Resumos
A evolução da humanidade estimula o desenvolvimento das tecnologias, notadamente no que tange às pesquisas envolvendo seres humanos. Nesse âmbito reside a proteção das pessoas ante os riscos das pesquisas. Este artigo analisa a dignidade penal e carência de tutela penal nas pesquisas envolvendo seres humanos. Nele é constatada a existência de situações graves que demonstram a necessidade desta tutela e a carência de instrumentos aptos a garantir a imperatividade de documentos que regulam a matéria. O artigo afirma que o Direito Penal é o meio estatal mais eficaz para a tutela da vida e integridade física. Salienta que a existência de termo de consentimento para a realização dessas pesquisas é necessária, mas não afasta, contudo, a responsabilidade penal eventualmente existente.
Dignidade penal; Carência de tutela penal; Pesquisas envolvendo seres humanos
La evolución de la humanidad estimula el desarrollo de tecnologías, especialmente en lo que respecta a la investigación involucrando seres humanos. Ahí se encuentra la protección de las personas ante los riesgos de las investigaciones. Este artículo examina la dignidad criminal y la falta de tutela penal en las investigaciones involucrando seres humanos. En el artículo se constata graves situaciones que demuestran la necesidad de esta tutela y la falta de instrumentos capaces de garantizar la exigencia de los documentos que rigen la materia. El artículo afirma que el Derecho Penal es el medio estatal más efectivo a la protección de la vida e integridad física. Señala que es necesaria la existencia del consentimiento para llevar a cabo este tipo de investigación, pero no descarta, sin embargo, la responsabilidad penal que puede existir.
Dignidad criminal; Falta de protección penal; Investigación en seres humanos
The evolution of humanity encourages the development of technologies, especially in regard to research involving human beings. In this context lies the protection of people from the risks of research. The article analyzes the criminal dignity and the lack of criminal protection in relation to research involving human beings. It notes serious situations that demonstrate the need for this protection and the lack of instruments that guarantee the imperativeness of documents about this subject. It states that Criminal Law is the most effective way to protect life and physical integrity. The article says the consent form is necessary, but it doesn't avoid the criminal responsibility.
Criminal dignity; Lack of criminal protection; Research involving human beings
-
1Pantaleão JF. Riscos de uma sociedade e uma sociedade de risco. In: Toledo A, coordenador. Direito penal: reinterpretação à luz da Constituição: questões polêmicas. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009. p. 260.
-
2Brasil. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado; 1988.
-
3Tavares J. Critérios de seleção de crimes e cominação de penas. Revista Brasileira de Ciências Criminais. 1992;(0):75-87. Número especial de lançamento.
-
4Hossne WS. Pesquisa envolvendo seres humanos: capacitação para comitês de ética em pesquisa. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. p. 116.
-
5Conselho Nacional de Saúde (Brasil). Resolução no 1, de 13 de junho de 1988. Aprova normas de pesquisa em saúde. Diário Oficial da União. 14 jun. 1988; seção 1.
-
6Conselho Nacional de Saúde (Brasil). Resolução no 196, de 10 de outubro de 1996. Aprova normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União. 16 out. 1996;(201)Seção 1:21082-5
-
7Oliveira PH, Anjos Filho RN. Bioética e pesquisas em seres humanos. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. 2006;101:1187-230.
-
8Minahim MA. A vida pode morrer? Reflexões sobre a tutela penal da vida em face da revolução biotecnológica. In: Barbosa HH; Barreto VP, organizadores. Novos temas de biodireito e bioética. Rio de Janeiro: Renovar; 2003.
-
9Bianchini A. Pressupostos materiais mínimos da tutela penal. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais; 2002.
-
10Diez Ripolles JL. A racionalidade das leis penais: teoria e prática. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais; 2005. p. 92.
-
11Oliveira RA, Segre M. Pesquisa em ética. In: Segre M, organizador. A questão ética e a saúde humana. São Paulo: Atheneu; 2006. p. 50
-
12Conselho Federal de Medicina. Resolução no 1.931, de 17 de setembro de 2009. Aprova o Código de Ética Médica. Diário Oficial da União. 24 set. 2009;Seção 1:90-2. Retificada em Diário Oficial da União. 13 out. 2009;Seção 1:173.
- pesquisa. Revista de Direito Sanitário. 2005;6(1-3):31.
-
15Brasil. Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. [internet]. 2006 [acesso nov. 2010]. Disponível: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
-
16Goldim JR. Consentimento informado. [internet]. 1997 [acesso 1o nov. 2010]. Disponível: http:// www.bioetica.ufrgs.br/consinf.htm
-
18Brasil. Código Civil (2002). Código Civil brasileiro. Brasília: Senado; 2002.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
18 Out 2013 -
Data do Fascículo
Abr 2013
Histórico
-
Recebido
24 Out 2011 -
Aceito
14 Jan 2013 -
Revisado
06 Jun 2012