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Reação de cultivares comerciais de tomateiro à mancha-fuliginosa

Reaction of commercial tomato cultivars to black leaf mold

Resumos

O objetivo deste trabalho foi determinar, dentre as cultivares comerciais de tomateiro Débora plus, Duradoro, IPA 6, Santa Clara e San Vito, quais apresentavam resistência à mancha-fuliginosa (Pseudocercospora fuligena), uma doença incomum no Brasil. O experimento foi conduzido em cultivo protegido e casa-de-vegetação. A sintomatologia da doença apresentou variações, dependendo da cultivar. Em condições de campo foram evidenciados índices médios de severidade entre 16 a 22% de área foliar lesionada. Os resultados demonstraram que, dentre as cultivares testadas, Duradoro e San Vito apresentaram maior resistência à mancha-fuliginosa e, Débora plus, maior grau de suscetibilidade.

Lycopersicon esculentum; Cercospora fuligena; resistência genética; Solanum lycopersicum


This work was performed to evaluate the reaction of commercial tomato cultivars to Pseudocercospora fuligena, the causal agent of black leaf mold of tomato, an uncommon disease of tomato fields in Brazil. Studies were conducted under protected cultivation and greenhouse conditions. Disease severity, under protected cultivation, was evaluated through the area under the disease progress curve (AUDPC). Plants in the greenhouse were evaluated for disease severity, and incubation and latent periods. Pattern of symptoms was variable according to the tomato cultivar evaluated, and disease severity ranged from 16 to 22%, in the experiment under protected cultivation. Disease severity was highest in Débora plus whereas Duradoro and San Vito were the most resistant cultivars.

Lycopersicon esculentum; Solanum lycopersicum; Cercospora fuligena; genetic resistance; cercospora leaf mold


SHORT COMMUNICATION COMUNICAÇÃO

Reação de cultivares comerciais de tomateiro à mancha-fuliginosa

Reaction of commercial tomato cultivars to black leaf mold

Bernardo A. Halfeld-Vieira; Kátia de Lima Nechet; Giovanni Ribeiro de Souza

Embrapa Roraima, 69301-970, Boa Vista, RR, Brasil

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi determinar, dentre as cultivares comerciais de tomateiro Débora plus, Duradoro, IPA 6, Santa Clara e San Vito, quais apresentavam resistência à mancha-fuliginosa (Pseudocercospora fuligena), uma doença incomum no Brasil. O experimento foi conduzido em cultivo protegido e casa-de-vegetação. A sintomatologia da doença apresentou variações, dependendo da cultivar. Em condições de campo foram evidenciados índices médios de severidade entre 16 a 22% de área foliar lesionada. Os resultados demonstraram que, dentre as cultivares testadas, Duradoro e San Vito apresentaram maior resistência à mancha-fuliginosa e, Débora plus, maior grau de suscetibilidade.

Palavras-chave: Lycopersicon esculentum, Cercospora fuligena, resistência genética, Solanum lycopersicum.

ABSTRACT

This work was performed to evaluate the reaction of commercial tomato cultivars to Pseudocercospora fuligena, the causal agent of black leaf mold of tomato, an uncommon disease of tomato fields in Brazil. Studies were conducted under protected cultivation and greenhouse conditions. Disease severity, under protected cultivation, was evaluated through the area under the disease progress curve (AUDPC). Plants in the greenhouse were evaluated for disease severity, and incubation and latent periods. Pattern of symptoms was variable according to the tomato cultivar evaluated, and disease severity ranged from 16 to 22%, in the experiment under protected cultivation. Disease severity was highest in Débora plus whereas Duradoro and San Vito were the most resistant cultivars.

Keywords: Lycopersicon esculentum, Solanum lycopersicum, Cercospora fuligena, genetic resistance, cercospora leaf mold.

A mancha-fuliginosa do tomateiro (Lycopersicon esculentum L.), causada por Pseudocercospora fuligena (Roldan) Deighton é uma doença incomum no Brasil e pouco se conhece sobre sua importância também em outros países (Hartman & Wang, 1992). Foi assinalada no país por Crous & Braun (2003), porém não há informações dos locais de ocorrência e quais os impactos decorrentes da sua incidência, em território nacional.

Por apresentar sintomas similares à mancha-decladospório (Cladosporium fulvum Cooke) (Hartman et al., 1991; Halfeld-Vieira, et al., 2006), a doença pode estar ocorrendo em cultivos de tomateiro, sem ser diagnosticada adequadamente.

No ano de 2005, Halfeld-Vieira, et al. (2006) detectaram a doença em plantios comerciais em cultivo protegido na cidade de Boa Vista RR, em alta severidade, ocasionando queima foliar, com inviabilização temporária da continuidade da atividade.

A mancha-fuliginosa apresenta alto potencial de dano em condições de campo, podendo lesionar em mais de 50% a área foliar e causar perdas de produção em índices de, pelo menos, 32%, devido à redução do número e peso de frutos (Hartman & Wang, 1992).

O patógeno também é capaz de causar doença em outras espécies pertencentes à família das solanáceas, como berinjela e pimentão (Wang et al., 1995) e, embora haja espécies de Lycopersicon com resistência à doença, L. esculentum é considerada altamente suscetível (Wang et al., 1995).

Neste contexto, a identificação de materiais resistentes, cultivados regularmente por grande número de produtores, é uma medida que pode auxiliar no manejo integrado da doença e, em programas de melhoramento é útil para incorporação de genes de resistência à mancha-fuliginosa, aproveitando materiais que têm estabelecidas boas características agronômicas.

Na identificação dos componentes de resistência, utiliza-se para discriminar os diferentes genótipos a quantificação da severidade, período de incubação (PI) e período latente (PL) (van der Plank, 1963). Estes índices podem auxiliar na avaliação de grande número de acessos em menor tempo em condições de casa-de-vegetação.

Desta maneira, o objetivo deste trabalho foi verificar, dentre as cultivares comerciais de tomateiro Débora plus, Duradoro, IPA 6, Santa Clara e San Vito, quais apresentavam maior grau de resistência à mancha-fuliginosa.

Inicialmente, foi realizado experimento em cultivo protegido, onde plantas de tomateiro das cultivares Débora

plus, Duradoro, IPA 6, Santa Clara e San Vito foram cultivadas em bandejas de isopor com 128 células de 12,25 cm2 cada, contendo substrato Plantmax®, por 21 dias.

Em ambiente de cultivo protegido, foi realizado o transplante das mudas das bandejas para covas de 15 cm de diâmetro, em espaçamento de 0,5 x 1 m, no dia 12 de junho de 2006. Na área do plantio foi previamente realizada amostragem do solo para determinação da necessidade de calagem e adubação (Raij et al., 1996). A análise granulométrica do solo revelou a seguinte composição nos primeiros 25 cm de profundidade: 89% de areia, 1,5% de silte e 9,5% de argila.

Quinze dias antes do plantio foram incorporados em cada cova 16 g de calcário dolomítico, 1,2 kg de esterco de galinha curtido, 24 g de sulfato de amônio, 60 g de KCl e 2,6 g de FTE BR-12. Não foi realizada adubação fosfatada, pois os níveis necessários de fósforo foram considerados suficientes devido a adubações anteriores realizadas no local.

Após o plantio, a cada 20 dias foram incorporados, em cobertura, para cada planta 16 g de sulfato de amônio e 7 g de KCl. Diariamente as plantas foram irrigadas por gotejamento com volume total de 5,3 L.m-2.

O experimento foi conduzido em delineamento de blocos ao acaso, com 10 plantas por parcela e 5 repetições.

Para as análises estatísticas foram calculadas as Áreas Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) (Campbell & Madden, 1990). Utilizou-se o programa Statistica Analysis System (SAS), versão 8, por meio do comando proc GLM para análise de variância e contraste de médias por diferença mínima significativa (p<0,05) (Fisher-LSD).

O isolado utilizado foi o identificado por Halfeld-Vieira et al. (2006). Para produção de inóculo, colônias de P. fuligena foram cultivadas em meio batata-dextrose (BD) a 28ºC, em agitador orbital por 20 dias. Após este período, a cultura foi centrifugada, descartando-se o meio de cultura, o micélio suspendido em água destilada esterilizada e triturado. A concentração dessa suspensão de micélio foi ajustada para 2 x 105 fragmentos.mL-1.

Plantas da cultivar Débora plus, cultivadas em vasos de plástico, foram inoculadas com essa suspensão de micélio, aos 30 dias após a semeadura, e mantidas em câmara úmida por 24 horas na casa-de-vegetação.

Plantas de tomateiro em cultivo protegido foram inoculadas aos 36 dias após o plantio com uma suspensão de conídios obtidos a partir de folíolos infectados da cv. Débora plus. Para obtenção de conídios de P. fuligena, folíolos infectados foram coletados, depositados em um Becker com água destilada esterilizada e agitados em agitador magnético por 15 minutos. A suspensão obtida foi ajustada para a concentração de 5 x 103 esporos.mL-1.

Os primeiros sintomas da mancha-fuliginosa foram observados aos treze dias após a inoculação. As avaliações da severidade da doença foram realizadas aos 16, 20, 27, 30, 35, 38 e 42 dias após a inoculação, com auxílio de escala diagramática elaborada por Boff et al. (1991), para avaliação da mancha-de-estenfílio, cujo padrão e distribuição das manchas se assemelham ao da mancha-fuliginosa. A última avaliação correspondeu a 100 dias após a semeadura, coincidindo com o final do ciclo produtivo da cultura, nas condições de Boa Vista, RR. A temperatura, durante a condução do ensaio variou de 27 a 40ºC e a umidade relativa do ar de 63 a 95%. Para confirmação do agente causal da doença, periodicamente foram realizados diagnósticos em microscopia.

Em uma segunda etapa, as mesmas cultivares foram avaliadas em casa-de-vegetação, quanto à severidade da doença, PI e PL. As plantas foram cultivadas em vasos plásticos e mantidas em casa-de-vegetação com temperatura controlada variando de 25 a 30ºC.

Uma suspensão de conídios de P. fuligena foi preparada a partir de folíolos de tomateiro infectados, provenientes das plantas utilizadas para o experimento em cultivo protegido, da mesma forma descrita anteriormente. Ao apresentarem 5 folhas compostas expandidas, todas as plantas foram inoculadas com suspensão de 5 x 103 conídios. mL-1, mantendo-se em câmara úmida por 24 h. Foram utilizadas 10 repetições, sendo cada repetição constituída por uma planta por vaso, em delineamento inteiramente ao acaso.

Foi considerado como PI o número de dias decorridos entre a inoculação e o surgimento dos primeiros sintomas, caracterizados por pequenas pontuações amarelas, e os PL o número de dias entre a inoculação e o surgimento de esporos nas lesões, verificados com auxílio de lupa com aumento de 10x. A severidade da doença foi determinada aos 20 dias após a inoculação, utilizando-se a escala descrita por Boff et al. (1991). Para as análises estatísticas foi utilizado o programa SAS, versão 8, por meio do comando proc GLM. O contraste de médias foi obtido por diferença mínima significativa (p<0,05) (Fisher-LSD).

Em ambos os experimentos, a única doença constatada nas plantas do tomateiro foi a mancha-fuliginosa, não havendo interferência de outros patógenos nas avaliações. No experimento em cultivo protegido, 42 dias após a inoculação, ocorreram índices médios de severidade que variaram entre 16 a 22% de área foliar lesionada (Figura 1), com evidências do potencial de dano que a doença pode causar na cultura. Estes índices são próximos a valores ocasionados por outras doenças de importância para o tomateiro, como a pinta-preta, causada por Alternaria solani Sorauer (24 a 32%) (Salustiano et al., 2006). As cultivares aqui estudadas, entretanto, apresentaram menor severidade que os acessos de L. esculentum estudados por Wang (1995), que tiveram índices médios de área foliar lesionada variando de 24 a 60%, em plantas com 47 dias após a semeadura, aos 17 dias após a inoculação. Este autor considera que genótipos que apresentam valores de área foliar sintomática inferiores a 10% são altamente resistentes à mancha-fuliginosa, valor próximo ao obtido para a cultivar Duradoro em condições de campo.


Houve diferenças significativas entre as cultivares em relação aos valores de AACPD, PI e PL. Com base nos valores destes índices, as cultivares Duradoro e San Vito foram as que apresentaram os maiores níveis de resistência quando comparadas com as demais, e Débora plus, maior suscetibilidade à mancha-fuliginosa (Tabela 1).

O PI variou de 8,6 a 10,3 dias (Tabela 1), para alguns cultivares, menor que os encontrados por Hartman et al. (1991) e Hartman & Wang (1992), com valores de 10 a 14 dias.

Valores menores de AACPD são indicativos de um menor progresso da doença acarretando em menor intensidade (Campbell & Madden, 1990) e quanto maiores os valores de PI e PL maior o período de tempo para que o patógeno complete seu ciclo no hospedeiro, o que determina menor taxa de progresso da doença (Lobo et al., 2005).

A diferenciação das cultivares foi evidenciada quanto ao nível de resistência à P. fuligena foi mais evidente a partir das avaliações de progresso da doença no experimento de campo, em cultivo protegido. Em casa-de-vegetação, apenas a cultivar Débora plus pôde ser diferenciada das demais, pela sua maior suscetibilidade ao patógeno (Tabela 1). Isto pode ser explicado pelo fato da doença progredir mais lentamente em plantas jovens (Hartman & Wang, 1992), condição em que as cultivares foram avaliadas em casa-de-vegetação, o que pode ter dificultado uma melhor diferenciação entre elas quanto ao nível de resistência. Este resultado, entretanto, corrobora com a observação, em condições de cultivo protegido, de que a cultivar Débora plus apresenta maior suscetibilidade à mancha-fuliginosa.

A cultivar Santa Clara, padrão de suscetibilidade à pinta-preta, apresentou grau intermediário de resistência em relação às demais avaliadas, assim como IPA 6, considerado resistente à pinta-preta (Tófoli & Kurozawa, 1993; Paula & Oliveira, 2003); indicando desta forma que, possivelmente, as reações a estas duas doenças sejam controladas por genes distintos.

A sintomatologia da doença, também apresentou variações, dependendo da cultivar (Figura 2). As características na face adaxial em folíolos infectados foram: para Débora plus- manchas aproximadamente arredondadas, de coloração pardo-acinzentada, esmaecidas e halo amarelado, havendo coalescimento seqüencial freqüente conferindo características de mancha contínua; Duradoro- manchas arredondadas de coloração café, normalmente isoladas, sem halo amarelo; IPA 6- manchas com as mesmas características descritas para Débora plus, porém com coalescimento menos freqüente; Santa Clara- apresentou o fenótipo mais distinto, com manchas arredondadas a aproximadamente angulares, de coloração marrom-escuro, normalmente isoladas, quando coalescidas consegue-se distinguir cada mancha de origem, forte halo amarelo que se expande com o progresso da doença; San Vito- manchas com as mesmas características descritas para IPA 6, porém com formato mais angular e centro da lesão mais escurecido.


Assim, os resultados demonstraram que as cultivares Duradoro e San Vito apresentaram maior grau de resistência à mancha-fuliginosa do tomateiro, quando comparadas às demais. Estas duas cultivares apresentam resistência múltipla a doenças e Duradoro tem característica de tomate longa vida. Trabalhos adicionais, envolvendo diversos isolados do patógeno e em diferentes regiões são importantes para verificação da estabilidade da resistência em diferentes condições.

AGRADECIMENTOS

O primeiro autor agradece ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq pela concessão de bolsa, processo: 303081/2007-4.

Recebido 23 Abril 2007

Aceito 26 Junho 2008

Autor para correspondência: Bernardo A. Halfeld-Vieira, e-mail: halfeld@cpafrr.embrapa.br

TPP 7045

Editor Associado: Carlos R. Casela

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Jan 2009
  • Data do Fascículo
    Out 2008

Histórico

  • Aceito
    26 Jun 2008
  • Recebido
    23 Abr 2007
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