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Patient Safety Climate in Healthcare Organizations: tradução e adaptação para a cultura brasileira

Patient Safety Climate in Healthcare Organizations: traducción y adaptación a la cultura brasileña

Resumo

OBJETIVO

Traduzir e adaptar o instrumento Patient Safety Climate in Healthcare Organizations - PSCHO para a cultura brasileira.

MÉTODOS

Estudo metodológico, o qual seguiu as etapas de tradução; síntese; retrotradução; avaliação por um comitê de juízes, composto por uma médica e seis enfermeiras; e pré-teste com 40 sujeitos, entre eles enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e médicos.

RESULTADOS

As etapas de tradução e retrotradução foram apropriadas. Na síntese, consultou-se a autora do instrumento para ajustar a equivalência de alguns termos. A análise do comitê de juízes demonstrou um índice de validade de conteúdo acima de 80% para a maioria dos itens quanto às equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual. No pré-teste, observou-se adequada validade de conteúdo, facilidade de compreensão dos itens, com um tempo médio de preenchimento de 15 minutos.

CONCLUSÃO

A tradução e adaptação cultural do instrumento PSCHO foram consideradas satisfatórias, resultando em uma ferramenta de fácil compreensão.

Palavras-chave:
Enfermagem; Estudos de validação; Segurança do paciente

Resumen

OBJETIVO

Traducir y adaptar el instrumento Patient Safety Climate in Healthcare Organizations - PSCHO a la cultura Brasileña.

MÉTODOS

Estudio metodológico que siguió las etapas: traducción; síntesis; retrotraducción; evaluación por un comité de expertos, compuesto por una médica y seis enfermeras; y prueba previa con 40 sujetos, entre ellos enfermeros, técnicos de enfermería, fisioterapeutas y médicos.

RESULTADOS

Las etapas de traducción y retrotraducción fueron apropiadas. En la síntesis, se consultó la autora del instrumento para ajustar la equivalencia de algunos términos. El análisis del comité de expertos demostró un índice de validez de contenido superior al80% en la mayoría de los ítems, en cuanto a las equivalencias semánticas, idiomáticas, culturales y conceptuales. En el pre-test, se observó una adecuada validez de contenido, facilidad de comprensión de los ítems, con un tiempo medio de llenado de 15 minutos.

CONCLUSIÓN

La traducción y adaptación cultural del instrumento PSCHO se consideró satisfactoria, lo que resulta en una herramienta de fácil compresión.

Palabras clave:
Enfermería; Estudios de validación; Seguridad del paciente

Abstract

OBJECTIVE

To translate and adapt the Patient Safety Climate in Healthcare Organizations - PSCHO questionnaire to the Brazilian culture.

METHODS

Methodological study, which followed the stages of translation; synthesis; back-translation; evaluation by an experts committee, composed of one doctor and six nurses; and pretest with 40 subjects, among them nurses, nursing technicians, physiotherapists and physicians.

RESULTS

The translation and back-translation steps were appropriate. In the synthesis step, the author of the questionnaire was consulted to adapt the equivalence of some terms. The analysis of the experts committee showed a content validity rate above 80% for most items regarding semantic, idiomatic, cultural and conceptual equivalence. In the pretest, it was observed appropriate content validity, items easy to understand, with an average application time of 15 minutes. CONCLUSIONThe translation and cultural adaptation of the PSCHO questionnaire was considered satisfactory, resulting in an easily understandable tool.

Keywords:
Nursing; Validation studies; Patient safety

Introdução

Os eventos relacionados à assistência à saúde ocupam a terceira causa de morte nos Estados Unidos e milhões de incidentes têm sido notificados ao redor do mundo, o que evidencia a necessidade de compreensão dos fatores que colocam o paciente em risco e à incorporação de medidas que contribuam para organizações de saúde mais seguras11. Makary MA, Daniel M. Medical error-the third leading cause of death in the US. BMJ. 2016;353:i2139. doi: 10.1136/bmj.i2139.
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-22. Mitchell I, Schuster A, Smith K, Pronovost P, Wu A. Patient safety incident reporting: a qualitative study of thoughts and perceptions of experts 15 years after 'To Err is Human'. BMJ Qual Saf. 2016;25(2):92-9. doi: 10.1136/bmjqs-2015-004405.
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. A busca por intervenções sistemáticas pode contribuir para a redução desses eventos e requer a construção de um processo de trabalho pautado num modelo de cultura de segurança33. Singer SJ, Vogus TJ. Reducing hospital errors: interventions that build safety culture. Annu. Rev. Public Health. 2013;34:373-96. doi: 10.1146/annurev-publhealth-031912-114439.
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.

A cultura de segurança é definida como o produto de valores, atitudes, percepções, competências e padrões de comportamento individuais e coletivos33. Singer SJ, Vogus TJ. Reducing hospital errors: interventions that build safety culture. Annu. Rev. Public Health. 2013;34:373-96. doi: 10.1146/annurev-publhealth-031912-114439.
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, a qual pode ser mensurada por meio do clima, uma medida temporal, onde se considera a percepção dos profissionais em relação ao comportamento e ações que priorizam a segurança em seu ambiente de trabalho44. Schwatka NV, Hecker S, Goldenhar LM. Defining and measuring safety climate: a review of the construction industry literature. Ann Occup Hyg. 2016;60(5):537-50. doi: 10.1093/annhyg/mew020.
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.

Há evidências da relação entre ambientes com cultura de segurança positiva e a redução das taxas de mortalidade, quedas, infecção e melhor satisfação do paciente55. Braithwaite J, Herkes J, Ludlow K, Testa L, Lamprell G. Association between organisational and workplace cultures, and patient outcomes: systematic review. BMJ Open. 2017;7(11):e017708. doi: 10.1136/bmjopen-2017-017708.
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-66. Fan CJ, Pawlik TM, Daniels T, Vernon N, Banks K, Westby P, et al. Association of safety culture with surgical site infection outcomes. J Am Coll Surg. 2016;222(2):122-8. doi: 10.1016/j.jamcollsurg.2015.11.008.
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e o uso de ferramentas para avaliação do clima possibilita identificar as lacunas nas organizações de saúde para implementação de estratégias que fortaleçam a segurança. No Brasil, encontram-se disponíveis o Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC)77. Reis CT, Laguardia J, Vasconcelos AGG, Martins M. Reliability and validity of the Brazilian version of the Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC): a pilot study. Cad Saúde Pública. 2016;32(11):e00115614. doi: 10.1590/0102-311x00115614.
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) e o Safety Attitudes Questionnaire (SAQ)88. Carvalho REFL, Cassiani SHB. Cross-cultural adaptation of the Safety Attitudes Questionnaire - Short Form 2006 for Brazil. Rev Lat-Am Enfermagem. 2012;20(3):8 telas. doi: 10.1590/S0104-11692012000300020.
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. Contudo, enquanto o HSOPSC apresenta alterações na sua estrutura dimensional apontadas em outros países, o que dificulta comparações77. Reis CT, Laguardia J, Vasconcelos AGG, Martins M. Reliability and validity of the Brazilian version of the Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC): a pilot study. Cad Saúde Pública. 2016;32(11):e00115614. doi: 10.1590/0102-311x00115614.
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, estudos que utilizaram o SAQ carecem de dados de confiabilidade do instrumento.

Um outro instrumento com esta mesma finalidade, o Patient Safety Climate in Healthcare Organizations99. Singer S, Meterko M, Baker L, Gaba D, Falwell A, Rosen A. Workforce perceptions of hospital safety culture: development and validation of the patient safety climate in healthcare organizations survey. Health Serv Res. 2007;42(5):1999-2021. doi: 10.1111/j.1475-6773.2007.00706.x
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, ainda não validado para a nossa cultura, mostra-se como uma ferramenta capaz de mensurar o clima de segurança das organização de saúde a partir da percepção dos profissionais, tanto daqueles que trabalham na assistência direta ao paciente, quanto dos que gerenciam a organização1010. Benzer JK, Meterko M, Singer SJ. The patient safety climate in healthcare organizations (PSCHO) survey: short-form development. J Eval Clin Pract. 2017;23(4):853-9. doi: 10.1111/jep.12731.
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. A sua construção tem por base a teoria relacionada às características de Organizações de Alta Confiabilidade (High Reliability Organizations - HRO), que operam em condições perigosas e possuem uma porcentagem mínima de eventos adversos1111. Cochrane BS, Hagins M Jr, Picciano G, King JA, Marshall DA, Nelson B, et al. High reliability in healthcare: creating the culture and mindset for patient safety. Healthc Manage Forum. 2017;30(2): 61-8. doi: 10.1177/0840470416689314.
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. Entre os principais atributos dessas organizações estão: processos de trabalho bem articulados e resilientes; preocupação com falhas; resistência em aceitar a simplificação de interpretações, focando na compreensão das verdadeiras causas dos erros; sensibilidade para reconhecer precocemente indicadores que ameaçam o desempenho organizacional; e tomada de decisão por indivíduos com maior conhecimento sobre os processos de trabalho, independente do cargo ou posição que ocupem dentro da organização1111. Cochrane BS, Hagins M Jr, Picciano G, King JA, Marshall DA, Nelson B, et al. High reliability in healthcare: creating the culture and mindset for patient safety. Healthc Manage Forum. 2017;30(2): 61-8. doi: 10.1177/0840470416689314.
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.

Apesar da disponibilidade de instrumentos em nossa cultura para avaliação do clima de segurança, o PSCHO é uma ferramenta que, além dessa finalidade, possibilita identificar o percentual de respostas problemáticas em questões que influenciam a percepção dos profissionais, tanto na unidade de trabalho quanto na instituição, o que permite ao gerente implementar ações de melhorias de acordo com sua demanda. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo traduzir e adaptar o instrumento Patient Safety Climate in Healthcare Organizations para a cultura brasileira.

Método

Trata-se de um estudo metodológico, caracterizado por processos de desenvolvimento e avaliação de instrumentos de coleta de dados, originado da tese intitulada “Adaptação cultural e avaliação das propriedades de medida do instrumento Patient Safety Climate in Healthcare Organizations1212. Cunha MRPD. Adaptação cultural e avaliação das propriedades de medida do instrumento Patient Safety Climate in Healthcare Organizations [tese]. Campinas (SP): Universidade Estadual de Campinas; 2017.. A etapa apresentada a seguir foi conduzida entre junho de 2015 e maio de 2017, em uma instituição hospitalar pública de ensino do interior do Estado de São Paulo.

Patient Safety Climate in Healthcare Organizations - PSCHO

O PSCHO possui 51 itens, seis referentes às características profissionais e 45 sobre o clima de segurança, dos quais 42 estão distribuídos em 12 dimensões que mensuram aspectos do hospital, da unidade de trabalho e interpessoais sobre o clima de segurança. As dimensões relacionadas aos aspectos organizacionais incluem o engajamento da administração da instituição (itens 1, 3, 4, 7, 11 e 24), recursos organizacionais para segurança (itens 2, 16, 30, 39) e ênfase geral na segurança do paciente (itens 12 e 23)1010. Benzer JK, Meterko M, Singer SJ. The patient safety climate in healthcare organizations (PSCHO) survey: short-form development. J Eval Clin Pract. 2017;23(4):853-9. doi: 10.1111/jep.12731.
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Os aspectos relativos à unidade de trabalho englobam apoio dos gerentes da unidade (itens 25, 29 e 34), normas de segurança na unidade (itens 5, 8, 18, 32 e 40), reconhecimento da unidade e apoio à dedicação em relação à segurança (itens 10, 21, 22 e 31), aprendizado coletivo (itens 26, 35, 38 e 41), segurança psicológica (itens 27, 33 e 37) e responsividade aos problemas (itens 28 e 36)1010. Benzer JK, Meterko M, Singer SJ. The patient safety climate in healthcare organizations (PSCHO) survey: short-form development. J Eval Clin Pract. 2017;23(4):853-9. doi: 10.1111/jep.12731.
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.

A categoria interpessoal envolve as dimensões medo do constrangimento (itens 6, 9, 43 e 44) e medo de culpabilização e punição (itens 15, 17 e 42). Outro aspecto importante para o clima de segurança foi considerado, mas não classificado nas categorias anteriores, que consiste na dimensão prestação de cuidado seguro, avaliado pelos itens 14 e 191010. Benzer JK, Meterko M, Singer SJ. The patient safety climate in healthcare organizations (PSCHO) survey: short-form development. J Eval Clin Pract. 2017;23(4):853-9. doi: 10.1111/jep.12731.
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.

A escala de resposta às afirmativas é do tipo Likert com cinco pontos, cujas opções são: discordo totalmente (1), discordo (2), não concordo nem discordo (3), concordo (4) e concordo totalmente (5). O profissional pode ainda considerar a opção “não se aplica” (6)99. Singer S, Meterko M, Baker L, Gaba D, Falwell A, Rosen A. Workforce perceptions of hospital safety culture: development and validation of the patient safety climate in healthcare organizations survey. Health Serv Res. 2007;42(5):1999-2021. doi: 10.1111/j.1475-6773.2007.00706.x
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. Nove itens (6, 9, 14, 15, 17, 34, 42, 43 e 44) possuem conotação negativa e por isso devem ser invertidos para análise.

O escore é obtido de forma que se dê destaque às respostas que se opõem à segurança (1) discordo totalmente e (2) discordo, chamadas de respostas problemáticas. O cálculo pode ser feito para os itens, dimensões e para o clima de segurança geral. Primeiro, obtém-se o cálculo da porcentagem média das respostas problemáticas para cada item entre todos os respondentes. Em seguida, calcula-se a média de todas as médias dos itens em uma dimensão e a média de todos os itens no instrumento. Uma média baixa de porcentagem de respostas problemáticas indica melhor percepção do clima de segurança na instituição.

Tradução e adaptação cultural

Após o consentimento formal da autora do instrumento, professora e pesquisadora Dra. Sara Singer, seguiram-se os procedimentos metodológicos de tradução e adaptação do PSCHO recomendados pela literatura, com a finalidade de manter a mesma equivalência entre a versão original e a adaptada1313. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH QuickDASH outcome measures. Toronto: Institute for Work & Health; 2007 [cited 2017 Jun 20]. Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf.

Inicialmente, o instrumento foi traduzido por dois tradutores independentes, com fluência na língua inglesa, cuja língua materna era o português do Brasil. Um dos tradutores foi informado sobre os conceitos e objetivos do instrumento e o outro não teve acesso a essas informações.

As duas versões (T1 e T2) foram analisadas por um terceiro tradutor independente, o que permitiu a comparação e o consenso de discrepâncias, obtendo-se uma versão síntese (T12). A T12 foi submetida à tradução de volta para o inglês (retrotradução), por dois tradutores com fluência em português, cuja língua materna era o inglês, produzindo duas versões (RT1 e RT2). Esses profissionais eram tradutores independentes, não fizeram parte da primeira fase da tradução e não foram informados sobre os conceitos mensurados pelo PSCHO.

Após a obtenção das retrotraduções, foi organizado um comitê de juízes composto por sete profissionais: uma médica docente, com experiência em cuidados intensivos e vivência no país de origem do instrumento; uma enfermeira, doutoranda e com experiência assistencial; uma enfermeira, doutoranda e docente na área de administração, com formação em Letras; uma gerente de enfermagem, com experiência na área de qualidade e segurança do paciente; duas docentes em enfermagem, pesquisadoras na área de segurança do paciente e uma docente de enfermagem, com experiência na tradução e adaptação de instrumentos.

Com o objetivo de analisar a validade de conteúdo e desenvolver a versão pré-final do PSCHO, todas as versões do instrumento (VO, T1, T2, T12, RT1 e RT2) foram disponibilizadas aos juízes para uma avaliação quantitativa e qualitativa. Cada juiz recebeu uma carta-convite e instruções específicas, nas quais se solicitou a avaliação das equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual de cada item do instrumento.

A avaliação da equivalência semântica refere-se ao significado das palavras, em que se observa se palavras traduzidas têm o mesmo significado empregado na versão original1313. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH QuickDASH outcome measures. Toronto: Institute for Work & Health; 2007 [cited 2017 Jun 20]. Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf-1414. Epstein J, Santo RM, Guillemin F. A review of guidelines for cross-cultural adaptation of questionnaires could not bring out a consensus. J Clin Epidemiol. 2015;68(4):435-41. doi: 10.1016/j.jclinepi.2014.11.021.
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. A idiomática avalia se o item traduzido preserva o sentido da expressão na versão original1313. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH QuickDASH outcome measures. Toronto: Institute for Work & Health; 2007 [cited 2017 Jun 20]. Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf. A equivalência cultural refere-se à adequação de situações ou atividades abordadas que correspondem às situações vivenciadas no contexto cultural do Brasil, enquanto a conceitual diz respeito à análise de palavras com diferentes conceitos entre as culturas1313. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH QuickDASH outcome measures. Toronto: Institute for Work & Health; 2007 [cited 2017 Jun 20]. Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf-1414. Epstein J, Santo RM, Guillemin F. A review of guidelines for cross-cultural adaptation of questionnaires could not bring out a consensus. J Clin Epidemiol. 2015;68(4):435-41. doi: 10.1016/j.jclinepi.2014.11.021.
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.

A avaliação quantitativa do instrumento ocorreu de maneira individual, em que os membros do comitê atribuíram uma pontuação para a equivalência de cada item (1=não equivalente, 2=impossível avaliar a equivalência sem que o item seja revisto, 3=equivalente, mas necessita de alterações menores, 4=absolutamente equivalente) para o cálculo do Índice de Validade de Conteúdo (IVC). Este cálculo é feito levando-se em conta o número de juízes que pontuaram 3 ou 4, dividido pelo número total de juízes. Consideraram-se os itens com IVC menor que 0,80 elegíveis para revisão1515. Alexandre NMC, Coluci MZO. [Content validity in the development and adaptation processes of measurement instruments]. Ciênc Saúde Coletiva. 2011;16(7):3061-8. Portuguese. doi: 10.1590/S1413-81232011000800006.
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. A avaliação qualitativa realizou-se por meio de uma reunião com a maioria dos membros do comitê, na qual foram feitas sugestões sobre alguns aspectos do instrumento.

Com as adequações discutidas nesse encontro, obteve-se a versão pré-final do PSCHO, que foi submetida ao pré-teste em maio de 2017 com 40 sujeitos, entre eles enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e médicos. O critério para esta seleção partiu do princípio de que estes profissionais fazem parte da maioria dos que estão inseridos tanto na assistência direta ao paciente quanto em posições gerenciais de uma instituição hospitalar.

Os sujeitos receberam a versão pré-final do PSCHO e foram solicitados a avaliar o instrumento quanto à facilidade de compreensão dos itens e instruções, facilidade para assinalar as questões e o tempo dispendido para seu preenchimento.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unicamp (CAAE: 54036116.0.0000.5404) e todos os sujeitos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Resultados

O processo de tradução do instrumento PSCHO foi adequado e possibilitou a elaboração da síntese das versões T1 e T2, que posteriormente foi submetida à retrotradução. Na etapa de síntese (T12), a autora do instrumento foi consultada para esclarecer o significado de alguns termos, que apresentavam equivalência semântica diferente, mas que poderiam ser sinônimos na língua original (disciplined, punished e corrected). Após esclarecimentos, para os termos “ disciplined ” e “ punished ” considerou-se a tradução “punido” e, para “ corrected ”, “corrigido”. Em seguida, as versões VO, T1, T2, T12, RT1 e RT2 foram submetidas à avaliação pelo comitê de juízes.

Na avaliação quantitativa, a maioria dos itens obteve uma concordância acima de 80% entre os juízes, o que demonstrou equivalência semântica, idiomática, cultural e conceitual dentre as versões do instrumento, conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1:
Índice de validade de conteúdo dos itens da versão brasileira doPatient Safety Climate in Healthcare Organizations. Campinas, SP, 2017

Durante a reunião com os membros do comitê de juízes, momento em que foi possível realizar a avaliação qualitativa dos itens do instrumento, houve sugestões de alterações dos itens para adequar às equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual.

Entre os itens que obtiveram taxa de concordância menor que 80%, o item 47 “Meu cargo é” apresentou discordância quanto à equivalência cultural, semântica e conceitual e, por se tratar de uma afirmativa que aborda categorias profissionais, sofreu modificações para adequar à realidade brasileira. No item 16 “Eu tenho tempo suficiente para realizar procedimentos com o paciente de forma segura” os juízes apontaram menor taxa de concordância quanto à equivalência semântica e cultural, tendo como sugestão a substituição da palavra “procedimentos” para “cuidado”.

Para o item 26 “Os erros ocorridos em minha unidade têm levado a mudanças positivas no setor” apontou-se necessidade de subtração do termo “ocorridos em minha unidade” para melhor equivalência semântica e idiomática, uma vez que a versão original não especificava o local de ocorrência dos erros, mas sim se eles encorajavam mudanças na unidade. Dessa forma, as modificações sugeridas pelos juízes foram acatadas e o item assumiu a versão “Os erros têm levado a mudanças positivas em minha unidade/ setor”.

Além dos itens com taxa de concordância abaixo de 80%, outras afirmativas foram modificadas. Os itens 46 e 48 sofreram alterações para adequação da equivalência cultural, pois abordam cargos e setores da unidade hospitalar, respectivamente, que devem ser adequados à realidade cultural do país.

Entre os termos padronizados, “administração/direção” foi utilizado sempre que a afirmativa se referisse ao gerenciamento da instituição (itens 3, 4, 7 e 11), enquanto que “gerência/coordenação” foi inserido nos itens relacionados à unidade, (itens 25, 28, 29, 34 e 37). A palavra “ facility ” apresentou divergência nos itens 23 e 39, assumindo a tradução “unidade”. Após consenso, assumiu-se o significado de “instituição” para este termo, pois está presente em itens que representam dimensões de aspecto organizacional e não da unidade.

Além dessas afirmativas, o tempo verbal foi modificado no item 9 “Se eu cometer um erro que tenha consequências significativas e ninguém perceber, eu não irei revelar a ninguém sobre o ocorrido”, assumindo o tempo presente no trecho “eu não revelo a ninguém sobre o ocorrido”, e no item 30 “Eu recebi treinamento adequado para resolver problemas relacionados à segurança do paciente”, cuja alteração ocorreu no trecho “Eu tenho recebido”.

Com relação à substituição de palavras, no item 17 “Profissionais da área clínica que cometem erros graves, geralmente são punidos” o termo “área clínica” foi substituído por “assistência”. No item 21 “Eu sou recompensado(a) pela rápida intervenção ao identificar um erro grave” a expressão “rápida intervenção” foi alterada para “agir rapidamente”.

Os demais itens que obtiveram equivalência menor que um e que sofreram modificações substanciais (em negrito) estão descritas no Quadro 1.

Quadro 1:
Descrição dos itens alterados após avaliação do comitê de juízes

Após as modificações sugeridas pelos membros do comitê de juízes, seguiu-se a etapa do pré-teste, realizado em um hospital universitário com 40 profissionais, entre eles enfermeiros (12,5%), técnicos de enfermagem (45%), fisioterapeutas (2,5%), médicos residentes (17,5%), médicos docentes e assistentes (22,5%), cujas áreas de trabalho eram: ambulatório, unidade de emergência referenciada (UER), unidade de terapia intensiva (UTI), centro de material esterilizado (CME), centro-cirúrgico (CC), enfermaria/unidade de internação e de outras áreas. A maioria dos profissionais tinha entre 31 e 50 anos (72,5%), era do sexo feminino (62,5%), com mais de cinco anos de trabalho na instituição (70%).

O tempo médio de preenchimento do PSCHO foi de 15,3 minutos (DP±6), sendo o mínimo de sete e o máximo de 34 minutos. Embora 67,5% dos sujeitos tenham avaliado como de fácil preenchimento, alguns sugeriram alterar a formatação da coluna para assinalá-las, com o intuito de destacar as opções existentes e tornar o preenchimento mais rápido. Quanto às instruções e às questões do PSCHO, 85% assinalaram ser de fácil compreensão.

O item 40 “Violações deliberadas dos procedimentos operacionais padrões são raras na minha unidade” apresentou concordância de 100%, porém foi considerado por alguns sujeitos sem equivalência cultural pelo uso do termo “deliberadas”. Para alterar este item, optou-se por consultar novamente os juízes e obteve-se o retorno da maioria, que concordou em subtrair o termo. Para o item 47, que trata das profissões, sugeriu-se alterar o enunciado “Meu cargo é” para “Minha função é”, uma vez que a questão 46 já trata sobre o cargo ou posição ocupada pelo profissional na instituição.

Com as alterações feitas após o pré-teste, obteve-se a versão traduzida e adaptada do PSCHO para a cultura brasileira (Apêndice).

Discussão

O processo de tradução, síntese e retrotradução do instrumento PSCHO para a cultura brasileira efetivou-se de forma sistemática, de acordo com a literatura1313. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH QuickDASH outcome measures. Toronto: Institute for Work & Health; 2007 [cited 2017 Jun 20]. Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf. Apesar de ser um processo já bem estabelecido, cada etapa possui características específicas, que devem ser detalhadas pelo pesquisador. A tradução do instrumento é o primeiro passo para um trabalho bem executado, por isso é relevante selecionar criteriosamente os profissionais que farão parte dessa fase1616. Reichenheim ME, Moraes CL. Operationalizing the cross-cultural adaptation of epidemological measurement instruments. Rev Saúde Pública. 2007;41(4). doi: https://doi.org/10.1590/S0034-89102006005000035.
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.

A síntese das traduções exige um profissional especialista em linguística, para garantir que a equivalência semântica dos conceitos do instrumento, tanto na língua de origem, quanto na de destino, seja respeitada. Dois aspectos devem ser considerados nesta fase, o significado referencial (denotativo) e o geral (conotativo). A correspondência literal entre uma palavra na sua língua original e a sua respectiva tradução confere significado denotativo, porém sob o ponto de vista conotativo, uma palavra pode ter um impacto diferente no contexto cultural da população alvo1616. Reichenheim ME, Moraes CL. Operationalizing the cross-cultural adaptation of epidemological measurement instruments. Rev Saúde Pública. 2007;41(4). doi: https://doi.org/10.1590/S0034-89102006005000035.
https://doi.org/10.1590/S0034-8910200600...
.

Essa reflexão foi necessária no presente estudo, uma vez que na cultura de segurança do paciente a “punição” do profissional é compreendida como injusta e prejudicial, pois não analisa os fatores organizacionais para a ocorrência do erro1717. Urbanetto JS, Gerhardt LM. Patient safety in the healthcare education research triad [Editorial]. Rev Gaúcha Enferm. 2013;34(3):12-3. doi: https://doi.org/10.1590/S1983-14472013000300001.
https://doi.org/https://doi.org/10.1590/...
. O uso deste termo indiscriminadamente poderia inverter o significado do item do instrumento. Dessa forma, o termo “corrected” não assumiu o significado punitivo, mas sim de redirecionamento da ação, alinhando à cultura de aprendizagem1818. Singer SJ, Benzer JK, Hamdan SU. Improving health care quality and safety: the role of collective learning. J Healthc Leadersh. 2015;7:91-107. doi: https://doi.org/10.2147/JHL.S70115.
https://doi.org/https://doi.org/10.2147/...
.

A etapa de avaliação pelo comitê de juízes mostrou-se essencial para a adaptação e validade de conteúdo, pois considerou a experiência e vivência de cada especialista, o que colabora para a uniformização de termos, tornando os itens mais claros e de fácil compreensão na realidade brasileira1414. Epstein J, Santo RM, Guillemin F. A review of guidelines for cross-cultural adaptation of questionnaires could not bring out a consensus. J Clin Epidemiol. 2015;68(4):435-41. doi: 10.1016/j.jclinepi.2014.11.021.
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,1919. Dalla Nora CR, Zoboli E, Vieira MM. Validation by experts: importance in translation and adaptation of instruments. Rev Gaúcha Enferm. 2017;38(3):e64851. doi: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.03.64851.
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.

Na avaliação das equivalências do PSCHO pelo comitê de juízes foi possível observar maior divergência com relação à equivalência semântica. Assim como no estudo de adaptação transcultural do instrumento HSOPSC2020. Reis CT, Laguardia J, Martins M. Adaptação transcultural da versão brasileira do Hospital Survey on Patient Safety Culture: etapa inicial. Cad Saúde Pública. 2012;28(11):2199-2210. doi: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2012001100019.
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, algumas palavras foram modificadas e alguns termos padronizados com o intuito de facilitar a compreensão dos itens pelos sujeitos e mantê-los com o significado original.

A análise das equivalências mostrou que as etapas de adaptação cultural foram adequadas. Apesar de não ser consenso o número e a qualificação dos juízes 1313. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH QuickDASH outcome measures. Toronto: Institute for Work & Health; 2007 [cited 2017 Jun 20]. Available from: http://www.dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf,1414. Epstein J, Santo RM, Guillemin F. A review of guidelines for cross-cultural adaptation of questionnaires could not bring out a consensus. J Clin Epidemiol. 2015;68(4):435-41. doi: 10.1016/j.jclinepi.2014.11.021.
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, considera-se crucial que estes profissionais sejam capazes de avaliar a qualidade das traduções, tomar decisões críticas, chegar a um consenso na existência de discrepâncias e consolidar todas as versões do instrumento1414. Epstein J, Santo RM, Guillemin F. A review of guidelines for cross-cultural adaptation of questionnaires could not bring out a consensus. J Clin Epidemiol. 2015;68(4):435-41. doi: 10.1016/j.jclinepi.2014.11.021.
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. A presença de um profissional com experiência assistencial no país de origem do instrumento facilitou o consenso quando se discutiu a equivalência cultural de diversos itens, principalmente entre as opções de profissões e setores (“Minha função é” e “Área de trabalho”, respectivamente) do PSCHO.

Embora o instrumento seja construído para aplicação junto aos diversos profissionais do cenário hospitalar, durante a seleção da amostra para o pré-teste optou-se por convidar sujeitos que representassem a população alvo do estudo, composta pela equipe de enfermagem, fisioterapeutas e médicos. Cada um deles contribuiu de forma qualitativa para melhor compreensão do instrumento e, de uma maneira geral, os sujeitos avaliaram de forma positiva as opções de resposta, compreensão dos itens e instruções da versão brasileira do PSCHO. Dos 51 itens, apenas o item 40 foi descrito como de difícil compreensão, indicando um adequado processo de adaptação cultural.

O tempo médio de preenchimento de 15 minutos pode ter sido influenciado pelo layout das opções de resposta da escala. Uma parcela dos sujeitos sugeriu alterações neste aspecto, com o intuito de facilitar a leitura de cada item e a localização da opção de resposta, o que foi acatado para facilitar o preenchimento do instrumento. Outra alteração sugerida e aprovada foi a substituição do enunciado do item ”Meu cargo é” por “Minha função é”, uma vez que cargo é uma posição, e não a profissão de alguém.

Conclusão

O processo de tradução e adaptação do PSCHO para a cultura brasileira seguiu as etapas recomendadas internacionalmente e apresentou resultados satisfatórios com relação a sua compreensão pelos sujeitos. Como limitação, houve dificuldade de comparação dos dados com outras pesquisas, uma vez que o instrumento encontra-se traduzido apenas na China.

A versão do PSCHO obtida neste estudo corresponde à primeira etapa do processo de disponibilização de um instrumento numa cultura diferente da original em que foi desenvolvido. Estudos futuros devem ser elaborados para validação do questionário para fins de pesquisa. No ambiente da prática profissional, o uso do PSCHO poderá contribuir para a compreensão do clima de segurança do paciente e, assim, auxiliará na identificação das vulnerabilidades das instituições. Portanto, espera-se que esta seja uma ferramenta útil para os gestores direcionarem mudanças que efetivamente reduzam a um mínimo aceitável os riscos da assistência.

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Apêndice


Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Out 2018
  • Data do Fascículo
    2018

Histórico

  • Recebido
    06 Fev 2018
  • Aceito
    02 Jul 2018
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