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Modelo teórico para gestão de grupos de pesquisa em enfermagem

RESUMO

Objetivo:

Elaborar um modelo teórico de gestão de grupos de pesquisa para programas de pós-graduação em enfermagem.

Método:

Trata-se de uma Teoria Fundamentada nos Dados desenvolvida em um programa de pós-graduação em enfermagem stricto sensu de uma universidade pública. A coleta de dados foi realizada de abril a outubro de 2018 e a amostra teórica foi composta por 21 participantes dispostos em três grupos amostrais.

Resultados:

As atividades de pesquisa estão vinculadas a grupos de pesquisa, que necessitam de recursos humanos, materiais e financeiros para desenvolver seus estudos. Essas condições pedem estratégias de gestão e interações nacionais e internacionais que resultam em desenvolvimento teórico, científico e tecnológico da profissão.

Considerações finais:

O modelo teórico de gestão de grupos de pesquisa pode servir como guia para programas de pós-graduação em enfermagem e saúde para planejamento do processo de trabalho e para que possam contribuir com pesquisas de grande impacto para a sociedade.

Descritores:
Universidades; Grupos de pesquisa; Educação de pós-graduação em enfermagem; Organização e administração; Teoria fundamentada

ABSTRACT

Objective:

To develop a theoretical model for management of research groups in nursing graduate programs.

Method:

This is a Grounded Theory developed in a stricto sensu nursing graduate program of a public university. Data collection was conducted from April to October 2018 and the theoretical sample consisted of 21 participants arranged in three sample groups.

Results:

Research activities are linked to research groups, which require human, material and financial resources to develop their studies. These conditions call for management strategies and national and international interactions that result in theoretical, scientific and technological development of the profession.

Final considerations:

The theoretical model for management of research groups can serve as a guide for graduate programs in nursing and health for planning the work process and so that they can contribute with research of great impact for society.

Descriptors:
Universities; Research groups; Education; nursing; graduate; Organization and administration; Grounded theory

RESUMEN

Objetivo:

Elaborar un modelo teórico de gestión de grupos de investigación de un programa de posgrado en enfermería.

Método:

Se trata de una Teoría Basada en Datos desarrollada en un programa de postgrado de enfermería stricto sensu de una universidad pública. La recogida de datos se llevó a cabo de abril a octubre de 2018 y la muestra teórica estuvo compuesta por 21 participantes dispuestos en tres grupos de muestra.

Resultados:

Las actividades de investigación están vinculadas a los grupos de investigación, que necesitan recursos humanos, materiales y financieros para desarrollar sus estudios. Estas condiciones exigen estrategias de gestión e interacciones nacionales e internacionales que den lugar al desarrollo teórico, científico y tecnológico de la profesión.

Consideraciones finales:

El modelo teórico de gestión de grupos de investigación puede servir de guía a los programas de posgrado en enfermería y salud para planificar el proceso de trabajo y que puedan contribuir con investigaciones de gran impacto para la sociedad.

Descriptores:
Universidades; Grupos de investigación; Educación de postgrado en enfermería; Organización y administración; Teoría fundamentada

INTRODUÇÃO

Os grupos de pesquisa na área da enfermagem apresentaram um aumento de 146% nos últimos dez anos, passando de 251 em 2006 para 617 em 2016, entretanto, dos 251 encontrados em 2006, 43 (17%) não foram localizados em 2016, o que representa o encerramento de uma parcela importante de grupos ao longo dos anos11. Erdmann AL, Peiter CC, Lanzoni GMM. Brazilian research groups in nursing: comparison of 2006 and 2016 profiles. Rev Gaúcha Enferm. 2017;38(2):e69051. doi: http://doi.org/10.1590/1983-1447.2017.02.69051
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. Por outro lado, um estudo realizado na Alemanha identificou que muitas descobertas importantes na ciência foram feitas por grupos de pesquisa jovens22. On behalf of the GBM Young Investigators; Hennig J, Feige MJ. Highlight: young research groups in Germany. Biol Chem. 2019;400(7):811-2. doi: https://doi.org/10.1515/hsz-2019-0246
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As demandas emergentes dos problemas de pesquisa, como complexidade e interdisciplinaridade, exigem uma junção de conhecimentos por parte dos pesquisadores na busca de soluções, por este fato, as pesquisas são conduzidas em grupos de pesquisa que contam com pesquisadores interessados em determinada temática de estudo33. Nyström ME, Karltun J, Keller C, Anderson Gäre B. Collaborative and partnership research for improvement of health and social services: researcher’s experiences from 20 projects. Health Res Policy Syst. 2018;16(1):46. doi: http://doi.org/10.1186/s12961-018-0322-0
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Os grupos de pesquisa englobam um conjunto de indivíduos organizados de acordo com sua competência no campo científico ou tecnológico e o seu envolvimento frente às atividades de pesquisa. Esses grupos são organizados em torno de linhas de pesquisa, áreas de concentração e seus componentes compartilham recursos em distintos graus44. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (BR). Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico [Internet]. Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil. Brasília, DF: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; 2017. [cited 2022 Jul 07]. Available from: http://lattes.cnpq.br/web/dgp
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As métricas para grupos de excelência diferem entre os países. No Reino Unido, os grupos de pesquisa considerados de excelência na área da saúde atingem três medidas de produtividades: o número de publicações, o fator de impacto dos periódicos nos quais os artigos são publicados e o número de citações55. Cook I, Grange S, Eyre-Walker A. Research groups: how big should they be? PeerJ. 2015:e989. doi: http://doi.org/10.7717/peerj.989
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Para que os grupos de pesquisa alcancem os resultados que se propõem, alguns fatores como gestão e liderança influenciam no seu desempenho acadêmico. A liderança está atrelada à construção de uma agenda de pesquisa desafiadora e ao incentivo e inspiração dos pesquisadores para o cumprimento da programação. Enquanto que a gestão preocupa-se com a organização do processo de trabalho para garantir a execução dos projetos e melhorar os processos de funcionamento do grupo66. Verbree M, Horlings E, Groenewegen P, Weijden IV, van den Besselaar P. Organizational factors influencing scholarly performance: a multivariate study of biomedical research groups. Scientometrics. 2014;102(1):25-49. doi: http://doi.org/10.1007/s11192-014-1437-x
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No entanto, considerando a importância dos processos de gestão para a organização do processo de trabalho e do bom desempenho das atividades dentro do grupo de pesquisa, não foi identificado na literatura científica um modelo teórico que norteie as ações dos pesquisadores inseridos a grupos de pesquisa. Assim, esta pesquisa teve como objetivo elaborar um modelo teórico de gestão de grupos de pesquisa para programas de pós-graduação em enfermagem.

MÉTODO

Pesquisa qualitativa, ancorada teórica e metodologicamente na vertente straussiana da Teoria Fundamentada nos Dados (TFD), que busca a construção de uma teoria, a partir dos significados dos fenômenos para os participantes77. Corbin J, Strauss A. Basics of qualitative research: techniques and procedures for developing grounded theory. California: SAGE; 2015..

Essa metodologia de pesquisa caracteriza-se pela compreensão de diferentes aspectos em que a pesquisa está inserida: aspectos políticos, sociais e históricos, valorizando os significados sociais atribuídos a partir da ação humana, voltando-se para a compreensão do “o que” e “como” determinado fenômeno acontece88. Santos JLG, Erdmann AL, Sousa FGM, Lanzoni GMM, Melo ALSF, Leite JL. Methodological perspectives in the use of grounded theory in nursing and health research. Esc Anna Nery. 2016;20(3):e20160056. doi: http://doi.org/10.5935/1414-8145.20160056
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Para a imersão do modelo teórico é adotado um modelo paradigmático como ferramenta analítica, que adota determinadas técnicas e procedimentos para a coleta e análise de dados e envolve um rigoroso processo de organização e integração dos conceitos, sistematizados de forma lógica88. Santos JLG, Erdmann AL, Sousa FGM, Lanzoni GMM, Melo ALSF, Leite JL. Methodological perspectives in the use of grounded theory in nursing and health research. Esc Anna Nery. 2016;20(3):e20160056. doi: http://doi.org/10.5935/1414-8145.20160056
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. Além disso, para a imersão do fenômeno por meio do modelo teórico, são necessárias condições para ocorrência do fenômeno, ação e interação entre os dados que levam a uma consequência. Assim, o modelo teórico é relevado a partir dos dados e da integração que ocorre entre eles88. Santos JLG, Erdmann AL, Sousa FGM, Lanzoni GMM, Melo ALSF, Leite JL. Methodological perspectives in the use of grounded theory in nursing and health research. Esc Anna Nery. 2016;20(3):e20160056. doi: http://doi.org/10.5935/1414-8145.20160056
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O cenário do estudo foram 14 grupos de pesquisa vinculados a um Programa de Pós-Graduação em Enfermagem stricto sensu de uma universidade pública na região Sul do Brasil, conceituado com a nota 6 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), reconhecido pela formação de 780 mestres e doutores brasileiros e do exterior.Os 14 grupos de pesquisa estavam cadastrados no Diretório de Grupos de Pesquisa do Brasil e foram certificados pela instituição, 10 haviam sido atualizados em 2018. Dos 14 grupos de pesquisa vinculados ao programa, 10 grupos tiveram participantes no estudo.

A amostragem teórica do estudo foi composta por 21 pesquisadores, participantes de grupos de pesquisa em enfermagem, selecionados por conveniência na medida em que respondiam ao e-mail convite para participação na pesquisa. Não houve recusas de participação neste estudo.

Os participantes foram divididos em dois grupos amostrais. O primeiro grupo amostral foi composto por dez líderes e vice-líderes de grupos de pesquisa, e teve como questão norteadora: “Quais significados você atribui à gestão do grupo de pesquisa?”. O segundo grupo amostral foi formado por nove discentes e dois ex-líderes, uma vez que foi identificada a hipótese, no primeiro grupo amostral, de que a gestão dos grupos de pesquisa ocorria de forma compartilhada com os demais membros do grupo. Para tanto, o segundo grupo amostral foi criado, a fim de responder à hipótese de pesquisa: “A gestão dos grupos de pesquisa de um programa de pós-graduação em enfermagem ocorre de forma compartilhada entre os membros do grupo?”.

Os critérios inclusivos para ambos os grupos amostrais foram: docente universitário, líder ou vice-líder de grupos de pesquisa em enfermagem por um ano ou mais, orientadores de mestrado e doutorado, discentes participantes de grupos de pesquisa em enfermagem por três meses ou mais, docentes voluntários e ex-líderes de grupos de pesquisa. Os critérios exclusivos para ambos os grupos se limitaram a: discentes e docentes afastados da universidade por qualquer motivo durante a coleta de dados.

Os participantes foram convidados a fazer parte da pesquisa via e-mail, em seguida foram agendadas as entrevistas para data e horário mais adequados aos participantes. A coleta de dados ocorreu no período de abril a outubro de 2018, em sala privativa somente com participante e pesquisador, no local de trabalho dos participantes, por meio de entrevistas abertas audiogravadas com smartphone, com média de duração de 38 minutos. Após a transcrição, o documento com a entrevista na íntegra foi encaminhado via e-mail para que cada participante fizesse a validação da sua fala. Quando emergiram dúvidas quanto às falas dos participantes ou algum fato mencionado exigia maior aprofundamento, os pesquisadores solicitaram complementação nesse momento. No entanto, não foi necessário repetir entrevistas.

As entrevistas foram conduzidas pela autora principal do manuscrito, enfermeira mestranda em enfermagem do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, no qual foi realizado a pesquisa, assim, já havia estabelecido um relacionamento com os participantes do estudo anterior ao início da coleta de dados e os participantes conheciam os seus objetivos pessoais e razões para desenvolver a pesquisa. A pesquisadora possuía experiência prévia com pesquisa qualitativa e coleta de dados por meio de entrevista. O roteiro de entrevistas foi testado por meio de duas entrevistas piloto realizadas anteriormente a coleta de dados, em que os participantes sugeriram pequenas alterações na grafia das perguntas para facilitar o entendimento.

A coleta de dados foi finalizada com a saturação teórica dos dados a partir do momento que não foram evidenciadas novas informações e as categorias estavam bem desenvolvidas quanto a propriedades, dimensões e validade.

A organização e análise de dados foram realizadas no software NVIVO®. A análise de dados foi realizada por um único codificador e classificada em três momentos interdependentes (codificação aberta, codificação axial e integração), de acordo com a proposição da TFD. A codificação aberta ou conceituação é o primeiro momento da análise, em que os dados são analisados linha a linha com a finalidade de identificação dos acontecimentos, para agrupá-los por similaridade. Na codificação axial, os dados foram organizados em subcategorias, a partir dos fenômenos iniciais. Este processo analítico de comparação constante dos dados é subsidiado pelo modelo paradigmático e compreende três dimensões, a saber: condição, ações-interações e consequências. As “condições” são entendidas como as razões necessárias para o acontecimento de determinado fenômeno, bem como, as explicações atribuídas pelos próprios participantes para a situação; as “ações-interações” são compreendidas como a movimentação e os significados atribuídos a situações específicas; a “consequência”, portanto, expressa os desfechos e os resultados previstos ou reais. Por fim, a integração, é a fase de união das categorias e subcategorias, em que o processo entre as relações e interações, associado ao componente analítico, levam à para imersão do fenômeno estudado77. Corbin J, Strauss A. Basics of qualitative research: techniques and procedures for developing grounded theory. California: SAGE; 2015..

A partir da análise dos constructos e necessidade de direcionamento da fase analítica do estudo, foram construídos memorandos e diagramas com a finalidade de aprofundamento da densidade teórica da pesquisa e aprofundamento de hipóteses. Além disso, o modelo teórico foi validado por três experts na metodologia e por cinco participantes de grupo de pesquisa, conforme propõe o método utilizado. Os validadores fizeram sugestões de ajustes em algumas categorias e subcategorias, após realizadas as mudanças aprovaram o modelo teórico e sentiram-se representados pelo fenômeno. Ainda destacaram a relevância do estudo em uma área ainda pouco explorada na literatura científica acadêmica da Enfermagem.

Foram atendidas as disposições da Resolução n. 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. O estudo teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, com o Parecer de número 2.595.322 e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética 81636317.0.0000.0121. Os participantes foram informados quanto aos objetivos e à metodologia adotada na pesquisa. Os que aceitaram participar do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para manter a confidencialidade das informações contidas e o sigilo dos participantes, as entrevistas foram codificadas com a letra “P” e o número correspondente à ordem em que os participantes foram entrevistados.

RESULTADOS

A pesquisa resultou na participação de 21 pesquisadores, com idade entre 20 e 67 anos, dentre eles, um participante do sexo masculino e 20 do sexo feminino. Quanto a experiência com pesquisa, variou de três meses a 11 anos e o tempo de participação em grupos de pesquisa ficou entre seis meses a 40 anos. O tempo de atuação docente variou entre 12 e 53 anos; o tempo de atuação na pós-graduação foi de dois a 40 anos e o tempo de atuação na liderança dos grupos variou de um a 30 anos.

A partir da análise e do processo sistemático de integração dos dados, foi evidenciado o fenômeno “Gerenciando coletivamente o grupo de pesquisa para a produção do conhecimento científico e formação de recursos humanos em enfermagem e saúde”, sustentado por oito categorias e vinte e duas subcategorias, as quais foram apresentadas no Quadro 1 atreladas a cada um dos componentes do modelo paradigmático.

Quadro 1 -
Categorias e subcategorias do fenômeno. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, 2022

Condições indutoras da ocorrência do fenômeno central

Na primeira categoria, “Articulando-se com instâncias da gestão acadêmica”, a primeira subcategoria, “Compreendendo as políticas da universidade”, evidenciou a inserção do grupo de pesquisa em um contexto maior de uma universidade pública federal, que envolve Pró-Reitoria de Pesquisa, Departamento de Enfermagem e o Programa de Pós-Graduação em Enfermagem.

Associada a esta estrutura, formada em uma instituição de ensino, encontram-se políticas institucionais que regem a atuação das pessoas envolvidas por meio de normas, decretos e resoluções. Assim, decorre um alinhamento do que é preconizado pela universidade e das ações desenvolvidas pelo grupo de pesquisa.

O grupo de pesquisa faz parte disso e produz conhecimento dentro da universidade, os mesmos pressupostos que entendemos que a universidade tem, eles têm que estar ali aparecendo no grupo. (P13)

As universidades públicas deste país são a minoria. Nós temos mais de 80% do nosso país de universidades privadas, então a universidade pública é uma fortaleza de pensadores. São poucas as universidades que têm uma estrutura de pensadores tão própria como tem a universidade pública, com doutores, com pessoas engajadas, com pessoas com experiência no exterior, com pessoas que estão pesquisando em outros lugares. E que tem essa apropriação do conhecimento, então acho que isso tem que ser valorizado sim, tem que ser colocado. (P10)

Eu acho que agora a parte principal vai ser, eu acredito, a política interna de departamento, e aí já é uma área que eu acho que a área acadêmica não tem noção da profundidade. Então eu acho que isso vai ficar mais com as professoras, elas que vão tentar resolver essa parte, desse espaço do grupo dentro da universidade. A gente sabe que não é fácil. (P18)

Na segunda subcategoria, “Contando com o apoio da pós-graduação”, foi evidenciada uma sinergia entre os grupos de pesquisa e a pós-graduação. A pós-graduação provê financiamentos, quais sejam: bolsas para discentes de mestrado e de doutorado por meio das agências de fomento Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); auxílio para docentes pesquisadores para congressos e visitas técnicas fora do país; custeio de taxa de tradução e publicações de artigos em revistas com extratos A1, A2 e B1, o que estimula as publicações de artigos científicos. Além disso, destacaram o compromisso da pós-graduação de prezar pelo cumprimento dos prazos estipulados para a qualificação e defesa de dissertações e teses.

Eu percebo uma relação perfeita porque o grupo é da pós-graduação, foi criado dentro do programa de pós-graduação, então ele tem uma vinculação simbiótica com a pós-graduação. Os dois andam e trabalham juntos o tempo todo [...] isso para mim já é dado. (P04)

A pós-graduação ajuda em termos de publicação, [...] ela ajuda com taxa de publicação, taxa de tradução em revistas A1, A2 e B1, nessas três. (P02)

Na segunda categoria, “Dispondo de estrutura e recursos para a produção do conhecimento”, a primeira subcategoria, “Buscando recursos financeiros”, evidenciou que, se por um lado os grupos de pesquisa estão dentro de uma estrutura formal de uma universidade, por outro lado não esperam somente da instituição e assumem a responsabilidade de captar financiamento de fontes externas à instituição. Uma das formas de arrecadar recursos é submetendo projetos a editais financiados por agências de fomento. Para tanto, os pesquisadores se reúnem em grupos de trabalho, de acordo com os interesses de pesquisa, formados por docentes e discentes.

Falando do funcionamento do grupo, o professor tem que ter projetos financiados para conseguir os recursos, depende do espírito empreendedor do professor e precisa ter uma compreensão dos membros. (P01)

A gente faz planejamento para concorrer àqueles editais que tenham a ver com a área do grupo e se reúnem grupos de trabalhos para poder construir propostas para esses editais, e sempre estamos concorrendo em editais. (P10)

Este ano teve alguns editais que abriram e, participando do grupo, pensando na formação que eu estou fazendo, eu preciso estar conectada com as demandas das agências de fomento. Então, foram demandas levadas para o grupo e isso foi aceito, no caso, com a minha orientadora. (P13)

O nosso foco foi a construção desse prédio, local que abriga os laboratórios de pesquisa, além das salas dos professores. Nós íamos muito atrás das coisas, dos prazos, e se falava com o engenheiro quase toda semana. (P08)

Além disso, outras formas de arrecadação de recursos financeiros são: oficinas de projetos de extensão para as comunidades acadêmica e externa; pagamento de uma mensalidade dos membros do grupo. Nos dois casos, os proventos obtidos são revertidos em prol das necessidades do grupo de pesquisa ou são empregados no auxílio a discentes para a participação e apresentação de trabalhos em eventos.

Nós temos algumas dificuldades, principalmente o lado financeiro, mas se consegue contornar com os nossos projetos de extensão, ministrando palestras, e se consegue arrecadar dinheiro. (P02)

Oferecemos oficinas com valores de 10 reais para alunos e para a comunidade; temos uma mensalidade do grupo e inclui a compra do café, pintura da sala do grupo que iremos fazer, para comprar outras coisas como bolachas e tudo mais. Tudo que usamos no grupo é comprado com o dinheiro da mensalidade que todos pagam. Eu faço o controle e compro as coisas também. (P19)

A segunda subcategoria, “Contando com participantes de diferentes áreas e níveis de formação”, demonstrou uma composição heterogênea na conformação dos grupos de pesquisa, com diferentes níveis de formação, áreas de atuação e nacionalidades. Entre eles, discentes de graduação, mestrado, doutorado, especialização, residência, mestrado profissional; profissionais de instituições de saúde; docente colaborador, permanente e voluntário. Dentre estes membros estão, além de enfermeiros, educadores físicos, biólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeuta, entre outros.

O nosso objetivo é esse, é integrar alunos de graduação, pós-graduação, enfermeiros e outros profissionais que estão atuando, que não necessariamente estejam dentro da universidade, mas o grupo se abre para isso. (P09)

Temos que envolver o enfermeiro que está na ponta, o técnico de enfermagem, que pode participar sim, por que não? Temos que envolver outros profissionais de outras áreas e temos que envolver os nossos alunos de mestrado, doutorado e graduação. (P07)

Mas acredito que tem uma relação de ser um grupo multiprofissional, por conta de ter uma abertura no programa, que não é só para enfermeiros, então outros profissionais procuram a pós-graduação aqui para fazer. E isso agrega bastante, porque são diferentes percepções. (P09)

Na terceira subcategoria, “Contando com a estrutura física”, constataram-se os avanços conquistados na estrutura desde a criação dos grupos de pesquisa até o momento atual, com espaços considerados adequados. A estrutura física foi percebida como tão importante quanto os recursos humanos, por propiciar o encontro e a comunicação entre os participantes do grupo de pesquisa.

O grupo tem que ter recursos não só humanos, mas também materiais, já temos bastante coisa. Tem condições aqui de, se os alunos, mestrandos, doutorandos, os alunos de graduação precisarem de uma sala, já tem uma sala para que eles possam vir, fazer os trabalhos deles. Então, quer dizer, também temos esses recursos para oferecer para aos alunos ou para os pesquisadores ou para os integrantes do grupo. Então, acho que é esse conjunto todo, sabe? (P09)

Na terceira categoria, “Elaborando macroprojetos”, a primeira subcategoria, “Desenvolvendo projetos de pesquisa e extensão”, mostra que os grupos de pesquisa comportam projetos multicêntricos no Brasil e no exterior, em que os membros são inseridos para realizar seus trabalhos. Além dos projetos de dissertações e teses, também se vinculam a projetos paralelos com o objetivo de agregar na formação, interagir e associar o conhecimento da área de pesquisa.

Nós temos macroprojetos e projetos menores em que os alunos se envolvem, alunos de mestrado e doutorado entram para fazer as suas dissertações e teses, maiores. E os alunos da graduação também, PIBIC. Então, costumamos fazer esses projetos, e aí envolvemos as outras pessoas. (P02)

Olha, você vai ficar sozinho, então vamos fazer um paralelo. Essa questão de projetos paralelos eu acho que é inovador no nosso grupo, porque é quando você pode de fato interagir, não é? Com os objetivos. (P01)

A segunda subcategoria, “Seguindo uma área de concentração e linha de pesquisa”, expressou o desenvolvimento de projetos alinhados às linhas de pesquisa e às duas áreas de concentração que estão vinculadas por meio do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. A partir da linha de pesquisa, é construída a identidade investigativa do grupo de pesquisa, a qual influencia na formação e posterior atuação de mestres e doutores.

Então, esse é um papel importante do grupo também, diversificar e ampliar todas as metodologias que forem possíveis. Não fugindo, lógico, da área de concentração, não fugindo da linha de pesquisa, sempre procurando ter a linha como um fio condutor, eu acho que a tendência é só a gente ir crescendo e melhorando e fortalecendo cada vez mais o grupo. (P09)

Em virtude desse alinhamento, há uma preocupação dos docentes em associar os interesses de pesquisa dos seus orientandos aos seus macroprojetos. Quanto aos discentes, há uma consciência de que seu tema de pesquisa deve estar inserido em um contexto maior de uma linha de pesquisa do orientador.

Eu procuro acatar o que o aluno traz de interesse, que emergiu da vontade dele, do questionamento dele em fazer tal estudo. Claro, mas eu vejo se está dentro do meu macro, que não é bem um macro físico como hoje está-se propondo, é dentro disso que está aqui. (P08)

A linha de pesquisa também influencia na captação de financiamento, nas publicações e na demanda de participantes. Haja vista que algumas áreas são de maior interesse na ciência, as demais encontram dificuldades em se manter. Em decorrência deste fato, os pesquisadores vinculados a estas áreas, consideradas não prioritárias, realmente têm interesse pela temática.

Então, como o nosso grupo é de uma linha de pesquisa que não é hegemônica, que eu considero que não é do modelo de saúde tradicional, que é uma linha muito excluída, não tem uma priorização na ciência. (P06)

Ação e interação

O componente Ação e interação é formado por três categorias e sustentado por dez subcategorias estabelecidas a partir das condições. Essas relações movimentam o fenômeno.

Na primeira categoria, “Desenvolvendo estratégias de gestão do conhecimento”, a primeira subcategoria, “Estratégias de integração”, envolve as estratégias de orientação e de integração dos participantes do grupo de pesquisa. Em relação à orientação, os discentes com maior nível de formação acadêmica, com supervisão do orientador, acompanham os discentes de um nível de formação acadêmica abaixo do seu. Outra estratégia é o compartilhamento de alimentos em momentos de pausa para mediar a integração. Essas estratégias são entendidas como essenciais para a consolidação do GP.

O doutorando que acompanha o mestrando, o mestrando que acompanha o graduando, e fazemos uma roda-viva e a coisa tem que render, e não é só um projeto, tem que rodar nesta dinâmica. (P03)

Embora sejam utilizadas algumas estratégias, os participantes sugeriram o incremento de novas ações, como grupos de debates e estudo de casos, para propiciar a integração.

Eu acho que teria que realmente ter grupos de debates, estudo de casos, ou artigos, ou de uma temática, sentar e discutir. Talvez isso faça com que o grupo interaja entre os professores e entre os alunos [...]. (P12)

Na segunda subcategoria, “Estratégias de difusão e socialização do conhecimento”, foram citadas atividades voltadas para o ensino e para a pesquisa e extensão. No ensino, são ministradas disciplinas voltadas para a área de estudo do grupo. Além disso, os alunos de graduação levam para a sala de aula os conhecimentos aprendidos no grupo, o que fortalece a discussão.

E isso eu também acho bastante positivo. Então, o fato de você ter disciplinas vinculadas ao tema que o grupo desenvolve traz as demandas dos alunos, traz os novos olhares da teoria, traz essa atualização constante. (P01)

Nas estratégias de socialização de conhecimento para a pesquisa e extensão, foram citados: café científico para discutição de temas de atualização da prática assistencial; socialização do andamento da pesquisa; discussão de temas de interesse dos membros; grupos de elaboração de artigos científicos; instrumentalização metodológica; instrumentalização teórica; organização de eventos científicos; apresentação de trabalhos para disseminação do conhecimento; e, sistematização das ideias para a concretude em ações.

Usamos muito o brainstorming durante os assuntos, inclusive assuntos que não são relacionados ao projeto de que eu participo, eles pedem muito a opinião de projetos que estão acontecendo com outros acadêmicos ou com outros professores ali do grupo, sempre tem essa troca de ideias, eles valorizam bastante. (P18)

A terceira subcategoria, “Estratégias organizacionais”, demonstrou o envolvimento de todos na organização das atividades, desde a construção do cronograma, o planejamento das atividades, até a avaliação dos resultados alcançados. Assim, desenvolvem reuniões, elaboração de atas, booklet dos projetos operantes e o regimento interno do grupo para regulamentar as ações.

Estabelecemos um cronograma de temas no final do ano para o ano seguinte. E desse cronograma de atividades todos participam, então é feito dentro do próprio grupo. Levamos um esboço sempre, pra começar com alguma ideia, e depois o grupo vai ajustando aquilo que fizemos. (P02)

Outra estratégia é a alocação dos participantes em grupos de trabalho para dividir as atividades de cada um e manter o funcionamento do grupo de pesquisa. Estes grupos de trabalho são responsáveis por atividades científicas, infraestrutura, atividades de integração, atividades de articulação com entidades de classe da enfermagem, atividades de marketing e divulgação, atividades de captação de recursos, participação em eventos e cooperação nacional e internacional.

Dividimos em alguns grupos, e o trabalho está andando com mais fluxo. Por exemplo, tem as meninas que procuram eventos científicos e divulgam, e tem uma planilha que elas vão atualizando no drive, vamos acessando e olhando. Tem o grupo que organiza as festas, as confraternizações, que tem que ter. Tem o grupo mais científico, quem quer publicar, onde vai publicar, como vai publicar, quem vai ser autor. Tem de organização de conselho de base, o que a gente poderia fazer junto ao COREN, junto à ABEN, coisas assim. (P16)

Na quarta subcategoria, “Utilizando tecnologias da informação e comunicação”, os participantes mencionaram o uso das tecnologias como o e-mail e o WhatsApp como uma estratégia de comunicação. Como estratégias de visibilidade, são utilizados sites, Facebook e Instagram.

Revitalizamos a página do Facebook e criamos a conta do Instagram. Muitos criticam a utilização das redes sociais num sentido mais de explicitação da vida privada. Quando penso no papel da universidade e da democratização do conhecimento, penso que devemos compartilhar mais o que acontece no ambiente acadêmico. Quantos amigos nossos não sabem das teses e dissertações em que trabalhamos, ou ainda acham que estudar é uma tarefa fácil, não sendo entendido como trabalho. Então penso que utilizar as redes sociais é uma forma de dar visibilidade para o nosso fazer, dialogando com ferramentas mais contemporâneas. E isso conecta pessoas. (P13)

Temos um grupo de WhatsApp também, é interessante isso, não tem mensagens desnecessárias, mas sabemos quando alguém apresentou trabalho em eventos, por exemplo. Acho que depende da cooperação e participação de todo o grupo para acertar e afinar essa comunicação. (P16)

A segunda categoria, “Estabelecendo convênios e parcerias nacionais e internacionais”, sustentada pela primeira subcategoria, “Estabelecendo parcerias”, evidencia a interação entre os membros da mesma instituição, mas também a interação com outras instituições e grupos de pesquisa que trabalham o mesmo tema no país, muitos destes, referência na área de estudo.

Eu acho que dentro do grupo tem bastante parceria e isso também é bem positivo. Tem o mestrando que está trabalhando com determinado assunto, que o doutorando também trabalha, então convida para participar da banca. Esse doutorando, ele vai contribuir, posteriormente eles vão produzir juntos e eu acho isso muito produtivo. (P12)

Nós temos parcerias entre os professores do grupo, neste momento eu estou usando um referencial teórico em uma das teses que é muito utilizado por outra professora, e ela ajuda, participa da banca, nos ajudou a instrumentalizar teoricamente. Então é bem interessante, eu gosto muito. (P05)

Na segunda subcategoria, “Estimulando atividades de internacionalização”, foi mencionado pelos participantes o estímulo ao doutorado sanduíche, às publicações com autores internacionais, à participação em congressos e visitas ao exterior. Além de enviarem pesquisadores para atividades de internacionalização, recebem pesquisadores para os mesmos fins.

Na política de internacionalização estimulamos a apresentação de trabalhos em eventos internacionais, doutorado sanduíche, produção científica qualificada com o orientador, estímulo à produção A1. E temos recebido professores estrangeiros que vêm conhecer o nosso trabalho, vêm falar do trabalho deles, fazer uma troca. (P09)

Na terceira categoria, “Gerindo o grupo de pesquisa com o coletivo”, a primeira subcategoria, “Construindo vínculo para além do contexto acadêmico”, apontou a importância da construção de laços para além do contexto acadêmico. Como muitos vêm de outras cidades e não têm uma rede de apoio local, os colegas do grupo de pesquisa tornam-se as pessoas mais próximas. Assim, os participantes do grupo de pesquisa aproximam-se por uma questão de trabalho e levam essas relações para a vida pessoal.

Além do contato profissional gerado nesse grupo, acreditamos muito na humanização e amorosidade e procuramos nos importar com o colega como um todo e não só como um membro de pesquisa, como um amigo. (P15)

O grupo é uma porta de entrada para nós, pesquisadores. É lá que fazemos uma interação mais íntima, mais próxima, dos colegas e com o orientador. É fundamental isso para o desenvolvimento da pesquisa. E nesses grupos de pesquisa temos bastante crescimento. É realmente cheio de amorosidade e interação. (P15)

Você chama alguém para fazer alguma coisa contigo, e dali nasce a amizade, que pode ser uma amizade só de trabalho ou pode ser pra vida mesmo. (P16)

Na segunda subcategoria, “Reconhecendo a importância da liderança no grupo de pesquisa”, constatou-se a liderança como o norte, são as pessoas que conduzem, organizam e articulam, são docentes visionários e idealizadores.

Acho que a liderança é o que dá o tônus do grupo, assim como eu penso que o tônus de uma unidade de saúde tem a ver com seu gerente. (P01)

Eu acho que tem que ter uma visão ampliada até do que a gente quer alcançar, acho que tem que ter uma organização muito boa, ter noção de tudo que está acontecendo, controlar isso para poder até pedir, olhar e ver onde é que está a dúvida ou o que que está precisando aprimorar. (P07)

Embora a liderança tenha sido destacada como importante em um GP, na terceira subcategoria, “Trabalhando em equipe”, os participantes reconheceram uma gestão participativa, em que todos conseguiam expressar suas opiniões para aprimorar o processo de gestão.

Vejo um processo de gestão compartilhado, em que todo mundo, dentro das possibilidades, participa dentro daquilo em que tem mais interesse. E aí a vamos organizando isso nos momentos que temos junto no grupo. (P13)

Em um grupo que se entende dialógico, propositivo, em que se precisa ser crítico, então eu percebo que esse também é o meu papel. Então eu entendo que é uma função minha dentro do grupo, eu não posso esperar que a líder do grupo, ou a vice-líder ou as outras pesquisadoras tragam isso pronto e só se fique esperando. (P13)

A liderança, ela abrange você ter a compreensão do todo do grupo, mas são todos líderes, são todos pesquisadores fortes que, com certeza, só enriquecem o nosso grupo. Eu não trabalho sozinha, aliás, a única coisa que eu faço é não trabalhar sozinha, nós trabalhamos em grupo. (P05)

Consequência

O componente Consequência é formado por duas categorias e cinco subcategorias as quais expressam os resultados provenientes dos componentes condição, ação e interação para evidenciar o fenômeno. Ou seja, os dois componentes anteriores levam a consequência.

Na categoria “Contribuindo para o desenvolvimento teórico, científico e tecnológico da profissão”, a primeira subcategoria, “Abrangendo diferentes referenciais teórico-metodológicos”, evidencia o uso de diversas abordagens de pesquisa, entre elas, qualitativa, quantitativa e métodos mistos. Quanto aos referenciais teóricos, os grupos adotam diferentes referenciais de acordo com a temática da pesquisa.

Eu trabalho muito com pesquisa qualitativa, mas eu me interesso por pesquisas quantitativas também. Eu acho que esse é um papel fundamental do grupo, ele tem que ampliar o conhecimento, mas também metodologias de trabalho. (P09)

Na segunda subcategoria, “Colaborando para a inovação do conhecimento científico”, foi atribuído o desenvolvimento de tecnologias e inovações à elaboração de dissertações e teses, bem como publicações inovadoras para a ciência. Apesar de já desenvolverem ações neste sentido, ainda é emergente a preocupação com o avanço da ciência.

Hoje trabalhamos com tecnologias educativas, que é uma vertente de estratégias pedagógicas, que auxiliam no desenvolvimento do estudante. [...] Hoje estamos com uma linha também da tecnologia bem forte dentro do grupo, cruzando educação com tecnologia, que eu acho que é o “boom” do momento. (P15)

A pesquisa, no nosso país, ela é colocada sempre de uma forma subliminar em tudo. A educação no país é colocada de uma forma subliminar. Então a sensação que se tem, às vezes, é que não se está avançando, mas, quando paramos, olha tudo o que estamos fazendo, quanta transformação já se fez na vida das pessoas mesmo, no processo de ensino e aprendizagem. Percebemos que ali está o resultado de todo o nosso trabalho. (P10)

Na terceira subcategoria, “Formando profissionais para atuar na docência”, foi abordada a formação de profissionais qualificados de todo o Brasil para atuarem na saúde e enfermagem, com algumas iniciativas como o Mestrado e o Doutorado Interinstitucional.

Destes anos todos que eu acompanho o grupo, eu percebo que ele tem uma inserção no ensino do país muito boa. E, com relação às pesquisas, às teses e dissertações, ele também é um grupo muito abrangente, já teve pessoas que participaram como orientandos aqui do Brasil todo. E isso acaba semeando algumas questões em todo o Brasil. (P10)

Na segunda categoria, “Dando retorno à sociedade por meio de ações de extensão”, na primeira subcategoria,“Atendendo às necessidades de saúde da população”, os integrantes relataram a preocupação de atender às demandas de pesquisa da sociedade e promover melhorias e inovações voltadas para a saúde da população.

O objetivo do grupo é estudar, é ter extensão, servir à sociedade, é melhorar o atendimento a uma área específica. (P07)

A pesquisa precisa ter um retorno social, então a pessoa, para além de ela querer pesquisar, investigar, ela precisa querer que isso volte para sua comunidade em forma de ações para melhoria dessa comunidade. (P10)

A segunda subcategoria, “Desenvolvendo ações de extensão”, demonstrou os projetos de extensão voltados para o atendimento de determinada situação de saúde na sociedade, proporcionando um retorno, um retorno social, e reafirmando o compromisso dos grupos de pesquisa com o coletivo.

A Figura 1 apresenta a conexão entre as categorias, as subcategorias e evidencia o fenômeno. As categorias apresentadas nos componentes condição e ação-interação foram destacadas com cores primárias, que sugerem a base do fenômeno. Quando essas duas cores (vermelho e amarelo) se difundem, surge uma cor secundária (laranja), que representa a consequência dessa difusão. Em outras palavras, as condições, ações e interações são vitais para gerar as consequências, e os três componentes juntos movimentam o fenômeno. Por isso, o pontilhado e as flechas em volta sugerem a ideia de movimento.

Figura 1 -
Modelo teórico de gestão de grupos de pesquisa. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, 2022

DISCUSSÃO

De modo semelhante ao evidenciado nesta pesquisa, a estrutura física foi apontada por enfermeiros docentes vinculados a programas de pós-graduação stricto sensu em enfermagem de instituições públicas como diretamente relacionada à qualidade do trabalho docente. Uma vez que a falta de estrutura física e também de materiais e equipamentos não favorece a concentração no local de trabalho e permite que docentes improvisem os recursos necessários em uma tentativa de tentar supri-los, o que pode afetar a própria saúde do trabalhador, sendo um dos preditores de adoecimento no trabalho99. Bublitz S, Beck CLC, Silva RM, Dal Pai D, Camponogara S. Risks of illness of nursing professors working in in post-graduation courses. Rev Gaúcha Enferm. 2021;42:e20190514. doi: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2021.20190514
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Além da infraestrutura, as estratégias de gestão do conhecimento podem ser relacionadas com melhores práticas em grupos de pesquisa. Dentre as estratégias de difusão e socialização do conhecimento, a socialização dos projetos de pesquisa, com o intuito de discutir o andamento do estudo, propicia uma prática relacionada à conversão de conhecimento tácito-tácito. Outra estratégia de socialização do conhecimento é a organização e apresentação de trabalhos em eventos, prática mais comum em grupos de pesquisa que propicia a troca de informações no modelo de conversão tácito-tácito, mas há também a externalização com o conhecimento explícito-tácito1010. Lima KK, Amaral DC. Práticas de gestão do conhecimento em grupos de pesquisa da rede Instituto Fábrica do Milênio. Gest Prod. 2008:15(2):291-305. doi: http://doi.org/10.1590/s0104-530x2008000200007
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Antes de seguir para as próximas estratégias, cabe aqui diferenciar os conceitos de conhecimento explícito e conhecimento tácito. O primeiro é o conhecimento matemático, codificado, articulado e armazenado de maneira que pode ser acessado em rede de compartilhamento. Enquanto que o conhecimento tácito é oriundo de experiências particulares, esse tipo de conhecimento é difícil de ser articulado e armazenado, é transmitido de modo informal em contatos pessoais1111. Dagenais C, Dupont D, Brière FN, Mena D, Yale-Soulière G, Sween-Cadieux EM. Codifying explicit and tacit practitioner knowledge in community social pediatrics organizations: evaluation of the first step of knowledge transfer strategy. Eval Program Plann. 2020;79:101778. doi: https://doi.org/10.1016/j.evalprogplan.2020.101778
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Entre as estratégias organizacionais, a realização de reuniões e a junção dos participantes em grupos de trabalho também são evidenciadas na literatura como melhores práticas em grupos de pesquisa. A formação de grupos de trabalho com os mesmos interesses amplia a busca e o compartilhamento do conhecimento na modalidade tácito-tácito ou socialização. Embora os grupos de pesquisa disponham dessas estratégias, podem ampliar suas técnicas, como, por exemplo, com cadastro de documentos para divulgação de artigos, teses, apresentações, ou seja, um repositório que armazena os principais trabalhos vitais para a socialização do conhecimento na área de estudo1010. Lima KK, Amaral DC. Práticas de gestão do conhecimento em grupos de pesquisa da rede Instituto Fábrica do Milênio. Gest Prod. 2008:15(2):291-305. doi: http://doi.org/10.1590/s0104-530x2008000200007
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Ademais, desenvolvem outras estratégias pouco exploradas na literatura com associação a grupos de pesquisa, como, por exemplo, o acompanhamento de discentes de maior nível de formação acadêmica para com os discentes de menor formação, como uma prática de orientação e integração dos discentes. Entre as estratégias de socialização não se encontram descritas na literatura o brainstorming e a sistematização das ideias. E entre as estratégias organizacionais, o booklet e o regimento interno do grupo não são práticas comuns entre os grupos de pesquisa.

Quanto ao estabelecimento de convênios e parcerias nacionais e internacionais, um estudo realizado em quatro universidades norueguesas, com o intuito de verificar a colaboração em rede de grupos de pesquisa, identificou que na área da saúde apenas 7% das pesquisas tinham sido desenvolvidas isoladamente; 5%, em rede internacional; 11% contavam com colaboração informal; 16%, com nenhuma das alternativas; 19%, com grupo de pesquisa formal/informal e uma rede internacional; e 42%, com grupo de pesquisa formal. O estudo concluiu que membros de grupos com participação em redes internacionais de pesquisa podem aumentar a produtividade e a qualidade das publicações. Todavia, esta deve ser uma estratégia complementar e não a única adotada pelos pesquisadores1212. Kyvik S, Reymert I. Research collaboration in groups and networks: differences across academic fields. Scientometrics. 2017;113(2):951-67. doi: http://doi.org/10.1007/s11192-017-2497-5
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Nessa perspectiva, há iniciativas na literatura que visam formar uma forte rede de parceria entre os pesquisadores e as partes interessadas da comunidade (pacientes, organizações comunitárias, profissionais, formuladores de políticas), trabalhando de forma colaborativa no desenvolvimento da pesquisa. Entretanto, esses processos são complexos e exigem principalmente o estabelecimento de parcerias duradouras e o comprometimento de todos os participantes. Essa estratégia pode contribuir para o desenvolvimento de pesquisas bem-sucedidas, representando um impacto para todos os participantes1313. Hoekstra F, Ginis KAM, Allan V, Kothari A, Gainfort HL. Evaluating the impact of a network of research partnerships: a longitudinal multiple case study protocol. Health Res Policy Syst. 2018;16(1):107. doi: http://doi.org/10.1186/s12961-018-0377-y
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Com relação à gestão, esse tema vem passando por transformações ao longo dos anos, com uma tendência de mudança nos moldes de gestão de pessoas em organizações. Com o desenvolvimento tecnológico associado à busca por maior qualidade e produtividade, os processos de organização tendem a adotar modelos mais flexíveis e possibilitar o compartilhamento da tomada de decisão66. Verbree M, Horlings E, Groenewegen P, Weijden IV, van den Besselaar P. Organizational factors influencing scholarly performance: a multivariate study of biomedical research groups. Scientometrics. 2014;102(1):25-49. doi: http://doi.org/10.1007/s11192-014-1437-x
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Nesse contexto, surge um novo conceito de “administrar com pessoas”, significa incorporar esses parceiros internos na gestão das organizações, ou seja, consiste em uma mudança na forma de perceber as pessoas. Tornam-se sujeitos ativos e fundamentais nos processos de tomada de decisões, com ações visando à criação de inovação e possibilitando o exercício do conhecimento1414. Ribeiro AL. Gestão de pessoas. 2. ed. São Paulo: Saraiva; 2012.. Embora esses conceitos estejam vinculados principalmente à forma de organização de empresas do setor produtivo, podem facilmente ser associados à gestão de pessoas em grupos de pesquisa.

A gestão com pessoas é uma aliada para o alcance dos objetivos das instituições. As pessoas deixam de ser vistas como recursos humanos e passam a ser vistas como parceiras, considerando a sua história e a sua personalidade. Afinal, são elas quem mantêm as organizações, trabalham, lideram, agem, executam e aprimoram as suas atividades1414. Ribeiro AL. Gestão de pessoas. 2. ed. São Paulo: Saraiva; 2012..

Para que ocorram maior integração e aproximação dos pesquisadores para desenvolver suas atividades em conjunto, a construção de vínculos para além do contexto acadêmico é tida como um dos processos de gestão. Esta estratégia é considerada boa prática para a gestão do conhecimento em grupos de pesquisa e consiste nos momentos fora do grupo de pesquisa e do local de trabalho, o que favorece a socialização por conversão tácito-tácito1010. Lima KK, Amaral DC. Práticas de gestão do conhecimento em grupos de pesquisa da rede Instituto Fábrica do Milênio. Gest Prod. 2008:15(2):291-305. doi: http://doi.org/10.1590/s0104-530x2008000200007
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Assim como exposto nos resultados sobre o papel do líder nos grupos de pesquisa, corroboram os achados da literatura ao evidenciarem a liderança com um papel de situar o grupo no contexto social e científico para obter visibilidade, legitimidade e reputação. A atuação do líder como pesquisador altamente comprometido impacta em um melhor desempenho nas pesquisas dos grupos, haja vista que esses profissionais propiciam os meios organizacionais adequados para os demais pesquisadores.

Com relação às contribuições para o desenvolvimento teórico, científico e tecnológico da profissão, um estudo realizado em cenário semelhante demonstrou que a formação dos enfermeiros nesses espaços fortalece tanto o ensino quanto a pesquisa e, consequentemente, à área assistencial. As produções científicas, forte característica da formação acadêmica, dão maior visibilidade à profissão e edificam suas práticas, melhorando a qualidade e tornando-a mais reflexiva e inovadora. Além disso, promovem aperfeiçoamento dos enfermeiros e propagam o conhecimento científico1515. Silva FJ, Ratier APP, Felli VEA, Tito RS, Baptista PCP. A formação de pesquisadores na temática da saúde do trabalhador de enfermagem. Enferm Foco. 2017;8(3):40-4. doi: https://doi.org/10.21675/2357-707X.2017.v8.n3.1322
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As atividades de pesquisa no contexto acadêmico estão vinculadas a grupos de pesquisa, que necessitam de recursos humanos, materiais e financeiros para desenvolver seus estudos. Essas condições pedem estratégias de gestão e interações nacionais e internacionais nos grupos de pesquisa que resultam em desenvolvimento teórico, científico e tecnológico da profissão e retorno social. Além disso, a gestão dos grupos de pesquisa ocorre de forma compartilhada entre os participantes.

Os grupos desenvolvem estratégias de gestão do conhecimento como: socialização dos projetos de pesquisa, apresentação de trabalhos em eventos, reuniões, grupos de trabalho, estabelecimento de parcerias e gestão com pessoas, consideradas boas práticas para grupos de pesquisa. Além disso, foi evidenciado o emprego de práticas como brainstorming, booklet e o regimento interno, ainda pouco exploradas na literatura nesse cenário de estudo.

Como limitação, pontua-se que os resultados apresentados retratam o contexto de grupos de pesquisa vinculados a um Programa de Pós-Graduação específico, sendo necessárias novas investigações em outros cenários a fim de ampliar a compreensão do fenômeno investigado.

Por fim, a elaboração de um modelo teórico de gestão de grupos de pesquisa pode servir como guia para programas de pós-graduação em enfermagem e saúde para planejamento do processo de trabalho dos pesquisadores vinculados ao grupo. Para que, desta forma, possam contribuir com pesquisas de grande impacto para a sociedade.

Agradecimentos:

O presente trabalho foi realizado com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) na modalidade de bolsa de mestrado e bolsa de Produtividade em pesquisa.

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Editado por

Editor associado:

Helena Becker Issi

Editor-chefe:

João Lucas Campos de Oliveira

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Set 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    08 Ago 2022
  • Aceito
    06 Fev 2023
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