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Ocorrência de Alternaria alternata (Fr.:Fr.) Keissl. em tubérculos de batata, no Brasil

Occurrence of Alternaria alternata (Fr.:Fr.) Keissl. on potato tuber in Brazil

Resumos

A Alternaria alternata já foi isolada a partir de folhas de batata, no Brasil, entretanto, não há relatos sobre a ocorrência deste fungo em tubérculos de batata. Este trabalho objetivou confirmar a ocorrência de A. alternata em lesões presentes em tubérculos de batata. Para tanto, as lesões dos tubérculos atacados foram examinadas em estereomicroscópio, para a confecção de lâminas microscópicas semipermanentes, mediante a remoção de micélio e estruturas fúngicas encontradas sobre o tecido vegetal infectado. Os conídios apresentaram dimensões de 19,7-45,4 x 8,5-18,6 µm (28,3 x 12,5 µm) e formato de pera invertida, com coloração marrom clara e 2-6 (4) septos transversais e 1-5 (2) longitudinais, e as dimensões dos bicos dos conídios foram de 2,6-11,9 µm (4,4 µm). Estas características discriminaram o fungo como A. alternata.

Solanum tuberosum L.; micologia; pinta preta


The Alternaria alternata has been already isolated from potato leaves, in Brazil, however, the occurrence of this fungus on potato tuber has never been reported. This study aimed at confirming the occurrence of A. Alternata in lesions present in potato tubers. Thus, lesions on the diseased tubers were examined in a stereomicroscope, in order to prepare semipermanent microscope slides by removing the mycelium and fungal structures found on the infected tuber tissue. The conidia presented the shape of an inverted pear, light brown, with dimensions of 19.7-45.4 x 8.5-18.6 µm (28.3 x 12.5 µm), and 2-6 (4) transversal and 1-5 (2) longitudinal septa, while the conidia beaks measures were 2.6-11.9 µm (4.4 µm). These features characterized the fungus as A. alternata.

Solanum tuberosum L.; mycology; potato early blight


COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

Ocorrência de Alternaria alternata (Fr.:Fr.) Keissl. em tubérculos de batata, no Brasil

Occurrence of Alternaria alternata (Fr.:Fr.) Keissl. on potato tuber in Brazil

Camila Vilela Vasconcelos; Diana Cristina da Silva; Daniel Diego Costa Carvalho

Universidade Estadual de Goiás (UEG), Laboratório de Fitopatologia, Ipameri, GO, Brasil. E-mails: camilavilela85@hotmail.com, diana_pdr@hotmail.com, daniel.carvalho@ueg.br

RESUMO

A Alternaria alternata já foi isolada a partir de folhas de batata, no Brasil, entretanto, não há relatos sobre a ocorrência deste fungo em tubérculos de batata. Este trabalho objetivou confirmar a ocorrência de A. alternata em lesões presentes em tubérculos de batata. Para tanto, as lesões dos tubérculos atacados foram examinadas em estereomicroscópio, para a confecção de lâminas microscópicas semipermanentes, mediante a remoção de micélio e estruturas fúngicas encontradas sobre o tecido vegetal infectado. Os conídios apresentaram dimensões de 19,7-45,4 x 8,5-18,6 µm (28,3 x 12,5 µm) e formato de pera invertida, com coloração marrom clara e 2-6 (4) septos transversais e 1-5 (2) longitudinais, e as dimensões dos bicos dos conídios foram de 2,6-11,9 µm (4,4 µm). Estas características discriminaram o fungo como A. alternata.

Palavras-chave:Solanum tuberosum L.; micologia; pinta preta.

ABSTRACT

The Alternaria alternata has been already isolated from potato leaves, in Brazil, however, the occurrence of this fungus on potato tuber has never been reported. This study aimed at confirming the occurrence of A. Alternata in lesions present in potato tubers. Thus, lesions on the diseased tubers were examined in a stereomicroscope, in order to prepare semipermanent microscope slides by removing the mycelium and fungal structures found on the infected tuber tissue. The conidia presented the shape of an inverted pear, light brown, with dimensions of 19.7-45.4 x 8.5-18.6 µm (28.3 x 12.5 µm), and 2-6 (4) transversal and 1-5 (2) longitudinal septa, while the conidia beaks measures were 2.6-11.9 µm (4.4 µm). These features characterized the fungus as A. alternata.

Key-words:Solanum tuberosum L.; mycology; potato early blight.

Originária dos Andes e considerada uma das quatro principais espécies cultivadas, a batata (Solanum tuberosum L.) é a base da alimentação da população de diversos países e culturas (Fiers et al. 2010).

Em consequência da sua expansão, a batateira tem se tornado hospedeira de inúmeros patógenos (Töfoli et al. 2013).

Típica de áreas tropicais, como o Brasil Central, a pinta preta, causada pelo fungo Alternaria solani, tem atingido diversas áreas produtoras, em todo o mundo, causando danos de até 30% (Yanar et al. 2011). Apesar de o fungo A. solani, geralmente, ser retratado como o agente causal da pinta preta (Yanar et al. 2011, Leiminger & Hausladen 2012, Weber & Halterman 2012), outras espécies do gênero também podem estar associadas à doença, como A. alternata (Cwalina-Ambroziak & Bogucka 2012) e A. grandis (Rodrigues et al. 2010).

Souza Dias & Iamauti (2005) afirmam que as espécies do gênero Alternaria causam sintomas em toda a parte aérea da planta. A doença se expressa por meio de manchas foliares necróticas, circulares, elípticas ou angulares, pardo-escuras, isoladas ou em grupos, com a presença de anéis concêntricos e bordos bem definidos (Töfoli et al. 2013). Em tubérculos, as lesões são escuras, de formato circular a irregular, deprimidas, provocando podridão seca. Estes autores relatam, ainda, que, no Brasil, a ocorrência de Alternaria sp. em tubérculos é rara.

Töfoli et al. (2013) destacam que a ocorrência de uma das três espécies (A. solani, A. alternata e A. grandis) varia em função da localidade. Na Europa, observou-se que a doença é causada pelo complexo A. solani e A. alternata, enquanto, nos Estados Unidos, prevalece a ocorrência de A. solani. No Brasil, estudos estão sendo realizados com o objetivo de caracterizar as espécies de Alternaria associadas à cultura da batata. Porém, até o momento, pouco se sabe sobre a ocorrência deste fungo nos tubérculos, parte comercializada e usada como material propagativo.

De maneira geral, não se observam diferenças sintomatológicas entre as três espécies, mas estas podem ser diferenciadas pela morfologia dos conídios (Rodrigues et al. 2010, Töfoli et al. 2013). No caso específico do gênero Alternaria, que ocorre em diversos hospedeiros, as características morfológicas mais importantes para a caracterização e a consequente identificação das espécies são as dimensões dos conídios e dos bicos dos conídios que cada uma apresenta (Rodrigues et al. 2010, Alhussaen 2012).

Diante da importância que a cultura da batata apresenta no Brasil, fazem-se extremamente necessários o monitoramento, identificação e caracterização morfológica de espécies do gênero Alternaria. Além disto, a correta diagnose dos patógenos que incidem sobre a cultura é fundamental para o seu controle, de modo a evitar e reduzir danos e perdas aos produtores (Agrios 2005, Souza Dias & Iamauti 2005).

Assim, este estudo objetivou confirmar a ocorrência de A. alternata em lesões presentes em tubérculos de batata do setor de Olericultura da Universidade Estadual de Goiás (UEG).

Em inspeções de campo, no setor de Olericultura da UEG, em Ipameri (GO), foram realizadas avaliações fitossanitárias em tubérculos de batata, em 2011. Tubérculos exibindo sintomas de pinta preta foram coletados e os sintomas analisados e comparados com as descrições da doença, segundo Souza Dias & Iamauti (2005). As lesões dos tubérculos infectados foram examinadas em estereomicroscópio Zeizz Stemi DV4, para a confecção de lâminas microscópicas semipermanentes, segundo Lima et al. (2004).

Assim, com o auxílio de uma alça de platina estéril, foi coletada uma pequena porção de micélio da lesão do tubérculo. Esta lesão foi adicionada a uma lâmina contendo ácido lático. Em seguida, realizou-se o registro de imagens e a caracterização morfológica dos conídios e suas estruturas, em que 30 conídios foram medidos (comprimento, largura e bico), utilizando-se microscópio de luz Leica DM500, com o auxílio do programa LAS EZ 2.0 (100x).

Os dados relativos às medidas das estruturas fúngicas foram submetidos à análise de variância, com o auxílio do programa Sisvar (Ferreira 2011). As lâminas preparadas em ácido lático, contendo estruturas e esporos do fungo, após a análise microscópica, foram depositadas no Laminário Fitopatológico da UEG.

As observações foram direcionadas para os tubérculos de batata que continham os sintomas típicos da pinta preta: lesões escuras de formato irregular e deprimidas (Souza Dias & Iamauti 2005, Töfoli et al. 2013). Além disto, dentre estes tubérculos, também foram analisados aqueles com sinais do fungo, representados por uma massa micelial na superfície das lesões. Este micélio em abundância permitiu que boas preparações microscópicas pudessem ser feitas, sem a necessidade de isolamento do fungo.

Após mensuração dos conídios de Alternaria, verificou-se que estes possuíam dimensões de 19,745,4 x 8,5-18,6 µm (28,3 x 12,5 µm) (Tabela 1). Um total de 83% dos conídios possuía bicos com dimensões de 2,6-11,9 µm (4,4 µm). Os conídios apresentaram-se no formato de pera invertida, com coloração marrom clara, e 2-6 (4) septos transversais e 1-5 (2) septos longitudinais (Figuras 1A e 1B). Estas características indicaram que a espécie ocorrente nos tubérculos de batata era A. alternata (Van der Waals et al. 2011).


Para as comparações, foram utilizadas as características morfológicas de outras espécies de Alternaria ocorrentes no mesmo hospedeiro e de A. alternata ocorrentes em hospedeiros diferentes.

Os resultados das dimensões dos conídios de Alternaria deste trabalho são semelhantes aos que Van der Waals et al. (2011) obtiveram para A. alternata, em folhas de batata. Estes autores encontraram conídios com dimensões de 20,0-60,0 x 9,0-18,0 µm (Tabela 1), mas não descreveram o comprimento do bico do conídio, apenas relatando que o mesmo era de pequeno tamanho.

Entretanto, verificou-se que o comprimento do bico dos conídios de A. alternata ocorrentes em Citrus sp. (2,5-7,5 µm, média de 5,1 µm), observados por Carvalho et al. (2008), corroboram as medições realizadas nos conídios de A. alternata do presente estudo. Já as dimensões dos bicos dos conídios de A. alternata provenientes de Allium cepa, observadas por Ramjegathesh & Ebenezar (2012), foram mais variáveis (4,2-23,8 µm), porém, juntamente com as dimensões dos conídios (30,9-42,4 x 11,9-17,3 µm), foram suficientes para que os autores mencionados determinassem tratar-se de A. alternata.

Resumidamente, pode-se notar que as dimensões dos conídios de A. alternata ocorrentes em diferentes hospedeiros (Tabela 1) corroboram as dimensões obtidas dos conídios provenientes de tubérculos de batata relatados neste estudo, confirmando tratar-se da espécie A. alternata. Ademais, os bicos dos conídios encontrados foram considerados pequenos (2,6-11,9 µm), característicos da espécie.

Töfoli et al. (2013) já afirmaram que os bicos dos conídios de A. alternata são pequenos o suficiente, a ponto de seu comprimento ser inferior a um terço do comprimento do corpo do conídio, fato que não ocorre para A. solani e A. grandis ocorrentes em S. tuberosum. Assim, estas espécies, embora possuam similaridades, em relação à forma e coloração dos conídios, podem ser refutadas.

Os conídios de A. solani possuem maior comprimento e largura, ou seja, comprimento superior a 85,0 µm, alcançando até 100 µm, e largura de 18,0-22,0 µm (Rodrigues et al. 2010). Embora a largura dos conídios de A. grandis seja similar à de A. alternata (14,0-17,0 µm), o comprimento dos mesmos é muito maior: 102,0-184,0 µm (Rodrigues et al. 2010).

De forma mais abrangente, uma característica distintiva, que permite separar A. solani, A. grandis e A. alternata, é a dimensão do bico dos conídios, que são, respectivamente, de 83,0-110,0 µm, 135,0206,0 µm e 2,5-23,8 µm (Tabela 1). É válido salientar que pequenas variações encontradas nas dimensões dos conídios podem ser devidas ao hospedeiro ou a fatores ambientais. Por esta razão, este trabalho tenta estabelecer limites para as respectivas espécies do gênero Alternaria.

Durante a análise estatística das dimensões dos conídios de A. alternata, atenção foi dada à variabilidade das medidas obtidas. Assim, verificou-se que o coeficiente de variação, para o comprimento e largura dos conídios, foi, respectivamente, de 23,29% e 17,82%, diferentemente de A. alternata f. sp. citri, cuja variabilidade dos dados referentes às medidas de todas as estruturas do fungo não passou de 5,1% (Carvalho et al. 2008). Estes valores sugerem que os conídios obtidos diretamente do tecido vegetal do hospedeiro, sem posterior repicagem para meio de cultura, tendem a ser mais variáveis, possivelmente devido a variações ambientais inexistentes no cultivo in vitro.

O número de septos transversais e longitudinais dos conídios de Alternaria foi considerado, por Rodrigues et al. (2010), como uma variável morfológica passível de análise. Entretanto, não houve ocorrência de faixas diferentes entre as espécies avaliadas, no estudo realizado pelos referidos autores: 8-12, 7-12 e 9-14 septos transversais e 1-3, 1-4 e 0-3 septos longitudinais, respectivamente para A. solani, A. tomatophila e A. grandis. Alguma diferença seria notada apenas para o número de septos longitudinais de 2-6, no caso de A. alternata encontrada nos tubérculos de batata.

Boiteux & Reifschneider (1994) relataram que A. solani é o principal agente causal da pinta preta da batata, no Brasil. No entanto, os autores isolaram A. alternata de folhas de batata (S. tuberosum), o que lhes permitiu realizar o primeiro relato.

Segundo Souza Dias & Iamauti (2005), a ocorrência de Alternaria sp. em tubérculos é rara. Assim, a importância do presente trabalho é notória, devido ao fato de a cultura da batata ser conduzida mediante material propagativo (batata-semente), a qual, caso infectada, passa a ser veículo de transmissão do potencial patógeno a longas distâncias, podendo infestar áreas indenes.

Baseando-se nas características micromorfológicas dos conídios analisados no presente trabalho, verificou-se tratar-se da rara ocorrência de A. alternata em tubérculos de batata, no Brasil.

Trabalho recebido em jul./2013 e aceito para publicação em abr./2014 (nº registro: PAT 25319).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Jul 2014
  • Data do Fascículo
    Jun 2014

Histórico

  • Recebido
    Jul 2013
  • Aceito
    Abr 2014
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