Acessibilidade / Reportar erro

O SEGREDO DE ARTHUR CLARKE: UM MODELO SEMIÓTICO PARA TRATAR QUESTÕES SOCIAIS DA CIÊNCIA USANDO A FICÇÃO CIENTÍFICA

THE SECRET OF ARTHUR CLARKE: A SEMIOTIC MODEL FOR APPROACHING SOCIAL ISSUES OF SCIENCE USING THE SCIENCE FICTION

Resumos

O uso da ficção científica no ensino de Ciências tem sido proposto por diversos autores. Neste trabalho lançamos mão da semiótica greimasiana, que con sidera a significação do texto sob o ponto de vista narrativo, para a análise de um con to de Arthur Clarke. Consideramos o texto a partir dos três níveis propostos pela teoria de Greimas: o discursivo, o narrativo e o fundamental. Pela articulação desses níveis construímos um modelo de análise baseado no nível discursivo, especifica mente na relação entre tema e figura, para funcionar como ferramenta para se ma pearem os temas sociais e políticos conexos com a ciência em obras de ficção cien tífica, para a elaboração de atividades didáticas que não se restrinjam à simples dis cussão conceitual.

Ficção científica; ensino de ciências; semiótica


The use of science fiction in Science teaching has been proposed by several authors. In this paper we use the greimasian semiotics, which considers the meaning of the text from a narrative point of view, to analyze a short story by Arthur Clarke. We consider a text from the three levels proposed by the Greimas theory: the discursive, the narrative and the fundamental. By articulating these levels we build up an analysis model based in the discursive level, specifically on the relationship between theme and figure, for using it as a tool for mapping social and political themes concerned with science in fictional works, to building up classroom activities not restricted to mere conceptual discussions.

Science fiction; science teaching; semiotics


Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • ALLEN, L. David. No mundo da ficção científica. São Paulo, Summus, 1976.
  • ASIMOV, Isaac. No mundo da ficção científica Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1984.
  • BORGWALD, James M. et al. Classroom analysis of rotating space vehicles in 2001: a space odissey. The physics teacher., College Park, v. 31, n. 07, p. 406-409, 1993.
  • BOSCH, M.; CHEVALLARD, Y.; GASCON, J. Science or magic? The use of models and theories in didactics of mathematics. In M. Bosch (Ed.), European research in mathematics education IV. Barcelona, pp. 1254-1263, 2006.
  • BRAKE, M.; THORNTON, R. Science fiction in the classroom. Physics Education, Bristol, v. 38, n. 01, p. 31-34, jan. 2003.
  • CHEVALLARD, Y. La transposition didactique: du savoir savant au savoir enseigné. Greno ble: La Pensée Sauvage, 1985.
  • DARK, M. Using science fiction movies in introductory physics. Physics Teacher, College Park, v. 43, n. 07, p. 463-465, oct. 2005.
  • CLARKE, A. O segredo. In: O vento solar. São Paulo, Círculo do Livro, [197?]. pp. 79-86.
  • FIORIN, J. L. Elementos de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2009.
  • FONTANILLE, J. Semiótica do discurso. São Paulo: Contexto, 2007.
  • FREUDENRICH, C. C. Sci-Fi science: using science fiction to set context for learning science. The science teacher, Arlington, v. 67, n. 08, p. 42-45, nov. 2000.
  • GREIMAS, A. J. Semântica estrutural. São Paulo: Cultrix, Edusp, 1973.
  • GREIMAS, A. J.; COURTÉS, J. Dicionário de semiótica. São Paulo: Contexto, 2008.
  • GOMES-MALUF, M.C.; SOUZA, A. R. A ficção científica e o ensino de ciências: o imagi nário como formador do real e do racional. Ciência & Educação, Bauru, v. 14, n. 2, p. 271 -282, 2008.
  • LIBÂNEO, J. C. Fundamentos teóricos e práticos do trabalho docente, estudo introdutório sobre pedagogia e didática.1990. Tese (Doutorado) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1990.
  • MACHADO, C. A. Filmes de Ficção Científica como mediadores de conceitos relativos ao meio-ambiente. Ciência & Educação , Bauru, v. 14, n. 2, p. 283-294, 2008.
  • NEVES, M. C. D. et al. Science fiction in physics teaching: improvement of science edu cation and History of Science via informal strategies of teaching. Revista de ciências exatas e naturais, Guarapuava, v. 01, n. 02, p. 91 - 101, 2000.
  • PIETROFORTE, A. V. Semiótica visual: os percursos do olhar. São Paulo: Contexto, 2007.
  • ROSE, C. How to teach biology using the movie science of cloning people, ressurrecting the dead and combining flies and humans. Public Understand Sci, Newbury Park, v. 12, n. 03, 289-296, 2003.
  • TAVARES, Bráulio. O que é ficção científica. 2a edição. Coleção Primeiros Passos, 169. São Paulo, Brasiliense, 1992.
  • ZANETIC, J. Física também é cultura. 1989. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo. 1989.
  • 1
    Discussões sobre a ciência ficcional e seu papel nas obras de ficção científica po dem ser encontradas em Asimov (1984, p. 27) e Tavares (1992, p. 11).
  • 2
    Disjungir refere-se à disjunção, operação abstrata que se opõe à conjunção. Em termos simples, o verbo empregado em textos de semiótica, significa a operação que aparta um sujeito de um objeto.
  • 3
    Luís Paulo de Carvalho Piassi - Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Professor Doutor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universi dade de São Paulo (USP). e-mail: lppiassi@usp.br

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Abr 2012

Histórico

  • Recebido
    11 Maio 2010
  • Aceito
    16 Jun 2011
Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais Av. Antonio Carlos, 6627, CEP 31270-901 Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, Tel.: (55 31) 3409-5338, Fax: (55 31) 3409-5337 - Belo Horizonte - MG - Brazil
E-mail: ensaio@fae.ufmg.br