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REFERÊNCIAS E REFERENCIAIS PARA O ENSINO DO BASQUETE 3X3 DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

REFERENCIAS Y REFERENCIALES PARA LA ENSEÑANZA DE BALONCESTO 3X3 DE LA EDUCACIÓN FÍSICA ESCOLAR

Resumo

Em 2021, por ocasião dos XXXII Jogos Olímpicos, o Basquete 3x3 (B3x3) estreou como esporte olímpico. Destarte, o objetivo deste ensaio é apresentar argumentos, referenciais e referências para ensinar o B3x3 da Educação Física Escolar (EFE). A partir dos referenciais da Pedagogia do Esporte (PE) e de diferentes facilitadores, refletimos e indicamos a possibilidade de problematizar a gênese, desenvolvimento, os fundamentos e ações técnico-táticas do B3x3, os valores ético-morais do Esporte e a criação, junto aos estudantes, de normas e condutas para a prática do B3x3 da EFE de modo crítico, não limitando à reprodução do esporte olímpico na escola. Consideramos que a partir dos referenciais da PE, o B3x3 da EFE possibilita vivências e diálogos com outras práticas corporais e a problematização de questões sociais que podem contribuir com uma formação positiva, crítico-reflexiva e ampla de estudantes mediante a prática do B3x3.

Palavras-chave:
Basquete 3x3; Educação Física; Escola; Pedagogia do Esporte.

Resumen

En el 2021, con motivo de los XXXII Juegos Olímpicos, el Baloncesto 3x3 (B3x3) debutó como deporte olímpico. El objetivo de este ensayo es presentar argumentos, referenciales y referencias para enseñar el B3x3 en la Educación Física Escolar (EFE). A partir de los referenciales de la Pedagogía del Deporte (PD) y de diferentes facilitadores, reflexionamos e indicamos la posibilidad de problematizar la génesis, el desarrollo, los fundamentos y las acciones técnico tácticas del B3x3, los valores ético morales del deporte y la creación, junto con los estudiantes, de normas y conductas para la práctica del B3x3 de la EFE de modo crítico, no limitado a la reproducción del deporte olímpico en la escuela. Consideramos que, a partir de las referencias de la PD, el B3x3 de la EFE posibilita experiencias y diálogos con otras prácticas corporales y la problematización de cuestiones sociales que pueden contribuir con una formación positiva, crítico reflexiva y amplia de los estudiantes a través de la práctica deportiva del B3x3.

Palabras clave:
Baloncesto 3x3; Educación Física; Escuela; Pedagogía del Deporte.

Abstract

In 2021, on the occasion of the XXXII Olympic Games, 3x3 Basketball (3x3B) debuted as an Olympic sport. Thus, the aim of this essay is to present arguments, references and referentials to teach 3x3B of School Physical Education (SPE). Based on the referentials of Sport Pedagogy (SP) and different facilitators, we reflect and indicate the possibility of problematizing the genesis and development, the foundations and technical-tactical actions of the 3x3B, the ethical-moral values of Sport and creation, together with the students, of norms and behaviours for the practice of 3x3B of SPE in a critical way and not limited to the reproduction of the Olympic sport at school. We consider that, based on the SP referentials, the 3x3B of SPE enables experiences, dialogues with other body practices and the problematization of social issues that can contribute to a positive, critical-reflective and comprehensive education of students through the sports practice of the 3x3B.

Keywords:
3x3 Basketball; Physical Education; School; Sport Pedagogy.

1 INTRODUÇÃO

O Esporte1 1 Utilizarmos o termo “Esporte” (inicial maiúscula) para se referir ao fenômeno esportivo e “esporte” (inicial minúscula) para tratar de uma modalidade esportiva específica. é compreendido aqui enquanto produto da modernidade, fruto do processo de esportivização de jogos e passatempos ingleses (ELIAS; DUNNING, 1992ELIAS, Norbert; DUNNING, Eric. Deporte y ocio en el proceso de la civilización. Madrid: Fondo de Cultura Económica, 1992.), o qual refere-se à universalização dos códigos, institucionalização das práticas e hierarquização social dos praticantes (PARLEBAS, 2008PARLEBAS, Pierre. Juegos, deportes y sociedades: léxico de praxiología motriz. Barcelona: Paidotribo, 2008.). Prática exclusiva da aristocracia inglesa no fim do século XVIII, o Esporte Moderno se tornou uma prática típica da ociosidade aristocrática e burguesa em meados do século XIX, vide a influência da ascensão da classe média (burguesia) às Public-Schools inglesas (BETTI, 1991BETTI, Mauro. Educação Física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991.). O acesso às práticas esportivas pela classe trabalhadora principiou na segunda metade do século XIX e decorreu da conquista do tempo de não trabalho (redução da jornada laboral). Impulsionado pelo Movimento Olímpico encabeçado por Pierre de Frédy, ou Barão de Coubertin, o Esporte se tornou uma das maiores instituições de nosso tempo, impactando diversos setores sociais (economia, política, cultura, educação etc.) (ELIAS; DUNNING, 1992ELIAS, Norbert; DUNNING, Eric. Deporte y ocio en el proceso de la civilización. Madrid: Fondo de Cultura Económica, 1992.; BRACHT, 2005BRACHT, Valter. Sociologia crítica do esporte: uma introdução. 3. ed. Ijuí: Unijuí, 2005.). Decorrente da esportivização, um conjunto de esportes passou a figurar em diversos projetos e utopias sociais, ganhando ressonâncias na educação (HENQUET, 1992HENQUET, Pierre. Um concepto multiforme. El Correo de la Unesco: Deporte y competición, ano XLV, p. 9-14, 1992.) e, consequentemente, na Educação Física Escolar (EFE) (BRACHT, 1986BRACHT, Valter. “A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista”. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 7, n. 6, p. 62-68, 1986.; 1997BRACHT, Valter. Educação Física e aprendizagem social. 2. ed. Porto Alegre: Magister, 1997.; SOARES, 1996SOARES, Carmen Lucia. Educação Física escolar: conhecimento e especificidade. Revista Paulista de Educação Física, supl. 2, p. 6-12, 1996. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rpef/article/view/139637. Acesso em: 6 set. 2021.
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).

O impacto social da esportivização foi tão relevante que no Brasil o papel social da EFE foi confundido com os objetivos do sistema esportivo (BRACHT, 2003BRACHT, Valter. Educação Física & ciência: cenas de um casamento (in)feliz. Ijuí: Editora Unijuí, 2003.), que a partir da década de 1970 passou a atender a tais interesses (BETTI, 1999BETTI, Irene Conceição Rangel. Esporte na escola: mas é só isso, professor. Motriz, v. 1, n. 1, p. 25-31, 1999. Disponível em: http://www1.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/01n1/4_Irene_form.pdf. Acesso em: 6 set. 2021.
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; BRACHT; ALMEIDA, 2003BRACHT, Valter; ALMEIDA, Felipe Quintão. A política de esporte escolar no Brasil: a pseudovalorização da Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 24, n. 3, p. 87-101, 2003. Disponível em: http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/765. Acesso em: 6 set. 2021.
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). Logo, a EFE tornou-se a base da pirâmide esportiva, focando na formação de atletas, baseando-se no aprimoramento técnico e na aptidão física visando ao rendimento esportivo (SADI et al., 2004bSADI, Renato Sampaio; FREIRE, João Batista; SCAGLIA, Alcides José; SOUZA, Adriano José de. Pedagogia do esporte. Brasília: Universidade de Brasília, CEAD, 2004b.). A década de 1980 foi marcada por reflexões e questionamentos sobre os objetivos, diretrizes, sentidos, valores e intervenções pedagógicas na EFE (BRACHT, 1997BRACHT, Valter. Educação Física e aprendizagem social. 2. ed. Porto Alegre: Magister, 1997.; CARLAN; KUNZ; FENSTERSEIFER, 2012CARLAN, Paulo; KUNZ, Elenor; FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo. O esporte como conteúdo da Educação Física Escolar: estudo de caso de uma prática pedagógica “inovadora”. Movimento, v. 18, n. 4, p. 55-75, 2012. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/29643/23448. Acesso em: 6 set. 2021.
https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/...
; MEDINA, 2013MEDINA, João Paulo Subira. A Educação Física cuida do corpo... e "mente": novas contradições e desafios do século XXI. 26. ed. São Paulo: Papirus, 2013.). De acordo com Stigger (2001)STIGGER, Marco Paulo. Relações entre o esporte de rendimento e o esporte da escola. Movimento, v. 7, n. 14, p. 67- 86, 2001. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/2609/1243. Acesso em: 6 set. 2021.
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e Reverdito, Scaglia e Montagner (2013)REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José; MONTAGNER, Paulo César. Pedagogia do esporte: aspectos conceituais da competição e estudos aplicados. São Paulo: Phorte, 2013., essa efervescência crítica estendeu-se até a década de 1990 e deu origem a várias propostas contrárias às competições esportivas na escola.

A mudança de paradigma na abordagem contemporânea do Esporte na EFE incitada neste período foi instituída nacionalmente com a criação dos “Parâmetros Curriculares Nacionais” (PCN) (BRASIL, 1997BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física. Ensino de primeira à quarta série. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental, Ministério da Educação, 1997.), no fim da década de 1990. No bojo dos PCN, na segunda metade da década de 2000 e na década seguinte, foram criadas as propostas curriculares regionais (estaduais e municipais), que, apesar das diferenças no trato pedagógico, reforçam a perspectiva contemporânea do Esporte na EFE. Na lógica dos PCN e dos currículos regionais, recentemente a “Base Nacional Comum Curricular” (BNCC) promulgou que o Esporte é uma unidade temática do Ensino Fundamental e um componente da área de linguagens e suas tecnologias no Ensino Médio (BRASIL, 2018BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular: educação é a base. Brasília, DF: Secretaria de Educação Fundamental, Ministério da Educação, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 6 set. 2021.
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). Com o PCN, os currículos regionais e a BNCC, os objetivos, conteúdos e processos de ensino, vivência e aprendizagem do Esporte escolar passou a ser balizado por princípios contrários à valorização excessiva da eficiência esportiva e à exclusão e seleção de estudantes aptos e inaptos (BARROSO; DARIDO, 2009BARROSO, André Luís Ruggiero; DARIDO, Suraya Cristina. A pedagogia do esporte e as dimensões dos conteúdos: conceitual, procedimental e atitudinal. Revista da Educação Física/UEM, v. 20, n. 2, p. 281-289, 2009.). Assim, a EFE passou a valorizar diferentes manifestações culturais (Lutas, Ginástica, Jogos e Brincadeiras, Dança e o Esporte), evitando tratar tão somente das práticas esportivas hegemônicas (BRASIL, 2000BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.; DARIDO; RANGEL, 2005; KUNZ, 1994KUNZ, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Ed. Unijuí, 1994.; SOARES et al., 2009SOARES, Carmen Lúcia et al. Metodologia do ensino de Educação Física. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2009.).

Em face desse novo paradigma esportivo, a EFE passou a conceber como objeto pedagógico a “Cultura Corporal de Movimento” (BRACHT, 2003BRACHT, Valter. Educação Física & ciência: cenas de um casamento (in)feliz. Ijuí: Editora Unijuí, 2003.; BETTI, 2007BETTI, Mauro. Educação Física e cultura corporal de movimento: uma perspectiva fenomenológica e semiótica. Journal of Physical Education, v. 18, n. 2, p. 207-217, 2007.). Com isso, o objetivo da EFE passou a ser a tematização das diferentes manifestações corporais produzidas pelos seres humanos ao longo do tempo nas diferentes culturas (BRASIL, 2000BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.; DARIDO; RANGEL, 2005; SOARES, 1996SOARES, Carmen Lucia. Educação Física escolar: conhecimento e especificidade. Revista Paulista de Educação Física, supl. 2, p. 6-12, 1996. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rpef/article/view/139637. Acesso em: 6 set. 2021.
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; SOARES et al., 2009SOARES, Carmen Lúcia et al. Metodologia do ensino de Educação Física. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2009.). Em paralelo, propostas didático-pedagógicas de ensino do Esporte na EFE, atreladas a diferentes vertentes da Pedagogia do Esporte (PE), foram sendo criadas (BAYER; 1992BAYER, Claude. La enseñanza de los juegos deportivos colectivos: baloncesto, futbol, balonmano, hockey sobre hierba y sobre hielo, rugby, balonvolea, waterpolo. 2. ed. Barcelona: Editorial Hispano Europea, 1992.; BENTO, 2006BENTO, Jorge Olímpio. Da Pedagogia do desporto. In: TANI, Go; BENTO, Jorge Olímpio; PETERSON, Ricardo Demetrio de Souza. Pedagogia do desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 26-40.; BRASIL, 2004BRASIL. Ministério do Esporte. Comissão de Especialistas em Educação Física. Dimensões pedagógicas do esporte. Brasília: Universidade de Brasília/CEAD, 2004.; DAOLIO, 2002DAOLIO, Jocimar. Jogos esportivos coletivos: dos princípios operacionais aos gestos técnicos - modelo pendular a partir das ideias de Claude Bayer. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 10, n. 4, p. 99-104, 2002. Disponível em: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/478/503. Acesso em: 6 set. 2021.
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; FREIRE, 2011FREIRE, João Batista. Pedagogia do futebol. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2011.; 2012FREIRE, João Batista. Ensinar esporte, ensinando a viver. Porto Alegre: Mediação, 2012.; FREIRE; SCAGLIA, 2003FREIRE, João Batista; SCAGLIA, Alcides José. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003.; GARGANTA, 1994GARGANTA, Júlio. Para uma teoria dos jogos desportivos colectivos. In: GRAÇA, Amândio; OLIVEIRA, José (org.). O ensino dos jogos desportivos. Porto: Centro de Estudos dos Jogos Desportivos - FCDEF-UP, 1994. p. 11-25.; GONZáLEZ; BRACHT, 2012; GRAçA; OLIVEIRA, 1994GRAÇA, Amândio; OLIVEIRA, José (org.). O ensino dos jogos desportivos. Porto: Centro de Estudos dos Jogos Desportivos - FCDEF-UP, 1994.; GRECO; BENDA, 1998GRECO, Pablo Juan; BENDA, Rodolfo Novellino (org.). Iniciação esportiva universal: 1. Da aprendizagem motora ao treinamento técnico. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.; HILDEBRANDT-STRAMANN, 2001HILDEBRANDT-STRAMANN, Reiner. Textos pedagógicos sobre o ensino da educação física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2001.; KUNZ, 1994KUNZ, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Ed. Unijuí, 1994.; PAES, 1996PAES, Roberto Rodrigues. Educação Física escolar: o esporte como conteúdo pedagógico no ensino fundamental. Tese (Doutorado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1996.; PARLEBAS, 2008PARLEBAS, Pierre. Juegos, deportes y sociedades: léxico de praxiología motriz. Barcelona: Paidotribo, 2008.; SADI et al., 2004aSADI, Renato Sampaio; DAOLIO, Jocimar; BRITO, Marcelo de Brito; AZEVEDO, Aldo Antonio de; SUASSUNA, Dulce; SOUZA, Adriano de. Esporte, política e sociedade. Brasília: Universidade de Brasília, CEAD, 2004a.; 2004b). Tais propostas têm impactado o processo de ensino, vivência e aprendizagem do Esporte em contextos variados.

Compreendendo o Esporte enquanto um dos conteúdos da EFE, consideramos possível refletir acerca de seu processo de ensino, vivência e aprendizagem nesse contexto por meio da PE (PAIXÃO, 2009PAIXÃO, Jefferson Martins. Estudo dos métodos de ensino dos jogos coletivos esportivizados de 6º ao 9º ano do ensino fundamental. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009.; REIS, 1997REIS, Heloísa Helena Baldy dos. O ensino dos jogos coletivos esportivizados na escola. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 18, n. 2, p.154, 1997.), disciplina das Ciências do Esporte que investiga o processo de ensino, vivência, aprendizagem e treinamento das práticas esportivas em diferentes contextos (GALATTI et al., 2014GALATTI, Larissa Rafaela; REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José; PAES, Roberto Rodrigues; SEOANE, Antonio Montero. Pedagogia do esporte: tensão na ciência e o ensino dos jogos esportivos coletivos. Revista da Educação Física, v. 25, n. 1, p. 153-162, 2014. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/21088/13665. Acesso em: 6 set. 2021.
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; SCAGLIA; REVERDITO; GALATTI, 2014SCAGLIA, Alcides José; REVERDITO, Riller Silva ; GALATTI, Larissa Rafaela. A contribuição da pedagogia do esporte ao ensino do esporte na escola: tensões e reflexões metodológicas. In: MARINHO, Alcyane; NASCIMENTO, Juarez Vieira do; OLIVEIRA, Amauri Aparecido Bássoli (org.). Legados do esporte brasileiro. Florianópolis: Editora da UDESC, 2014. p. 45-86.). Aqui, temos como tema o Basquete 3x3/FIBA 3x3 (B3x3) - inicialmente intitulado “FIBA33” -, que parece ser um empreendimento da Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) para massificar a prática do Basquetebol (BB) a nível mundial (BRASIL, 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Basquete 3x3: reflexões a partir da Pedagogia do esporte. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.; DE ROSE JUNIOR; BRASIL; SANTOS, 2022DE ROSE JUNIOR, Dante; BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho; SANTOS, Sileno da Silva. O basquetebol olímpico, paralímpico e 3x3: números e curiosidades. São Paulo: Edições EACH, 2022. 1 ebook. DOI: 10.11606/9786588503188.
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). Sendo um esporte novo, cujo primeiros eventos datam de 2007, 2009 e 2010 (BRASIL, 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Basquete 3x3: reflexões a partir da Pedagogia do esporte. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.; BRASIL; RIBEIRO, 2020BRASIL, Douglas Vinícius Carvalho; RIBEIRO, Alex Natalino. Basquete 3x3: surgimento e institucionalização. Ananindeua, PA: Itacaiúnas, 2020.; DE ROSE JUNIOR; BRASIL; SANTOS, 2022DE ROSE JUNIOR, Dante; BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho; SANTOS, Sileno da Silva. O basquetebol olímpico, paralímpico e 3x3: números e curiosidades. São Paulo: Edições EACH, 2022. 1 ebook. DOI: 10.11606/9786588503188.
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; INTERNATIONAL OLYMPIC COMMITTEE, 2017INTERNATIONAL OLYMPIC COMMITTEE. When 3x3 basketball first rocked the YOG. 2017. Disponível em: https://olympics.com/ioc/news/when-3x3-basketball-first-rocked-the-yog. Acesso em: 6 set. 2021.
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; OLYMPIC COUNCIL OF ASIA, 2010OLYMPIC COUNCIL OF ASIA. The 2nd Asian Indoor Games were held in Macau, China…. 2010. Disponível em: https://web.archive.org/web/20100613092236/http://ocasia.org/Game/GameParticular.aspx?GPCode=4#. Acesso em: 6 set. 2021.
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), estreando como esporte olímpico na edição XXXII dos Jogos Olímpicos; realizada em 20212 2 Prevista para ser realizada em 2020, foi adiada para 2021 em virtude da pandemia da COVID-19. (DE ROSE JUNIOR; BRASIL; SANTOS, 2022DE ROSE JUNIOR, Dante; BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho; SANTOS, Sileno da Silva. O basquetebol olímpico, paralímpico e 3x3: números e curiosidades. São Paulo: Edições EACH, 2022. 1 ebook. DOI: 10.11606/9786588503188.
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; INTERNATIONAL OLYMPIC COMMITTEE, 2021INTERNATIONAL OLYMPIC COMMITTEE. What are the new events on the programme of the Summer Games in Tokyo 2020? 2021. Disponível em: https://olympics.com/ioc/faq/sports-programme-and-results/what-are-the-new-events-on-the-programme-of-the-summer-games-in-tokyo-2020-1. Acesso em: 22 out. 2021.
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). O B3x3x por vezes tem sido erroneamente propalado pela mídia e instituições esportivas (federações, confederações, associações etc.) como Streetball3 3 Adaptado a partir do termo “Street Basketball” pela mídia norte-americana, tornou-se reconhecido por ações midiáticas, de empresas esportivas e instituições sociais nas décadas de 1990 e 2000, também é conhecido no Brasil por sua tradução livre, “Basquete de Rua” (BDR) (BRASIL, 2016; BRASIL et al., 2018). , porém, como elucidamos neste artigo, não se trata de um mesmo fenômeno, embora possuam algumas similaridades. Assim, a EFE mostra-se um campo fértil para tematizar o B3x3 e a PE pode contribuir com a prática/estudo da cultura esportiva dessa prática.

Não obstante ao potencial educativo do B3x3 na EFE a partir dos referenciais histórico-cultural (história e desenvolvimento, incluindo a influência da mídia, regra4 4 Aqui a noção de “regras” refere-se à compreensão de suas alterações ao longo do tempo. etc.), técnico-tático5 5 Incluindo-se as regras, visto que elas determinam os componentes estruturais que sustentam os componentes funcionais dos esportes. Ou seja, determinam como os esportes são praticados, ditando suas demandas físicas, fisiológicas e possiblidades de ações (BRASIL, 2019). (objetivos, estruturas e princípios técnico-táticos) e socioeducativo (valores e modos de condutas e comportamento) da PE (BRASIL, 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Basquete 3x3: reflexões a partir da Pedagogia do esporte. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.; GALATTI et al., 2017GALATTI, Larissa Rafaela et al. Pedagogia do esporte e educação física escolar: uma proposta a partir das modalidades coletivas. In: GALATTI, Larissa Rafaela; SCAGLIA, Alcides José; MONTAGNER, Paulo César; PAES, Roberto Rodrigues (org.). Múltiplos cenários da prática esportiva: Pedagogia do esporte. Campinas: Editora da Unicamp. 2017. v. 2, p. 151-172.; MACHADO; GALATTI; PAES, 2014MACHADO, Gisele Viola; GALATTI, Larissa Rafaela; PAES, Roberto Rodrigues. Pedagogia do esporte e o referencial histórico-cultural: interlocução entre teoria e prática. Pensar a Prática, v. 17, n. 2, p. 414-430, 2014. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fef/article/view/24459/16743. Acesso em: 22 nov. 2021.
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), a literatura indica motivos que podem dificultar sua inserção na EFE. Dentre as dificuldades, há a prática pedagógica baseada prioritariamente em quatro esportes (BB, Futebol, Voleibol e Handebol), (BARROSO et al., 2017BARROSO, André Luís Ruggiero; IMPOLCETTO, Fernanda Moreto; GONZALEZ, Fernando Jaime; DARIDO, Suraya Cristina. Conteúdo Esporte nos Currículos Estaduais Brasileiros. In: GALATTI, Larissa Rafaela; SCAGLIA, Alcides José; MONTAGNER, Paulo Cesar; PAES, Roberto Rodrigues (org.). Múltiplos cenários da prática esportiva: Pedagogia do esporte. Campinas: Unicamp, 2017. v. 2. p. 87-104.) e as práticas de “desinvestimento pedagógico” (“rola-bola”) (FARIA; MACHADO; BRACHT, 2012FARIA, Bruno de Almeida; MACHADO, Thiago da Silva; BRACHT, Valter. A inovação e o desinvestimento pedagógico na Educação Física escolar: uma leitura a partir da teoria do reconhecimento social. Motriz, v. 18, n. 1, p. 120-129, 2012.; SOARES, MILLEN NETO; FERREIRA, 2013SOARES, Antonio Jorge Gonçalves; MILLEN NETO, Alvaro Rego; FERREIRA, Alexandre da Costa. A Pedagogia do esporte na Educação Física no contexto de uma escola eficaz. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 35, n. 2, p. 297-310, 2013.).

Sendo assim, o objetivo deste ensaio é apresentar argumentos, referenciais e referências para ensinar o B3x3 na Educação Física Escolar. Justifica-se o aporte à PE por permitir compreender o Esporte contemporâneo enquanto um fenômeno complexo, praticado por diferentes sujeitos em contextos diversos (incluindo a Escola), possibilitando abordá-lo sob diferentes enfoques, utilizando facilitadores e temas variados (BRASIL, 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Basquete 3x3: reflexões a partir da Pedagogia do esporte. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.; GALATTI et al., 2017GALATTI, Larissa Rafaela et al. Pedagogia do esporte e educação física escolar: uma proposta a partir das modalidades coletivas. In: GALATTI, Larissa Rafaela; SCAGLIA, Alcides José; MONTAGNER, Paulo César; PAES, Roberto Rodrigues (org.). Múltiplos cenários da prática esportiva: Pedagogia do esporte. Campinas: Editora da Unicamp. 2017. v. 2, p. 151-172.; MACHADO; GALATTI; PAES, 2015MACHADO, Gisele Viola; GALATTI, Larissa Rafaela; PAES, Roberto Rodrigues. Pedagogia do Esporte e projetos sociais: interlocuções sobre a prática pedagógica. Movimento, v. 21, n. 2, p. 405-418, 2015. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/48275/34216. Acesso em: 6 set. 2021.
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), permitindo refletir acerca do processo de ensino, vivência e aprendizagem do “esporte da escola” (PAES, 2001PAES, Roberto Rodrigues. Educação Física escolar: o esporte como conteúdo pedagógico do ensino fundamental. Canoas: ULBRA, 2001.; VAGO, 1996VAGO, Tarcísio Mauro. O “esporte na escola” e o “esporte da escola”: da negação radical para uma relação de tensão permanente: um diálogo com Valter Bracht. Movimento, ano 3, n. 5, p. 4-17, 1996. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/2228/936. Acesso em: 6 set. 2021.
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). Em consonância ao título deste ensaio, o termo “referenciais” alude às bases da PE apresentadas anteriormente e as “referências” remete às obras, autores(as) e teorias da Filosofia, História, Pedagogia e Sociologia do Esporte que podem ajudar na inserção do B3x3 na EFE.

Este ensaio foi organizado em três seções. Na Introdução apresentamos o tema, objetivo e justificativa do texto. Na segunda seção há uma discussão conceitual que antecede três subseções nas quais detalhamos os referenciais da PE. Finalmente, nas considerações, retomamos o objetivo inicial analisando-o à luz do conhecimento apreendido e destacamos os limites e as potencialidades deste ensaio.

2 PEDAGOGIA DO ESPORTE: REFERÊNCIAS E REFERENCIAIS PARA O ENSINO DO B3X3 NA EFE

De antemão, faz-se necessário distinguir a EFE da PE. Mesmo considerando as diferentes concepções de seu “objeto pedagógico” (BRACHT, 1997BRACHT, Valter. Educação Física e aprendizagem social. 2. ed. Porto Alegre: Magister, 1997.), a EFE é uma disciplina escolar - desde a LDB 9.394/96 (BRASIL, 1996), um componente curricular obrigatório - que trata pedagogicamente da cultura corporal de movimento (BRACHT, 2003BRACHT, Valter. Educação Física & ciência: cenas de um casamento (in)feliz. Ijuí: Editora Unijuí, 2003.), visando a uma formação humana cidadã, crítica e para a autonomia. Por outro lado, a PE é uma disciplina das Ciências do Esporte que se ocupa do estudo do processo de ensino, vivência, aprendizagem e treinamento esportivo voltado a diferentes pessoas, que lhe atribuem significados e finalidades diversas nos distintos contextos nos quais vivenciam o fenômeno Esporte (GALATTI et al., 2014GALATTI, Larissa Rafaela; REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José; PAES, Roberto Rodrigues; SEOANE, Antonio Montero. Pedagogia do esporte: tensão na ciência e o ensino dos jogos esportivos coletivos. Revista da Educação Física, v. 25, n. 1, p. 153-162, 2014. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/21088/13665. Acesso em: 6 set. 2021.
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; SCAGLIA; REVERDITO; GALATTI, 2014SCAGLIA, Alcides José; REVERDITO, Riller Silva ; GALATTI, Larissa Rafaela. A contribuição da pedagogia do esporte ao ensino do esporte na escola: tensões e reflexões metodológicas. In: MARINHO, Alcyane; NASCIMENTO, Juarez Vieira do; OLIVEIRA, Amauri Aparecido Bássoli (org.). Legados do esporte brasileiro. Florianópolis: Editora da UDESC, 2014. p. 45-86.), almejando o ensino que vá além de aspectos procedimentais, estratégicos, metodológicos, conteudistas e organizacionais, buscando contribuir para que o ser humano aprenda a viver e conviver em sociedade e a compartilhar sua humanidade (REVERDITO; SCAGLIA, 2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José. Pedagogia do esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte, 2009.). Portanto, EFE e PE são áreas e campos de atuação distintos, mas que têm como elo a possibilidade educativa por meio do Esporte. Sustentada em seus referenciais, a PE oferece subsídios para que professoras(es) reflitam acerca da organização, sistematização, aplicação e avaliação do processo de ensino, vivência, aprendizagem por meio do Esporte, articulando os conteúdos (meios) com os fins educativos. Logo, apesar de não circunscrita à escola, a PE tem nesse âmbito, mormente a EFE, um campo de estudo e prática.

No que tange à organização desses conteúdos no contexto escolar, Galatti et al. (2017)GALATTI, Larissa Rafaela et al. Pedagogia do esporte e educação física escolar: uma proposta a partir das modalidades coletivas. In: GALATTI, Larissa Rafaela; SCAGLIA, Alcides José; MONTAGNER, Paulo César; PAES, Roberto Rodrigues (org.). Múltiplos cenários da prática esportiva: Pedagogia do esporte. Campinas: Editora da Unicamp. 2017. v. 2, p. 151-172. sugerem que ela consiste na seleção do conhecimento que será ensinado em cada ano escolar. A “sistematização envolve a divisão temporal dos conteúdos, assim como a seleção do método de ensino-vivência-aprendizagem a ser realizado, passando pelo plano de ensino e plano de aula” (GALATTI et al., 2017GALATTI, Larissa Rafaela et al. Pedagogia do esporte e educação física escolar: uma proposta a partir das modalidades coletivas. In: GALATTI, Larissa Rafaela; SCAGLIA, Alcides José; MONTAGNER, Paulo César; PAES, Roberto Rodrigues (org.). Múltiplos cenários da prática esportiva: Pedagogia do esporte. Campinas: Editora da Unicamp. 2017. v. 2, p. 151-172., p.160). A aplicação ou ensino consiste nos processos pedagógicos que o docente adota para comunicar o conteúdo aos estudantes, durante a aula. Por fim, pautados em Zabala (1998)ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998., Darido e Rangel (2005)DARIDO, Suraya Cristina; RANGEL, Irene Conceição Andrade. A Educação Física na escola: implicações para prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. e Galatti (2006)GALATTI, Larissa Rafaela. Pedagogia do esporte: o livro didático como mediador no processo de ensino e aprendizagem dos jogos esportivos coletivos. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006., Galatti et al. (2017)GALATTI, Larissa Rafaela et al. Pedagogia do esporte e educação física escolar: uma proposta a partir das modalidades coletivas. In: GALATTI, Larissa Rafaela; SCAGLIA, Alcides José; MONTAGNER, Paulo César; PAES, Roberto Rodrigues (org.). Múltiplos cenários da prática esportiva: Pedagogia do esporte. Campinas: Editora da Unicamp. 2017. v. 2, p. 151-172. afirmam que a avaliação “[...] deve ser coerente com os três referenciais, sendo estabelecidos critérios para cada um, podendo ser prática ou teórica” (p.161), ressaltando que os conteúdos teóricos permeiam a avaliação prática e as vivências práticas contêm a teoria ensinada.

Dito isso, aqui abordamos o B3x3 a partir dos referenciais da PE, de modo a oferecer subsídios para que professoras(es) reflitam acerca da possibilidade de sua inclusão na EFE, não se limitando a reproduzir a versão institucionalizada (Esporte Olímpico) desse esporte “na” escola, mas pensá-lo enquanto uma prática corporal “da” escola.

2.1 REFERENCIAL HISTÓRICO-CULTURAL

Criado como jogo indoor num colégio nos Estados Unidos da América (EUA), o BB rapidamente passou pelo processo de institucionalização, tendo sido inserido nos Jogos Olímpicos de Berlim, Alemanha, em 1936 (BOOP, 2004BOOP, Michael. Almanaque do melhor basquete do mundo. São Paulo: Panda Books, 2004.; FREITAS; VIEIRA 2006FREITAS, Armando; VIEIRA, Silvia. O que é basquete: história, regras, curiosidades. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2006.), tornando-se um fenômeno esportivo que impacta diferentes setores da sociedade (economia, mídia, saúde, tecnologia, educação etc.). Ao longo do tempo, o desenvolvimento do BB foi influenciado pelo preconceito e segregação racial e social (contexto histórico-cultural do século XIX e XX nos EUA) (BRASIL, 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Basquete 3x3: reflexões a partir da Pedagogia do esporte. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.; CANAN; SILVA, 2013CANAN, Felipe; SILVA, Rogério Vaz da. Considerações histórico-sociológicas acerca do basquete de rua e suas possíveis relações com a Educação Física escolar. Caderno de Educação Física e Esporte, v. 11, n. 1, p. 65-77, 2013. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/cadernoedfisica/article/view/8294/6463. Acesso em: 6 set. 2021.
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). Nota-se, portanto, que apesar de ser um campo social relativamente autônomo em relação às outras esferas sociais, com predisposições sociais particulares (habitus) e capital simbólico específico (capital corporal), o campo esportivo ainda influencia e sofre influência do contexto histórico-cultural no qual está inserido (BOURDIEU, 1983BOURDIEU, Pierre. Como se pode ser esportivo? In: BOURDIEU, Pierre. Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Editora Marco Zero, 1983. p. 136-153.).

Frente ao exposto, vale mencionar as equipes New York Renaissance e Harlem Globetrotters (HG) (compostas por afrodescendentes em um período em que essas pessoas eram proibidas de disputar competições nas ligas norte-americanas) por influenciarem a prática do BB ao desafiarem equipes profissionais e apresentarem jogadas inovadoras para a época (BRASIL, 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Basquete 3x3: reflexões a partir da Pedagogia do esporte. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.; BRASIL; RIBEIRO, 2020BRASIL, Douglas Vinícius Carvalho; RIBEIRO, Alex Natalino. Basquete 3x3: surgimento e institucionalização. Ananindeua, PA: Itacaiúnas, 2020.). Criada em 1926, em Chicago, HG pode ter ajudado ainda na difusão midiática do BB, bem como na criação do mercado de produtos e serviços da modalidade (FIELDING; MILLER; BROWN, 1999FIELDING; Lawrence W.; MILLER, Lori K.; BROWN, James R. Harlem Globetrotters International, Inc. Journal of Sport Management, v. 13, n. 1, p. 45-77, 1999. Disponível em: https://journals.humankinetics.com/view/journals/jsm/13/1/article-p45.xml. Acesso em: 6 set. 2021.
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), divulgação da cultura e do estilo de vida norte-americano na Guerra Fria (THOMAS, 2011THOMAS, Damion. Around the world: problematizing the Harlem Globetrotters as Cold Warriors. Sport in Society, v. 14, n. 6, p. 778-791, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1080/17430437.2011.587292. Acesso em: 6 jul. 2022.
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), na superação de uma visão estereotipada negativa de pessoas afrodescendentes nos EUA (LOMBADO, 1978LOMBADO, Ben. The Harlem Globetrotters and the perpetuation of the black stereotype. Physical Educator, v. 35, n. 2, 1978.) e na recriação de regras de jogo, implementos, ações técnicas e na espetacularização do BB (BRAGA; GARCEZ; GONZALEZ, 2016BRAGA, Italo Nunes; GARCEZ, Francisco Ygor de Sousa; GONZALEZ, Ricardo Hugo. Harlem Globetrotters: a magia do basquetebol. Revista Encontros Universitários da UFC, v. 1, n. 1, 2016. (Encontro de Extensão, 25)). Neste contexto surgiu o “Street Basketball”, influenciado pela população que não tinha acesso à prática do BB em locais formais (ligas, clubes, universidades etc.)6 6 Em consequência do preconceito e segregação racial e social da época, apenas em 1950 foi permitida a participação de um atleta afrodescendente (Earl Lloyd) em uma liga oficial de BB dos EUA (BRASIL, 2019). , praticando-o em praças, ruas etc., onde o jogo adquiriu características próprias (BRASIL, 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Basquete 3x3: reflexões a partir da Pedagogia do esporte. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.; BRASIL et al., 2018BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho; LEONARDI, Thiago José; SCAGLIA, Alcides José; PAES, Roberto Rodrigues. O basquete de rua nos espaços de lazer da região metropolitana de Campinas. Revista Licere, v. 21, n. 4, p. 144-165, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/view/1934. Acesso em: 6 set. 2021.
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), muitas das quais presentes no modo de jogar dos HG, indicando que tais características antecedem a criação da equipe, visto que há de se considerar que, dado o contexto histórico, provavelmente seus integrantes adquiriram tais habilidades antes da criação do HG, logo, no jogo de rua.

A partir de Brasil (2016) e Brasil et al. (2018), identifica-se que o BDR pode apresentar elementos (Disc Jockey (DJ), Master of Ceremonies (MC), etc.) em comum com o movimento cultural “Hip-Hop” (HH)7 7 Em algumas propostas curriculares, o HH é considerado uma manifestação da Cultura Corporal de Movimento, logo, um conteúdo da EFE. Ver: Currículo do estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2011). . Logo, pode-se dizer que essa prática dialoga(ou) em diferentes momentos, contextos e níveis com este movimento cultural originado enquanto forma de manifestação popular e resistência à segregação racial e social nos EUA entre as décadas de 1960 e 1970 (OLIVEIRA FILHO, 2006OLIVEIRA FILHO, A. História do basquete de rua. Rio de Janeiro, dezembro, 2006. Disponível em: https://lusb.wordpress.com/a-historia-do-basquete-de-rua/. Acesso em: 5 maio 2014.
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; SILVA; CORREIA, 2008SILVA, Carlos Alberto Figueiredo; CORREIA, Adriana Martins. Espetáculo e reflexividade: a dimensão estética do basquete de rua. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 30, n. 1, p. 107-122, 2008. Disponível em: http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/194. Acesso em: 22 nov. 2021.
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), o qual atualmente é composto por cinco elementos: MC, que interage com o público transmitindo a mensagem por meio de músicas ou comandando eventos; Graffiti, expressão artística pela qual pessoas registram a “história” ao (comumente) “desenhar” nos muros das cidades; DJ, responsável por tocar e controlar a música, ditando o ritmo e dando suporte a outros elementos, como, por exemplo, o MC e os B-boys/B-girls; B-boy/B-girl, quem se expressa por meio da dança (Breakdancing); e o Knowledge (conhecimento), elemento mais recente e relativamente menos conhecido do HH (ADJAPONG, 2021ADJAPONG, Edmund. Exploring hip-hop pedagogy for the advancement of girls of color in science. Urban Education, v. 56, n. 6, p. 843-871, 2021.; BOZZA et al., 2020BOZZA, Patricia; RECHIA, Simone; GIRARDI, Vania Lucia. HIP HOP: juventude e identidade cultural. Revista Científica Interdisciplinar Interlogos, v. 7, p. 46-63, 2020.; ZULUNATION [20--ZULUNATION. The 5 elements of Hip Hop: Graffiti, Emcee, DJing, B-Boy/B-Girl and Knowledge. [20--?]. Disponível em: https://www.zulunation.com/elements/. Acesso em: 18 out. 2021.
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?]). Ele resgata o conhecimento acerca do HH e o difunde socialmente. Para Adjapong (2021)ADJAPONG, Edmund. Exploring hip-hop pedagogy for the advancement of girls of color in science. Urban Education, v. 56, n. 6, p. 843-871, 2021., o Knowledge é o elemento que possibilita identificar as raízes históricas, identidade, razões de ser e locais de pertencimento na sociedade e está relacionado às ações sociais, culturais e políticas. Duarte (2010)DUARTE, Ruy J. Braga. O basquete de rua como manifestação da cultura corporal étnica em Salvador. Revista África e Africanidades, v. 2, n. 8, 2010. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/2010/Educacao_fisica/artigo/Basquete_de_rua.pdf. Acesso em: 6 set. 2021.
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sugere que há uma tendência em incluir o BDR como mais um elemento da cultura HH, porém não encontramos evidências que indiquem isso. Nesse sentido, consideramos mais plausível pensar o BDR não enquanto um elemento do HH, mas como uma das temáticas pertencentes ao seu quinto elemento (Knowledge), vide sua origem e desenvolvimento (contexto histórico e local, marcados pela segregação racial e social), sua apropriação por instituições relacionadas ao HH (no Brasil, podemos citar a Central Única das Favelas) e características (elementos em comum).

Presente em muitas cidades brasileiras (ALEXANDRE; AZINARI, 2016ALEXANDRE, Bruna; AZINARI, Amanda Pereira da Silva. Basquete de rua em Juara/MT: diagnósticos, possibilidades e reflexões a partir da extensão universitária. Revista de Comunicação Científica, v. 1, n. 1, p. 63-68, 2016. Disponível em: https://periodicos.unemat.br/index.php/rcc/article/view/1395/1376. Acesso em: 6 set. 2021.
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; BRASIL et al., 2018BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho; LEONARDI, Thiago José; SCAGLIA, Alcides José; PAES, Roberto Rodrigues. O basquete de rua nos espaços de lazer da região metropolitana de Campinas. Revista Licere, v. 21, n. 4, p. 144-165, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/view/1934. Acesso em: 6 set. 2021.
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; CANAN; SILVA, 2013CANAN, Felipe; SILVA, Rogério Vaz da. Considerações histórico-sociológicas acerca do basquete de rua e suas possíveis relações com a Educação Física escolar. Caderno de Educação Física e Esporte, v. 11, n. 1, p. 65-77, 2013. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/cadernoedfisica/article/view/8294/6463. Acesso em: 6 set. 2021.
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; DUARTE, 2010DUARTE, Ruy J. Braga. O basquete de rua como manifestação da cultura corporal étnica em Salvador. Revista África e Africanidades, v. 2, n. 8, 2010. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/2010/Educacao_fisica/artigo/Basquete_de_rua.pdf. Acesso em: 6 set. 2021.
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), o BDR é compreendido enquanto uma prática corporal distinta do BB e do B3x3 (BRASIL, 2016BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Pedagogia do esporte: o basquete de rua praticado na região metropolitana de Campinas. 2016. 95f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016.; 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Basquete 3x3: reflexões a partir da Pedagogia do esporte. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.; BRASIL et al., 2018BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho; LEONARDI, Thiago José; SCAGLIA, Alcides José; PAES, Roberto Rodrigues. O basquete de rua nos espaços de lazer da região metropolitana de Campinas. Revista Licere, v. 21, n. 4, p. 144-165, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/view/1934. Acesso em: 6 set. 2021.
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). Concordamos com tal perspectiva, visto que estes são esportes institucionalizados pela FIBA com regras e normas mundiais (BRASIL, 2016BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Pedagogia do esporte: o basquete de rua praticado na região metropolitana de Campinas. 2016. 95f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016.; 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Basquete 3x3: reflexões a partir da Pedagogia do esporte. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.; BRASIL et al., 2018BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho; LEONARDI, Thiago José; SCAGLIA, Alcides José; PAES, Roberto Rodrigues. O basquete de rua nos espaços de lazer da região metropolitana de Campinas. Revista Licere, v. 21, n. 4, p. 144-165, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/view/1934. Acesso em: 6 set. 2021.
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; DE ROSE JUNIOR; BRASIL; SANTOS; 2022DE ROSE JUNIOR, Dante; BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho; SANTOS, Sileno da Silva. O basquetebol olímpico, paralímpico e 3x3: números e curiosidades. São Paulo: Edições EACH, 2022. 1 ebook. DOI: 10.11606/9786588503188.
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), já o BDR apresenta características que variam de local para outro e/ou de acordo com o número de praticantes presentes, permitindo ações que infringem tais regras e normas (BRASIL, 2016BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Pedagogia do esporte: o basquete de rua praticado na região metropolitana de Campinas. 2016. 95f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016.; 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Basquete 3x3: reflexões a partir da Pedagogia do esporte. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.; BRASIL et al., 2018BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho; LEONARDI, Thiago José; SCAGLIA, Alcides José; PAES, Roberto Rodrigues. O basquete de rua nos espaços de lazer da região metropolitana de Campinas. Revista Licere, v. 21, n. 4, p. 144-165, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/view/1934. Acesso em: 6 set. 2021.
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). Portanto, o BDR tem regras que variam segundo o “contrato lúdico” estabelecido entre os praticantes. Mesmo em eventos institucionalizados de BDR, a lógica interna que condiciona os modos de praticar/jogar variam de acordo com a instituição promotora do evento (BRASIL, 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Basquete 3x3: reflexões a partir da Pedagogia do esporte. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.). Logo, diferente do BB e do B3x3 (práticas esportivizadas mundialmente), o BDR pode ser compreendido enquanto uma expressão corporal da cultura popular vivenciada no tempo livre de obrigações em contextos diversos (escolas, projetos sociais etc.), em locais distintos (quadras poliesportivas, praças, ruas etc.), expressa de diferentes modos (moves, freestyles, variados tipos e configurações de jogos) (BRASIL, 2016BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Pedagogia do esporte: o basquete de rua praticado na região metropolitana de Campinas. 2016. 95f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016.; 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Basquete 3x3: reflexões a partir da Pedagogia do esporte. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.; BRASIL et al., 2018BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho; LEONARDI, Thiago José; SCAGLIA, Alcides José; PAES, Roberto Rodrigues. O basquete de rua nos espaços de lazer da região metropolitana de Campinas. Revista Licere, v. 21, n. 4, p. 144-165, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/view/1934. Acesso em: 6 set. 2021.
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). Considerando as apropriações por instituições sociais e esportivas em diferentes níveis (locais, regionais e nacionais), o BDR pode ser considerado ainda um “quase-esporte”, que, segundo Parlebas (2008)PARLEBAS, Pierre. Juegos, deportes y sociedades: léxico de praxiología motriz. Barcelona: Paidotribo, 2008., são jogos e práticas institucionalizadas apenas em nível regional e/ou local.

Em relação ao B3x3, Petrov e Bonev (2018)PETROV, Lyudmil; BONEV, Martin. Training program for adolescent basketball players aged 12-14, practicing basketball 3x3. Journal of Physical Education and Sport, v. 18 suppl. n. 5, art. 315, p. 2097-2100, 2018. sugerem que a FIBA o teria criado a partir do BDR. Já Soares, Soares e Guimarães (2012)SOARES, Carlos Alex Martins; SOARES, Celia Maria Chagas; GUIMARÃES, Álvaro. Basquete 3x3: Que jogo é esse? In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, 31., Pelotas. [Anais...], Pelotas: ESEF/UFPEL, 2012. Disponível em: http://cev.org.br/arquivo/biblioteca/basquete-3x3-que-jogo-esse.pdf. Acesso em: 24 dez. 2018.
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alegam que a modalidade teria sido inspirada no Tribasket, projeto de difusão do BB desenvolvido pela Federação de Basquetebol da Espanha: “[…] a FIBA buscou no modelo espanhol uma forma de massificar o basquete, utilizando o jogo reduzido para concretizar seu objetivo” (SOARES; SOARES; GUIMARÃES, 2012, p. 1). Segundo Fernández Fraga e García Rivero (2009FERNÁNDEZ FRAGA, Fernando; GARCÍA RIVERO, Concepción. Programación de una unidad didáctica: perfeccionamiento em baloncesto. Revista de Investigación en Educación, n. 6, p. 183-191, 2009. Disponível em: https://revistas.webs.uvigo.es/index.php/reined/article/view/1840/1751. Acesso em: 6 set. 2021.
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, p.109), o Tribasket tem três modalidades “TIRO (tiro libre, dos puntos y triple), HABILIDAD (manejo de balón) y JUEGO (1×1, 2×2 y 3×3)”, as quais nos remetem a algumas expressões do BDR. Isso sugere alguma relação ou inspiração entre o Tribasket e o BDR, mas não encontramos evidências consistentes que nos permitam afirmar que de fato a FIBA tenha se inspirado em qualquer um deles para criar o B3x3. Portanto, sendo necessárias mais pesquisas sobre o tema para se fazer uma afirmação mais consistente sobre as possíveis origens do B3x3 (BRASIL, 2016BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Pedagogia do esporte: o basquete de rua praticado na região metropolitana de Campinas. 2016. 95f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016.; BRASIL et al., 2018BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho; LEONARDI, Thiago José; SCAGLIA, Alcides José; PAES, Roberto Rodrigues. O basquete de rua nos espaços de lazer da região metropolitana de Campinas. Revista Licere, v. 21, n. 4, p. 144-165, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/view/1934. Acesso em: 6 set. 2021.
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). Destarte, compreendemos o HH, B3x3, BDR, BB e o Tribasket como manifestações esportivas e culturais distintas, ainda que apresentem semelhanças ou elementos comuns segundo interesses de ordem pedagógica, midiática, institucional, comercial etc.

Outro aspecto que pode ser abordado por meio do referencial histórico-cultural da PE (e dos demais) é a relação do B3x3 com a mídia, em especial, a internet. Destacamos aqui o sitePlayFIBA.3x3”, que dentre outras funções ranqueia os praticantes, possibilita encontrar e se inscrever em eventos de B3x3 e interagir com os inscritos. Ademais, as diferentes redes sociais e serviços de streaming oficiais do B3x3 que além de noticiar os eventos, disponibilizam jogos (ao vivo e gravados), permitindo interação entre diferentes atores sociais (atletas, treinadoras(es), espectadoras(es) etc.). Deste modo, neste referencial pode-se também refletir, problematizar e debater sobre as diferentes mídias esportivas, seu impacto na sociedade e na vivência da modalidade.

Consideramos, portanto, que o referencial histórico-cultural pode contribuir com a EFE na medida em que oferece bases para reflexões sobre o desenvolvimento do B3x3, possíveis articulações com modalidades esportivas (BB), práticas corporais da cultura popular (BDR), movimentos culturais (HH) e com as tecnologias (internet).

2.2 REFERENCIAL TÉCNICO-TÁTICO

Os trabalhos de Brasil (2016; 2019) nos permitem afirmar que, apesar de serem práticas distintas, o B3x3 tem características comuns ao BDR e ao BB, por exemplo, fundamentos (controle de corpo, domínio de bola, passe, drible, finalização/arremesso e rebote) e ações táticas (corta-luz, recuperação defensiva, finta e marcação). Em relação especificamente ao B3x3 e ao BB, cabe mencionar que as regras deste último complementam as do primeiro. Dito isso, destacamos aquelas que para nós notavelmente distinguem o B3x3 do BB:

  • - três a quatro praticantes por equipe;

  • - espaço de jogo de 15 m de largura x 11 m comprimento, com um aro e tabela;

  • - término da partida determinado por tempo e/ou pontos (10 minutos de jogo, podendo encerrar-se antes se uma das equipes fizer 21 pontos ou mais);

  • - não há arremesso de três pontos;

  • - ausência de paralisação ou cobranças da linha de fundo após uma equipe pontuar. Ou seja, o jogo só é “parado” se a bola sair ou se houver alguma falta ou infração;

  • - início da partida e reposição de bola em jogo ocorre por meio de “Check-ball”;

  • - tempo para executar um ataque de 12 segundos (FIBA, 2021FIBA. Official 3x3 Basketball Rules. 18 de novembro de 2021. Disponível em: https://fiba3x3.com/docs/fiba-3x3-basketball-rules-full-version.pdf. Acesso em: 20 de jul. de 2022.
    https://fiba3x3.com/docs/fiba-3x3-basket...
    ; BRASIL, 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Basquete 3x3: reflexões a partir da Pedagogia do esporte. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.).

Aqui não abordamos nem discutimos aspectos físicos e fisiológicos (atrelados ao referencial técnico-tático) da prática do B3x3, pois nos parecem questões pertinentes ao treinamento para o rendimento esportivo e não ao ensino do Esporte “da” EFE no século XXI. Em nosso entendimento, no contexto escolar o referencial técnico-tático não deve ser abordado exclusivamente sob um viés tecnicista, pautado na repetição acrítica de movimentos. Assim, embasados em Kunz (1994)KUNZ, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Ed. Unijuí, 1994., Betti (2001)BETTI, Mauro. Mídias: aliadas ou inimigas da Educação Física escolar. Motriz, v. 7, n. 2, p. 125-129, 2001., Diniz, Rodrigues e Darido (2012)DINIZ, Irlla Karla dos Santos; RODRIGUES, Heitor de Andrade; DARIDO, Suraya Cristina. Os usos da mídia em aulas de Educação Física Escolar: possibilidades e dificuldades. Movimento, v.18, n.3, p. 183-202, 2012. Disponível em: https://www.seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/27108/21145. Acesso em: 19 out. 2021.
https://www.seer.ufrgs.br/Movimento/arti...
, Galatti et al. (2012) e Brasil (2019), desenvolvemos a Tabela 1, na qual apresentamos facilitadores didático-pedagógicos para o ensino do Esporte da escola:

Tabela 1
Facilitadores didáticos-pedagógicos para o ensino do Esporte da escola.

Note que além dos facilitadores apresentados por Galatti et al. (2012), os quais, em certa medida, alteramos e redescrevemos, acrescentando as “Mídias” e “Festivais”, pois reconhecemos seu potencial para contribuir com a abordagem dos diferentes referenciais da PE (simultaneamente ou não) ao longo do processo de ensino, vivência e aprendizagem do Esporte. As Mídias, inclusive, sendo muito importantes em contextos de atípicos, como, por exemplo, o período de 2020-2021 impactado pela pandemia de covid-2019.

Salientamos a importância de que professoras(es) reflitam acerca dos objetivos pedagógicos a serem alcançados, que, nesse caso, se referem à apropriação da “Cultura Corporal de Movimento” da modalidade esportiva em pauta e considerem os diferentes referenciais em suas aulas. Assim, a partir de González e Bracht (2012)GONZÁLEZ, Fernando Jaime; BRACHT, Valter. Metodologia de ensino dos esportes coletivos. Vitória, PR: UFES, Núcleo de Educação Aberta e a Distância, 2012., Balbino et al. (2013), Reverdito, Scaglia e Paes (2013)REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José; PAES, Roberto Rodrigues. Pedagogia do esporte: conceito e cenário contemporâneo. In: REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José; MONTAGNER, Paulo Cesar (org.). Pedagogia do esporte: aspectos conceituais da competição e estudos aplicados. São Paulo: Phorte, 2013. p. 19-40. e Brasil (2019), apresentamos cinco questões didáticas balizadoras do ensino do Esporte “da” escola, presando pela interconexão dos três referenciais da PE:

  • - Onde? - referente ao contexto no qual o Esporte está inserido, que por sua vez relaciona-se diretamente com os objetivos a serem alcançados;

  • - Quando? - relacionado ao período de abordagem ou prioridade de determinado tema, técnica ou tática nas aulas. Concatena-se, por exemplo, à idade e/ou fase de desenvolvimento das(os) alunas(os), calendário escolar etc.;

  • - O quê? - permite refletir acerca de qual conteúdo abordar em cada aula;

  • - Como? - atinente às estratégias e facilitadores a serem usados visando atingir determinado objetivo em aula, bimestre, semestre e/ou ano letivo.

  • - Por quê? - dá sentido à prática ou intervenção, reflete sobre os sentidos das decisões tomadas por professoras(es) durante o processo de ensino, vivência e aprendizagem e das experiências esportivas dos praticantes.

Em suma, são as questões didáticas e os facilitadores que podem contribuir positivamente com a transposição didático-pedagógica do B3x3 para a EFE.

2.3 REFERENCIAL SOCIOEDUCATIVO

O desporto não possui nenhuma virtude mágica. Ele não é em si mesmo socializante nem anti-socializante. […] pode formar tanto patifes como homens perfeitos preocupados com o ‘fair-play’… É finalmente um problema de educador; […] o educador tem a preocupação de formar o homem, de transformar o ‘fair-play’ em exigência de justiça e de dignidade para todos […], em vez de permanecer uma elegância para uso estritamente lúdico ou o alibi farisaico do conservador camuflado.

GEORGES BELBENOIT

De modo geral, há o entendimento de que o esporte pode assumir um papel de suma importância na formação humana (BELBENOIT; 1976BELBENOIT, Georges. O desporto na escola. 2. ed. Santos: Editorial Estampa, 1976.; BRASIL; RIBEIRO; SCAGLIA, 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho; RIBEIRO, Alex Natalino; SCAGLIA, Alcides José. O Basquete 3x3 como facilitador para o desenvolvimento positivo de jovens. 2019. E-Balonmano.com: revista de Ciencias del Deporte, v. 15, n. 3, p. 187-196, 2019. Disponível em: http://e-balonmano.com/ojs/index.php/revista/article/view/475/pdf. Acesso em: 6 set. 2021.
http://e-balonmano.com/ojs/index.php/rev...
; FREIRE; SCAGLIA, 2003FREIRE, João Batista; SCAGLIA, Alcides José. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003.; PAES, 1996PAES, Roberto Rodrigues. Educação Física escolar: o esporte como conteúdo pedagógico no ensino fundamental. Tese (Doutorado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1996.; 2001PAES, Roberto Rodrigues. Educação Física escolar: o esporte como conteúdo pedagógico do ensino fundamental. Canoas: ULBRA, 2001.; SCAGLIA, 1999SCAGLIA, Alcides José. O futebol que se aprende e o futebol que se ensina. 1999. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1999.). Nesse sentido, Côté, Turnnidge e Evans (2014)CÔTÉ, Jean; TURNNIDGE, Jennifer; EVANS, M. Blair. The dynamic process of development through sport. Kinesiologia Slovenica, v. 20, n. 3, p. 14-26, 2014. Disponível em: https://www.cabdirect.org/cabdirect/abstract/20153395419 Acesso em: 6 set. 2021.
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e Côté et al. (2017) alegam que a vivência esportiva pode contribuir para o Desenvolvimento Positivo de Jovens (DPJ), influenciando aspectos físicos, fisiológicos, psicológicos e a aquisição e manutenção de valores e comportamentos positivos para a vida. Storm et al. (2017) alegam que a experiência esportiva pode contribuir para o desenvolvimento de valores éticos e morais, como, por exemplo, o estabelecimento e/ou fortalecimento de laços de amizade, aquisição e manutenção de valores pessoais e comportamentos positivos. Por sua vez, Turnnidge et al. (2016) e Gould e Carson (2008)GOULD, Daniel; CARSON, Sarah. Life skills development through sport: Current status and future directions. International Review of Sport and Exercise Psychology, v. 1, n. 1, p. 58-78, 2008. ponderam que o Esporte pode, contudo, favorecer valores e modos de comportamento negativos. Ou seja, o Esporte pode levar a lesões, exclusão, abandono das aulas etc., inclusive, na EFE (DAOLIO, 2006DAOLIO, Jocimar. Cultura: Educação Física e futebol. 3. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2006.; FONTANA, 2001FONTANA, Roseli Cação. O corpo aprendiz. In: CARVALHO, Yara Maria; RUBIO, Katia (org.). Educação Física e Ciências Humanas. São Paulo: Hucitec, 2001.; GóMEZ-MáRMOL et al., 2017GÓMEZ-MÁRMOL, Alberto; SÁNCHEZ-ALCARAZ, Bernardino Javier; MOLINA-SAORÍN, Jesús; BAZACO, Maria. Violencia escolar y autoimagen en adolescentes de la región de Murcia (España). Revista Internacional de Medicina y Ciencias de la Actividad Física y del Deporte, v. 17, n. 68, p. 677-692, 2017. Disponível em: https://revistas.uam.es/rimcafd/article/view/9095 . Acesso em: 22 out. 2021.
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).

Dito isso, cabe mencionar que, segundo Hirama (2018)HIRAMA, Leopoldo Katsuki. Valores que o esporte ensina: intervenções pedagógicas para a formação da personalidade moral. Tese (Doutorado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2018. e Leitão (2019)LEITÃO, Arnaldo Sifuentes Pinheiro. Ética e educação física escolar: uma proposta de intervenção no ensino fundamental. Tese (Doutorado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019., poucas pesquisas abordam as questões éticas, morais, princípios e valores no âmbito da EFE e na PE. Sobre isso, Vago (1996)VAGO, Tarcísio Mauro. O “esporte na escola” e o “esporte da escola”: da negação radical para uma relação de tensão permanente: um diálogo com Valter Bracht. Movimento, ano 3, n. 5, p. 4-17, 1996. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/2228/936. Acesso em: 6 set. 2021.
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destaca a necessidade de se criar o esporte “da” escola (transformação didático-pedagógica) e, para tanto, professoras(es) precisam se reconhecer enquanto agentes socializadores que exercem influência direta nas atitudes e ações de estudantes, exercendo um papel fulcral na formação ético-moral (TOZETTO et al., 2019TOZETTO, Alexandre Bobato; MILISTETD, Michel; COLLET, Carine; IHA, Tayná, ANELLO, Jairo L.; NASCIMENTO, Juarez Vieira. Treinadores de basquetebol: os desafios da prática na formação esportiva de jovens. Cuadernos de Psicología del Deporte, v. 19, n. 1, p. 291-301, 2019. Disponível em: https://scielo.isciii.es/pdf/cpd/v19n1/1578-8423-cpd-19-1-291.pdf. Acesso em: 22 nov. 2021.
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). Ou seja, a formação positiva e crítica por meio do Esporte na EFE dificilmente será alcançada se nos limitarmos a reproduzir um modelo esportivo “na” escola. Sendo assim, é preciso transpor didaticamente o Esporte tornando-o democrático, divertido, plural, crítico… isto é, tornando-o o Esporte “da” escola.

As questões aventadas são contempladas pelo referencial socioeducativo da PE, o qual possibilita pensar ambientes de vivência e aprendizagem que contribuam para o desenvolvimento de relações intrapessoais e interpessoais; abordagem de valores, princípios e modos de comportamento; críticas sobre o Esporte e sua relação com a sociedade (GALATTI; PAES; DARIDO, 2010GALATTI, Larissa Rafaela; PAES, Roberto Rodrigues; DARIDO, Suraya Cristina. Pedagogia do esporte: livro didático aplicado aos jogos esportivos coletivos. Motriz, v. 16, n. 3, p. 751-761, 2010. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5016/1980-6574.2010v16n3p751. Acesso em: 22 nov. 2021.
http://dx.doi.org/10.5016/1980-6574.2010...
; MACHADO; GALATTI; PAES, 2015MACHADO, Gisele Viola; GALATTI, Larissa Rafaela; PAES, Roberto Rodrigues. Pedagogia do Esporte e projetos sociais: interlocuções sobre a prática pedagógica. Movimento, v. 21, n. 2, p. 405-418, 2015. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/48275/34216. Acesso em: 6 set. 2021.
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). Dito isso, parece-nos evidente que esse referencial trata das condutas e valores éticos e morais proporcionadas ou influenciadas pela prática esportiva, possibilitando reflexões e intervenções que visem construir uma experiência esportiva significativa. Destarte, neste ensaio buscamos um entendimento de ética, moral e valores de modo a refletir sobre a ação e reflexão socioeducativa por meio da prática do B3x3 “da” EFE.

Embasados em Ricoeur (1990)RICOEUR, Paul. Ética e moral. Covilhã: LusoSofia, 1990. e Pedro (2014)PEDRO, Ana Paula. Ética, moral, axiologia e valores: confusões e ambiguidades em torno de um conceito comum. Kriterion, n. 130, p. 483-498, 2014., ideamos que a ética se refere à busca (plano especulativo) pela vida boa com e para os outros, numa tendência à universalidade que se materializa na criação de normas de boa convivência. Quanto à moral, ela se inscreve no âmbito do dever, da responsabilidade na convivência social cotidiana (ação concreta e real), numa tendência à particularidade que se materializa nas condutas e comportamentos. Porém, a moral prescinde da ética para precaver-se do dogmatismo moral e a ética depende da moral como matéria-prima de suas reflexões. Portanto, apesar da distinção conceitual há uma relação complementar entre a ética e moral que precisa ser mantida (PEDRO, 2014PEDRO, Ana Paula. Ética, moral, axiologia e valores: confusões e ambiguidades em torno de um conceito comum. Kriterion, n. 130, p. 483-498, 2014.).

Em relação ao valor, é compreendido como “[...] qualidade abstrata preferencial atribuída pelo sujeito suscitada pelas características inerentes de determinado objeto que satisfazem as necessidades e interesses daquele” (PEDRO, 2014PEDRO, Ana Paula. Ética, moral, axiologia e valores: confusões e ambiguidades em torno de um conceito comum. Kriterion, n. 130, p. 483-498, 2014., p.493). Deste modo, entendemos que os valores são atribuições subjetivas dirigidas a entes objetivos (bens), tratando-se de uma atribuição relacional, pois depende da subjetividade e da objetividade, num plano intersubjetivo. Nesse sentido, Leitão (2019LEITÃO, Arnaldo Sifuentes Pinheiro. Ética e educação física escolar: uma proposta de intervenção no ensino fundamental. Tese (Doutorado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019., p. 39) ressalta que o “[v]alor é a qualidade de algo que se manifesta na apreciação ou avaliação de um sujeito, ou por suas qualidades estéticas, éticas ou morais, objetivadas pelos sentidos socioculturais”.

Portanto, ao se pensar o referencial socioeducativo do B3x3 na EFE, não podemos olvidar que sua problematização não se restringe à vivência de dilemas morais e/ou à prescrição de normas e condutas almejadas para os(as) estudantes. Indo além, as aulas podem possibilitar a reflexão acerca das normas e condutas de atletas (e, também, de gestoras(es), treinadoras(es) etc.) e sobre os valores éticos e morais impressos e expressos no Esporte (BRACHT, 1986BRACHT, Valter. “A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista”. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 7, n. 6, p. 62-68, 1986.). Dessa maneira, o B3x3 “da” EFE pode estimular debates, por exemplo, acerca dos valores olímpicos (Olimpismo).

Segundo Caillat (1992)CAILLAT, Michel. ¿Tiene el deporte una moral? El Correo de la Unesco. Deporte y competición, ano XLV, p. 37-40, 1992., o barão Pierre de Coubertin (1863-1937), conhecido como o fundador dos Jogos Olímpicos modernos, o idealizou enquanto uma escola de nobreza e pureza moral, uma prática de resistência e energia física, visando a uma certa utopia social (educação). Contrário à (suposta) imoralidade da sociedade capitalista europeia, Coubertin vislumbrava no Esporte um ambiente de desinteresse e espírito cavalheiresco (ideal de honra), que posteriormente imbricou no debate acerca do amadorismo vs. profissionalismo e no fair play (MAHEU, 1964MAHEU, René. El deporte es una educación. El Correo de la Unesco. Conducta y caracter en el deporte, ano XVII, n. 1, p. 4-9, 1964.).

El deporte debe librar a la sociedad de todos sus males (el alcoholismo, la depravación de las costumbres, la malignidad, la holganza, el erotismo desenfrenado, etc.) e instaurar la concordia nacional, la unión sagrada, al haber resuelto definitivamente el problema de la lucha de clases (CAILLAT, 1992CAILLAT, Michel. ¿Tiene el deporte una moral? El Correo de la Unesco. Deporte y competición, ano XLV, p. 37-40, 1992., p. 38).

Contudo, Caillat (1992)CAILLAT, Michel. ¿Tiene el deporte una moral? El Correo de la Unesco. Deporte y competición, ano XLV, p. 37-40, 1992. ressalta a insuficiência desse ideal de pureza da ética olímpica, na medida em que ela avulta no Esporte valores elitistas, de abstinências, submissão, obediência e privação. Os valores que marcam a ética do Olimpismo, portanto, reforçam um doutrinamento moral baseado no esforço, sacrifício e violência (simbólica ou não). Dito em outras palavras, o sistema esportivo escolhe, classifica, distingue, elimina e seleciona as pessoas. Bracht (1986)BRACHT, Valter. “A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista”. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 7, n. 6, p. 62-68, 1986. ressalta ainda que o ideário da pureza moral do Esporte camufla os “aspectos disfuncionais” ou valores negativos do Esporte, tais como, a competição e a concorrência exacerbada, o condicionamento à estruturação autoritária, o respeito incondicional e irrefletido às regras e o conformismo feliz e eficiente.

Em face do exposto, cabe mencionar que com frequência os valores negativos do Esporte são considerados desvios morais dos esportistas e não uma fragilidade da própria ética esportiva olímpica (BRACHT, 1986BRACHT, Valter. “A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista”. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 7, n. 6, p. 62-68, 1986.). Assim, os relatos de atletas que buscam “ganhar a qualquer preço” (WON, 2006WON, Michele. Morir por ganar. El Correo de la Unesco. Deporte: ganar a cualquier precio, p. 9-10, 2006.; YAHIL, 2006YAHIL, Edna. Ganar a cualquier precio. In: El Correo de la Unesco. Deporte: ganar a cualquier precio, p. 3, 2006.), que abusam de substâncias para melhorar seu desempenho (doping) (BERMÚDEZ ESCOBAR, 1992BERMÚDEZ ESCOBAR, Miguel Angel. El doping, un artificio inútil. El Correo de la Unesco. Deporte y competición, ano XLV, p. 31-33, 1992.; JACKSON, 2006JACKSON, Guy. Dopaje por la gloria em Alemania Oriental. El Correo de la Unesco. Deporte: ganar a cualquier precio. p. 10-11, Sept. 2006.) e outros casos são, deste modo, personalizados nos atletas e não nos valores impressos no Esporte. Essas questões podem ser problematizadas na EFE mormente o ensino do B3x3, suas competições e seus sistemas de ranqueamento que classificam pessoas e nações.

Vago (1996)VAGO, Tarcísio Mauro. O “esporte na escola” e o “esporte da escola”: da negação radical para uma relação de tensão permanente: um diálogo com Valter Bracht. Movimento, ano 3, n. 5, p. 4-17, 1996. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/2228/936. Acesso em: 6 set. 2021.
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, embora não aborde diametralmente a questão, fornece bases para se criar uma prática esportivizada baseada em valores escolares. Freire (2011FREIRE, João Batista. Pedagogia do futebol. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2011.; 2012FREIRE, João Batista. Ensinar esporte, ensinando a viver. Porto Alegre: Mediação, 2012.) aponta a possibilidade de uma educação esportiva baseada em valores como a cooperação, inclusão, solidariedade, alegria, prazer pela prática, respeito, diversidade, participação ativa, entre outros. Uma educação esportiva fundamentada numa ética e moral do Esporte “da” escola, além de abordar prescrições (normas e condutas), pode problematizar os valores impressos e expressos no Esporte Olímpico via indústria cultural e mídia esportiva (BETTI, 1999BETTI, Irene Conceição Rangel. Esporte na escola: mas é só isso, professor. Motriz, v. 1, n. 1, p. 25-31, 1999. Disponível em: http://www1.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/01n1/4_Irene_form.pdf. Acesso em: 6 set. 2021.
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). Poder-se-ia, ademais, criar junto aos escolares experiências que reflitam e debatam as normas de boa convivência (ética) e as condutas e comportamentos (moral) para a prática do Esporte “da” escola.

Por fim, realçamos a possibilidade de interlocução entre os três referenciais da PE no ensino do B3x3 “da” EFE. Essa articulação tem o potencial de criar experiências de ensino que transcendam a prática do “jogo pelo jogo”, contribuindo para vivências positivas por meio dos esportes, reflexões sobre o impacto da esportivização na sociedade e na criação de vivências e debates sobre os modos de conviver bem junto aos outros nas práticas esportivas (e fora delas) independentemente do nível de desempenho técnico-tático, credo, classe social, cor, etnia, gênero, idade ou outros marcadores sociais.

3 CONSIDERAÇÕES

Considerando que os PNC e BNCC consolidam o paradigma esportivo escolar contemporâneo em que o Esporte se torna uma das práticas corporais pertinentes à EFE, no presente ensaio teórico buscamos refletir acerca da possibilidade da inclusão do B3x3 na EFE. Dispondo do aporte teórico-conceitual da PE, depreendemos que as referências e os referenciais apresentados ao longo do texto podem contribuir com o ensino amplo, diversificado e crítico-reflexivo dessa prática esportiva.

À guisa de síntese, no referencial histórico-cultural apresentamos e refletimos acerca da gênese e desenvolvimento do B3x3 mormente a emergência social do BB e do Streetball nos EUA num contexto histórico-cultural de luta e resistência frente ao preconceito e à segregação racial. No referencial técnico-tático citamos a possibilidade de articular (ou não) o ensino do B3x3 com o BB e o BDR (e, por que não, ao HH) a partir de características, fundamentos e ações táticas em comum. No referencial socioeducativo salientamos que, além da vivência de dilemas e prescrições ético-morais relacionadas ao desenvolvimento do B3x3, pode-se problematizar os valores éticos do Olimpismo, os desvios ético-morais de atletas, treinadoras(es), gestoras(es) e outros profissionais relacionados ao campo esportivo. Neste último referencial, aventamos a chance de criar junto aos estudantes normas e condutas para a prática do B3x3 “da” escola segundo valores como cooperação, inclusão, solidariedade, alegria, prazer pela prática, respeito e a diversidade. A contribuição deste estudo, portanto, é a elucidação dessas ideias da PE e sua articulação para o processo de ensino, vivência e aprendizagem do B3x3 no contexto da EFE.

Outra contribuição é o novo quadro com facilitadores para a intervenção pedagógica. Ideamos que ele pode ajudar a organizar as unidades didáticas de modo a contemplar os três referenciais da PE, tornando o processo de ensino, vivência e aprendizagem do B3x3 diversificado, menos tecnicista, menos excludente e menos desmotivante. Ademais, indicamos cinco questões balizadoras da didática que, resumidamente, dão sentido a ação pedagógica e a vivência esportiva. O Esporte influencia e é influenciado pela sociedade, assim ele pode levar tanto a uma educação humanizadora quanto à barbárie. Nós nos colocamos no sentido da humanização e almejamos que o ensino do B3x3 contribua para a formação crítica, ampla e positiva dos seres humanos. Nesse sentido, esperamos que este ensaio instigue pesquisas e relatos de experiências pedagógicas com o B3x3 na EFE e que analisem sua potência para uma formação humana, bem como o seu impacto na sociedade.

Os limites do trabalho são a falta de exemplos concretos, proposições didáticas e de recursos estratégicos para a construção de unidades didáticas. Não obstante, ideamos que nossa contribuição foi argumentar, justificar e oferecer as bases teóricas e conceituais para a construção de propostas didático-pedagógicas para o B3x3 “da” EFE, de modo a contribuir para formação e intervenção de professoras(es), bem como para formação das(os) estudantes via prática do B3x3. Entendemos que as referências e referenciais citados ajudam na concreção de propostas pedagógicas que busquem ensinar bem o B3x3 a todas e todos, ensinar mais que B3x3 e ensinar a gostar do B3x3, como nos inspira a pensar o professor João Batista Freire (2011FREIRE, João Batista. Pedagogia do futebol. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2011.; 2012FREIRE, João Batista. Ensinar esporte, ensinando a viver. Porto Alegre: Mediação, 2012.).

  • 1
    Utilizarmos o termo “Esporte” (inicial maiúscula) para se referir ao fenômeno esportivo e “esporte” (inicial minúscula) para tratar de uma modalidade esportiva específica.
  • 2
    Prevista para ser realizada em 2020, foi adiada para 2021 em virtude da pandemia da COVID-19.
  • 3
    Adaptado a partir do termo “Street Basketball” pela mídia norte-americana, tornou-se reconhecido por ações midiáticas, de empresas esportivas e instituições sociais nas décadas de 1990 e 2000, também é conhecido no Brasil por sua tradução livre, “Basquete de Rua” (BDR) (BRASIL, 2016BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Pedagogia do esporte: o basquete de rua praticado na região metropolitana de Campinas. 2016. 95f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016.; BRASIL et al., 2018BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho; LEONARDI, Thiago José; SCAGLIA, Alcides José; PAES, Roberto Rodrigues. O basquete de rua nos espaços de lazer da região metropolitana de Campinas. Revista Licere, v. 21, n. 4, p. 144-165, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/view/1934. Acesso em: 6 set. 2021.
    https://periodicos.ufmg.br/index.php/lic...
    ).
  • 4
    Aqui a noção de “regras” refere-se à compreensão de suas alterações ao longo do tempo.
  • 5
    Incluindo-se as regras, visto que elas determinam os componentes estruturais que sustentam os componentes funcionais dos esportes. Ou seja, determinam como os esportes são praticados, ditando suas demandas físicas, fisiológicas e possiblidades de ações (BRASIL, 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Basquete 3x3: reflexões a partir da Pedagogia do esporte. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.).
  • 6
    Em consequência do preconceito e segregação racial e social da época, apenas em 1950 foi permitida a participação de um atleta afrodescendente (Earl Lloyd) em uma liga oficial de BB dos EUA (BRASIL, 2019BRASIL, Douglas Vinicius Carvalho. Basquete 3x3: reflexões a partir da Pedagogia do esporte. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.).
  • 7
    Em algumas propostas curriculares, o HH é considerado uma manifestação da Cultura Corporal de Movimento, logo, um conteúdo da EFE. Ver: Currículo do estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2011SÃO PAULO. Secretaria de Educação. Currículo do Estado de São Paulo: linguagens, códigos e suas tecnologias. 2. ed. São Paulo: SE, 2011.).
  • FINANCIAMENTO
    O presente trabalho foi realizado com apoio do “Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico” (CNPq) e com o apoio parcial da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

ÉTICA DE PESQUISA

A pesquisa seguiu os protocolos vigentes nas Resoluções 466/12 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil.

RESPONSABILIDADE EDITORIAL

Alex Branco Fraga *, Elisandro Schultz Wittizorecki *, Mauro Myskiw *, Raquel da Silveira *

* Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança, Porto Alegre, RS, Brasil.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Nov 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    22 Fev 2022
  • Aceito
    19 Maio 2022
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