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Formação do enfermeiro em relação ao processo de morte-morrer: percepções à luz do pensamento complexo

Resumos

Objetivou-se conhecer a percepção do processo de morte-morrer na perspectiva de discentes de enfermagem. Pesquisa exploratório-descritiva de caráter qualitativo, cujos dados foram coletados entre junho e julho de 2013, a partir de três encontros focais, com seis discentes de enfermagem de um Centro Universitário Comunitário localizado na região central do Rio Grande do Sul. Os encontros foram organizados/dinamizados de modo que ampliassem as discussões acerca do processo morte-morrer na perspectiva do pensamento complexo. A partir da Análise Focal Estratégica dos dados, foram delimitadas três categorias: Morte: processo de ruptura ou continuidade?; Reconhecendo fragilidades no processo de formação e Delineando estratégias capazes de ampliar as discussões acadêmicas. Conclui-se que o processo de morte-morrer é minimamente discutido na formação profissional do enfermeiro e, quando discutido, os debates ocorrem de forma fragmentada e disjuntiva, não integrando-o ao processo de viver humano.

Morte; Educação em enfermagem; Atitude frente à morte


The objective of this study was to perceive the death-dying process from the perspective of nursing students. This is an exploratory, descriptive and qualitative research study. Data were collected between June and July 2013, from three focus groups with six nursing students at a University Center located in the central region of Rio Grande do Sul, Brazil. The meetings were organized with an approach to increase discussions about the death-dying process from the perspective of the complex thinking. Data were analyzed by means of the Strategic Focal Analysis, and three categories were created: Death: a process of rupture or continuity?; Recognizing weaknesses in the undergraduate educational process; and Outlining strategies to broaden academic discussions. It is possible to conclude that the death/dying process is minimally discussed in undergraduate courses, and when it is discussed, it happens in a fragmented and disjunctive manner, without integrating it into the human living process.

Death; Education, nursing; Attitude to death


Se tiene por objetivo conocer la percepción del proceso de muerte-morir en la perspectiva de discentes de enfermería. Investigaciones exploratorias y descriptivas de carácter cualitativo, cuyos datos fueron recolectados entre junio y julio de 2013, a partir de tres encuentros focales con seis discentes de enfermería de un Centro Universitario localizado en la región central do Rio Grande do Sul, Brasil. Los encuentros fueron organizados/dinamizados de modo que ampliasen las discusiones acerca del proceso muerte-morir en la investigación del pensamiento complejo. Del Análisis Focal Estratégico de los datos, fueron delimitadas tres categorías: Muerte: ¿proceso de ruptura o continuidad?; Reconociendo fragilidades en el proceso de formación y Delineando estrategias capaces de ampliar las discusiones académicas. Se concluye que el proceso de muerte-morir es mínimamente discutido en la formación profesional del enfermero, y cuando discutido, los debates ocurren de forma fragmentada y disyuntiva, no integrándolo al proceso del vivir humano.

Muerte; Educación en enfermería; Actitud frente a la muerte


INTRODUÇÃO

A graduação em enfermagem, baseada nas diretrizes curriculares, visa formar profissionais generalistas, críticos-reflexivos, com foco em diversos cenários e a partir de temáticas que contemplam o viver humano. Assim, é necessário apoiar-se em abordagens ampliadas, não fragmentadas, as quais proporcionarão olhar atento às dimensões que envolvem o ser humano, entre elas, a morte.

Os currículos dos cursos de graduação em enfermagem enfatizam, geralmente, a importância do cuidado na manutenção da vida e as questões que envolvem a finitude da mesma são, comumente, delegadas para um segundo ou terceiro plano( 11. Lima MGR, Nietsche EA, Teixeira JA. Reflexos da formação acadêmica na percepção do morrer e da morte por enfermeiros. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2012 [citado 2013 Jan 11];14(1):181-8. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/fen_revista/v14/n1/pdf/v14n1a21.pdf
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). Nesse contexto, os discentes de enfermagem graduam-se, não frequentemente, pontuais no sentido de manter e salvar a vida. Sob a ótica da complexidade, apta a perceber a amplitude dos fenômenos que apresentam-se, isso não anula a necessidade de saber lidar com a morte( 22. Oliveira WIA, Amorin RC. A morte e o morrer no processo de formação do enfermeiro. Rev Gaúcha Enferm. [Internet]. 2008 [citado 2013 Jan. 17];29(2):191-8. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/5580
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).

Talvez uma das grandes barreiras que dificultam o discente de enfermagem a lidar com a temática morte-morrer, advém do fato de que durante a graduação não se discute/reflete de forma ampliada e contextualizada o que este fenômeno significa para o ser humano( 33. Mota MS, Gomes GC, Coelho MF, Lunardi Filho WD, Souza LD. Reações e sentimentos de profissionais da enfermagem frente à morte dos pacientes sob seus cuidados. Rev Gaúcha Enferm. [Internet]. 2011 [citado 2012 Dez 20];32(1):129-35. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/16326
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). Da mesma forma, o significado da vida.

A morte e o processo de morte-morrer apresentam-se como fenômenos complexos, incertos e singulares. Nesse caso, cabe aos cursos de graduação em enfermagem proporcionar, aos discentes, ambientes favoráveis para a ampliação das percepções, reflexões e significados que compreendem a dinâmica do viver humano.

As incertezas relacionadas à temática não são apenas vazios e lacunas do conhecimento dos discentes, mas necessitam e podem ser apreendidas como possibilidades que favorecem o desenvolvimento da inteligência no âmbito da complexidade( 44. Morin E. O método II: a vida da vida. Porto Alegre: Sulina; 2005. ). Assim, há complexidade quando elementos diferentes são inseparáveis constitutivos do todo( 55. Morin E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. rev. São Paulo: Cortez: Brasília, DF: UNESCO; 2011. ).

O pensamento complexo é aquele responsável pela ampliação do saber e capaz de considerar todas as influências internas e externamente recebidas( 66. Petraglia I. Edgar Morin: a educação e a complexidade do ser e do saber. 11. ed. Petrópolis, RJ: Vozes; 2010. ). Nesse caso, existe a possibilidade de reflexão do processo de morte-morrer como parte integrante do ciclo vital( 77. Dias MV. Processo de morte-morrer à luz do pensamento complexo: percepções de docentes e discentes de enfermagem [dissertação]. Rio Grande: Universidade Federal do Rio Grande; 2013. ).

É importante discutir-se referenciais capazes de ampliar o pensamento, tanto do docente quanto do discente de enfermagem. Sustenta-se, portanto, referenciais que abarcam a complexidade, bem como a multidimensionalidade do processo de viver humano, compreendendo a morte não como um evento pontual. Assim, essas discussões necessitam ser assumidas da mesma forma como se discute o nascimento/desenvolvimento humano( 88. Oliveira SG, Quintana AM, Bertolino KCO. Reflexões acerca da morte: um desafio para a enfermagem. Rev Bras Enferm. [Internet]. 2010 [citado 2013 Jan. 13];63(6):1077-80. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672010000600033&script=sci_arttext
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).

Frente ao exposto e considerando ser uma temática pouco discutida no processo de formação do enfermeiro, questiona-se: qual a percepção de discentes de enfermagem sobre o processo de morte-morrer? Objetivou-se conhecer a percepção de discentes de enfermagem sobre o processo de morte-morrer. A fim de ampliar e discutir o processo sob novos referenciais, utilizou-se o pensamento complexo de Edgar Morin como fio condutor, visto que propõe interconexões e novas percepções acerca dos fenômenos que envolvem o processo de viver/morrer, justificando a relevância desse estudo.

METODOLOGIA

Pesquisa qualitativa, exploratória-descritiva, realizada em um Centro Universitário Comunitário na região central do Rio Grande do Sul/Brasil com seis discentes do curso de graduação em enfermagem do sexto, sétimo e oitavo semestres. A partir do número da matrícula, dois discentes de cada semestre foram selecionados.

Essa escolha justifica-se pelo fato de que esses encontram-se entre os semestres finais da graduação. Os mesmos já vivenciaram a maior parte das diversas especialidades do curso. Excluíram-se os discentes que não sentiram-se confortáveis em debater a temática central. Contudo, todos os selecionados foram favoráveis à participação na pesquisa.

Para a obtenção dos dados, elegeu-se a técnica de Grupo Focal (GF), a qual promove ampla e horizontalizada problematização da temática e/ou foco específico( 99. Backes DS, Colomé JS, Erdmann RH, Lunardi VL. Grupo focal como técnica de coleta e análise de dados em pesquisas qualitativas. O mundo da saúde. [Internet]. 2011 [citado 2012 Dez 03];35(4):438-42. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/grupo_focal_como_tecnica_coleta_analise_dados_pesquisa_qualitativa.pdf
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). Realizaram-se três encontros entre junho e julho de 2013, com duração máxima de duas horas cada, coordenados pelo moderador, nos quais todos os discentes sempre fizeram-se presentes. Os encontros foram norteados por temas específicos, contemplando a temática e o objetivo do estudo. No primeiro, apresentou-se a proposta de trabalho, sanaram-se as dúvidas e solicitou-se a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Para cada encontro foi realizada uma dinâmica inicial, possibilitando a integração e o afloramento de ideias entre os participantes. Da mesma forma, os encontros foram encerrados com uma breve análise/síntese coletiva, proporcionando os encaminhamentos seguintes. No primeiro encontro, cada participante realizou a apresentação das suas percepções individuais sobre a morte e o processo de morte-morrer, seguida de debate coletivo. Ao término, foi entregue um texto norteador relacionado ao pensamento complexo, da autoria de Edgar Morin, para leitura individual. Esse objetivou situar o processo de morte-morrer na lógica do pensamento complexo, ampliando percepções para as discussões coletivas do próximo encontro.

O segundo GF conduziu-se de modo que as reflexões acerca do processo de morte-morrer realizassem-se a partir de uma visão ampliada e complexa, agregando novos conhecimentos. Prosseguiu-se com a problematização e ampliação das percepções coletivas, baseadas no material previamente disponibilizado. No terceiro GF, retomou-se a síntese dos encontros anteriores e buscou-se delinear estratégias que possibilitassem ampliar as discussões acadêmicas acerca do processo de morte-morrer na perspectiva do pensamento complexo. Ao final das discussões, realizou-se a síntese geral dos encontros.

Utilizou-se a Análise Focal Estratégica (AFE) como técnica de análise dos dados, uma vez que esta compreende a complexidade e o delineamento de estratégias, as quais ampliam a compreensão do processo de morte-morrer. A AFE surge como uma possibilidade analítica própria para GF, enfática na inserção dos participantes como sujeitos ativos no processo de coleta, análise e síntese das informações, iniciando-se simultaneamente ao processo de coleta( 99. Backes DS, Colomé JS, Erdmann RH, Lunardi VL. Grupo focal como técnica de coleta e análise de dados em pesquisas qualitativas. O mundo da saúde. [Internet]. 2011 [citado 2012 Dez 03];35(4):438-42. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/grupo_focal_como_tecnica_coleta_analise_dados_pesquisa_qualitativa.pdf
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).

Os GFs seguem a seguinte lógica: AFE das potencialidades e fragilidades relacionadas ao fenômeno sob investigação, bem como a análise das oportunidades e desafios( 99. Backes DS, Colomé JS, Erdmann RH, Lunardi VL. Grupo focal como técnica de coleta e análise de dados em pesquisas qualitativas. O mundo da saúde. [Internet]. 2011 [citado 2012 Dez 03];35(4):438-42. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/grupo_focal_como_tecnica_coleta_analise_dados_pesquisa_qualitativa.pdf
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) relacionados ao processo de morte-morrer.

A pesquisa iniciou-se após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa na Área da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande (número 105/2013), atendendo às exigências da Resolução 196/96 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde. Garantindo o anonimato dos participantes, os mesmos foram identificados pela sigla "Di" seguido de um número romano, em ordem crescente, correspondente à ordem das falas dos participantes. Por exemplo: "Di. I", "Di. II", até chegar ao número total de participantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da coleta, síntese e análise ampliada e complexa dos dados, tanto coletiva quanto individualmente, em um momento posterior à coleta, pelos pesquisadores, foram delimitadas três categorias. As quais seguem.

Morte: processo de ruptura ou continuidade?

Questionados sobre o significado da morte e/ou processo de morte-morrer, os discentes mencionaram diversas ideias, dentre as quais destaca-se a compreensão de morte como parte integrante do ciclo vital humano. Para os participantes, a morte não é (re)conhecida como um fenômeno fragmentado, de ruptura ou que se dissocia da vida, mas, sim, como um evento inerente ao processo de viver.

O discente de enfermagem necessita instrumentalizar-se para lidar com essa temática, visto que o conhecimento complexo do fenômeno morte será absorvido a partir da compreensão ampliada da vida. Discutir o fenômeno morte à luz da complexidade significa aprofundar a temática, uma vez que a morte é o maior fenômeno humano total( 66. Petraglia I. Edgar Morin: a educação e a complexidade do ser e do saber. 11. ed. Petrópolis, RJ: Vozes; 2010. ). Assim, é necessária a ampla percepção dos fatores que compõem o processo de forma horizontal/complexa.

Ressalta-se que a morte e o processo de morte-morrer são fases inerentes ao ciclo vital e que encerram um período de existência. Assumem, no entanto, uma representação individual e coletiva, onde, para muitos, a morte é considerada como fim do mundo( 11. Lima MGR, Nietsche EA, Teixeira JA. Reflexos da formação acadêmica na percepção do morrer e da morte por enfermeiros. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2012 [citado 2013 Jan 11];14(1):181-8. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/fen_revista/v14/n1/pdf/v14n1a21.pdf
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, 44. Morin E. O método II: a vida da vida. Porto Alegre: Sulina; 2005. ). Nesse sentido, não existe um único conceito de morte. Ao simbolizá-la/incluí-la na rede de ideias e pensamentos, cada pes soa tentará, à sua maneira, metaforizá-la( 1010. Cantídio FS, Vieira MA, Sena RR. Significado da morte e de morrer para os alunos de enfermagem. Invest Educ Enferm. [Internet]. 2011 [citado 2013 Jan 22];29(3):407-18. Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S0120-53072011000300009&script=sci_arttext
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):

[...] eu comecei a compreender que a morte torna-se nada mais e nada menos do que um ciclo, um processo comum como nascer e tu só vai conseguir debater, argumentar ou conversar com um paciente a respeito de um assunto delicado, se você tiver argumentos. Para isso vai depender da tua capacidade de lidar com as incertezas e inseguranças. (Di. IV)

A fim de que o discente de enfermagem alcance o conhecimento ampliado e complexo é indispensável que o processo de formação foque para além das considerações pontuais/biológicas da morte, levando à reflexões não reducionista( 22. Oliveira WIA, Amorin RC. A morte e o morrer no processo de formação do enfermeiro. Rev Gaúcha Enferm. [Internet]. 2008 [citado 2013 Jan. 17];29(2):191-8. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/5580
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). Nota-se, em alguns casos, que a tentativa de encobrir o conhecimento da morte, fragmentando-o como ruptura de vida é o mesmo que ignorar sua ligação com a dinâmica da mesma, embora represente seu fim( 1111. Oliveira SG, Quintana AM, Budó MLD, Lüdtke MF, Cassel PA, Wottrich SH, et al. Significados de morte e morrer no curso de enfermagem: um relato de experiência. Rev Enferm UFSM [Internet]. 2012 [citado 2012 Dez 03];2(2):472-79. Disponível em: http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reufsm/article/view/3493
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).

Nesse contexto, a morte e o processo de morte-morrer, conforme relato de alguns participantes, pode ser equiparado a uma casca, a qual envolve como um casulo protetor. O ser humano, em outras palavras, utiliza mecanismos de defesa para tentar fugir da aparente desordem provocada pela morte e pelo processo de morte-morrer.

O discente necessita sensibilizar-se ao cuidado ofertado àqueles que vivenciam/acompanham esse processo. A carência de discussões sobre esta temática, na graduação, contribui para a formação desse mecanismo protetor, dificultando o cuidado ampliado de enfermagem, o qual propõe a compreensão do fenômeno morte como evento integrante do ciclo vital.

Nesse contexto, o incentivo às pesquisas tanatológicas sob a ótica da complexidade servirá para alavancar uma maior compreensão acerca de estratégias de cuidado, reforçando que a complexidade não é somente um fenômeno empírico( 11. Lima MGR, Nietsche EA, Teixeira JA. Reflexos da formação acadêmica na percepção do morrer e da morte por enfermeiros. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2012 [citado 2013 Jan 11];14(1):181-8. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/fen_revista/v14/n1/pdf/v14n1a21.pdf
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, 1212. Morin E. Ciência com consciência. Ed. revista e modificada pelo autor. 14ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2010. ):

Eu trouxe o contorno da morte, como se ela fosse uma casca. Quando começamos a falar da morte parece que ela é uma coisa horrível. A gente vai entrando nessa casca [...]. A gente ainda sente um pouquinho de resistência para falar sobre isso, para conversar sobre a morte e essas fases que a gente passa [...]. (Di. III)

[...] a gente trouxe para a sala de aula essa discussão. [...] porque esse tema é uma incerteza, uma insegurança, porque nunca foi trabalhado. Eu acho que essa questão da morte, assim como outros temas que trabalham com as incertezas, acabam virando certa desordem [...]. (Di. IV)

A partir das falas, sugere-se a necessidade de abordar a temática com os discentes de enfermagem como processo de continuidade do ciclo vital humano, não como quebra/ruptura. Percebe-se que independentemente do estágio em que os discentes encontram-se no processo de graduação, as ideias e reflexões mostram-se convergentes. Para alguns participantes, particularmente para aqueles que já vivenciaram a inserção em referenciais complexos, o significado da morte já alcança uma compreensão de integralidade e continuidade. Nesse contexto, tudo o que há de precioso na terra torna-se frágil, raro e destinado a um futuro incerto. Assim, quando se conservam e se descobrem novos arquipélagos de certezas, deve-se saber que se navega em um oceano de incertezas( 1313. Morin E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 19. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2011. ).

Reconhecendo fragilidades no processo de formação

Abordar a temática morte na graduação em enfermagem não é uma tarefa fácil. Esse processo aciona mecanismos cerebrais, aflorando sentimentos/referências de vida, pois há a necessidade de aceitar o fato de que a própria existência, bem como a das pessoas com as quais nos inter-relacionamos tem uma finitude, um "prazo de validade" desconhecido( 1414. Silva KS, Ribeiro RG, Kruse MHL. Discursos de enfermeiras sobre morte e morrer: vontade ou verdade? . Rev Bras Enferm [Internet]. 2009 [citado 2012 Dez 20];62(3):451-6. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672009000300019&script=sci_arttext
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).

Salienta-se a necessidade de aprofundamentos teóricos que ampliem as possibilidades interativas e a compreensão de finitude sem, contudo, provocar uma nova ruptura. Há necessidade, portanto, de avançar-se em referenciais que permitam o (re)conhecimento dos fenômenos complexos que envolvem o processo de morte-morrer( 55. Morin E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. rev. São Paulo: Cortez: Brasília, DF: UNESCO; 2011. ) Assim, a morte em si também compõe o processo do desenvolvimento humano e está presente no cotidiano dos profissionais de enfermagem, desde a graduação( 1515. Combinato DS, Queiroz MS. Um estudo sobre a morte: uma análise a partir do método explicativo de Vigotski. Ciência & Saúde Coletiva [Internet]. 2011 [citado 2013 Jan 11];16(9): 3893-900. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232011001000025
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
- 1616. Ribeiro DB, Fortes RC. Morte e o morrer na perspectiva de estudantes de enfermagem. Revisa [Internet]. 2012 [citado 2012 Dez 10];1(1):32-9. Disponível em: http://revistafacesa.senaaires.com.br/index.php/revisa/article/view/10
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).

A temática da morte é minimamente abordada durante aulas práticas com os discentes de enfermagem, ainda superficialmente e fragmentada nas discussões teóricas, distante da verdadeira realidade cotidiana( 11. Lima MGR, Nietsche EA, Teixeira JA. Reflexos da formação acadêmica na percepção do morrer e da morte por enfermeiros. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2012 [citado 2013 Jan 11];14(1):181-8. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/fen_revista/v14/n1/pdf/v14n1a21.pdf
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).

Na fala dos participantes, evidenciou-se a necessidade de abordar a temática morte de forma sistematizada/ampliada no decorrer do processo de formação profissional do enfermeiro. As discussões e reflexões aprofundadas são fundamentais, necessitando ser abordadas intrinsecamente em todas as disciplinas. Percebe-se, que os entrevistados não buscam apenas falar sobre o assunto, mas debater/refletir de maneira complexa a temática, atingindo o seu amplo entendimento:

Porque fala-se de forma normal de tantas coisas e da morte se tem receio? Eu trago isso, trazer para dentro da universidade, porque a gente fala muito pouco disso (Di. V)

Eu acredito que para a gente se livrar dessa visão não é em uma ou duas disciplinas, isso deve ser abordado ao longo de toda a formação (Di. II)

A morte, sob a ótica complexa, pode/necessita ser compreendida como um processo natural, universal e inerente à vida( 1111. Oliveira SG, Quintana AM, Budó MLD, Lüdtke MF, Cassel PA, Wottrich SH, et al. Significados de morte e morrer no curso de enfermagem: um relato de experiência. Rev Enferm UFSM [Internet]. 2012 [citado 2012 Dez 03];2(2):472-79. Disponível em: http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reufsm/article/view/3493
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, 1717. Lima MGR, Nietsche EA, Santos SC, Teixeira JA, Bottega JC, Nicola GDO, et al. Revisão integrativa: um retrato da morte e suas implicações no ensino acadêmico. Rev Gaúcha Enferm. [Internet]. 2012 [citado 2013 Jan 17];33(3):190-7. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1983-14472012000300025&script=sci_arttext
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S198...
- 1818. Araújo TC, Silva RS, Pereira A. O cuidado sensível ao paciente sob cuidados paliativos. In: Silva RS, Amaral JB, Malagutti W, organizadores. Enfermagem em cuidados paliativos: cuidando para uma boa morte. São Paulo: Martinari,;2013. p. 139-48. ). Desse modo, o cuidado nesse momento requer dos discentes de enfermagem e, consequen temente, dos profissionais, sensibilida de, envolvimento, empatia, olhar atento e ampliado, perce pção aguçada e não fragmentada, interação e conhecimento para lidar e enfrentar as incertezas( 1010. Cantídio FS, Vieira MA, Sena RR. Significado da morte e de morrer para os alunos de enfermagem. Invest Educ Enferm. [Internet]. 2011 [citado 2013 Jan 22];29(3):407-18. Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S0120-53072011000300009&script=sci_arttext
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).

Concorda-se com o estudo( 1010. Cantídio FS, Vieira MA, Sena RR. Significado da morte e de morrer para os alunos de enfermagem. Invest Educ Enferm. [Internet]. 2011 [citado 2013 Jan 22];29(3):407-18. Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S0120-53072011000300009&script=sci_arttext
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) que relata a dificuldade, por parte de discentes de enfermagem, em confortar a família e em realizar o acolhimento pela perda de um ente querido, ou seja, afirmam que não sabem como agir pe rante a morte/luto, devido ao seu despreparo. O estudo mencionado corrobora com os achados dessa pesquisa, contudo o olhar ampliado, fundamentado no pensamento complexo, mostra-se como um diferencial para o (re)pensar desse processo:

Eu, como estudante de enfermagem, vejo que antes de tudo a gente não pode tratar do fragmentado. [...] Então lá na nossa prática a gente tem que pensar o seguinte. Como estamos preparadas para lidar com aquele paciente e como estamos preparadas para lidar com aquele familiar? [...] Eu acho que esse assunto é discutido, mas não é aprofundado! (Di. I)

Olha só o receio que todos temos, independente dos anos de profissão, de dizer olha o seu familiar não resistiu. Nunca foi trabalhado isso, [...] e eu acho que estamos aqui para mudar isso (Di. V)

Cada vez mais sustenta-se que a formação em enfermagem tem a função de (trans)formar sujeitos pensantes e reflexivos, bem como prover condições para que o discente vivencie a prática da assistência diante do processo de morrer( 22. Oliveira WIA, Amorin RC. A morte e o morrer no processo de formação do enfermeiro. Rev Gaúcha Enferm. [Internet]. 2008 [citado 2013 Jan. 17];29(2):191-8. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/5580
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). Apesar de a morte ser percebia como parte integrante do ciclo vital, nota-se que os discentes de enfermagem não estão suficientemente instrumentalizados para oferecer um cuidado integral e horizontal, abrangendo todas as esferas do contexto humano, no que se refere à morte e ao processo de morte-morrer( 33. Mota MS, Gomes GC, Coelho MF, Lunardi Filho WD, Souza LD. Reações e sentimentos de profissionais da enfermagem frente à morte dos pacientes sob seus cuidados. Rev Gaúcha Enferm. [Internet]. 2011 [citado 2012 Dez 20];32(1):129-35. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/16326
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). Ressalta-se que os próprios discentes entrevistados reconhecem essa fragilidade, propondo mudanças significativas no processo de formação.

Delineando estratégias capazes de ampliar as discussões acadêmicas

Na formação do enfermeiro, o processo de morte-morrer vem sendo, frequentemente, compreendido e trabalhado de forma linear, conforme já mencionado. Sob esse enfoque, a morte representa um evento contraditório à vida, causador de medo, sofrimento, incertezas e frustrações, em detrimento de uma abordagem multifatorial, norteada por aspectos biopsicossocioculturais, os quais influenciam direta e indiretamente as ações e emoções de todos os sujeitos( 44. Morin E. O método II: a vida da vida. Porto Alegre: Sulina; 2005. , 1919. Edo-Gual M, Tomás-Sábado J, Aradilla-Herrero A. Miedo a la muerte en estudiantes de enfermería. Enferm Clin. [Internet]. 2011 [citado 2012 Dez 10];21(3):129-35. Disponible en: http://www.elsevier.es/es/revistas/enfermeria-clinica-35/miedo-muerte-estudiantes-enfermeria-90020578-originales-2011
http://www.elsevier.es/es/revistas/enfer...
).

O discente de enfermagem, ao promover o cuidado ampliado, isto é, apto a perceber a complexidade que permeia esse processo, necessita perceber-se como sujeito ativo na decisão de romper com a fragmentação das práticas, multidimensionalizando seu olhar( 2020. Poveda MAM, Amaral JB. Ritos e crenças perante a morte e a prática de cuidar. In: Silva RS, Amaral JB, Malagutti W, organizadores. Enfermagem em cuidados paliativos: cuidando para uma boa morte. São Paulo: Martinari;2013. p. 49-58. ). Aqui, esse cuidado é compreendido como fenômeno complexo, isto é, capaz de transcender a compreensão pontual e linear do processo de morte-morrer. Assim, as discussões acerca da importância das relações entre os conteúdos necessitam ser refletidas/ampliadas, não estimulando-se conhecimentos parcelados advindos de uma compreensão simplificada, mas provendo-se a construção de um saber uno, complexo, de visão conjunta, composto por diversas dimensões que compõem a circularidade dinâmica da vida( 66. Petraglia I. Edgar Morin: a educação e a complexidade do ser e do saber. 11. ed. Petrópolis, RJ: Vozes; 2010. ).

Para que compreenda-se a morte de uma maneira que não venha trazer sofrimento emocional é necessário, ainda, que no período de formação acadêmica, os futuros profissionais sejam instrumentalizados para a compreensão complexa do fenômeno( 22. Oliveira WIA, Amorin RC. A morte e o morrer no processo de formação do enfermeiro. Rev Gaúcha Enferm. [Internet]. 2008 [citado 2013 Jan. 17];29(2):191-8. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/5580
http://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfe...
). Para isso, cabe ao docente e às instituições de ensino de enfermagem, o papel de proporcionar espaços para o debate e as reflexões ampliadas, revendo o paradigma instituído de que a morte é o rompimento da vida, conforme mencionado por alguns participantes:

Quando teve um óbito na UTI, parecia que todo mundo estava preparado, com a professora junto com a gente. Ela chegou e explicou o que ia acontecer, aí a gente não se surpreendeu, parece que para nós foi natural. (Di. VI)

Não tem receita, mas tem como você pensar, refletir. (Di. V)

Não é a questão de estar preparado, mas sim de saber conduzir a situação. (Di. III)

Não se pode entender a complexidade como receita/resposta para as fragilidades relacionadas à temática morte. É necessário considerá-la como um desafio, um fenômeno motivador para pensar no processo de morte-morrer como parte integrante do ciclo vital e não como ruptura do mesmo. A complexidade se traduz, em síntese, naquilo que tenta conceber a articulação, enquanto o pensamento simplificante separa os diferentes aspectos ou unifica-os por uma redução mutilante( 1212. Morin E. Ciência com consciência. Ed. revista e modificada pelo autor. 14ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2010. ).

A complexidade como estratégia teórica para favorecer a ampliação das discussões acadêmicas em relação à temática morte, possibilita integrar processos antagônicos e aparentemente contraditórios( 1313. Morin E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 19. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2011. ). Logo, o cuidado de enfermagem necessita ser assumido e discutido a partir de referenciais que permitam integrar e contextualizar os diferentes eventos que compõem o ciclo vital humano, como se depreende das falas a seguir:

Vivenciar isso, você vai ter um outro olhar. [...] Muito se tem o que caminhar, qualificando os docentes e interagindo com os discentes. (Di. II)

Está tudo muito fragmentado e não tem como querer que o aluno consiga, lá no momento da prática, até depois de formado, que ele não vá tratar isso isoladamente que nem trata a morte, ele isolou e a hora que alguém pergunta, está lá aquele ponto isolado e ele vai lá resgatar. Ele sabe o que é a morte, mas não sabe o que responder sobre a morte, porque a gente trabalhou isso isoladamente. [...] Mas eu acho que a estratégia é o embasamento teórico, porque você pensa de forma aberta, ampliada, contextualizada onde a morte sai do fenômeno doença (Di. I)

Eu acho que esse assunto deve ser abordado em sala de aula, na prática, na pesquisa porque isso valoriza muito. [...] Não precisa resposta pronta e receita, mas apenas dar importância aquele tema delicado, proporcionar a discussão. [...] Então esse é o grande desafio da formação, contribuir nesse ponto [...] quando se tem a fragmentação do ensino, se tem a fragmentação do trabalho (Di. IV)

A fragmentação/redução/mutilação das ações e dos saberes, conforme percebidas pelos participantes e praticadas tradicionalmente na graduação em enfermagem, constitui uma forma de se fracionar os problemas sociais, unidimensionalizando o multidimensional, além de tornar o conhecimento cada vez mais simplificador em relação à morte e ao processo de morte-morrer( 66. Petraglia I. Edgar Morin: a educação e a complexidade do ser e do saber. 11. ed. Petrópolis, RJ: Vozes; 2010. , 1313. Morin E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 19. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2011. ). Assim, apenas discutir acerca do fenômeno morte não possibilitará a sua real aceitação/entendimento.

É necessário, portanto, que o processo de morte-morrer seja discutido como fenômeno integrante do ciclo vital e não como um fim em si mesmo. É preciso, para tanto, que esta temática seja discutida e ampliada ao longo do processo formativo do enfermeiro, para que o futuro profissional sinta-se, ao menos, amparado para lidar com essa questão em seu cotidiano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se, a partir desse estudo, que a formação em enfermagem que propõe uma visão generalista, crítica e reflexiva, aborda de forma fragmentada e pontual diversos assuntos, dentre eles, a morte e o processo de morte-morrer. A superficialidade e a banalização das discussões acerca desse processo não permitem a ampliação do entendimento desse fenômeno, visto que a morte é considerada, pela maioria dos participantes do estudo, como a aniquilação do processo de viver e não como integrante do ciclo vital.

A morte faz parte do cotidiano da prática de enfermagem. Logo, é preciso considerá-la e integrá-la nas discussões teórico-práticas, uma vez que o tema é complexo e merece apreensões igualmente complexas. Nesse caso, os próprios entrevistados reconhecem a necessidade de ampliação e aprofundamento dos debates e reflexões acerca da temática em locais específicos e em todas as disciplinas que envolvem a graduação em enfermagem.

Assim, as discussões em grupo e o embasamento em referenciais que compreendam o fenômeno morte como integrante do processo de viver são vistos como estratégias para se problematizar essa temática na formação, tanto em ambiente teórico quanto em ambiente de prática. Para tanto, é necessário transcender o conhecimento simplificador, o qual reduz e fragmenta, para alcançar um pensamento que amplie, integre e promova a circularidade dos diferentes eventos da vida.

Conclui-se que o processo de morte-morrer é minimamente discutido na formação profissional do enfermeiro e, quando discutido, os debates acontecem de forma fragmentada e disjuntiva, com poucos avanços no sentido de ampliá-lo e integrá-lo no processo de viver humano. Ressalta-se a carência de estudos que abarquem o pensamento complexo na temática morte e no processo de morte-morrer, sobretudo no processo formativo. Essa pesquisa, portanto, compreende um caráter teórico ampliado, horizontal e complexo necessário para a não fragmentação dos eventos naturais e sociais. Propõem, para tanto, estratégias teórico-práticas inovadoras, as quais poderão contribuir para ampliação e contextualização do cuidado de enfermagem nas diferentes fases que integram o ciclo vital.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2014

Histórico

  • Recebido
    20 Fev 2014
  • Aceito
    24 Out 2014
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