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O potencial turístico para a observação da avifauna em três áreas verdes na cidade de Campo Grande, MS

The tourism potential for birdwatching in three green areas in the city of Campo Grande, MS

El potencial turístico para la observación de aves en tres áreas verdes en la ciudad de Campo Grande, MS

Resumo

O objetivo desse estudo foi avaliar o potencial turístico da avifauna encontrada em três áreas verdes da cidade de Campo Grande. As áreas do estudo são abertas ao público, caracterizadas como um parque, uma praça e uma lagoa. O levantamento qualitativo da avifauna totalizou 55hs de observação por meio do método de observação direta por pontos. As espécies foram registradas e se calculou a frequência de ocorrência (FO) de cada espécie por área analisada. Foram registradas 107 espécies que somam 12% das encontradas no bioma Cerrado e a arara-canindé foi a espécie com frequência absoluta de ocorrência nas três áreas. Cada uma das áreas apresentou espécies exclusivas e o parque, o maior número de espécies registradas, destacando-se como um local apropriado para realizar o roteiro de observação de aves. Porém, o potencial turístico dessa avifauna deve ser fortalecido com outras ações como observar se há complementariedade entre oferta e demanda, planejar e construir elementos próprios para as atividades de observação, organizar e apresentar modalidades da prática de observação de aves de acordo com as limitações da oferta e com o grau de envolvimento e especialização dos ‘birdwatchers’. A população local deve ser mobilizada e motivada a conhecer as aves que fazem parte da paisagem; a iniciativa privada pode se utilizar de um produto turístico formatado e criar novos produtos ou necessidades, como artesanato ou guias impressos; e a participação do poder público é imprescindível na promoção do produto ‘roteiro urbano de observação de aves’, como na manutenção de reservas naturais urbanas.

Palavras-chave:
Ecoturismo; Biodiversidade; Parques urbanos; Observação de aves; Campo Grande

Abstract

The objective of this study was to evaluate the tourism potential of birds found in three public green areas (a park, a square and a pond), in the city of Campo Grande. The qualitative survey of avifauna totaled 55 observation hours, by the method of direct observation by points. The species were recorded and the frequency of occurrence (FO) of each species by analyzed area was calculated. We recorded 107 species, totaling 12% of the Cerrado biome and blue-and-gold macaws were the species with absolute frequency of occurrence in the three areas. Each of the areas presented exclusive species and the park, the largest number of recorded species, standing out as an appropriate place to hold the birdwatch. However, the tourism potential for observing these birds should be strengthened by other actions such as check for complementarity between supply and demand, planning and building elements themselves to the observation activities, organize and present the practical arrangements for the birds observation in accordance with the supply constraints and the level of involvement and expertise of birdwatchers. Local people should be mobilized and motivated to know about the birds that are part of the landscape; the private sector can use a formatted tourism product and create new products or needs, such as crafts or printed guides; and the participation of the government is essential in promoting the 'birdwatching urban script ' product, as in the maintenance of urban nature reserves.

Keywords:
Ecotourism.Bbiodiversity; Urban parks; Birdwatching; Campo Grande city

Resumen

El objetivo de este estudio fue evaluar el potencial turístico de aves que se encuentran en tres áreas verdes de la ciudad de Campo Grande. Las áreas de estudio están abiertas al público y se caracterizan por un parque, una plaza y un estanque. La investigación cualitativa de avifauna totalizó 55hs observación, a través del método de observación directa por puntos. Se registraron las especies y se calculó la frecuencia de ocurrencia (FO) de cada especie por área analizada. Se registraron 107 especies por un total de 12% del bioma Cerrado. Un guacamayo azul y amarillo fue la especie con frecuencia absoluta de ocurrencia en las tres áreas. Cada una de las áreas presentan especies exclusiva y el parque, el mayor número de especies registradas, destacándose como un lugar apropiado para celebrar el tour de observación de aves. Sin embargo, el potencial turístico de estas aves debería reforzarse con otras acciones para ver si hay complementariedad entre la oferta y la demanda, planificación y construcción de elementos propios a las actividades de observación, organizar y presentar las modalidades prácticas para la observación de aves de acuerdo con las limitaciones de la oferta y el grado de participación y la experiencia de los observadores de aves. La gente local debe ser movilizada y motivada a conocer las aves que forman parte del paisaje; el sector privado puede utilizarse desde un producto turístico con formato y crear nuevos productos o necesidades, como la artesanía o guías impresas; y la participación del gobierno es esencial en la promoción de una ruta de observación de aves, como en el mantenimiento de las reservas naturales urbanas.

Palabras clave:
Ecoturismo; Biodiversidad; Parques urbanos; Observación de aves; Campo Grande

1 INTRODUÇÃO

Tanto o ambiente natural quanto o artificial têm uma linguagem própria: o primeiro se manifesta por si mesmo e o segundo é resultado da expressão dos homens. Assim, cada lugar é diferente, cada cidade tem um caráter distinto das demais e a linguagem de uma cidade são suas formas. A semiótica do ambiente urbano ensina que a cidade deve ser lida num contexto de exploração. A percepção é estimulada pelas diferenças da arquitetura, das cores, do desenho das ruas; pela presença de monumentos históricos, estátuas, parques, praças e pessoas com outros hábitos e cultura e, também, de elementos naturais como a flora e a fauna, que sobrevivem às alterações, adaptam-se e se misturam aos elementos artificiais construídos pelos seres humanos.

O turismo vive das singularidades do lugar. Os elementos cotidianos de uma localidade podem ser extremamente atrativos para visitantes que não participam de seu dia-adia. Muitos turistas viajam em busca de algo novo e diferente ou, até mesmo, exótico. Dessa forma, o conceito de atrativo turístico varia de turista para turista, já que está relacionado às motivações de viagem e à avaliação que os visitantes fazem desses atrativos.

Campo Grande está situada no bioma Cerrado, segundo maior da América do Sul, território em que se encontra a bacia hidrográfica do Rio da Prata, o que resulta em um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade. O Cerrado é considerado um hotspot mundial de biodiversidade por apresentar extrema ocorrência de espécies endêmicas ao mesmo tempo em que sofre elevada perda de habitats. Somente a avifauna desse bioma compreende cerca de 837 espécies (MMA, 2011MMA (2011). Situação da Diversidade Biológica Brasileira. In: Quarto relatório nacional para a Convenção sobre a Diversidade Biológica: Brasil. Ministério do Meio Ambiente, Brasília.).

A capital do Mato Grosso do Sul é um ponto de parada para turistas que têm como destino o Pantanal sul-mato-grossense e a cidade de Bonito, polos de ecoturismo de referência internacional. Muitas vezes, essas pessoas têm um tempo ocioso na cidade, que pode ser aproveitado se houver maior oferta de atrativos. Campo Grande também conta com diversas áreas verdes com infraestrutura adequada para receber visitantes ou turistas (Jafar, Oliveira, Bononi & Mascaró, 2012Jafar, A. C. D.; Oliveira, A. K. M.; Bononi, V. L. R. & Mascaró, L. E. A. R. (2012) Avaliação de locais com potencial e/ou utilizados no turismo ambiental na cidade de Campo Grande-Mato Grosso do Sul. Revista UNIARA, 15(1): 78-86.) e tem o privilégio de ter grandes araras voando e se reproduzindo em ambiente urbano (Guedes, 2012Guedes, N. M. R. (2012) Araras da Cidade. In: Quevedo, T. L. Araras da cidade - Músicas do Mato. Campo Grande: Alvorada.).

A observação de aves é uma atividade que, se desenvolvida de forma adequada, pode gerar benefícios significativos para a cidade ou região, além de ser importante instrumento de sensibilização da população local para as questões ambientais. Atualmente, os observadores de aves, também chamados de birders ou birdwatchers, tornaram-se o maior grupo de observadores de vida silvestre do planeta e o que mais cresce nesse setor. Somente na Inglaterra, estima-se que haja mais de um milhão de observadores de aves, mercado organizadamente controlado por agências baseadas em Londres, especializadas em oferecer produtos para esse público (Mourão, 2004Mourão, R. M. F. (2004) (org.) Manual de melhores práticas para o ecoturismo. Rio de Janeiro: FUNBIO; Instituto ECOBRASIL, Programa MPE.).

Assim, o objetivo principal desse estudo foi avaliar o potencial turístico da avifauna encontrada em três áreas verdes da cidade de Campo Grande, abertas ao público, caracterizadas como um parque, uma praça e uma lagoa, para propor um possível roteiro de observação de aves. Especificamente, objetivou-se apresentar as áreas escolhidas em relação a elementos gerais de infraestrutura; determinar pontos que possam ser utilizados por visitantes e turistas para a atividade de observação de aves e realizar o levantamento da quantidade de espécies da avifauna e a frequência com que puderam ser observadas no período da pesquisa.

2 MARCO TEÓRICO

Quando uma localidade opta por desenvolver o turismo como atividade econômica, está tanto se propondo a capitalizar divisas quanto somando responsabilidades em relação à conservação do ambiente e da manutenção da qualidade de vida de sua população (Beni, 1999Beni, M. C. (1999) Política e estratégia de desenvolvimento regional - planejamento integrado e sustentável do turismo. Revista Turismo em análise 10(1): 7-17.). Como alternativa de lazer ou de tempo livre, o turismo deixa de ser apenas uma ‘atividade’ para ser um ‘espaço’ qualitativamente diferente e superior, que pode proporcionar novas informações aos sistemas social e cultural e promover novas atitudes em relação ao ambiente onde se desenvolve (Beni, 2003Beni, M. C. (2003) Análise Estrutural do Turismo. São Paulo: Senac.).

Estruturalmente, o turismo pode ser visto como um sistema composto por conjuntos que se inter-relacionam: conjunto das relações ambientais (social, cultural, econômico e ecológico); conjunto da organização estrutural (superestrutura: política oficial de turismo e sua ordenação jurídico-administrativa; e infraestrutura: geral e específica - planta turística básica: alojamento, alimentação e entretenimento); e conjunto das ações operacionais (oferta, demanda, mercado, produção, distribuição e consumo). O planejamento do turismo, que inclui tanto a atividade quanto os empreendimentos, deve estar direcionado à sua autossustentabilidade, satisfazendo necessidades econômicas, sociais e estéticas e mantendo, ao mesmo tempo, a integridade cultural e ambiental dos espaços que ocupa (Beni, 2003Beni, M. C. (2003) Análise Estrutural do Turismo. São Paulo: Senac.).

O planejamento dá coerência e convergência às atividades em prol do crescimento do turismo. Além disso, deve transformar recursos naturais ou artificiais em recursos turísticos, ordenando o território e melhorando infraestrutura, equipamentos, serviços, promoções e preservação do ambiente físico - natural e urbano. Esse processo não acontece a curto prazo, mas é necessário que seja iniciado para que se possa desfrutar de uma posição mercadológica melhor em relação à concorrência e obter uma melhoria nas condições de vida no núcleo receptor. O planejamento dos espaços turísticos permite melhor qualidade de vida à população local e certamente propicia uma imagem favorável ao turista (Rose, 2002Rose, A. T. (2002) Turismo - planejamento e marketing. São Paulo: Manole.).

Os centros turísticos estrategicamente planejados e integrados no desenvolvimento regional caracterizam-se por produtos finais competitivos, ajustados à demanda dos mercados nacionais e internacionais. Porém, antes de atingir esse nível, precisam adequar-se às exigências da demanda do mercado interno que, na verdade, é o eixo que impulsiona o crescimento do turismo, bem como o fator de comparação de seletividade e qualidade dos produtos ofertados. O planejamento do turismo significa inter-relacionar fatores de oferta (atrativos e atividades turísticas, alojamentos e outros equipamentos e serviços) e de demanda (mercados que utilizam o atrativo, equipamentos e serviços turísticos) (Beni, 1999Beni, M. C. (1999) Política e estratégia de desenvolvimento regional - planejamento integrado e sustentável do turismo. Revista Turismo em análise 10(1): 7-17.).

Os atrativos turísticos podem ser agrupados como aqueles que são construídos pelo homem e os que são proporcionados pela natureza. Os primeiros incluem, principalmente, os produtos da história e da cultura e também complexos de entretenimento criados artificialmente. Os outros são elementos naturais como a paisagem, o clima e a vegetação (Cooper, Fletcher, Fyall, Gilbert & Wanhill, 2001Cooper, C.; Fletcher, J.; Fyall, A.; Gilbert, D. & Wanhill, S. (2001) Turismo, princípios e prática. 2. ed. Porto Alegre: Bookman.).

Planejado em dimensões menores para preservar os ambientes frágeis, no ecoturismo as atividades de observação estão dentro de roteiros criados especialmente para atrair turistas interessados em observar e interpretar a natureza. Na interpretação, há uma revelação de significados e relações que configuram o objetivo da experiência e, tanto para o visitante local quanto para o turista que vem de fora, os significados revelados e as relações estabelecidas entre as espécies, o ser humano e o ecossistema apresentado são conhecimentos que lhe enriquecem a visita. Os conhecimentos adquiridos agregam valor imensurável à experiência. A interpretação é uma comunicação que revela o significado do objeto visitado, o que pode causar mudanças de atitudes positivas, contribuindo para o fortalecimento do elo entre o turista e o local visitado (Pereira & Nelson, 2004Pereira, E. M. & Nelson, S. P. (2004) Interpretação: valor adicional no Turismo Sustentável. In.: Nelson, S. P. (org.) Ecoturismo [Práticas para Turismo Sustentável]. Manaus: Vale/UniNorte.).

Apesar de o Brasil ostentar o título de país megadiverso, abrigando mais de 20% das espécies do planeta (MMA, 2013MMA (2013). Biodiversidade brasileira. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biodiversidadebrasileira>. Acesso em: 29 ago. 2013.
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), essa enorme biodiversidade é um atrativo pouco explorado. A maioria dos brasileiros, incluindo as operadoras de ecoturismo, conhece muito pouco sobre as mais de cem mil espécies da fauna brasileira e, por essa razão, não sabe identificá-la e valorizá-la. Desde o início da história da humanidade, a observação de animais é uma importante atividade, seja para obtenção de alimento, ou pelo simples prazer de contemplar a natureza (Mourão, 2004Mourão, R. M. F. (2004) (org.) Manual de melhores práticas para o ecoturismo. Rio de Janeiro: FUNBIO; Instituto ECOBRASIL, Programa MPE.).

A observação de aves é uma atividade datada anteriormente ao século XIV. Na Inglaterra era praticada por aristocratas em suas propriedades. Nos Estados Unidos, na década de 1940, os hotéis às margens do Lago Okeechobee, na Flórida, ficavam lotados de turistas: eles viajavam em excursões organizadas, conduzidas por guarda-parques e guias experientes, para observar espécies raras, especialmente patos, que estavam sendo dizimadas pela caça (Mourão, 2004Mourão, R. M. F. (2004) (org.) Manual de melhores práticas para o ecoturismo. Rio de Janeiro: FUNBIO; Instituto ECOBRASIL, Programa MPE.).

A atividade de observação resume-se em ‘colecionar avistagens de aves’ e acontece com maior sucesso quando os grupos de observadores são pequenos - entre 6 e 12 pessoas - com conhecimento e comportamento adequados à atividade e a condução é feita por guias especializados (Mourão, 2004Mourão, R. M. F. (2004) (org.) Manual de melhores práticas para o ecoturismo. Rio de Janeiro: FUNBIO; Instituto ECOBRASIL, Programa MPE.). A avistagem é realizada, de preferência, até cinco horas após o amanhecer, sem tempo determinado para percorrer uma trilha, pois cada observador identifica, aprecia uma espécie, fotografa ou até grava sua vocalização (Farias, 2007Farias, G. B. (2007) A observação de aves como possibilidade ecoturística. Revista Brasileira de Ornitologia, 15 (3): 474-477.).

A observação direta desses animais requer locais bem conservados, além de habilidades e equipamentos específicos (Mourão, 2004Mourão, R. M. F. (2004) (org.) Manual de melhores práticas para o ecoturismo. Rio de Janeiro: FUNBIO; Instituto ECOBRASIL, Programa MPE.), como também roteiros de observação planejados, levando em consideração a demanda de ecoturistas e os cuidados para o mínimo de interferência no local visitado. Dessa forma, um roteiro turístico de observação de aves pode tornar-se uma ferramenta de conservação e educação ambiental (Athiê, 2007Athiê, S. (2007) A observação de aves e o turismo ecológico. Revista Biotemas, 20 (4): 127-129.).

Na elaboração de um roteiro de observação de aves, antes de tudo e principalmente da divulgação de uma nova atração turística, é necessário que seja feito um levantamento qualitativo na área de interesse para que se obtenham dados referentes às espécies que vivem nesse local, como por exemplo, a riqueza, a listagem e a frequência de ocorrência de cada espécie da comunidade, para que se possa determinar a importância dessa área em termos de biodiversidade no processo de atração turística (Athiê, 2007Athiê, S. (2007) A observação de aves e o turismo ecológico. Revista Biotemas, 20 (4): 127-129.).

Também é fundamental que haja meios para que essas informações cheguem ao público, como guias de observação com a lista das aves encontradas no local em questão com fotos e informações referentes ao seu comportamento, biologia reprodutiva, alimentação; tudo isso para que o turista consiga identificá-las durante o percurso do roteiro. A par disso, é importante também a capacitação de monitores/guias para que possam orientar a observação, tornando-os veículo de transferência dessas informações. Também são necessárias trilhas interpretativas ou mesmo visitas autoguiadas quando não houver a possibilidade de que um guia ou monitor esteja presente em todos os horários de visitação. Essas informações devem ter o propósito de conscientizar os visitantes sobre a importância desses animais para o ecossistema em questão e o motivo pelo qual eles devem ser preservados, estimulando maior interesse sobre a atividade de observação e interpretação do ambiente (Athiê, 2007Athiê, S. (2007) A observação de aves e o turismo ecológico. Revista Biotemas, 20 (4): 127-129.).

3 METODOLOGIA

O município de Campo Grande ocupa uma área de 8.096 km2 e tem 786.797 habitantes. Está localizado na região central do Estado de Mato Grosso do Sul (20°26’34” S e 54°38’47” O), em altitude entre 500 e 675 metros. Apresenta 183.000 hectares de cobertura vegetal remanescentes e, deste total, 61% estão em parques, praças ou unidades de conservação protegidas por lei (Campo Grande, 2007Campo Grande (2007) Relatório de Avaliação Ambiental. Secretaria Municipal de Serviços e Obras Públicas - SESOP.).

As áreas verdes selecionadas para este estudo estão em região urbana e são locais abertos ao público, encontrando-se a uma distância menor de 5 km da Praça Ary Coelho, considerada um ponto central da cidade, e de até 3 km entre elas. Em seu entorno, existem vias de acesso a diferentes regiões da cidade, trânsito de veículos e pedestres, além de residências e estabelecimentos comerciais (Figura 1).

Figura 1
- Áreas de estudo: Parque das Nações Indígenas, Praça Lúdio Martins Coelho Filho e Lagoa Itatiaia

Para o levantamento qualitativo da avifauna, foram realizadas vinte saídas a campo, no ano de 2013, em intervalos irregulares de tempo, totalizando 55 horas de observação. Os horários variaram das 5hs às 8hs e das 15hs às 18hs. Utilizou-se o método de observação direta, por meio de paradas de dez minutos para observação em determinados pontos ligados por transectos de linha (caminhadas) (Cullen Jr., Rudran & Valladares-Pádua, 2004).

As espécies foram registradas e mapeadas com auxílio de binóculo (Bushnell Powerview 10x42 FOV 300FT), câmera fotográfica (Nikon Coolpix P510) e GPS (Garmin 12 XL). As aves foram agrupadas por famílias e a nomenclatura obedeceu ao Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2011CBRO. (2011) Listas das aves do Brasil. Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Disponível em: <http://www.cbro.org.br>. Acesso em: 14 fev. 2013.
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). Para conhecer a regularidade com que cada espécie foi observada em cada área, calculou-se a frequência de ocorrência (FO), em que se divide o número de dias em que a espécie foi registrada pelo número total de dias de observação e se multiplica por 100 para chegar ao resultado em porcentagem (%).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Estrutura das áreas

Parque das Nações Indígenas - Foi projetado para oferecer à população e aos visitantes atividades de lazer contemplativo. O nome é em homenagem às tribos indígenas do Mato Grosso do Sul: Guarani, Kaiowá, Ñandeva, Guató, Kadiwéu, Terena e OfaiéXavante. Cada um dos sete portais de entrada recebe o nome de uma delas. Está localizado na extremidade leste da principal avenida da cidade e é totalmente cercado. Possui vias de circulação interna (principais, secundárias, setoriais, ciclovia, via incursionista e trilhas), estacionamento, pontos de ônibus e setorização das atividades/equipamentos (Fernandes, Nessimian & Delvizio, 1993Fernandes, C. S.; Nessimian, I. S. & Delvizio, J. B. U. (1993) Plano Diretor do Parque das Nações Indígenas. Secretaria de Obras Públicas, Governo do Estado do Mato Grosso do Sul.). Oferece espaços para eventos culturais (palco ao ar livre, concha acústica, museu de arte contemporânea e museu de cultura indígena) e esportivos (quadras de basquete e vôlei de praia). Faz divisa com o Parque Estadual do Prosa, é atravessado pelos córregos Prosa e Revellieu e abriga uma represa e um lago artificial (Figura 2).

Figura 2
- Parque das Nações Indígenas: vista aérea (a), lago artificial (b), Museu de Arte Contemporânea (c), Museu Dom Bosco (d), Monumento ao Índio - Cavaleiro Guaicuru (e), espaço temático (f)

Praça Lúdio Martins Coelho Filho - Anteriormente era chamada de ‘Praça Itanhangá’ por estar localizada no bairro de mesmo nome. Apesar de ainda ser chamada assim, seu nome atual foi dado em homenagem ao filho de Lúdio Martins Coelho, pecuarista e prefeito de Campo Grande por dois mandatos. Está situada em fundo de vale do Córrego Vendas, que atravessa sua extensão. Abriga uma nascente e oferece pista para caminhada, academia ao ar livre, quadra de esportes e um parquinho infantil (Figura 3).

Figura 3
- Praça Lúdio Martins Coelho Filho: estrutura

Lagoa Itatiaia - Localiza-se no bairro Jardim Itatiaia, região leste do município. Ao final da década de 1990, o entorno da lagoa sofria com o despejo de lixo e restos de materiais de construção, além de grande quantidade de matéria orgânica em decomposição flutuando e depositada no fundo da lagoa. Em agosto de 2002, o entulho foi removido e a lagoa e a área de entorno passaram por um processo de revitalização e reurbanização (Camillo, Anjos-Aquino & Albuquerque, 2006Camillo, C. S.; Anjos-Aquino, E. A. C. & Albuquerque, L. B. (2006) Análise crítica do Estudo Ambiental Preliminar do projeto urbanístico ‘Reviva Lagoa Itatiaia’, em Campo Grande - MS. Revista internacional de desenvolvimento local - Interações 8(1): 45-53.), obras que se encerraram em dezembro de 2003. Atualmente, essa área conta com uma academia ao ar livre e a calçada é utilizada para a prática de caminhadas (Figura 4).

Figura 4
- Lagoa Itatiaia: estrutura

4.2 Pontos de observação

Ao todo, foram determinados 33 pontos de observação, sendo 11 pontos em cada área (parque: pontos A1 a A11; praça: pontos B1 a B11; e lagoa: pontos C1 a C11). No parque, os pontos determinados seguiram a formação riparia dos córregos, aproveitando a estrutura das vias de acesso primária e secundárias. Na praça, os pontos foram marcados sobre as trilhas para caminhada. Na área C, os pontos de observação foram determinados sobre a calçada que circunda a lagoa e próximos à vegetação aquática (Figura 5).

Figura 5
- Pontos de observação de aves nas áreas do parque, praça e lagoa

4.3 Riqueza de espécies

Foram registradas 37 famílias e 107 espécies de aves, que somam 12% das espécies encontradas no bioma Cerrado (837 espécies) (Figura 6). O Parque das Nações Indígenas apresentou o maior número de espécies: 91, seguido da Lagoa Itatiaia com 46 espécies e pela Praça Lúdio Martins Coelho Filho que apresentou 39 espécies (Tabela 1).

Figura 6
- Famílias mais numerosas registradas nas três áreas de estudo
Tabela 1
- Espécies de aves e frequência de ocorrência (FO em %) registrada na área do Parque das Nações Indígenas, Praça Lúdio Martins Coelho Filho (ou Praça Itanhangá) e Lagoa Itatiaia, cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Nenhuma espécie endêmica ou ameaçada foi registrada, mas houve o registro de espécies exclusivas em cada uma das áreas: 39 no parque, 03 na praça e 13 na lagoa. No parque, registrou-se um maçarico-solitário (Tringa solitária), visitante boreal que se reproduz na América do Norte. Considerado escasso, no Brasil ocorre entre os meses de setembro e abril (Gwynne, Ridgely, Tudor & Argel, 2010Gwynne, J. A.; Ridgely, R. S.; Tudor, G. & Argel, M. (2010) Aves do Brasil - Pantanal e Cerrado. São Paulo: Horizonte; Nova York: Comstock Publishing Associates.).

4.4 Frequência de ocorrência

As espécies com frequência absoluta de ocorrência foram Patagioenas picazuro (pombão) e Ara ararauna (arara-canindé). A chegada das araras em Campo Grande é acompanhada desde 1999, depois de um acentuado período de estiagem somado a desmatamentos e queimadas. Isso provocou a escassez de alimentos e fez com que elas saíssem de zonas rurais e viessem para a cidade. A conservação das veredas dos buritis, de outras palmeiras e de árvores frutíferas nativas do Cerrado, é fundamental para que as araras e outras espécies permaneçam no ambiente urbano. Considerando isso, áreas urbanas estão evoluindo no que diz respeito à qualidade de vida e bem-estar. É o caso de Campo Grande, considerada a capital das araras pela presença de um grande número de araras-canindés (Ara ararauna) araras-vermelhas (Ara chloropterus) (Guedes, 2012Guedes, N. M. R. (2012) Araras da Cidade. In: Quevedo, T. L. Araras da cidade - Músicas do Mato. Campo Grande: Alvorada.). Entretanto, além da frequência de avistamento, é necessário atribuir valor ou nível de atratividade turística a elementos naturais, assim como desenvolver novos produtos com potencial turístico.

4.5 Potencial turístico

O número total de espécies registrado aliado ao avistamento frequente de aves grandes, coloridas e com vocalização distinta, como as araras, tucano (Ramphastos toco) e curicaca (Theristicus caudatus), por exemplo, pode ser um fator importante para atrair eco-turistas interessados em observar aves. Em estudo feito no município de Ilha Comprida, São Paulo, o item mais citado (57,1%) com potencial para exploração turística foi o de ‘Observação de pássaros’ (Hoppen, Schirigatti & Silva, 2013Hoppen, R. C. H.; Schirigatti, E. L. & Silva, J. C. G. L. (2013) Potencial de exploração dos atrativos de Ilha Comprida (SP) sob a ótica de representantes do turismo local. Caderno Virtual de Turismo, 13(1): 30-45.). Porém, para determinar o potencial turístico de um produto, outros critérios precisam ser avaliados como a qualidade da paisagem e a acessibilidade, por exemplo.

Com o intuito futuro de ampliar a oferta turística em áreas com recursos naturais com potencial, duas cidades da Patagônia Austral criaram, em conjunto e de maneira coordenada, reservas naturais urbanas. Lugares foram comparados e selecionados como os que reuniam as melhores condições para a observação de aves. Foram construídos faróis, um mirante para observação de condores e um centro de interpretação ambiental. Para destacar o produto, uma cidade escolheu o condor-andino como ave atrativo-chave e, a outra, as aves costeiras migratórias (Albrieu, Ferrari & Navarro, 2013Albrieu, C; Ferrari, S. & Navarro, V. (2013) Desarrollo de nuevos produtos turísticos a partir de recursos naturales em áreas urbanas de la Patagonia Austral. Revista de investigación em turismo y desarrollo local, 6 (15): 1-19.).

Em Ubatuba, SP, o turismo de observação de aves se constitui como uma oferta complementar ao turismo de sol e praia e tem se mostrado uma atividade turística altamente positiva para o município. Para fortalecer essa característica, em 2004 foi aprovada lei que instituiu como símbolo do município o pássaro Tangará-dançador (Lodopleura pipra), e em 2006 foi criado o Festival de Observação de Aves. Promovido pelo poder público e com edições anuais, o evento oferece palestras, cursos, concursos fotográficos e visitas programadas a locais de interesse ornitológico (Dias, 2011Dias, R. (2011) A biodiversidade como atrativo turístico: o caso do Turismo de Observação de Aves no município de Ubatuba, SP. Revista Brasileira de Ecoturismo, 4 (1): 111-122.).

Também em São Paulo, na cidade de Piracicaba, um estudo que utilizou o método de revisão bibliográfica de outras pesquisas sobre a avifauna dessa localidade compilou 247 espécies que determinaram o potencial para iniciar o oferecimento do birdwatching em seis pontos do município. De acordo com a aptidão de Piracicaba (oferta) foram sugeridas três modalidades de realização da prática: 1) observação para ‘elaboração de listas’, 2) registros fotográficos e 3) observação para iniciantes (Alexandrino, Queiroz & Massarutto, 2012Alexandrino, E. R.; Queiroz, O. T. M. M. & Massarutto. R. C. (2012) O potencial do município de Piracicaba (SP) para o turismo de observação de aves (Birdwatching). Revista Brasileira de Ecoturismo, 5(1): 27-52.).

Por outro lado, também é necessário conhecer a demanda para propor um roteiro urbano de observação de aves. Inapropriadamente, muitos profissionais descrevem ‘observadores de aves’ como um grupo homogêneo de pessoas dedicadas e, muitas vezes, obstinadas que investem muito de seu tempo e dinheiro para aumentar sua ‘coleção de avistagens’. Estudos já identificaram diferentes graus de especialização entre observadores: os casuais; os realmente interessados, porém, eventuais e amadores; os que realizam observações constantes objetivando maior conhecimento e os profissionais. Esses grupos ainda podem diferenciar entre si no que diz respeito às suas preferências de consumo e características demográficas (Scott & Thigpen, 2003Scott, D. & Thigpen, J. (2003) Understanding the Birder as Tourist: Segmenting Visitors to the Texas Hummer/Bird Celebration. Human Dimensions of Wildlife, 8:199-218.). Observadores profissionais, extremamente envolvidos, interessam-se por espécies raras, endêmicas e rastros de aves, por exemplo, enquanto que observadores de ocasião aliam a observação de aves com outras atividades de turismo (Kim, Keuning, Robertson & Kleindorfer, 2010Kim, A. K.; Keuning, J.; Robertson, J. & Kleindorfer, S. (2010) Understanding the birdwatching tourism market in Queensland, Australia. International Journal of Tourism and Hospitality Research, 21(2): 227-247.).

5 CONCLUSÃO

Apesar do número de espécies de aves encontrado nas áreas de estudo ser significativo (107 espécies, 12% das espécies de aves do Cerrado), o potencial turístico da dessa avifauna precisa ser fortalecido com outras ações. Construir infraestrutura própria para as atividades de observação, como mirantes, bases de apoio ao observador de aves, centro de interpretação e educação ambiental, por exemplo, contribui para a apresentação de um produto turístico diferenciado e completo.

Além disso, deve-se observar se oferta e demanda se complementam, se a infraestrutura básica é suficiente para atender à população local e aos visitantes; se existe infraestrutura específica adequada, além de se verificar se o produto oferecido atende às necessidades e desejos dos diferentes perfis de turistas.

No que tange as modalidades da prática de observação de aves, estas devem ser organizadas e apresentadas de acordo com as limitações do que pode ser oferecido e com o grau de envolvimento e especialização dos ‘birwatchers’.

A participação do poder público é imprescindível para a promoção do produto ‘roteiro urbano de observação de aves’ e para a manutenção de reservas naturais urbanas, onde as aves podem encontrar abrigo e alimento. Além disso, a população local deve ser mobilizada e motivada a conhecer as aves que fazem parte da paisagem.

Também a escolha da ave-símbolo da cidade pode sensibilizar para as questões ambientais e engajar a comunidade nas ações de preservação da natureza. A iniciativa privada também pode se utilizar desse produto turístico e criar novos produtos ou necessidades como artesanato, camisetas, souvenirs, guias impressos das aves da região com informações relevantes e de qualidade, empreendimentos especializados para aluguel ou venda de equipamentos fotográficos, binóculos, livros, quadros, pôsteres.

Neste estudo, o Parque das Nações Indígenas destacou-se como um local apropriado para realizar o roteiro de observação de aves, tendo em vista ter sido a área que apresentou o maior número de espécies registradas e frequência absoluta de ocorrência da arara-canindé. Além disso, o Parque localiza-se em área de fácil acesso e dispõe de infraestrutura para eventos culturais e esportivos. Assim, o roteiro de observação de aves pode ser conjugado com outros atrativos, como os museus, por exemplo, e até mesmo com roteiros de observação de aves de outras áreas, agregando valor turístico à cidade. O fato de cada área apresentar espécies exclusivas diferencia das demais observadas - Praça Lúdio Martins Coelho Filho e Lagoa Itatiaia - e as torna igualmente interessantes.

AGRADECIMENTOS

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-CAPES e à Universidade Anhanguera-UNIDERP, pela bolsa de estudos concedida.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Ago 2016

Histórico

  • Recebido
    09 Set 2014
  • Aceito
    20 Abr 2016
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