Acessibilidade / Reportar erro

Autonomia do idoso e distanásia

The elderly autonomy and dysthanasia

Autonomía del anciano y la distanasia

Resumos

A pesquisa teve o objetivo de conhecer a opinião dos idosos sobre o exercício da autonomia, a utilização de medidas obstinadas e a escolha do local de morte para idosos na presença de doença grave e terminal. Foram entrevistados 112 (77%) participantes de programa da Universidade Federal do Amazonas orientado para o envelhecimento. O resultado mostrou que 67% foram desfavoráveis a que a vida do paciente fosse mantida "de qualquer jeito", ou seja, seria necessário que as condutas a serem tomadas nessas ocasiões fossem avaliadas levando em consideração a dignidade da pessoa humana em evitar o prolongamento do sofrimento de morrer. A lucidez foi o indicador de qualidade de vida mais apreciado (79%), seguido pela autonomia em poder respirar sem o uso de aparelhos (17%) e alimentar-se sem o uso de sonda (4%). A casa do paciente (63%) foi considerada o local de morte mais apropriado.

Bioética; Autonomia pessoal; Saúde do idoso


The purpose of the survey was to know the opinion of the elderly about the exercise of autonomy, the use of obstinate measures and the choosing process of the place of death for the elderly with terminal illness. The interview had 112 (77%) participants of the program for aging at the Federal University of Amazonas. The result showed that 67% did not agree that the life of patient should be maintained at any circumstance, meaning that measures are needed to be taken into account to consider the dignity of the person avoiding the extension of death suffering. The presence of awareness (79%) was the most appreciated indicator of life quality, followed by autonomy of being able to breathe without any apparatus (17%) and eating without a tube (4%). Patient's house (63%) was considered the most appropriate place to die.

Bioethics; Personal autonomy; Elderly health


La investigación tuvo como objetivo conocer la opinión de los ancianos sobre su autonomía , la utilización de medidas perseverantes y la selección del lugar de muerte para los ancianos ante la presencia de una enfermedad grave y terminal. Se entrevistó a 112 (77%) participantes de un programa orientado para el envejecimiento en la Universidad Federal del Amazonas. El resultado mostró que un 67% no fueron favorables a que mantuveira la vida "de todos modos" o sea, es necesario que las conductas a ser tomadas en estos momentos sean evaluadas llevándose en consideración la dignidad de la persona humana en evitar la prolongación del sufrimiento al morir. La lucidez (79%) fue el indicador de la calidad de vida más apreciado, seguido por la autonomía del poder respirar sin el uso de aparatos (17%) y alimentarse sin el uso de sonda (4%). La casa del paciente (63%) fue considerada el local de muerte más apropiado.

Bioética; Autonomía Personal; Salud del anciano


  • 1
    Muñoz DR, Forte PAC. O princípio da autonomia e o consentimento livre e esclarecido. In: Costa SIF, Oselka G, Garrafa V, coordenadores. Iniciação à bioética. Brasília: Conselho Federal de Medicina; 1998.
  • 2
    Pessini L, Barchifontaine CP. Problemas atuais de bioética. 4a ed. São Paulo: Loyola; 1997.
  • 3
    Gracia D. La bioetica medica. In: Bioetica temas y perspectivas. Washington: Opas; 1990. p. 3-7.
  • 4
    Culver CM. Competência do paciente. In: Segre M, Cohen C, coordenadores. Bioética. São Paulo: Edusp; 1995.
  • 5
    Harris J. The value of life: an introduction to medical ethics. London: Routledge and Kegan Paul; 1985. p. 197-8.
  • 6
    Cinà G, Locci E, Rocchetta C. Dicionário interdisciplinar da pastoral da saúde. São Paulo: Paulus; 1999.
  • 7
    Amundsen DW. The physician's obligation to prolong life: a medical duty without classical roots. Hastings Cent Rep. 1978;8(4):23-30.
  • 8
    Jecker NS. Medical futility: the duty not to treat. Medical futility: demands, duties and dilemmas. Camb Q Healthc Ethics. 1993;2:151-9.
  • 9
    Leone S, Privitera S, Cunha JT. Dicionário de bioética. São Paulo: Editora Santuário Aparecida; 2001. Distanásia.
  • 10
    João Paulo II. Evangelium Vitae: carta encíclica sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana. São Paulo: Paulinas; 1984.
  • 11
    Pessini L. Bioética: um grito pela dignidade de viver. 3a ed. rev. São Paulo: Paulinas; 2008.
  • 12
    Martin L. Eutanásia e distanásia. In: Costa SIF, Oselka G, Garrafa V, coordenadores. Op. cit. p. 171-92.
  • 13
    Associação Médica Mundial. Declaração de Veneza sobre o paciente terminal. Aprovada na 35a Assembleia Geral AMM; out. 1983; Veneza. In: França GV. Medicina Legal. 8a ed.reimp. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008. p. 522.
  • 14
    França GV. Medicina legal. 8a ed.reimp. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008.
  • 15
    Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Questões de bioética. Brasília: Edições CNBB; 2010.
  • 16
    Pellegrino E. Decision at the end of life: the use and abuse of the concept of futility. In: Corrêa JDV, Sgreccia E, editores. The dignity of the dying person: proceedings of the Fifth Assembly the Pontifical Academy for Life; 24-27 feb. 1999; Vatican City. Vaticano: Libreria Editrice Vaticana; 2000. p 219-41.
  • 17
    Drane J. El cuidado del enfermo terminal: ética clínica y recomendaciones practicas para instituciones de salud y servicios de cuidados domiciliarios. Washington: Opas; 1999.
  • 18
    Conselho Federal de Medicina. Código de Ética Médica: resolução CFM no 1.931, de 17 de setembro de 2009 (versão de bolso). Brasília: Conselho Federal de Medicina; 2010.
  • 19
    Telarolli Jr R, Machado JCMS, Carvalho F. Perfil demográfico e condições sanitárias dos idosos em área urbana do sudeste do Brasil. Rev Saúde Pública. 1996;30(5):485-98.
  • 20
    Papaléo Netto M, Yuaso D, Kitadai F. Longevidade: desafio no terceiro milênio. In: Pessini L, Barchifontaine CP, organizadores. Bioética e longevidade humana. São Paulo: Loyola; 2006. p. 259-88.
  • 21
    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2000. [Internet]. [acesso 12 jul. 2011]. Disponível: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/default_censo_2000.shtm
  • 22
    Veras RP. Atenção preventiva ao idoso: uma abordagem de saúde coletiva. In: Papaléo Netto M, editor. Gerontologia. São Paulo: Atheneu; 1996.
  • 23
    Berquó ES, Cavenaghi SM. Oportunidades e fatalidades: um estudo demográfico das pessoas que moram sozinhas. Anais do 6o Encontro Nacional de Estudos Populacionais; out. 1988; Olinda. Olinda, PE: Associação Brasileira de Estudos Populacionais; 1988. v. 1, p. 155-81.
  • 24
    Kluber Ross E. Sobre a morte e o morrer. São Paulo: Martins Fontes; 1996.
  • 25
    Jonsen A. A short history of medical ethics. New York: Oxford University Press; 2000.
  • 26
    Serrão D. Ética das atitudes médicas em relação com o processo de morrer. In: Serrão D, Nunes R, organizadores. Ética em cuidados de saúde. Porto: Porto Editora; 1988.
  • 27
    Cassorla RMS, coordenador. Da morte: estudos brasileiros. Campinas: Papirus; 1992.
  • 28
    Ariés P. Sobre a história da morte no ocidente desde a idade média. 2a ed. Lisboa: Teorema; 1989.
  • 29
    Pessini L. Distanásia: até quando prolongar a vida? São Paulo: Loyola; 2001.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Out 2013
  • Data do Fascículo
    Ago 2013

Histórico

  • Recebido
    15 Out 2011
  • Aceito
    11 Jun 2013
  • Revisado
    22 Abr 2013
Conselho Federal de Medicina SGAS 915, lote 72, CEP 70390-150, Tel.: (55 61) 3445-5932, Fax: (55 61) 3346-7384 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: bioetica@portalmedico.org.br