Acessibilidade / Reportar erro

Diálogo entre o agnosticismo e o universo das religiões: o caso da empatia

Dialogue between agnosticism and the universe of faiths: the case of empathy

El diálogo entre el agnosticismo y el universo de las religiones: el caso de la empatía

Resumos

O artigo problematiza a possibilidade de diálogo entre duas cosmovisões consideradas antitéticas e excludentes, mas que podem ser vistas como separadas e complementares: o agnosticismo e a religião. Para tanto, introduz o conceito de empatia, condição considerada necessária para o diálogo entre subjetividades que queiram se relacionar e que é entendida como competência intelectual e emocional para compreender outrem e sua vivência, independentemente do fato do eu não poder reviver realmente a experiência vivenciada pelo outro. O diálogo empático, cujo sentido e história tentamos delinear a partir da análise conceitual e de sua contextualização no âmbito das ciências humanas, parece ser também a condição de possibilidade para a construção de um meta-ponto de vista complexo, capaz de ultrapassar, de modo argumentativo, uma suposta antítese entre agnosticismo e religião, em prol da própria sobrevivência dos atores do diálogo.

Secularismo; Empatia; Religião


The article discusses the possibility of dialogue between two worldviews considered as antithetical and mutually exclusive, but that can be seen as separate and complementary: Agnosticism and religion. Therefore, it introduces the concept of empathy, a condition considered necessary for dialogue between subjectivities that want to relate and understood as intellectual and emotional competence to understand others and their experience, regardless the fact that I really cannot relive an experience experienced by another person. The empathic dialogue, whose meaning and history we try to draw from the conceptual analysis and its contextualization within the Humanities, also seems to be the condition of possibility for the construction of a complex meta-perspective, able to overcome arguably an alleged antithesis between religion and agnosticism, which must be dialectically overcome for the sake of survival of the actors dialogue.

Secularism; Empathy; Religion


El artículo discute la posibilidad de diálogo entre dos visiones del mundo que se consideran antitéticas y excluyentes, pero que pueden ser vistas como independientes y complementarias: el agnosticismo y la religión. Para tanto introduce el concepto de empatía, que se considera condición necesaria para el diálogo entre las subjetividades que quieren relacionarse y entendida como capacidad intelectual y emocional para comprender a los otros y su experiencia, sin importar el hecho de que el Yo no puede vivir realmente la experiencia que pasado el otro. El diálogo empático, cuyo sentido y la historia se intenta dibujar a partir del análisis conceptual y su contextualización en el ámbito de las Humanidades, también parece ser la condición de posibilidad para la construcción de una meta-perspectiva compleja, capaz de superar argumentativamente un supuesto antítesis entre la religión y el agnosticismo, que debe ser superada dialécticamente por el bien de la supervivencia de los actores del diálogo.

Secularismo; Empatía; Religión


  • 1
    Smith A. Teoria dos sentimentos morais. São Paulo: Martins Fontes; 1999. p. 5.
  • 2
    Lalande A. Religion. In: Lalande A. Vocabulaire technique et critique de la philosophie. Paris: Presses Universitaires de France; 1972. p. 915-8.
  • 3
    Kant I. Crítica da razão prática. São Paulo: Martins Fontes; 2008. p. 25.
  • 4
    Kant I. Crítica da faculdade do juízo. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda; 1998. p. 46, 452.
  • 5
    Mautner T. Análise. In: Mautner T, diretor. Dicionário de filosofia. Lisboa: Edições 70; 2010. p.
  • 7. Auvray-Assayas C. Religio. In: Cassin B, organizadora. Vocabulaire européen des philosophies. Paris: Seuil/Le Robert; 2004. p. 1.069-71.
  • 8. Derrida J. Pardonner: l' impardonnable et l' imprescriptible. Paris: L'Herne; 2005. p. 30-1.
  • 9. Derrida J. Foi et savoir. Paris: Seuil; 2001. p. 29.
  • 10. Mucchielli A. Approche empathique. In: Mucchielli A, diretor. Dictionnaire des méthodes qualitatives en sciences humaines. Paris: Armand Colin; 2011. p. 70.
  • 11. Ducrot O, Todorov T. Dictionnaire encyclopédique des sciences du langage. Paris: Seuil; 1972. p. 388.
  • 12. Blackburn S. Tolerância. In: Blackburn S. Dicionário Oxford de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar; 1997. p. 390.
  • 13. Habermas J. Theorie des kommunikativen Handels. Frankfurt am Main: Suhrkamp; 1981.
  • 14. Habermas J. Erläuterungen zur Diskursethik. Frankfurt am Main: Suhrkamp; 1991.
  • 15. Calogero G. No rule for thinking, only one rule for meaning. Logique & Analyse. 1962; 5(20):181-198, p. 181. [Internet]. [acesso 17 out 2014]. Leuven: Peeters; Disponível: http://virthost.vub.ac.be/lnaweb/ojs/index.php/LogiqueEtAnalyse/search/search
  • 16. Levinas E. Le temps et l'autre. Paris: PUF; 2001. p. 75, 63.
  • 17. Levinas E. Entre nós: ensaios sobre a alteridade. Petrópolis: Vozes; 1997. p. 17.
  • 19. Capone Braga G, Ivaldo M. Dialettica. In: Melchiorre V, diretor. Enciclopedia filosofica. Milão: Bompiani; 2006. v. 3, p. 2.814.
  • 22. Abbagnano N. Empatia. In: Abbagnano N. Dizionario di filosofia. Milão: TEA; 1998. p. 297.
  • 23. Pinotti A. Empatia. Storia di un'idea da Platone al postumano. Roma: Laterza; 2011. p. IX.
  • 24. Husserl E. Meditações cartesianas. Introdução à Fenomenologia. São Paulo: Madras; 2001. p. 106.
  • 27. Kemp P, Rendtorff JD. Vulnerabilidade (principio de). In: Hottois G, Missa J-N, organizadores. Nova enciclopédia da bioética. Lisboa: Inst. Piaget; 2003. p. 688.
  • 29. Rifkin J. The empathic civilization: the race to global consciousness in a world in crisis. Nova York: Penguin; 2009. p. 1-3.
  • 30. De Waal FBM. A era da empatia. São Paulo: Companhia das Letras; 2010. p. 9-16.
  • 38. Huxley TH. Agnosticism. [Internet]. [acesso 17 out 2014]. Disponível: http://infidels.org/library/historical/thomas_huxley/huxley_wace/part_02.html
  • 39. Kant I. Crítica da razão prática. São Paulo: Martins Fontes; 2008. p. 220-2.
  • 40. Wittgenstein L. Investigações filosóficas. São Paulo: Abril Cultural; 1975.
  • 41. Fontanille J. Sémiotique et éthique. [Internet]. [acesso 17 out 2014]. 2007. Disponível: http://epublications.unilim.fr/revues/as/2445
  • 42. Russell B. Dall'etica alla politica. In: Russell B. Un'etica per la politica. Roma: Laterza; 2008. p. 139.
  • 43. Revelli M. Finale di partito. Torino: Einaudi; 2013. p. XI.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Jan 2015
  • Data do Fascículo
    Dez 2014

Histórico

  • Recebido
    17 Set 2014
  • Aceito
    27 Out 2014
  • Revisado
    02 Out 2014
Conselho Federal de Medicina SGAS 915, lote 72, CEP 70390-150, Tel.: (55 61) 3445-5932, Fax: (55 61) 3346-7384 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: bioetica@portalmedico.org.br