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Orientação sexual e educação física: sobre a prática pedagógica do professor na escola

Sexual orientation and physical education: about the teacher´s pedagogical practice at school

Resumos

Na escola a sexualidade é tópico polêmico, em face da multipicidade de visões, crenças e valores de seus diversos atores. O objetivo desta pesquisa foi investigar como os professores de Educação Física compreendem o papel deste componente curricular no trabalho de orientação sexual nos anos finais do Ensino Fundamental. A metodologia utilizada foi de natureza qualitativa, e a entrevista semiestruturada foi a estratégia escolhida para a coleta dos dados descritivos presentes no discurso dos professores. Os resultados indicaram que a Educação Física congrega elementos importantes ligados à sexualidade, sobretudo ao trabalhar diretamente "com o corpo" e "no corpo", por meio de seus conteúdos. A esse respeito, sugere-se a construção de um currículo escolar no qual o corpo apareça como elemento central na articulação de projetos interdisciplinares, e ressalta-se a necessidade de os professores conhecerem os mecanismos corporais que resultam em bloqueios e dificuldades emocionais ligados à sexualidade.

Educação Física; Orientação Sexual; Professores


At school, sexuality is a polemic topic, considering the diversity of views, beliefs and values from its assorted factors. The aim of this research is to investigate how Physical Education teachers comprehend the role of this curricular component in the work of Sexual Orientation at the last years of Fundamental Teaching. It was applied a qualitative methodology using semi-structured interview for data gathering existent at teachers' speech. The results indicated that the Education has important elements attached to sexuality including working directly with the body and on the body through its contents. About it, it is suggested to create a curriculum in which the body is presented as a central element in the interdisciplinary projects, as well as the possibility of knowing the corporal mechanisms by the teachers, which results in emotional blocks and difficulties related to sexuality.

Physical Education; Sexual Orientation; Teachers


ARTIGOS ORIGINAIS

Orientação sexual e educação física: sobre a prática pedagógica do professor na escola

Sexual orientation and physical education : about the teacher´s pedagogical practice at school

Ivan Luis dos SantosI; Sara Quenzer MatthiesenII

IMestre. Professor da Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo-SP, Brasil

IIDoutora. Professora do Departamento de Educação Física da Universidade de São Paulo, Rio Claro-SP, Brasil

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Ivan Luis dos Santos. Rua Diamante Preto, 1187, apto 31B, Chácara Califórnia CEP 03405-000, São Paulo-SP, Brasil. E-mail: ivanls.santos@gmail.com

RESUMO

Na escola a sexualidade é tópico polêmico, em face da multipicidade de visões, crenças e valores de seus diversos atores. O objetivo desta pesquisa foi investigar como os professores de Educação Física compreendem o papel deste componente curricular no trabalho de orientação sexual nos anos finais do Ensino Fundamental. A metodologia utilizada foi de natureza qualitativa, e a entrevista semiestruturada foi a estratégia escolhida para a coleta dos dados descritivos presentes no discurso dos professores. Os resultados indicaram que a Educação Física congrega elementos importantes ligados à sexualidade, sobretudo ao trabalhar diretamente "com o corpo" e "no corpo", por meio de seus conteúdos. A esse respeito, sugere-se a construção de um currículo escolar no qual o corpo apareça como elemento central na articulação de projetos interdisciplinares, e ressalta-se a necessidade de os professores conhecerem os mecanismos corporais que resultam em bloqueios e dificuldades emocionais ligados à sexualidade.

Palavras-chave: Educação Física. Orientação Sexual. Professores.

ABSTRACT

At school, sexuality is a polemic topic, considering the diversity of views, beliefs and values from its assorted factors. The aim of this research is to investigate how Physical Education teachers comprehend the role of this curricular component in the work of Sexual Orientation at the last years of Fundamental Teaching. It was applied a qualitative methodology using semi-structured interview for data gathering existent at teachers' speech. The results indicated that the Education has important elements attached to sexuality including working directly with the body and on the body through its contents. About it, it is suggested to create a curriculum in which the body is presented as a central element in the interdisciplinary projects, as well as the possibility of knowing the corporal mechanisms by the teachers, which results in emotional blocks and difficulties related to sexuality.

Keywords: Physical Education. Sexual Orientation. Teachers.

INTRODUÇÃO

A sexualidade sempre foi algo marcante na vida do ser humano, porém, ao que parece, na sociedade moderna ela ganhou uma evidente centralidade, influenciada, principalmente, pelas mudanças nos hábitos de vida, com possibilidades distintas de prazer e novas formas de intervenção tecnológica.

O conceito de sexualidade não se reduz às características biológicas do sexo, mas comporta também os aspectos psicológicos, culturais, sociais e afetivos. De acordo com Nunes e Silva (2000, p. 73), "a sexualidade é uma marca única do homem, desenvolvida a partir de sua condição cultural e histórica. Assim, tudo o que faz ou realiza envolve esta sua dimensão de ser sexuado".

Mesmo comumente pensada como um exercício exterior aos muros escolares, a sexualidade, queira-se ou não, insiste em mostrar-se presente e deixar seus vestígios na escola. "Ela faz parte das conversas, das piadas, dos grafites nas portas do banheiro, dos namoros, das falas dos professores" (SUPLICY, 1993, p. 31).

Além disso, os adolescentes expressam sua sexualidade por meio de suas vivências amorosas, das roupas que usam, das músicas produzidas e consumidas, da linguagem gestual, dos esportes praticados e até pelo humor. A adolescência é a fase das descobertas, em que ocorre a exploração do corpo, do desejo, da emoção, da paixão, da atração sexual e das fantasias sexuais.

Não obstante, na escola a sexualidade é tópico polêmico, em vista da multipicidade de visões, crenças e valores dos diversos atores – alunos, pais, professores ee outros –, assim como os tabus e interditos que social e historicamente cercam temas que lhe são relacionados. De acordo com Figueiró (2006, p. 92),

A sexualidade é uma das questões que têm mais trazido dificuldades e desafios aos educadores, no seu trabalho cotidiano de ensinar. A manifestação da sexualidade dos adolescentes no espaço escolar está, de modo geral, "exacerbada", tendo em vista a forma como a sociedade atual e os meios de comunicação, em especial, abordam-na.

Na história do sistema escolar brasileiro, a inserção da Educação Sexual operou-se somente a partir do final dos anos de 1920, como um espaço de intervenção preventiva da medicina higiênica, ganhando ênfase na década de 1980, em função do avanço da AIDS e do número de adolescentes grávidas (SAYÃO, 1997); entretanto, de acordo com Sayão (1997, p. 111), "até aquele momento, as discussões e os trabalhos sobre sexualidade na escola limitavam-se a iniciativas pontuais, esporádicas e assistemáticas".

Na década de 1990, buscando-se formalizar e sistematizar o processo de intervenção na área da sexualidade na escola brasileira, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), produzidos a partir da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) – 20/12/1996 –, estabeleceram a Orientação Sexual entre os temas transversais. Tal fato representou a legitimação do papel da escola e do educador como responsáveis pelo desenvolvimento de ações pedagógicas planejadas e voltadas às questões da sexualidade.

Rodrigues e Galvão (2005) entendem que a Educação Física se aproxima do tema transversal Orientação Sexual, uma vez que privilegia o uso do corpo, ou a construção de uma cultura corporal cujos valores sobre beleza, estética corporal e gestual, assim como as questões de gênero e de coeducação, aparecem frequentemente.

Para Britzman (1999), tudo aquilo que envolve a sexualidade produz, mesmo que de forma indireta, significações eróticas a partir do corpo. Ainda, no entendimento da autora, embora toda pessoa seja um "ser sexual", os significados produzidos a partir dos corpos – aquilo que cada um vê como erótico e prazeroso – serão bastante diferentes. Assim, as formas de falar sobre a sexualidade e de produzir significados a partir dos corpos podem ser o ponto de partida para o trabalho de Orientação Sexual.

São vários os autores capazes de colaborar com essa discussão. Reich (1948/1998), por exemplo, aponta que o corpo registra a história emocional do indivíduo ao longo da vida, principalmente, na forma de couraças que se estabelecem em consequência da repressão dos desejos e dos impulsos naturais. Neste contexto, o autor aponta ser a sexualidade sem bloqueios característica essencial para o equilíbrio e saúde do indivíduo como um todo.

Já Daólio (1995) ressalta o corpo como lugar de inscrições culturais. De acordo com esse autor,

No corpo estão inscritos todas as regras, todas as normas e todos os valores de uma sociedade específica, por ele ser o meio de contato primário do indivíduo com o ambiente que o cerca. [...] O corpo é a expressão da cultura, portanto cada cultura vai se expressar por meio de diferentes corpos, porque se expressa diferentemente como cultura (DAÓLIO, 1995, p. 39-40).

Louro (2001) também observa que os corpos evidenciam as marcas de uma cultura pelas imposições da sociedade, as quais buscam adequá-los aos critérios estéticos, higiênicos, morais e sexuais.

A Educação Física, ao conceber as práticas da cultura corporal de movimento, "transforma-se num importante instrumento de expressão e ressignificação dos afetos, sentimentos e emoções, gerando possibilidades de se obter satisfação e prazer a partir do corpo" (BRASIL, 1998a, p. 56). Mais especificamente, nas aulas de Educação Física, cada aluno expressa seus valores e princípios, até então aprendidos como exclusivamente corretos e imutáveis, cabendo ao professor abordá-los e reconstruí-los, a fim de se tornar possível uma convivência mais plural e compreensiva.

Ademais, por ser uma área do conhecimento que lida diretamente com o corpo – locus por excelência em que se manifestam os prazeres e as angústias referentes à sexualidade – a Educação Física vem sendo vista, muitas vezes, como uma disciplina cujo potencial estaria diretamente ligado à efetivação da Orientação Sexual na escola; porém é de perguntar: será que tal premissa é compartilhada pelos professores de Educação Física atuantes na escola? De que forma esses professores vislumbram a Orientação Sexual em suas práticas pedagógicas?

Buscando responder a esses questionamentos, o objetivo central dessa pesquisa foi investigar como os professores de Educação Física compreendem o papel deste componente curricular no trabalho de Orientação Sexual nos anos finais do Ensino Fundamental.

Embora se trate de um estudo cujos participantes representam um universo particular de professores atuantes na escola, os dados levantados permitirão aos pesquisadores e demais profissionais da área refletirem sobre as possibilidades de articulação da Orientação Sexual com os conhecimentos específicos da Educação Física, propiciando o estabelecimento de inúmeras relações para o entendimento do tema em questão.

MÉTODOS

A metodologia utilizada foi de natureza qualitativa e do tipo descritivo. Por meio dessa abordagem procurou-se registrar, descrever, analisar e interpretar o discurso dos professores entrevistados.

Na análise de Triviños (1987), as pesquisas com enfoque qualitativo surgem em contraposição à atitude tradicional de aplicar aos estudos das ciências humanas os mesmos princípios e métodos das ciências naturais.

Na visão de Ludke e André (1986), com a evolução dos estudos na área educacional, percebeu-se que poucos fenômenos dessa área podem ser submetidos à abordagem analítica, típica das pesquisas experimentais, pois em Educação as coisas acontecem de maneira inextrincável, não sendo possível isolar as variáveis envolvidas.

A entrevista semiestruturada foi a estratégia utilizada para a coleta dos dados descritivos presentes no discurso dos professores, por permitir desenvolver uma ideia sobre a maneira como estes interpretam aspectos do mundo, pois possibilita aos investigadores partirem de questionários básicos, apoiados em teorias e hipóteses, e no decorrer da entrevista, aprofundar as interrogativas.

Para essa pesquisa, o roteiro de questões foi constituído de três perguntas de natureza descritiva que, dirigidas à obtenção de informações gerais e específicas, ajudaram o pesquisador "a descobrir os significados dos comportamentos das pessoas de determinados meios culturais" (TRIVINÕS, 1987, p. 150). A seguir, encontra-se o roteiro das questões utilizadas nas entrevistas:

1. Você trabalha com o tema transversal Orientação Sexual em suas aulas de Educação Física?

2. Durante suas aulas, você já se deparou com situações que, a seu ver, estão ligadas à sexualidade? Quais?

3. Como compreende o papel da Educação Física no trabalho de Orientação Sexual na escola?

No processo de seleção dos participantes, inicialmente foi realizada uma busca na Plataforma Lattes para identificar professores de Educação Física atuantes na Educação Básica das redes públicas municipal e/ou estadual de São Paulo, com titulação mínima de mestres e vinculados a grupos de pesquisa da área. Tal fato, pressupõe um bom envolvimento e aprofundamento quanto aos conhecimentos, portanto, maior capacitação destes profissionais para atuação na escola.

A partir desta busca prévia na Plataforma Lattes, doze professores foram convidados (via e-mail) a participar do presente estudo, levando-se em consideração estarem mais acessíveis ao âmbito de intervenção do pesquisador. Dentre aqueles que reponderam positivamente ao convite (oito), foram selecionados cinco professores que, na ocasião, acumulavam, no mínimo, cinco anos de experiência docente na 7ª e 8ª séries atuais 8º e 9º anos, conforme Brasil (2004), do Ensino Fundamental.

A escolha de professores com o mínimo de cinco anos de experiência docente deveu-se ao fato de ser este, segundo Benites e Souza Neto (2006) baseado em Farias, Shigunov e Nascimento (2001), o período aproximado para que o profissional atinja a independência necessária e, consequentemente, uma prática pedagógica equilibrada. Para esses autores, num período que pode durar de dois a quatro anos, os professores ainda se encontram na fase do choque com o real e da descoberta de estar inserido no mundo profissional como professor.

Antes de se proceder às coletas, os sujeitos preencheram um termo de consentimento livre e esclarecido, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Biociências de Rio Claro – número de protocolo 5155. O termo dispunha sobre as intenções e características da pesquisa, a participação voluntária dos sujeitos e a possibilidade de desistir da participação a qualquer momento, e ainda sobre a publicação dos dados obtidos, omitindo-se suas identidades. Concedeu-se aos participantes o direito de escolha do local de realização da entrevista, cujo tempo médio de duração, para cada uma delas, foi de 30 minutos.

Os dados obtidos por meio das entrevistas foram agrupados em categorias que permitiram uma compreensão mais detalhada dos resultados, descritos a seguir.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todos os professores participantes atendiam aos critérios adotados para a definição dos entrevistados, ou seja, formação acadêmica, tempo de magistério, séries de exercício do magistério e vínculo a grupo(s) de pesquisa. Além disso, a fim de garantir o sigilo dos nomes dos cinco professores entrevistados, foram utilizados os seguintes pseudônimos para identificá-los: Caetano, Gal, Betânia, Elis e Vinícius, conforme pode ser observado no Quadro 1.


Para a análise minuciosa dos resultados, os dados coletados foram agrupados em duas categorias. Na primeira, buscou-se identificar como os professores entrevistados observam as manifestações da sexualidade dos alunos no âmbito das aulas de Educação Física; e na segunda procurou-se identificar como esses mesmos professores compreendem a participação da escola e, em especial, da Educação Física, no trabalho de Orientação Sexual com alunos dos anos finais do Ensino Fundamental. Para cada uma delas serão apresentados aspectos comuns e divergentes entre os relatos dos entrevistados, os quais declaram trabalhar (ou já ter trabalhado) com o tema transversal Orientação Sexual em aulas de Educação Física.

MANIFESTAÇÕES DA SEXUALIDADE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Ao serem questionados a respeito de como se manifesta a sexualidade no contexto das aulas de Educação Física, os professores entrevistados destacaram situações que, segundo eles, decorrem da própria adolescência, como pode ser observado nas palavras da professora Elis:

"As situações ligadas à sexualidade que mais presencio são aquelas próprias da adolescência, quando alguns alunos começam a se exibir um pouco mais, demonstrarem suas escolhas, os grupos os quais fazem parte. [...] as dúvidas sobre namoro e sexo são muito frequentes durante alguns instantes da aula" (Professora Elis).

Por sua vez, aoo apontarem os motivos que os levam a trabalhar com a Orientação Sexual nos Anos Finais do Ensino Fundamental, dois professores participantes assim se expressaram:

"A Orientação Sexual é de grande importância para a formação do adolescente [...] É um momento crítico, onde ocorrem as transformações hormonais, as transformações do corpo e do psicológico. [...] É necessário fazer com que ele entenda e reconheça essas transformações para que possa tomar as decisões corretas" (Professora Gal).

"Na adolescência os interesses dos alunos são outros [...] as mudanças do físico fazem com que eles tenham uma preocupação com o próprio corpo e o com o corpo do outro. [...] A Orientação Sexual é de fundamental importância para que eles possam se conhecer melhor, holisticamente falando" (Professora Elis).

Assim, ainda que a sexualidade esteja presente durante toda a vida do ser humano, parece ser a adolescência, de fato, um período capaz de reservar algumas características peculiares ao indivíduo. Segundo Justo (2006, p. 75), "este é o momento de representação e expressão máxima da juventude, caracterizado pela potencialização da beleza, da liberdade, do gozo, do espírito crítico e contestador". Entretanto, conforme salienta o autor, a adolescência

[...] também é a fase marcada pelas crises afetivas, pelas transformações biopsicológicas, pela entrada no mundo adulto e pelas fortes influências sociais. Tais fatores somados, incidem de forma vigorosa no plano dos relacionamentos amorosos e da sexualidade como um todo (JUSTO, 2006, p. 75).

Outro ponto mencionado pelos professores diz respeito às atitudes preconceituosas manifestadas pelos alunos no contexto das aulas de Educação Física. Nesse viés, os professores Vinícius e Betânia relataram alguns fatos ocorridos em suas aulas que evidenciam preconceitos ligados às identidades sexuais e de gênero. De acordo com estes professores:

"...boa parte das situações envolvendo a sexualidade na escola aparecem vinculadas às atitudes preconceituosas. [...] quando, por exemplo, o grupo demonstra dificuldades em aceitar um aluno que é homossexual. [...] ou a questão dos meninos quererem dominar o espaço" (Professor Vinícius).

"As questões que eu me deparo e que remetem à sexualidade é a questão do papel do homem e da mulher, sempre colocando a mulher submissa ao homem" (Professora Betânia).

Ao justificarem o trabalho de Orientação Sexual em suas aulas de Educação Física, os entrevistados Vinícius e Betânia ressaltam que

"[...] os adolescentes ainda carregam alguns preconceitos e discriminações que precisam ser colocados em discussão. [...] é preciso trazer alguns elementos, tentando entender como se deram essas coisas ao longo do tempo "(Professor Vinícius).

"[...] na maior parte das vezes, os alunos estão hierarquizando os conhecimentos, praticando injustiças sociais, discriminando o outro etc. [...] então, essas questões são importantes e devem ser trabalhadas na escola e, consequentemente, nas aulas de Educação Física" (Professora Betânia).

Semelhantemente ao que foi referido por ambos os professores, alguns autores, como Britzman (1999), Louro (1997) e Carreiro (2006), têm se ocupado em examinar as diferenças, desigualdades e preconceitos manifestados no espaço escolar e sua relação com a construção das identidades dos adolescentes.

Por exemplo, Louro (1997, p. 27) afirma que "tanto na dinâmica do gênero como na dinâmica da sexualidade, as identidades são socialmente e historicamente construídas". Logo, tomando-se por base esta autora, parece coerente que os professores se deparem com atitudes preconceituosas e discriminatórias no contexto escolar, já que estas são constituídas nas diferentes instâncias formativas da sociedade – família, amigos, mídia, religião e a própria escola – ao longo de toda a vida dos alunos.

Dessa forma, por mais que a escola possa e deva avançar em determinadas questões, é preciso compreender que o conjunto social estabelecedor de alguns significados nos adolescentes está, em grande parte, do lado de fora dos muros escolares. Não obstante, com o trabalho de Orientação Sexual é possível fazer que o aluno analise criticamente essa realidade social e passe a ter uma "segunda referência" em relação ao que foi absorvido em outras instâncias formativas. Este entendimento de Orientação Sexual também é explicitado nos PCNs, segundo os quais

A Orientação Sexual não substitui, nem concorre com a função das outras instituições formadoras, como a família, mas antes a complementa. [...] Tem o papel de preencher lacunas nas informações que a criança ou adolescente já possui, e principalmente, criar possibilidades de formar opinião a respeito do que lhe é ou foi apresentado (BRASIL, 1998b, p. 299).

EDUCAÇÃO FÍSICA NO TRABALHO DE ORIENTAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA

Antes de discorrerem especificamente sobre o papel da Educação Física no trabalho de orientação sexual na escola, quatro professores entrevistados foram unânimes em destacar a necessidade de se fazer que todas as áreas do currículo viabilizem o trato deste tema transversal. Para a professora Gal, por exemplo,

"Não basta limitar o trabalho com esse tema a uma única área de conhecimento, pois todos os professores lidam com as relações humanas e, portanto, devem olhar para a realidade social de seus alunos, buscando solucionar os problemas ali existentes" (Professora Gal).

Atenta à necessidade também diagnosticada pelos professores participantes da pesquisa, Louro (1997) ressalta que a presença da sexualidade na escola independe da intenção manifesta ou dos discursos explícitos, da existência ou não de uma disciplina mais direcionada a trabalhar com o tema, da inclusão ou não desses assuntos nos regimentos formais, pois,

a sexualidade está na escola porque ela faz parte dos sujeitos, ela não é algo que possa ser desligado ou algo do qual alguém possa se despir. Ela é responsabilidade de todos (LOURO, 1997, p. 83).

Por sua vez, o professor Vinícius afirma que "a escola como um coletivo ainda não se preocupa com as questões da sexualidade. [...] não existe intervenções sistematizadas entre todas as áreas do currículo". Além disso, para esse mesmo professor,

"Num trabalho maior, coletivo, a discussão vai crescendo e as crianças vão se envolvendo cada vez mais. Evidente que as iniciativas pontuais são válidas, mas, às vezes, você faz um bom trabalho e o aluno vai para outra sala, e o outro professor desconstrói tudo aquilo que foi construído, pois não existe um consenso sobre os critérios e conceitos da sexualidade" (Professor Vinícius).

Kyrby (2002) aponta que, embora atualmente exista um grande número de escolas preocupadas em inserir o tema da sexualidade na pauta de seus currículos, são poucas aquelas que, efetivamente, implementam programas eficazes de caráter preventivo.

Tomando por base os princípios de transversalidade propostos pelos PCNs, é fundamental que os professores atuem interdisciplinarmente, reúnam-se e planejem em conjunto. Rodrigues e Galvão (2005, p. 82) apontam que na Educação Física são inúmeras as dificuldades para a construção de trabalhos interdisciplinares. Para os autores, isso será possível por meio de "investimentos na formação docente, na delimitação do local e jornada de trabalho e, também, a partir das novas formas de organização do espaço e do tempo escolar".

Outro aspecto enfatizado por três dos participantes da pesquisa refere-se ao teor da abordagem dada à orientação sexual. Para esses professores, a efetividade do trabalho com este tema transversal na escola está intimamente ligada à contextualização do conhecimento com a realidade dos alunos, conforme pode ser observado na fala da professora Elis:

"No dia a dia, o professor tem que ter uma sensibilidade muito grande para tentar perceber quais são as necessidades daquela sala, naquele momento. [...] É preciso conhecer quais são os desejos, as histórias de vida de cada um etc." (Professora Elis).

Esta necessidade apontada pelos professores entrevistados está de acordo com o que afirma Werebe (1998). Para ele, o trabalho de orientação sexual deve estar centrado no aluno, tendo como ponto de partida e ponto de chegada suas necessidades, suas indagações, aspirações e desejos; logo, o melhor critério para a seleção do que deve ser ensinado é o interesse atual dos alunos, e não, necessariamente, os problemas que eles encontrarão no futuro.

Ilustrando como isso pode acontecer no cotidiano da prática pedagógica, a professora Elis afirmou:

"[...] no processo de escolha dos conteúdos que subsidiam o trabalho que faço com Orientação Sexual, busco priorizar o planejamento participativo [...] por exemplo, no ano passado trabalhei aspectos da sexualidade a partir da yoga, um conteúdo que partiu do interesse dos próprios alunos" (Professora Elis).

Quanto ao papel da Educação Física no trabalho com orientação sexual, os professores elegeram o corpo como elemento central na articulação dos conteúdos da cultura corporal de movimento com os conteúdos da Orientação Sexual.

Para a professora Betânia, é no corpo que se instauram os preconceitos e estigmas constituídos na sociedade. Neste sentido, a entrevistada entende que,

"[...] ao trabalhar com o corpo e permitir com que os alunos compreendam esse corpo enquanto parte de um processo de construção histórica, a Educação Física torna-se capaz de desconstruir e ressignificar determinadas questões que, hoje, repercutem em ações discriminatórias, diferenças de gênero, etc." (Professora Betânia).

Nessa mesma perspectiva, o professor Vinícius ressalta a importância da Educação Física, sobretudo no tocante à compreensão histórica do corpo e das práticas dele advindas:

"No caso específico da Educação Física, acho que o papel é fazer com que os alunos entendam como a sociedade, ao longo do tempo, atribuiu significados à sexualidade, principalmente, nas questões que envolvem o corpo e as práticas corporais. Só a partir daí o adolescente poderá compreender o conjunto social em que vive, o porquê dos preconceitos e das discriminações que se manifestam durante a própria aula de Educação Física, nos esportes, nas lutas, nas danças e nas ginásticas" (Professor Vinícius).

Ao compreenderem que as aulas de Educação Física devem viabilizar um estudo do corpo e de suas práticas, num processo de compreensão histórico-social da sexualidade, os professores Vinícius e Betânia vão ao encontro dos pressupostos defendidos por Louro (1999, p. 37), em cuja visão

Somente uma abordagem histórica nos permitirá perceber como se engendram as forças que produziram o que consideramos, hoje, as "verdades" sobre a sexualidade e os gêneros. Uma abordagem histórica é também fundamental para que possamos questionar e ousar a transformar arranjos sociais perversos e desiguais.

Para os professores Caetano, Gal e Elis, a Educação Física assume um papel importante ao possibilitar que o adolescente vivencie situações corporais e, dessa maneira, reconheça o seu próprio corpo, bem como os limites, os prazeres e os desejos dele provenientes. Mais especificamente, os professores Elis e Caetano afirmam:

"Os conteúdos da cultura corporal permitem que o aluno reconheça o seu próprio corpo, as próprias limitações do corpo e, até, os desejos que fazem com que eles estejam ali. [...] As vivências permitem com que os corpos se aproximem, se toquem, quebrando algumas barreiras e preconceitos" (Professora Elis).

"Os alunos ao se manifestarem corporalmente se deparam com muitas situações de conflito que, caso fossem discutidas apenas na teoria, na sala de aula, não surtiriam tanto efeito. [...] Na quadra, a Orientação Sexual pode ser trabalhada através das palavras, das expressões, dos gestos, dos preconceitos que surgem e de tudo aquilo que eles estão vivendo" (Professor Caetano).

De acordo com os PCNs, uma característica da maioria das situações de prática corporal é o grau elevado de excitação somática que o próprio movimento produz no corpo, elevando os batimentos cardíacos, a expectativa de prazer e satisfação, bem como, a possibilidade de expressão dos sentimentos. Dessa forma, as aulas de Educação Física "caracterizam-se como um contexto em que sentimentos e emoções de raiva, euforia, medo, coragem, vergonha, alegria, preconceito entre outros, são vividos e expressos de maneira intensa" (BRASIL, 1998b, p. 54-55).

Percebem-se, neste sentido, duas perspectivas muito claras de trabalho com a Orientação Sexual manifestadas pelos professores entrevistados. Num primeiro grupo, do qual fazem parte os professores Vinícius e Betânia, o teor da abordagem da sexualidade considera a relevância da vivência pessoal positiva e saudável da sexualidade, caracterizando um compromisso com a transformação social, ao conduzir discussões que envolvem relações de poder, aceitação das diferenças e respeito pelas minorias.

Num segundo grupo – formado pelos professores Elis, Gal e Caetano –, as ações educativas são encaradas como meio de preparar o indivíduo para viver bem a sua sexualidade, sem que haja, necessariamente, preocupação com engajamentos no processo de transformação social.

Também foi mencionado por três dos entrevistados o fato de as aulas de Educação Física extrapolarem as relações formais entre professor e aluno, viabilizando algumas intervenções pontuais ligadas à Orientação Sexual. Afirma a professora Gal:

"Os adolescentes sempre me trazem questões relacionadas ao namoro, sexo, drogas. [...] na maioria das vezes eles se sentem à vontade para conversar isso comigo. [...] O fato de sentar junto no chão, bater papo, em rodas de conversas informais, permite com que o professor tenha conhecimento sobre algumas coisas que estão acontecendo, sobre problemas e dificuldades daquele grupo de adolescentes em relação à sexualidade" (Professora Gal).

Resultado semelhante foi encontrado por Daólio (1995), que, ao entrevistar professores de Educação Física, verificou que, entre outras funções exercidas na escola, os profissionais dessa área são os mais solicitados pela direção ou coordenação pedagógica para falarem sobre sexo com os alunos. De acordo com o autor, "tal fato reforça o conceito de serem esses professores os mais admirados e considerados pelos alunos como referência pessoal" (DAÓLIO, 1995, p. 73). Segundo Daólio (1995, p. 73),

Quase todos os professores entrevistados afirmam possuir com os alunos um ótimo relacionamento, mais próximo do que aquele que os alunos mantêm com professores de outras disciplinas. Essa proximidade chega até mesmo a um certo grau de intimidade, quando os alunos relatam problemas de ordem familiar, ou quando confidenciam críticas contra outros professores ou contra a direção da escola.

Destarte, a Educação Física, se olhada pelas suas relações interdisciplinares e pela complexa rede de sentidos e significados a ela inerentes, pode contribuir significativamente no estabelecimento de valores e percepções em torno da sexualidade.

CONCLUSÃO

A partir de um universo particular de professores atuantes na escola, esta pesquisa buscou investigar como eles compreendem o papel da Educação Física no trabalho de Orientação Sexual nos nos Finais do Ensino Fundamental.

Uma análise criteriosa dos resultados obtidos mostra que não se pretendeu legitimar, nem formular juízos absolutos sobre os posicionamentos dos professores a respeito de seus respectivos trabalhos, mas sim, conhecer os principais elementos que fundamentam suas práticas pedagógicas.

Verificou-se que os professores de Educação Física entrevistados consideram a escola como uma instituição importante para o desenvolvimento do trabalho de Orientação Sexual. Para eles, esse tema transversal pode contribuir na formação do cidadão, concorrendo para a desconstrução de preconceitos e discriminações, bem como acolhendo, debatendo, desmistificando e ampliando as informações relacionadas à sexualidade.

Embora entendam a Orientação Sexual como um tema transversal a ser abordado pelo currículo, os professores entrevistados apontaram especificidades e particularidades presentes nas aulas de Educação Física. Neste sentido, a Educação Física deve ser considerada um componente curricular que, de fato, congrega elementos importantes ligados à sexualidade, sobretudo ao trabalhar diretamente "com o corpo" e "no corpo", por meio dos jogos, das brincadeiras, dos esportes, das ginásticas, das lutas, das atividades rítmicas e expressivas. Daí a necessidade de o corpo ser olhado com mais atenção na escola, visto que, ao longo de sua história, essa instituição priorizou (e tem priorizado) a educação dos indivíduos na perspectiva do intelecto e do cognitivismo, justificando, ao menos em parte, as dificuldades encontradas pelo sistema escolar no desenvolvimento de trabalhos significativos com a Orientação Sexual. A Educação Física pode ser o "ponto de partida" rumo à superação de conceitos e convicções distorcidas sobre o corpo e, consequentemente, sobre a sexualidade.

A esse respeito, sugere-se a construção de um currículo escolar no qual o corpo apareça como elemento central na articulação de projetos interdisciplinares. Nessas condições, a Educação Física assumiria um papel fundamental na mediação de ações pedagógicas voltadas à Orientação Sexual em toda a escola, ainda que tais ações devam ser precedidas da ampliação estrutural dos objetivos educacionais e de melhorias da profissão docente.

Não obstante, se por um lado as características da prática pedagógica parecem favorecer o trabalho de Orientação Sexual na escola, por outro, exigem que os professores de Educação Física estejam devidamente preparados para tal. Mais especificamente, é necessário que o professor de Educação Física mostre-se "sensível" às manifestações da sexualidade dos adolescentes, ao ponto de interpretar quais são as demandas a serem priorizadas no trabalho com esse tema transversal em suas aulas. Daí decorre a suma importância de esse profissional restabeleer contato com o seu próprio corpo, com seus próprios bloqueios e dificuldades emocionais ligados à sexualidade.

Para Reich (1975), por exemplo, são as experiências anteriores dos educadores que os impedem de implementar conhecimentos em prol de uma sexualidade afirmativa que não seja suscetível às ideologias e costumes reacionários e que, acima de tudo, ajude os educandos a resistirem às ideologias ascéticas e autoritárias da sociedade. Neste sentido, conhecer os mecanismos corporais, rever as reações expressadas para acontecimentos vivenciados pelo corpo e, acima de tudo, promover um autoconhecimento, são estratégias que podem ajudar os professores a ressignificar suas ações e a transformar a sua prática docente.

Um último aspecto a ser destacado diz respeito ao fato de os professores participantes dessa pesquisa vislumbrarem possibilidades de trabalho com a Orientação Sexual a partir de uma perspectiva em que a sexualidade é pensada à luz de um enfoque social, histórico e cultural. Além disso, ao compreenderem a necessidade da discussão de valores morais, de relações de poder e de aspectos subjetivos do corpo por meio dos conteúdos da cultura corporal, esses professores revelam indícios de que alguns reducionismos da Educação Física começam a ser superados, sobretudo quanto ao viés predominantemente biológico de seu ensino no campo escolar.

É necessário que novas pesquisas sejam realizadas sobre esse tema, a fim de se ampliar este quadro. Afinal, a construção de novos parâmetros para que o professor possa interpretar e agir em relação à Orientação Sexual na escola parece ser, ainda, um grande desafio para todos os educadores.

Recebido em 29/07/2011

Revisado em 31/10/2011

Aceito em 03/12/2011

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    Ivan Luis dos Santos.
    Rua Diamante Preto, 1187, apto 31B, Chácara Califórnia
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      28 Maio 2013
    • Data do Fascículo
      2012

    Histórico

    • Recebido
      29 Jul 2011
    • Aceito
      03 Dez 2011
    • Revisado
      31 Out 2011
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