Acessibilidade / Reportar erro

Dialética entre liberalismo, paternalismo de Estado e biopolítica: análise conceitual, implicações bioéticas e democráticas

Dialectics between liberalism, State paternalism, and biopolitics: the conceptual analysis and the democratic and bioethical implications

Dialéctica entre liberalismo, paternalismo de Estado y biopolítica: análisis conceptual, implicaciones bioéticas y democráticas

Resumos

Na cultura política do mundo ocidental costuma-se opor liberalismo e paternalismo, partindo do pressuposto de que o primeiro termo indica uma defesa do valor da liberdade individual, constitutiva da cultura dos direitos humanos, ao passo que o segundo negaria este valor. Este trabalho defende a tese de que tais termos, em seu conjunto, possuem relação de tipo dialético, pois o primeiro ocuparia o lugar de tese e o segundo de antítese, cuja síntese seria representada pelo momento da biopolítica, a qual constituiria, por sua vez, uma nova tese, iniciando novo processo dialético em que o lugar da antítese seria representado pela bioética, sendo que ambas confluiriam para uma nova síntese, representada pelo empoderamento dos cidadãos, constitutivo das sociedades democráticas, ou que se pretendem tais.

Bioética; Biopolítica; Democracia; Empoderamento; Liberdade; Paternalismo


The political culture of the Western world often opposes liberalism and paternalism, assuming that the first term indicates a defense of the value of individual freedom, constitutive of the human rights culture, while the second would deny this value. This paper defends the thesis that such terms, as a whole, have a dialectical relationship, because the first would take the place of a thesis and the second of an antithesis, which synthesis would be represented by the moment of biopolitics, which would in turn, constitute a new thesis, in a new dialectical process in which the place of the antithesis would be represented by bioethics, both of which would converge in a new synthesis, represented by the empowering of people, and that is constitutive of democratic societies, or that claim themselves as such.

Bioethics; Biopolitics; Democracy; Empowerment; Freedom; Paternalism


En la cultura política del mundo occidental es costumbre oponer liberalismo y paternalismo, suponiendo que el primer término indica una defensa del valor de la libertad individual, constitutiva de la cultura de los derechos humanos, mientras que el segundo podría negar este valor. En este trabajo se defiende la tesis de que tales términos, en su conjunto, tienen un tipo de relación dialéctica, ya que el primero tendría a ocupar el lugar de una tesis y el segundo aquel de una antítesis, siendo la síntesis representada por la biopolítica, que constituiría, a su vez, una nueva tesis, empezando un nuevo proceso dialéctico, dónde el lugar de la antítesis sería representado por la bioética, los cuales confluirían para una nueva síntesis, representada por el empoderamiento de los ciudadanos, y que es un elemento constitutivo de las sociedades democráticas, o que se pretenden como tales.

Bioética; Biopolítica; Democracia; Empoderamiento; Libertad; Paternalismo


  • 1
    Cofrancesco D. Liberalismo. In: Esposito R, Galli C, organizadores. Enciclopedia del pensiero político. Bari: Laterza; 2005. p. 464-7.
  • 2
    Raynaud P. Libéralisme. In: Mesure S, Savidan P, organizadores. Dictionnaire des sciences humaines. Paris: PUF; 2006. p. 690-2.
  • 4. Lyotard JF. Moralités postmodernes. Paris: Galilée; 1999. p. 108.
  • 5. Lyotard JF. La condition postmoderne. Paris: Ed. de Minuit; 1979. p. 72.
  • 7. Nilstun T. Paternalismo. In: Hottois G, Missa JN, organizadores. Nova enciclopédia da bioética. Lisboa: Piaget; 2003. p. 518-20.
  • 8. Ornaghi L. Paternalismo. Enciclopedia filosofica. Milano: Bompiani; 2006. v. 9. p. 8.385-7.
  • 10. Abaixo-assinado Manifesto em Defesa da Civilização. Petição Pública Brasil. [Internet]. (acesso 19 fev. 2014). Disponível: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2012N30206
  • 11. Blackburn S. Dicionário Oxford de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar; 1997. p. 363.
  • 12. Foucault M. Histoire de la sexualité: la volonté de savoir. Paris: Gallimard; 1976. v. 1. p. 188.
  • 13. Foucault M. Il faut défendre la sociéte. Paris: Gallimard; 1997. p. 213-6.
  • 14. Revel J. Biopolitique. Dictionnaire Foucault. Paris: Ellipses; 2008. p. 26.
  • 15. Marzocca O. Biopolitica. In: Vittorio P, Marzocca O, Romano O, Russo A, Simone A, organizadores. Lessico di biopolitica. Roma: Manifestolibri; 2006. p. 50-6.
  • 16. Foucault M. Naissance de la biopolitique. Paris: Gallimard; 2004. p. 24.
  • 18. Bazzicalupo L. Biopolítica: una mappa concettuale. Roma: Carocci; 2010. p. 137.
  • 20. Schramm FR. A bioética como forma de resistência à biopolítica e ao biopoder. Rev. bioét. [Internet]. 2010 (acesso 19 fev. 2014);18(3):519-35. Disponível: http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/583/588
  • 22. Esposito R. Bios: biopolítica e filosofia. Lisboa: Ed. 70; 2010. p. 30.
  • 24. Campbell T. Politica, immunità, vita: il pensiero di Roberto Esposito nel dibattito filosofico contemporaneo. In: Esposito R. Termini della politica: comunità, immunità, biopolitica. Milano: Mimesis; 2008. p. 9-61.
  • 28. Schramm FR. O uso problemático do conceito 'vida' em bioética e suas interfaces com a práxis biopolítica e os dispositivos de biopoder. Rev. bioét. (Impr.). 2009;17(3):377-89.
  • 30. Hardt M, Negri A. Impero. Il nuovo ordine della globalizzazione. Milano: Rizzoli; 2002.
  • 31. Ranciere J. Biopolitique ou politique? Multitudes. [Internet]. 2000 (acesso fev. 2014);1:88-93. Disponível: http://multitudes.samizdat.net/article.php3?id_article=210
  • 32. Kottow M. Bioética: una disciplina en riesgo. Revista Redbioética. 2010;1(1):158-72.
  • 33. Garrafa V, Porto D. Bioética de intervención. In: Tealdi JC, organizador. Diccionario latinoamericano de bioética. Bogotá: Unesco; 2008. p. 161-4.
  • 35. Esposito R. Totalitarismo o biopolitica: per una interpretazione filosofica del Novecento. In: _____. Termini della politica: comunità, immunità, biopolitica. Milano: Mimesis; 2008. p. 159-81.
  • 38. Agamben G. Profanations. Paris: Payot & Rivages; 2005. p. 97.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Maio 2014
  • Data do Fascículo
    Abr 2014

Histórico

  • Aceito
    24 Mar 2014
  • Recebido
    06 Fev 2014
  • Revisado
    12 Mar 2014
Conselho Federal de Medicina SGAS 915, lote 72, CEP 70390-150, Tel.: (55 61) 3445-5932, Fax: (55 61) 3346-7384 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: bioetica@portalmedico.org.br