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A importância dos resíduos de serviços de saúde para docentes, discentes e egressos da área da saúde

Resumos

O presente estudo objetivou conhecer a percepção dos docentes, discentes e egressos da área da saúde de duas instituições de ensino superior do Rio Grande do Sul acerca da geração dos resíduos de serviços de saúde. Pesquisa qualitativa, realizada com 13 docentes, 18 discentes e 12 egressos de cursos da área da saúde, coletados por meio do grupo focal. Os principais resultados evidenciaram que há uma percepção voltada para a importância da segregação e destino final dos Resíduos de Serviços de Saúde e a ausência de preocupação para redução na produção desses resíduos. A temática requer, portanto, uma compreensão ampliada acerca das questões ambientais com vistas à sustentabilidade planetária, revelando-se necessária a formação de profissionais de saúde qualificados e sensibilizados para a importância do manejo adequado destes resíduos.

Resíduos de serviços de saúde; Educação superior; Meio ambiente; Conscientização pública


This study aimed to explore the perception healthcare sector teachers, students and graduates from two institutions of higher learning in Rio Grande do Sul, on the generation of waste from healthcare services. It used a qualitative research approach, performed with 13 teachers, 18 students and 12 healthcare professionals, who were collected through a focus group. The main results showed there is a perception toward the importance of proper segregation and disposal of Healthcare Service Waste, also there is a lack of concern for the reduction of these wastes. Therefore, the issue requires a broader understanding of the environment, with a view of planetary sustainability, exposing needs to provide the healthcare professionals with knowledge and awareness of the importance of handling these types of waste.

Medical waste; Education, higher; Environment; Public awareness


Este estudio tuvo como objetivo conocer la percepción de los docentes, estudiantes y egresados de la salud de las dos instituciones de educación superior en Rio Grande do Sul acerca de la generación de residuos procedentes de los servicios de salud. Investigación cualitativa con 13 profesores, 18 estudiantes y 12 graduados cursos en el área de la salud, recogidos a través de grupos de enfoque. Los principales resultados mostraron que existe una percepción de la importancia de una adecuada separación y eliminación de residuos de servicios de salud y falta de interés por reducción de la producción de estos residuos. Por lo tanto, la cuestión requiere un conocimiento más amplio sobre las cuestiones ambientales con miras a la sostenibilidad del planeta, revelando necesario formar a profesionales de la salud calificados con conocimiento y conciencia de la importancia del manejo de estos residuos.

Residuos sanitarios; Educación superior; Ambiente; Sensibilización pública


INTRODUÇÃO

Os resíduos, quando tratados inadequadamente, geram malefícios ao meio ambiente e, consequentemente, à espécie humana( 11. Doi KM, Moura GMSS. Resíduos sólidos de serviços de saúde: uma fotografia do comprometimento da equipe de enfermagem. Rev Gaúcha Enferm. 2011;32(2):338-44. ). Entre os vários tipos de resíduos se destacam os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), que são todos os resíduos gerados por estabelecimentos prestadores de cuidados em saúde, tais como hospitais, clínicas médicas e odontológicas, laboratórios de análises clínicas e postos de coletas, clínicas veterinárias, ambulatórios médicos, farmácias e drogarias( 22. Ministério da Saúde (BR), Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde [Internet]. Brasília (DF);2006 [citado 2013 ago 09]. Available in: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_gerenciamento_residuos.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe...
- 33. Ministério do Meio Ambiente (BR). Política nacional de resíduos sólidos: versão pós audiências e consulta pública para conselhos nacionais [Internet]. Brasília (DF); 2012 [citado 2013 ago 09]. Available in: http://www.mma.gov.br/port/conama/reuniao/dir1529/PNRS_consultaspublicas.pdf
http://www.mma.gov.br/port/conama/reunia...
).

Dados estatísticos apontam que, no Brasil, são gerados aproximadamente 200 mil toneladas de resíduos urbanos por dia. Deste volume, estima-se que a geração de RSS represente de 1% a 3% e, destes, 10 a 25% necessitem de cuidados especiais( 33. Ministério do Meio Ambiente (BR). Política nacional de resíduos sólidos: versão pós audiências e consulta pública para conselhos nacionais [Internet]. Brasília (DF); 2012 [citado 2013 ago 09]. Available in: http://www.mma.gov.br/port/conama/reuniao/dir1529/PNRS_consultaspublicas.pdf
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- 44. Ribeiro V. Gestão do lixo hospitalar no Brasil é "bem precária". Valor Econômico. 2013 fev 05 [citado 2013 ago 09]. Available in: http://www.valor.com.br/empresas/2995426/gestao-do-lixo-hospitalar-no-brasil-e-bem-precaria
http://www.valor.com.br/empresas/2995426...
). A Pesquisa Nacional sobre Saneamento Básico, realizada em 2008, registrou que, de 4.469 municípios investigados, 1.856 municípios não realizavam tratamento dos RSS e que maior parte dos municípios brasileiros (61%) dispõe seus resíduos em lixões( 55. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional de saneamento básico 2008 [Internet]. Rio de Janeiro; 2010 [citado 2013 ago 08]. Available in: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pnsb2008/PNSB_2008.pdf
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/...
).

Em uma instituição de saúde, embora se tenha uma produção maior de resíduos comuns, quando ocorre a mistura dos resíduos perigosos (infectantes, químicos, radioativos e perfurocortantes) com os comuns, todos se tornam potencialmente perigosos e isso implicará em uma destinação inadequada( 66. Viriato A, Moura A. Ecoeficiência e economia com a redução dos resíduos infectantes do Hospital Auxiliar de Suzano. O Mundo da Saúde. 2011;35(5):305-10. ), o que representa um problema à saúde humana e ambiental.

Pesquisas sinalizam a carência de produções científicas que abordem a temática dos RSS e suas interfaces com a saúde socioambiental, como também evidenciam pouco debate no meio acadêmico e nas práticas dos profissionais de saúde. Os estudos destacam a necessidade de capacitar os profissionais de saúde para o correto gerenciamento dos resíduos, visto que parte dos profissionais não sabem o que são resíduos, tampouco referem importância ao correto manuseio destes nas práticas de saúde. Reconhecem, que existe negligência nos procedimentos realizados que geram impacto ambiental e suas repercussões para a sociedade( 11. Doi KM, Moura GMSS. Resíduos sólidos de serviços de saúde: uma fotografia do comprometimento da equipe de enfermagem. Rev Gaúcha Enferm. 2011;32(2):338-44. , 77. Naime R, Ramalho AHP, Naime IS. Avaliação do sistema de gestão dos resíduos sólidos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Espac Saúde. 2008;9(1):1-17.

8. Nunes TSP, Gutemberg ACB, Armando CB, Pinto FF, Lemos MC, Passos JP. Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: uma revisão de literatura. Rev Pesq Cuid Fundam. 2012; 4(Supl 1):57-60.
- 99. Pereira MS, Alves SB, Souza ACS, Tipple AFV, Rezende FR de; Rodrigues ÉG. Gerenciamento de resíduos em unidades não hospitalares de urgência e emergência. Rev Latino-Am Enferm. 2013;21(8):259-66. ).

É necessário ampliar a investigação sobre os efeitos ambientais na saúde humana pelo manejo inadequado dos resíduos para determinar o descarte apropriado desse tipo de resíduo( 1010. Tapia CEV. Diabetes mellitus e o descarte de seringas e agulhas. Rev Gaúcha Enferm. 2009;30(2):228-34. ). Nos espaços da educação formal, sobretudo nos cursos de graduação da área de saúde, é fundamental proporcionar debates e reflexões acerca das questões ambientais e ecológicas, fazendo com que os futuros profissionais de saúde tenham uma visão global e uma conduta local( 1111. Backes MTS, Backes DS, Drago LC, Koerich MS, Erdmann AL. Do antropocentrismo ao ecologicentrismo: formação para o cuidado ecológico na saúde. Rev Gaúcha Enferm. 2011;32(2):263-9. ).

A questão ambiental tem se tornado um determinante do processo saúde-doença. Com isso, é importante considerar a dimensão do meio ambiente perante as ações realizadas nos serviços de saúde, possibilitando/promovendo ações estratégicas voltadas para o (re)pensar das práticas em saúde e suas consequentes implicações para a sustentabilidade ambiental( 1212. Moreschi C, Siqueira DF de, Dalcin CB, Grasel JT, Backes DS. Homenagem a Florence Nightingale e compromisso com a sustentabilidade ambiental. Rev Baiana Enferm. 2011;25(2):203-8. ).

Nesta direção, questiona-se: qual a percepção dos docentes, discentes e egressos da área da saúde de duas instituições de ensino superior do RS acerca da geração dos resíduos de serviços de saúde?

Assim, o objetivo do estudo foi conhecer a percepção dos docentes, discentes e egressos da área da saúde de duas instituições de ensino superior do RS acerca da geração dos resíduos de serviços de saúde.

CAMINHO METODOLÓGICO

Trata-se de um recorte da dissertação exploratório-descritiva de abordagem qualitativa intitulada "Resíduos de serviços de saúde: percepção de docentes, egressos e discentes da área da saúde de duas instituições de ensino superior do RS"( 1313. Moreschi C. Resíduos de serviços de saúde: percepção de docentes, egressos e discentes da área da saúde de duas instituições de ensino superior do RS [dissertação]. Lajeado (RS): Centro Universitário Univates; 2013. ).

O estudo foi realizado com 13 docentes, 18 discentes e 12 egressos de cursos da área da saúde de duas Instituições de Ensino Superior (IES) do Estado do Rio Grande do Sul, totalizando 43 participantes. Os participantes representaram os cursos de Fisioterapia, Enfermagem, Nutrição, Biomedicina, Ciências Biológicas, Terapia Ocupacional, Odontologia, Farmácia e Educação Física.

A divulgação do projeto e convite aos participantes foi realizada pelas duas IES, as quais emitiram um convite, via e-mail, para todos os docentes, discentes e egressos dos cursos da área da saúde de ambas as instituições. Participaram do estudo todos os sujeitos que estiveram presentes no local e hora pré-agendados.

Para a coleta de dados, realizada entre os meses de junho e julho de 2012, foi utilizada a técnica de grupo focal. Optou-se por essa técnica por sua dinamicidade, pois proporciona momentos de interação, reflexão e discussões acerca de um fato, prática, produto ou serviço( 1414. Backes DS, Colomé JS, Erdmann RH, Lunardi VL. Grupo focal como técnica de coleta e análise de dados em pesquisas qualitativas. O Mundo da Saúde. 2011;35(4):438-42. ), em conformidade com o objetivo deste estudo. A pesquisadora principal atuou como coordenadora (moderadora) e uma enfermeira atuou como observadora.

Desenvolveram-se seis encontros, sendo um com os docentes, um com os discentes e um com os egressos em cada uma das instituições. Participaram dos encontros discentes de diferentes semestres (do primeiro ao décimo), docentes com, no mínimo, um ano de atuação e egressos formados nos últimos três anos e que já estavam trabalhando em atividades relativas à sua profissão. Os encontros foram norteados por questões relacionadas à percepção dos RSS. O tempo máximo foi de 1h30min em cada encontro. Os discursos dos participantes foram gravados e, posteriormente, transcritos na íntegra. Também foram analisados os apontamentos, registrados pelo observador durante a realização dos grupos.

As considerações éticas foram respeitadas e os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para manter o sigilo das falas e a identidade dos participantes, os sujeitos docentes da pesquisa foram identificados como Do, os discentes como Di e os egressos como E, sendo que todos se encontram acompanhados de um número conforme a ordem de transcrição das falas. Os resultados foram analisados através da Análise de Conteúdo Temática( 1515. Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2011. ), com a transcrição dos depoimentos dos entrevistados, codificação dos conteúdos e interpretação de suas percepções.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário UNIVATES, de Lajeado, sob o nº. 16660.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados organizados e analisados resultaram em duas unidades temáticas, quais sejam: Resíduos de Serviços de Saúde: significados atribuídos e Resíduos de Serviços de Saúde: onde os mesmos são produzidos?

Resíduos de Serviços de Saúde: significados atribuídos

Os significados atribuídos pelos discentes sobre os RSS abordam a existência de uma diversidade de resíduos produzidos dentro dos serviços de saúde, e que estes requerem destinos diferenciados. Destacam que existe a possibilidade dos resíduos contaminados virem a provocar malefícios à sociedade.

Eu entendo que existe uma diferença entre alguns tipos de resíduos dentro de um ambiente hospitalar ou posto de saúde. Eu tenho informações que esse lixo tem que ter destinos diferentes, por exemplo, uma seringa, a embalagem dela vai num saco e agulha vai numa caixa, no descarpack. O resíduo de saúde é importante porque ele pode ser contaminado e prejudicar as pessoas e deve ter um descarte correto. (Di 12)

O resíduo de saúde é importante porque ele pode ser contaminado e prejudicar as pessoas e deve ter o descarte correto [...] são resíduos que precisam de um destino especial. (Di5)

São resíduos especiais que precisam de um destino diferenciado, organização no destino. (Di 16)

Também foi apresentada, por um discente, uma percepção simplista acerca das relações entre resíduos e saúde humana, uma vez que:

Quando ele não é resíduo, ele é bom, vai ter utilidade, depois que ele já foi utilizado para a saúde, não tem mais utilidade, já não é bom para a saúde, ele é ruim, porque vira lixo. (Di4)

Para os docentes, os RSS são materiais resultantes de procedimentos que demandam um destino apropriado em relação ao seu descarte. Esses materiais podem ser reutilizados, transformados ou destinados corretamente. Referem que é possível manejar os resíduos de forma ecologicamente correta e apresentam diversos exemplos práticos de como manusear os resíduos de forma apropriada.

Os rejeitos de produtos que já foram utilizados são de diversas naturezas e precisam de um destino especial. (Do7)

Todo material que a gente manipula necessita ser destinado para os seus lugares certos [...] Na verdade, tudo se pode reutilizar, o próprio lixo, a erva, se tu destinar ela adequadamente pode tornar um adubo. (Do3)

O resíduo é uma coisa que às vezes tu pode fazer uma reutilização, uma readaptação. (Do5)

Na percepção dos egressos os RSS configuram-se em um processo amplo, visto que envolve todos os resíduos produzidos dentro de uma instituição de saúde:

Na verdade engloba todos os resíduos produzidos pela instituição. Quando se vincula resíduo e instituição de saúde a primeira coisa que vem na cabeça é só o infectante, mas na verdade é todo o processo produtivo. (E3)

É desde o lixo produzido dentro da lancheria, o papelzinho do descarte, o saquinho plástico do Xis até o orgânico mesmo, a erva do chimarrão e o infectante. (E6)

Resíduos de serviços de saúde para mim pode ser seringa, materiais rígidos, agulhas e demais materiais, como também substâncias do qual o sujeito ou indivíduo esta sendo cuidado. (E9)

Nota-se uma percepção apurada por parte dos docentes e egressos sobre os RSS, através da qual percebem que esses resíduos vão além dos infectantes. A RDC ANVISA nº 306/04 e a Resolução CONAMA nº 358/05 classificam os resíduos conforme grupos de risco. Grupo A - Resíduos Biológicos ou Infectantes (algodão, luvas...); Grupo B - Resíduos Químicos (medicamentos vencidos ou contaminados, fixadores de raios X...); Grupo C - Resíduos Radiativos (materiais resultantes de atividades humanas com radionuclídeos); Grupo D - Resíduos Comuns (recicláveis e não recicláveis); Grupo E - Resíduos perfurocortantes (agulhas, ampolas...). Tais grupos exigem formas de gerenciamento específicas em todas as etapas de manejo, desde a geração até a disposição final( 22. Ministério da Saúde (BR), Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde [Internet]. Brasília (DF);2006 [citado 2013 ago 09]. Available in: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_gerenciamento_residuos.pdf
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).

Os docentes e egressos também atribuem uma preocupação voltada à segregação adequada dos RSS. A importância da segregação e destino correto de todos os RSS merecem um cuidado especial, pois o descarte inadequado dos resíduos desencadeia enormes impasses ambientais, colocando em risco os recursos naturais e a qualidade de vida das atuais e futuras gerações( 22. Ministério da Saúde (BR), Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde [Internet]. Brasília (DF);2006 [citado 2013 ago 09]. Available in: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_gerenciamento_residuos.pdf
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, 99. Pereira MS, Alves SB, Souza ACS, Tipple AFV, Rezende FR de; Rodrigues ÉG. Gerenciamento de resíduos em unidades não hospitalares de urgência e emergência. Rev Latino-Am Enferm. 2013;21(8):259-66. , 1616. Corrêa LB, Lunardi VL, Santos SSC. Construção do saber sobre resíduos sólidos de serviços de saúde na formação em saúde. Rev Gaúcha Enferm. 2008;29(4):557-64. ).

Já os discentes apontam para a diversidade de resíduos produzidos dentro de um serviço de saúde e comentam que os RSS requerem destinos diferenciados, atribuindo maior significância aos contaminados, pois consideram que esses podem provocar malefícios à sociedade. Existem diferentes microrganismos patogênicos presentes nos RSS com capacidade de persistência ambiental. Entre eles: Mycobacterium tuberculosis, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, vírus da hepatite A e B. As principais doenças provenientes da presença de microrganismos na composição dos RSS são as infecções gastrointestinais, respiratórias, oculares, genitais, HIV/aids, septicemias, bacteremias, candidíases, hepatites A, B e C( 1717  17. Prüss A, Giroult E, Rushbrook P, editors. Safe management of wastes from health-care activities. [Internet]. Geneva: World Health Organization; 1999 [citado 2014 jan 22] Available in: whqlibdoc.who.int/publications/9241545259.pdf
whqlibdoc.who.int/publications/924154525...
).

Além da preocupação com os RSS contaminados, existe a possibilidade de que os outros resíduos também possam provocar consequências na saúde em geral. O resíduo orgânico, por exemplo, quando destinado inadequadamente pode transformar-se em poluente de solo, águas e ar. O destino impróprio desses resíduos desencadeia um meio favorável para o desenvolvimento e proliferação de organismos patogênicos.

Os discentes também revelam uma percepção acerca dos RSS com a ausência de valores, que estes simplesmente se transformam em lixo. Este pensamento não vai ao encontro das práticas sustentáveis, uma vez que a sustentabilidade requer uma mudança de relação com o sistema-natureza, sistema-vida e o sistema-Terra. A primeira mudança começa com outra visão da realidade, a Terra está viva e os seres humanos constituem sua porção consciente e inteligente, que estão fora e encima dela, mas, participando da rede de relações que envolvem todos os seres, para o bem e para o mal. Se o ser humano polui o ar, acaba adoecendo e afetando todos os demais seres vivos( 1818. Boff L. O cuidado necessário: na vida, na saúde, na educação, na ecologia, na ética e na espiritualidade. Petrópolis: Vozes; 2012. ).

Assim ocorre com a realidade dos RSS, pois quando descartados erroneamente irão repercutir em todos os seres pertencentes ao planeta. É preciso que os profissionais de saúde tenham um olhar no sentido de mútua pertença entre meio ambiente e produção de resíduos.

Por estes motivos, a efetividade do gerenciamento dos RSS tem representado dimensão relevante aos serviços de saúde, objetivando minimizar a produção de resíduos e proporcionar a estes um encaminhamento seguro e eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, à preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente( 22. Ministério da Saúde (BR), Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde [Internet]. Brasília (DF);2006 [citado 2013 ago 09]. Available in: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_gerenciamento_residuos.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe...
).

Tem-se também a preocupação que a questão dos RSS integre a formação profissional da área da saúde, incluindo temas, como risco ambiental, meio ambiente e gerenciamento dos RSS no processo de formação acadêmica( 11. Doi KM, Moura GMSS. Resíduos sólidos de serviços de saúde: uma fotografia do comprometimento da equipe de enfermagem. Rev Gaúcha Enferm. 2011;32(2):338-44. ). Para tanto, faz-se necessário que cada profissional, possa refletir e perceber-se como ator social, apropriando-se da consciência de que o manejo impróprio dos RSS pode provocar repercussões de ordem social, econômico e ambiental.

Resíduos de Serviços de Saúde: onde os mesmos são produzidos?

Na concepção dos docentes o contexto de produção de RSS requer um olhar ampliado pelos profissionais de saúde, visto que não se limita somente às instituições hospitalares e Unidades Básicas de Saúde.

Essa questão ela é bem ampla, não se fixa somente nas questões de hospitais, clínicas, onde envolvem seres humanos, os hospitais veterinários, os laboratórios da biomedicina, da química, da odontologia que envolve toda essa questão, de produtos químicos. Esses resíduos não são voltados somente ao hospital e a unidade básica, a gente da área da saúde se fixa só nesse olhar da área da saúde, voltado ao hospital. (Do2)

Quanto aos locais não se pode ficar focado só no hospital, têm que pensar em outros também. (Do12)

Se nós formos pensar, em casa também produzimos estes resíduos. (Do8)

Os docentes destacam a importância do profissional de saúde perceber os RSS de forma sistêmica, no sentido de inquietar-se com os resíduos resultantes de procedimentos de cuidado realizados em diferentes cenários, como nos ambientes domiciliares. Estes precisam de um local específico para possibilitar o descarte correto.

Os discentes apontam que os RSS são produzidos em instituições de saúde, como hospitais, Unidades Básicas de Saúde e clínicas. Também, assinalam que esses resíduos são produzidos em âmbito domiciliar.

Esses resíduos são encontrados dentro do hospital e também em postos de saúde e farmácias. (Di12)

Eu trabalhei numa clínica estética que possuía a caixa de perfurocortantes, que ia dentro as seringas e bisturis. Numa caixa separada, ia o algodão com sangue e as luvas, o lixo que contaminava. (Di1)

Eu me preocupo com o pessoal que faz a medicação em casa se faz o destino incorreto. (Di 5)

Os depoimentos acima mencionam uma preocupação com o destino dos rejeitos decorrentes de medicações utilizadas no domicílio, dizendo que, frequentemente, esse descarte ocorre de forma inadequada.

Para os egressos dos cursos da área da saúde, a produção de RSS compreende um contexto mais amplo. Estes profissionais, em conjunto, apontam diversos locais que produzem esses resíduos, quais sejam: instituições de ensino, hospitais, unidade básica de saúde, farmácias, clínicas particulares, pet shops, clínicas estéticas, consultórios médicos, clínicas alternativas de acupuntura, ambulatórios, casas geriátricas, casas de acolhimento, clínicas odontológicas, fisioterapias e no domicílio.

Nas unidades básicas, ambulatórios, casas geriátricas, clínicas odontológicas, fisioterapias. (E5)

Se for pensar no centro da cidade são vários lugares que produzem esses resíduos [...] (E1)

É tudo que trata com vida, não só de gente, mas com bicho também gera resíduos. (E3)

Eu observo que os resíduos de saúde são produzidos nos Hospitais, até aqui mesmo, na instituição de ensino. (E11)

No domicilio os paciente que usam insulina produzem resíduos. (E8)

Os egressos percebem a diversidade de locais onde são produzidos esses resíduos, não se limitando às instituições hospitalares. Os docentes possuem uma visão similar a dos egressos, já os discentes entendem que o contexto de produção de RSS se limita ao ambiente hospitalar, Unidades Básicas de Saúde, clínicas e domicílio. A partir dessa percepção é possível constatar um olhar antropocêntrico, por parte dos discentes, pois não referiram preocupação com os locais que envolvem cuidados com outros seres vivos, como clínicas veterinárias, pet shops, laboratórios de animais.

Ao sinalizar os locais de produção de RSS, percebe-se que tanto os docentes quanto os egressos apresentam um olhar ampliado acerca do contexto de sua produção, visto que não se limitam aos locais tradicionais de saúde. Esta constatação vem ao encontro do preconizado pelas legislações RDC ANVISA nº 306/04 e a Resolução CONAMA nº 358/2005, as quais definem como geradores de RSS todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar( 22. Ministério da Saúde (BR), Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde [Internet]. Brasília (DF);2006 [citado 2013 ago 09]. Available in: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_gerenciamento_residuos.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe...
).

Os RSS estão direta ou indiretamente ligados à saúde humana ou animal, seja na prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação ou pesquisa, pois compõem uma grande variedade de resíduos com diferentes características físicas, químicas e biológicas que requerem, dentre outros instrumentos, uma classificação específica( 1919. Günther WMR. Resíduos sólidos no contexto da saúde ambiental [tese]. São Paulo (SP): Departamento de Saúde Ambiental, Faculdade de Saúde Publica, Universidade de São Paulo; 2008. ).

Frente ao exposto, sustenta-se que os profissionais de saúde possuem o compromisso de participar ativamente dos princípios legais propostos pelo gerenciamento dos resíduos em saúde, visando à integração sistêmica entre saúde e ambiente como um importante fator na educação ambiental. O fenômeno saúde socioambiental significa muito mais que um processo linear, mas, envolve um processo sistêmico, circular e de interdependências.

O fator saúde está intrinsecamente relacionado ao cuidado, o qual requer uma percepção ampla, como um processo que vai além de uma atitude ou atos dos seres humanos, uma vez que está em todas as situações e ações, representando uma atitude de ocupação, preocupação, responsabilização e envolvimento afetivo com o outro. Saber cuidar relaciona-se com sentimento ético do ser humano para com o meio onde está inserido( 1818. Boff L. O cuidado necessário: na vida, na saúde, na educação, na ecologia, na ética e na espiritualidade. Petrópolis: Vozes; 2012. ).

É compromisso de todos os indivíduos, enquanto cidadãos, sentirem-se responsáveis em proteger o meio ambiente contra a degradação, no propósito de diminuir os agravos decorrentes para as futuras gerações. Cabe, portanto, aos profissionais de saúde considerar a importância do cuidado ecológico em sua amplitude e complexidade e, constantemente, buscar maiores subsídios para agir consciente e responsavelmente com vistas à preservação ambiental e à valorização dos determinantes ambientais, no processo de assistência à saúde das populações( 2020. Camponogara S. Saúde e meio ambiente na contemporaneidade: o necessário resgate do legado de Florence Nightingale. Esc Anna Nery. 2012;16(1):178-84. ).

O cuidado com os RSS representa uma das atribuições dos profissionais de saúde. Para se alcançar o gerenciamento efetivo desses resíduos faz-se necessário não apenas a organização e sistematização dessas fontes geradoras, mas, fundamentalmente, o despertar de uma consciência humana e coletiva dos profissionais que atuam nesses ambientes( 1616. Corrêa LB, Lunardi VL, Santos SSC. Construção do saber sobre resíduos sólidos de serviços de saúde na formação em saúde. Rev Gaúcha Enferm. 2008;29(4):557-64. ). Os impactos ambientais ocasionados pelo gerenciamento impróprio dos RSS podem alcançar grandes proporções, desde contaminações e elevados índices de infecção hospitalar até a geração de epidemias causadas por contaminações do lençol freático( 77. Naime R, Ramalho AHP, Naime IS. Avaliação do sistema de gestão dos resíduos sólidos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Espac Saúde. 2008;9(1):1-17. ). O gerenciamento dos RSS deve ser tratado de forma ampla e interdisciplinar na busca de refletir a postura crítica, ecológica e comprometida dos profissionais, englobando a ética social e a responsabilidade ecoambiental( 99. Pereira MS, Alves SB, Souza ACS, Tipple AFV, Rezende FR de; Rodrigues ÉG. Gerenciamento de resíduos em unidades não hospitalares de urgência e emergência. Rev Latino-Am Enferm. 2013;21(8):259-66. ).

Devido à complexidade do processo de produção e manejo dos RSS, uma IES ocupa um espaço importante na construção do conhecimento em geral e específico, neste caso, as questões relacionadas ao cuidado ambiental. Ao lembrar que uma IES também é produtora de RSS, o adequado gerenciamento desses serve de exemplo e motivação para que os futuros profissionais de saúde, ali formados, também se responsabilizem pelo manejo apropriado dos resíduos gerados em suas atividades, refletindo em benefícios à sociedade e ao meio ambiente.

CONCLUSÃO

Os participantes, de modo geral, atribuem significados aos RSS atentando para a importância da segregação adequada e destino final, sobretudo, com os resíduos contaminados, pois consideram que esses podem provocar danos para a sociedade. Em relação aos locais de produção de RSS, os docentes e egressos apresentaram um olhar ampliado acerca do contexto de produção desses resíduos, visto que não se limita somente às instituições hospitalares e Unidades Básicas de Saúde. Para os discentes, o contexto de produção se limita aos ambientes tradicionais de saúde.

Evidenciou-se uma lacuna voltada à redução dos RSS e também para a preocupação com as consequências maléficas dos demais resíduos, além dos infectantes. Em relação ao contexto de produção de RSS foi constatada uma fragilidade na formação acadêmica dos discentes, visto que participaram do estudo, acadêmicos de diversos semestres e a percepção se limitou ao seu ambiente de prática e convívio. Sendo que, como foi destacado pelos docentes e egressos, vai muito além destes locais.

Frente aos resultados do estudo, questiona-se: de que forma está sendo trabalhado este conhecimento nas IES? Quais métodos de abordagem estão sendo utilizados? De que forma o processo ensino-aprendizagem está refletindo sobre a importância de adotar práticas sustentáveis no cenário de formação da área da saúde? Recomenda-se que estes questionamentos sejam investigados por meio de futuras pesquisas.

Conclui-se que, tanto no campo acadêmico quanto no âmbito dos serviços de saúde, faz-se necessário potencializar o envolvimento e a participação de todos os sujeitos na construção e implantação de políticas para uma gestão adequada dos RSS. Há que contextualizá-los nas diferentes esferas interligadas e não somente como uma prática mecanizada e necessária no cotidiano das IES e nos serviços de saúde.

O tema requer uma compreensão ampliada acerca das questões ambientais com vistas à sustentabilidade planetária, revelando-se necessária a formação de profissionais de saúde qualificados, com conhecimento e sensibilizados para a importância do manuseio destes resíduos. Recomenda-se o investimento em pesquisas e projetos de extensão que abordem a temática dos RSS nos diferentes cursos da área da saúde, para que se possa contribuir de forma comprometida com a sustentabilidade ambiental.

Considera-se como limitação do estudo, o fato desse ter sido realizado com docentes, discentes e egressos de apenas duas IES, não podendo assim generalizar os resultados encontrados. Sugere-se que sejam realizados mais estudos que visem aprofundar os resultados desse estudo para melhor compreensão do tema.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jun 2014

Histórico

  • Recebido
    12 Mar 2013
  • Aceito
    28 Fev 2014
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