=4026#
    http://www.casaguilhermedealmeida.org.br...
    .
  • 35
    Citada no Brasil geralmente como Mónica Gorgas.
  • 36
    Ano em que organizou a Conferência Internacional ICOM – DEMHIST, na cidade do México, intitulada “ O legado dos museus-casa ”, promotor do diálogo entre gerações, tendo organizado até este momento seis versões dos Encontros de Museus-Casa em diferentes cidades do México.
  • 37
    No momento do seu falecimento, Repetto era o vice-presidente do Comité Nacional do ICOM Peru e da Aliança Regional da América Latina e do Caribe-ICOM-LAC. Além disso, trabalhou com o Comité Internacional de Museus e Coleções Universitárias-ICOM-UMAC.

AGRADECIMENTOS

Esta pesquisa recebeu financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com bolsa pelo Programa de Estudantes-Convênio de Pós-Graduação (PEC-PG)

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Editado por

Responsabilidade editorial: Marília Xavier Cury

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Set 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    15 Set 2020
  • Aceito
    27 Jan 2021
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