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Óbitos perinatais evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil

Muertes perinatales evitables por intervención del Sistema de Salud Pública

Resumo

OBJETIVO

Descrever características epidemiológicas dos óbitos perinatais por ações do Sistema Público de Saúde.

MÉTODOS

Estudo descritivo de análise temporal, população composta por óbitos perinatais de mães residentes no Recife, 2010-2014. Utilizado Lista de causas de mortes evitáveis para classificar a evitabilidade e EpiInfo versão 7 para análise das variáveis.

RESULTADOS

Ocorreram 1.756 óbitos perinatais (1.019 fetais e 737 neonatais precoce), observou-se redução dos óbitos neonatais precoces (-15,8%) e aumento dos fetais (12,1%). Apresentou como principais causas: feto e recém-nascido afetado por afecção materna e asfixia/hipóxia ao nascer.

CONCLUSÕES

A maior parte dos óbitos foi evitável, concentrando-se no grupamento de assistência adequada dispensada à mulher na gestação. Lacunas na assistência dispensada à mulher no parto, explicam o percentual de asfixia/hipóxia. Redução da mortalidade perinatal evitável associa-se à ampliação do acesso e qualidade da assistência para garantir promoção, prevenção, tratamento, cuidados específicos e oportunos.

Palavras-chave:
Mortalidade perinatal; Estatísticas vitais; Enfermagem obstétrica; Enfermagem neonatal; Saúde pública

Resumen

OBJETIVO

Describir las características epidemiológicas de las muertes perinatales por acciones del Sistema de Salud Pública.

MÉTODOS

Estudio descriptivo del análisis temporal, población compuesta por muertes perinatales de madres residentes en Recife, 2010-2014. Lista de causas de muertes evitables para clasificar la evitación y, EpiInfo versión 7 para el análisis de variables.

RESULTADOS

Hubo 1.756 muertes perinatales (1.019 fetales, 737 prematuros neonatos), reducción de muertes neonatales tempranas (-15,8%) y aumento fetal (12,1%). Principales causas: feto y recién-nacido afectados por afección materna y asfixia / hipoxia al nacer.

CONCLUSIONES

La mayoría de las muertes fueron evitables, concentrándose en la agrupación adecuada de la atención prestada a la mujer durante el embarazo. Las fallas en el cuidado dado a la mujer al nacer explican el porcentaje de asfixia/hipoxia. La reducción de la mortalidad perinatal prevenible se asocia con un mayor acceso y calidad de atención para asegurar la promoción, prevención, tratamiento y atención específica y oportuna.

Palabras clave:
Mortalidad perinatal; Estadísticas vitales; Enfermería obstétrica; Enfermería neonatal; Salud pública

Abstract

OBJECTIVE

To describe the epidemiological characteristics of perinatal deaths through the actions of the Unified Health System.

METHODS

This is a descriptive study of temporal analysis with a population of perinatal deaths of mothers residing in Recife, Brazil, from 2010 to 2014. A list was used to classify the preventable diseases and the variables were analysed using Epi lnfo version 7

RESULTS

The perinatal deaths totalled 1,756 (1,019 foetal and 737 neonatal premature) with a reduction of neonatal deaths (-15.8%) and an increase of foetal deaths (12.1%) in the study period. The main causes of death were foetus and newborn affected by the mother´s condition and asphyxia/hypoxia at birth.

CONCLUSIONS

Most deaths were avoidable, especially in the group of appropriate care to mothers during pregnancy. Faults in the care provided to women at birth explain the percentage of deaths caused by asphyxia/hypoxia. The reduction of preventable perinatal mortality is associated with the increased access and quality of care, which ensures health promotion, disease prevention, treatment and specific and timely care.

Keywords:
Perinatal mortality; Vital statistics; Obstetric nursing; Neonatal nursing; Public health

INTRODUÇÃO

A mortalidade perinatal é um importante indicador da saúde materno e infantil, pois reflete as condições socioeconômicas, os aspectos relacionados à saúde reprodutiva e a qualidade da assistência ofertada durante o pré-natal, o parto e ao recém-nascido11. Kerber KJ, Mathai M, Lewis G, Flenady V, Erwich JJHM, Segun T, et al. Counting every stillbirth and neonatal death through mortality audit to improve quality of care for every pregnant woman and her baby. BMC Pregnancy Childbirth. 2015 [cited 2016 Nov 13];15 Suppl 2:S9. Available from: Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4577789 .
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-22. Oza S, Lawn JE, Hogan DR, Mathers C, Cousens SN. Neonatal cause-of-death estimates for the early and late neonatal periods for 194 countries: 2000-2013. Bull World Health Organ. 2015;93(1):19-28. doi: http://dx.doi.org/10.2471/BLT.14.139790.
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Houve um progresso global na redução da mortalidade infantil. Contudo, a mortalidade neonatal, em particular a precoce, apresenta um ritmo mais lento do que a mortalidade pós-neonatal22. Oza S, Lawn JE, Hogan DR, Mathers C, Cousens SN. Neonatal cause-of-death estimates for the early and late neonatal periods for 194 countries: 2000-2013. Bull World Health Organ. 2015;93(1):19-28. doi: http://dx.doi.org/10.2471/BLT.14.139790.
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. Acrescente-se que, para cada morte neonatal, há outra fetal33. Berhan Y, Berhan A. A Meta-analysis of selected maternal and fetal factors for perinatal mortality. Ethiop J Health Sci. 2014 [cited 2016 Nov 18];24 Suppl:55-68. Available from: Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4249209 .
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. Isto ocorre porque as causas das mortes neonatais precoces e fetais estão intimamente ligadas, e são geralmente de origem obstétrica44. Sharma S, Sidhu H, Kaur S. Analytical study of intrauterine fetal death cases and associated maternal conditions. Int J Appl Basic Med Res. 2016 [cited 2016 Dec 10];6(1):11-3. Available from: Available from: http://www.ijabmr.org/article.asp?issn=2229-516X;year=2016;volume=6;issue=1;spage=11;epage=13;aulast=Sharma .
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Estima-se que, globalmente, ocorram a cada ano mais de dois milhões de natimortos, somando-se 2,9 milhões de mortes neonatais22. Oza S, Lawn JE, Hogan DR, Mathers C, Cousens SN. Neonatal cause-of-death estimates for the early and late neonatal periods for 194 countries: 2000-2013. Bull World Health Organ. 2015;93(1):19-28. doi: http://dx.doi.org/10.2471/BLT.14.139790.
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,55. Blencowe H, Cousens S, Jassir FB, Say L, Chou D, Mathers C, et al. National, regional, and worldwide estimates of stillbirth rates in 2015, with trends from 2000: a systematic analysis. Lancet Glob Health. 2016 Feb;4(2):e98-e108. doi: http://dx.doi.org/10.1016/S2214-109X(15)00275-2.
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. Dos natimortos, mais de 40% são intraparto e evitáveis66. Murguía-Peniche T, Illescas-Zárate D, Chico-Barba G, Bhutta ZA. An ecological study of stillbirths in Mexico from 2000 to 2013. Bull World Health Organ 2016[cited 2017 Feb 1];94(5):322-330A. Available from: Available from: https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez45.periodicos.capes.gov.br/pmc/articles/PMC4850527/.
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. Conceituam-se como evitáveis, os óbitos preveníveis por adequado acesso e garantia de assistência de qualidade no pré-natal, parto e puerpério, especialmente diagnósticos e intervenções efetivos e precoces77. Malta DC, Sardinha LMV, Moura L, Lansky S, Leal MC, Szwarcwald CL, et al. Atualização da lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil. Epidemiol Serv Saúde. 2010;19(2):173-6..

No Brasil, assim como na mortalidade infantil, a natimortalidade também teve tendência de declínio, porém as taxas são quase duas vezes maiores do que as encontradas nos países desenvolvidos e persistem as desigualdades entre as regiões do país88. Vieira MSM, Vieira FM, Fröde TS, D’Orsi E. Fetal deaths in Brazil: historical series descriptive analysis 1996-2012. Matern Child Health J. 2016[cited 2017 Feb 10];20(8):1634-50. Available from: Available from: https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs10995-016-1962-8 .
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. Em 2012, a taxa de natimortalidade do Brasil foi de 10,0 por 1000 nascimentos e as regiões Norte e Nordeste apresentaram as maiores taxas (10,3 e 12,1 por 1000 nascimentos, respectivamente)88. Vieira MSM, Vieira FM, Fröde TS, D’Orsi E. Fetal deaths in Brazil: historical series descriptive analysis 1996-2012. Matern Child Health J. 2016[cited 2017 Feb 10];20(8):1634-50. Available from: Available from: https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs10995-016-1962-8 .
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Os óbitos perinatais são eventos potencialmente evitáveis e refletem a qualidade da assistência prestada no pré-natal e no parto44. Sharma S, Sidhu H, Kaur S. Analytical study of intrauterine fetal death cases and associated maternal conditions. Int J Appl Basic Med Res. 2016 [cited 2016 Dec 10];6(1):11-3. Available from: Available from: http://www.ijabmr.org/article.asp?issn=2229-516X;year=2016;volume=6;issue=1;spage=11;epage=13;aulast=Sharma .
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. Dessa forma, a classificação das causas dos óbitos de acordo com a possibilidade de preveni-las constitui um elemento essencial para avaliação da qualidade dos serviços de saúde e, consequentemente, para o planejamento de ações que visem a sua redução77. Malta DC, Sardinha LMV, Moura L, Lansky S, Leal MC, Szwarcwald CL, et al. Atualização da lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil. Epidemiol Serv Saúde. 2010;19(2):173-6..

A importância dos óbitos neonatais na mortalidade infantil e o reconhecimento do potencial de evitabilidade dos óbitos fetais tornam relevante o conhecimento desses óbitos. O estudo sobre a mortalidade perinatal e sua evitabilidade é indispensável para sua redução, para apontar aspectos que contribuam para a melhoria dos indicadores perinatais e, consequentemente, para a diminuição da mortalidade infantil. Nessa perspectiva, esse estudo objetiva descrever as características epidemiológicas dos óbitos perinatais evitáveis por ações do Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS).

MÉTODO

Estudo descritivo, cujas fontes foram as bases do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). A população de estudo foi composta por todos os óbitos perinatais de mães residentes no Recife - Pernambuco (PE), ocorridos entre 2010 e 2014. Considerou-se perda fetal: o natimorto com peso igual ou superior a 500g e/ou ≥ 22 semanas de gestação e óbito neonatal precoce; o óbito infantil de zero a seis dias de vida completos e peso ao nascer igual ou superior a 500g. Foram utilizadas as variáveis relacionadas às características maternas (idade e escolaridade); ao parto (tipo de parto e local de ocorrência); ao feto e ao recém-nascido (idade gestacional, sexo e peso ao nascer).

Para a classificação da evitabilidade dos óbitos perinatais, foi utilizada a lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do SUS, um instrumento que objetiva esclarecer e elucidar os diferentes fatores que causam a morte77. Malta DC, Sardinha LMV, Moura L, Lansky S, Leal MC, Szwarcwald CL, et al. Atualização da lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil. Epidemiol Serv Saúde. 2010;19(2):173-6., que está dividido da seguinte maneira: evitáveis (reduzíveis por ações de imunoprevenção, por adequada atenção à mulher na gestação, ao parto e ao recém-nascido; por ações adequadas de diagnóstico e tratamento; por ações adequadas de promoção e atenção à saúde); causas mal definidas (sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratoriais não classificados em outra parte) e demais causas não claramente evitáveis (as demais causas e mortes)77. Malta DC, Sardinha LMV, Moura L, Lansky S, Leal MC, Szwarcwald CL, et al. Atualização da lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil. Epidemiol Serv Saúde. 2010;19(2):173-6..

Calculou-se os indicadores de mortalidade fetal (número de natimortos dividido pelo total de nascimentos multiplicado por 103), mortalidade neonatal precoce (número de neomortos até seis dias de vida pelo total de nascidos vivos multiplicado por 103) e mortalidade perinatal (soma dos natimortos e neomortos até seis dias de vida pelo total de nascimentos multiplicado por 103). Considerou-se como o total de nascimentos a soma de natimortos e neomortos. Para a análise das variáveis s foi utilizada a estatística descritiva por meio do programa Epi Info versão 7.

O projeto obteve anuência da Secretaria Municipal de Saúde do Recife e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães - CPqAM/Fiocruz (CAEE nº 07336313.6.0000.5190), em conformidade com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde99. Ministério da Saúde (BR), Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União [da] República Federativa do Brasil. 2013 jun 13;150(112 Seção 1):59-62..

RESULTADOS

No período estudado, ocorreram 1.756 óbitos perinatais (1.019 fetais e 737 neonatais precoce), com predomínio dos fetais (58%). O coeficiente de mortalidade perinatal foi de 15,3 por mil nascimentos, com risco de morte fetal (8,9 óbitos por mil nascimentos), superior ao encontrado no período neonatal precoce (6,5 óbitos por mil nascidos vivos). Ao comparar os coeficientes entre 2010 e 2014, observou-se redução nos óbitos neonatais precoces (-15,8%) e aumento nos óbitos fetais (12,1%) (Tabela 1).

Tabela 1
Nascimentos, óbitos e coeficientes de mortalidade (CM) fetal, neonatal precoce e perinatal. Recife - Pernambuco, 2010-2014

Em relação às características dos óbitos, observou-se que mais de 60% das mães encontravam-se na faixa etária de 20 a 34 anos e possuíam mais de 8 anos de escolaridade (p<0,001). A quase totalidade dos óbitos ocorreu no ambiente hospitalar e a via vaginal foi o principal tipo de parto (p<0,001). Dos óbitos perinatais, 78,5% foram prematuros e; 140 (19,0%) dos que nasceram vivos foram a termo. Dos nascimentos totais, 37,9% eram de extremo baixo peso ao nascer e 22,1% apresentaram peso igual ou superior a 2.500g (Tabela 2).

Tabela 2 -
Características maternas, do parto e do nascimento dos óbitos perinatais e seus componentes. Recife - Pernambuco, 2010-2014

Do total de óbitos perinatais analisados, 1426 (81,2%) foram considerados evitáveis, dos quais destes 499 (49%) eram fetais e 427 (57,9%) neonatais precoces. O coeficiente de mortalidade evitável para os óbitos perinatais foi de 12,5 por 1000 nascimentos. Dos óbitos perinatais, 52,7% foram classificados como reduzíveis por adequada atenção à mulher na gestação, com coeficiente de 8,1 por 1000 nascimentos (Tabela 3).

Tabela 3 -
Número, proporção e coeficientes dos óbitos fetais, neonatais precoces e perinatais (n, % e CM) segundo a Lista Brasileira de Mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde. Recife - Pernambuco, 2010-2014

Nesta categoria de evitabilidade, houve predomínio das afecções maternas com 28,6% entre os óbitos fetais e 32,4% nos neonatais precoces, seguido de feto e recém-nascido afetados por complicações maternas na gravidez, com 28,6% dentre os óbitos fetais e 32,4% nos neonatais precoces. A sífilis congênita respondeu por 118 óbitos perinatais, representando 8,3%. Desses, 101 foram fetais (Tabela 4).

Identificou-se que 393 (22,4%) dos óbitos perinatais evitáveis ocorreram por falha na adequada atenção à mulher no parto, dos quais 299 (76,1%) foram fetais. Nesse subgrupo de evitabilidade, a hipóxia intrauterina e asfixia ao nascer representaram a principal causa dos óbitos perinatais (204), sendo 168 (82,5%) fetais. As causas mal definidas representaram 6,4% e as demais causas (não claramente evitáveis) 12,4% do total (Tabela 4).

Tabela 4
Óbitos perinatais e seus componentes segundo causa básica e critério de evitabilidade por intervenções do Sistema Único de Saúde. Recife - Pernambuco, 2010-2014

A análise dos óbitos evitáveis, segundo o peso ao nascer, mostrou que 1.321 (77,9%) dos perinatais tinham baixo peso (< 2.500g) se mantendo evidente o componente neonatal com 55% (725). Destes de baixo peso, 642 (37,8%) eram do grupamento com peso inferior a 1.000g. Do total de óbitos perinatais, 375 (22,1%) tinham peso adequado ao nascer (≥2500g), destacaram-se os neomortos com 242 (64,5%) (Tabela 5).

Tabela 5
- Óbitos fetais, neonatais e perinatais segundo peso ao nascer de residente no Recife - Pernambuco, 2010 - 2014

DISCUSSÃO

O coeficiente de perinatalidade observado obteve comportamento diferenciado entre os componentes etários. O coeficiente de mortalidade fetal (CMF) aumentou ligeiramente ao passo que o da mortalidade neonatal (CMN) diminuiu entre os anos de 2010 e 2014. O CMF neste estudo é inferior ao do Brasil (10,0 por 1000 nascimentos) e ao da Região Nordeste (12,1 por 1000 nascimentos, porém superior quando comparado aos países desenvolvidos (2 a 7 por 1000 nascimentos)88. Vieira MSM, Vieira FM, Fröde TS, D’Orsi E. Fetal deaths in Brazil: historical series descriptive analysis 1996-2012. Matern Child Health J. 2016[cited 2017 Feb 10];20(8):1634-50. Available from: Available from: https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs10995-016-1962-8 .
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Estudo ecológico realizado no México identificou que 51% dos óbitos fetais ocorrem durante o trabalho de parto e que 40% são óbitos fetais tardios, os quais têm condições viáveis de vida extrauterina66. Murguía-Peniche T, Illescas-Zárate D, Chico-Barba G, Bhutta ZA. An ecological study of stillbirths in Mexico from 2000 to 2013. Bull World Health Organ 2016[cited 2017 Feb 1];94(5):322-330A. Available from: Available from: https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez45.periodicos.capes.gov.br/pmc/articles/PMC4850527/.
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. Os óbitos fetais também têm afetado os países mais desenvolvidos com cerca de um natimorto a cada 300 nascimentos1010. Goldenberg RL, McClure EM, Bhutta ZA, Belizán JM, Reddy UM, Rubens CE, et al. Stillbirths: the vision for 2020. Lancet, 2011[cited 2016 Dec 15];377(9779):1798-805. Available from: Available from: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(10)62235-0/abstract .
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. Nas últimas décadas, os esforços para a redução dos óbitos foram dirigidos para os neonatais, enquanto que a prevenção para os natimortos recebeu menos atenção e investimento por não serem especificamente abordados nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio1111. World Health Organization (CH). Every newborn: an action plan to end preventable deaths. WHO: Geneva; 2014[cited 2016 Nov 23]. Available from: Available from: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/127938/1/9789241507448_eng.pdf?ua=1 .
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A faixa etária materna apresentou idade média entre 20 e 34 anos e escolaridade maior que oito anos. Essa faixa identifica-se com estudo realizado em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento1212. Lassi ZS, Bhutta ZA. Community-based intervention packages for reducing maternal and neonatal morbidity and mortality and improving neonatal outcomes. Cochrane Database Syst Rev. 2015[cited 2016 Oct 23];(3):CD007754. Available from: Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD007754.pub3/pdf.
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. Os óbitos perinatais persistem na classe de mulheres com faixa etária média para gestar, de níveis socioeconômicos mais baixos, de grupos étnicos específicos, baixo grau de educação e de pessoas que vivem em áreas carentes1212. Lassi ZS, Bhutta ZA. Community-based intervention packages for reducing maternal and neonatal morbidity and mortality and improving neonatal outcomes. Cochrane Database Syst Rev. 2015[cited 2016 Oct 23];(3):CD007754. Available from: Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD007754.pub3/pdf.
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. Os fatores que contribuem para a mortalidade perinatal incluem mal passado obstétrico, curto intervalo interpartal, gravidez múltipla, história de natimorto, hipertensão, diabetes, ausência de cuidados pré-natais e baixo nível socioeconômico33. Berhan Y, Berhan A. A Meta-analysis of selected maternal and fetal factors for perinatal mortality. Ethiop J Health Sci. 2014 [cited 2016 Nov 18];24 Suppl:55-68. Available from: Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4249209 .
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Com relação às características biológicas dos neonatos e fetos, destacaram-se a prematuridade e o baixo peso ao nascer. Estudos têm demonstrado que quanto menor a idade gestacional, maior é o risco de morte, sendo considerados os principais preditores para a mortalidade perinatal33. Berhan Y, Berhan A. A Meta-analysis of selected maternal and fetal factors for perinatal mortality. Ethiop J Health Sci. 2014 [cited 2016 Nov 18];24 Suppl:55-68. Available from: Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4249209 .
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. A prematuridade extrema é fator de risco dominante, pois há 32 vezes mais chance de morte em recém-nascidos com 25 semanas do que recém-nascidos com 31 semanas33. Berhan Y, Berhan A. A Meta-analysis of selected maternal and fetal factors for perinatal mortality. Ethiop J Health Sci. 2014 [cited 2016 Nov 18];24 Suppl:55-68. Available from: Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4249209 .
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As afecções e complicações maternas, a hipóxia intrauterina, asfixia ao nascer e trabalho de parto pré-maturo se evidenciam como maiores causadoras dos óbitos perinatais. As mesmas causas são mencionadas em outros estudos11. Kerber KJ, Mathai M, Lewis G, Flenady V, Erwich JJHM, Segun T, et al. Counting every stillbirth and neonatal death through mortality audit to improve quality of care for every pregnant woman and her baby. BMC Pregnancy Childbirth. 2015 [cited 2016 Nov 13];15 Suppl 2:S9. Available from: Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4577789 .
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,33. Berhan Y, Berhan A. A Meta-analysis of selected maternal and fetal factors for perinatal mortality. Ethiop J Health Sci. 2014 [cited 2016 Nov 18];24 Suppl:55-68. Available from: Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4249209 .
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. Dos desfechos perinatais com causas maternas, as hemorragias (principalmente descolamento da placenta) e as doenças hipertensivas (especialmente pré-eclâmpsia) são as mais propensas a contribuir para as mortes, em específico, os fetais de terceiro trimestre1313. Allanson ER, Muller M, Pattinson RC. Causes of perinatal mortality and associated maternal complications in a South African province: challenges in predicting poor outcomes. BMC Pregnancy Childbirth . 2015[cited 2016 Nov 12];15:37. Available from: Available from: https://bmcpregnancychildbirth.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12884-015-0472-9 .
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. A redução do óbito por asfixia ao nascer associa-se à qualidade da assistência obstétrica e neonatal, indicando esforços adicionais para melhorar o atendimento obstétrico e neonatal no primeiro minuto de vida1414. Shivaprasad SG, Norman G, Manjunath SS, Sunil SV, Ashalata AM, Janet LM, et al. Institutional deliveries and perinatal and neonatal mortality in Southern and Central India. Reprod Health 2015[cited 2016 Nov 13];12 Suppl 2:S13. Available Available from: http://www.reproductive-health-journal.com/content/12/S2/S13 .
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Dos conceptos, principalmente no componente fetal, mais de 20% foram a termo e apresentaram peso maior ou igual a 2.500g. Globalmente, estima-se que 33 a 46% dos óbitos fetais ocorram no terceiro trimestre gestacional66. Murguía-Peniche T, Illescas-Zárate D, Chico-Barba G, Bhutta ZA. An ecological study of stillbirths in Mexico from 2000 to 2013. Bull World Health Organ 2016[cited 2017 Feb 1];94(5):322-330A. Available from: Available from: https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez45.periodicos.capes.gov.br/pmc/articles/PMC4850527/.
https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez45.period...
. Os fetos tardios que vão a óbito durante o trabalho de parto sofrem hipóxia intrauterina e respondem por um terço dos óbitos fetais em países em desenvolvimento66. Murguía-Peniche T, Illescas-Zárate D, Chico-Barba G, Bhutta ZA. An ecological study of stillbirths in Mexico from 2000 to 2013. Bull World Health Organ 2016[cited 2017 Feb 1];94(5):322-330A. Available from: Available from: https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez45.periodicos.capes.gov.br/pmc/articles/PMC4850527/.
https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez45.period...
. Estudo mostra que a assistência de suporte básico obstétrico nas emergências pode reduzir as mortes fetais durante o parto em até 40% quando comparado a assistência não especializada1515. Lee EJ, Gambatese M, Begier E, Soto A, Das T, Madsen A. Understanding perinatal death: a systematic analysis of New York City fetal and neonatal death vital record data and implications for improvement, 2007-2011. Matern Child Health J . 2014[cited 2016 Dec 03];18(8):1945-54. Available from: Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24522520 .
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2452...
. A assistência obstétrica abrangente pode diminuir as mortes fetais tardias em até 85%, considerando suporte básico obstétrico, que inclui o uso de antibióticos, ocitocinas, anticonvulsivantes parenterais, parto vaginal assistido, remoção manual de placenta e remoção de produtos retidos1515. Lee EJ, Gambatese M, Begier E, Soto A, Das T, Madsen A. Understanding perinatal death: a systematic analysis of New York City fetal and neonatal death vital record data and implications for improvement, 2007-2011. Matern Child Health J . 2014[cited 2016 Dec 03];18(8):1945-54. Available from: Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24522520 .
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2452...
. Enquanto que o suporte obstétrico abrangente é o padrão de cuidados obstétrico incluindo cesariana e transfusão de sangue1515. Lee EJ, Gambatese M, Begier E, Soto A, Das T, Madsen A. Understanding perinatal death: a systematic analysis of New York City fetal and neonatal death vital record data and implications for improvement, 2007-2011. Matern Child Health J . 2014[cited 2016 Dec 03];18(8):1945-54. Available from: Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24522520 .
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2452...
.

Nesse sentindo, a vigilância do óbito também colabora na identificação destes fatores que na medida em que investiga os casos, os discute com uma equipe multiprofissional e recomenda as medidas de prevenção. Dessa maneira, contribui também para o aprimoramento das informações sobre os nascimentos e redução dos óbitos11. Kerber KJ, Mathai M, Lewis G, Flenady V, Erwich JJHM, Segun T, et al. Counting every stillbirth and neonatal death through mortality audit to improve quality of care for every pregnant woman and her baby. BMC Pregnancy Childbirth. 2015 [cited 2016 Nov 13];15 Suppl 2:S9. Available from: Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4577789 .
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
e apresenta como entrave, as informações necessárias baseadas em evidências que são muitas vezes inexistentes ou de baixa qualidade e não amplamente acessível1616. Koffi AK, Maina A, Yaroh AG, Habi O, Bensaïd K, Kalter HD. Social determinants of child mortality in Niger: results from the 2012 National Verbal and Social Autopsy Study. J Glob Health. 2016[cited 2017 Jan 30];6(1):010603. Available from: Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4766790 .
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
. Assim, as populações com registros vitais de baixa qualidade comprometem o fornecimento de informações necessárias para determinar as políticas de saúde e as prioridades22. Oza S, Lawn JE, Hogan DR, Mathers C, Cousens SN. Neonatal cause-of-death estimates for the early and late neonatal periods for 194 countries: 2000-2013. Bull World Health Organ. 2015;93(1):19-28. doi: http://dx.doi.org/10.2471/BLT.14.139790.
http://dx.doi.org/10.2471/BLT.14.139790....
.

Com relação ao preenchimento das variáveis, observou-se que os óbitos fetais quando comparado com os neonatais precoces apresentaram uma maior proporção de informação ignorada. Recente revisão sistemática sobre os óbitos fetais no Brasil aponta que apesar de melhora no preenchimento da Declaração de Óbito (DO), ainda há lacunas em especial no preenchimento das variáveis sociodemográficas1717. Barbeiro FMS, Fonseca SC, Tauffer MG, Fereira MSS, Silva FG, Ventura PM, et al. Fetal deaths in Brazil: a systematic review. Rev Saude Publica. 2015[cited 2016 Oct 23];49:22. Available from: Available from: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v49/0034-8910-rsp-0034-89102015049005568.pdf .
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v49/0034-89...
. De tal modo, também são apontadas imprecisões nas causas básicas dos óbitos, a partir das investigações realizadas por equipes de vigilância do óbito1818. Cockerill R, Whitworth MK, Heazell AEP. Do medical certificates of stillbirth provide accurate and useful information regarding the cause of death? Paediatr Perinat Epidemiol. 2012[cited 2016 Jan 12];26(2):117-23. Available from: Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-3016.2011.01247.x/epdf?r3_ .
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.11...
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatou-se uma ligeira diminuição no coeficiente de mortalidade perinatal. Houve diferenças no comportamento dos coeficientes de mortalidade, com aumento do fetal. A maior parte dos óbitos foi evitável, concentrando-se no grupamento de adequada atenção dispensada à mulher na gestação. A análise da evitabilidade dos óbitos permitiu identificar que as possíveis falhas relacionadas à ocorrência dos óbitos encontram-se na assistência ofertada à mulher durante o período gestacional e no parto, o que justifica o alto percentual de asfixia e hipóxia.

A pesquisa foi baseada nos registros do SIM e apresenta como limitações, além da incompletitude de algumas variáveis, os problemas de classificação dos óbitos neonatais sendo diagnosticados como natimortos; preenchimento incorreto da DO; subregistro e subinformação que podem contribuir com a subestimação dos coeficientes.

O modelo de assistência obstétrica, ofertada pelo serviço público de saúde, descreve como sendo o papel do profissional de enfermagem obstétrica a responsabilidade pela avaliação e acompanhamento das gestantes, para lhe garantir o direito à assistência à saúde na gestação, parto e puerpério, trazendo-lhe uma experiência exitosa e humanizada. Este é um período para rastreamento e diagnóstico que possibilita a identificação precoce de doenças e afecções pré-concepcionais e gravídicas que necessitem de encaminhamento a serviços especializados em pré-natal e parto de alto risco, possibilitando a redução de complicações, trabalho de parto prematuro, hipóxia intrauterina e asfixia ao nascimento, impactando na redução do coeficiente de morte perinatal evitável.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Jul 2018
  • Data do Fascículo
    2018

Histórico

  • Recebido
    09 Maio 2017
  • Aceito
    24 Ago 2017
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