Acessibilidade / Reportar erro

Metodologia ativa na educação permanente para abordar ética e bioética

Resumo

Mediante pesquisa qualitativa com a técnica do discurso do sujeito coletivo, este estudo analisa a educação à distância como metodologia ativa na educação permanente de equipe de enfermagem de hospital universitário de Minas Gerais. Coletados por meio de questionário e de grupo focal, os dados foram organizados conforme três ideias centrais que emergiram nas reuniões. Para os participantes da pesquisa, a modalidade à distância pode ser considerada uma metodologia ativa de ensino que possibilita intervenções no trabalho, desde que haja infraestrutura necessária para o desenvolvimento do processo de trabalho e realização das capacitações no ambiente laboral. Para concluir, ressalta-se a importância do trabalhador da enfermagem ser sujeito ativo do seu processo de ensino-aprendizagem, utilizando a educação permanente em saúde para prestar assistência aos usuários do Sistema Único de Saúde de forma integral, ética e segura.

Educação à distância; Educação continuada; Sistema Único de Saúde; Capacitação profissional; Enfermagem

Abstract

This qualitative research, based on the discourse of the collective subject, analyzes distance education as an active methodology in the continuing education of a nursing team at a university hospital in Minas Gerais. Data were collected by means of a questionnaire and a focus group, and organized according to three central ideas that emerged in the meetings. Research participants see distance education as an active teaching methodology that enables interventions at work, provided that there is necessary infrastructure for developing the work process and implementing training in the work environment. The analysis also emphasizes the importance of nursing workers being an active subject in their teaching-learning process, using continuing health education to provide integral, ethical, and safe care to the Unified Health System users.

Education, distance; Education, continuing; Unified Health System; Professional training; Nursing

Resumen

Desde una investigación cualitativa con la técnica del discurso del sujeto colectivo, este estudio analiza la educación a distancia como metodología activa en la formación permanente del equipo de enfermería de un hospital universitario de Minas Gerais (Brasil). Se recopilaron los datos mediante un cuestionario y un grupo focal para organizarlos de acuerdo con tres ejes centrales que surgieron en las reuniones. Para los participantes de la investigación, la modalidad a distancia puede ser una metodología de enseñanza activa que posibilita intervenciones en el trabajo, siempre que exista la infraestructura necesaria para el desarrollo del proceso de trabajo y la realización de capacitaciones en el ambiente laboral. Es importante que el profesional enfermero sea un sujeto activo en su proceso de enseñanza-aprendizaje al usar la educación permanente en salud para brindar asistencia integral, ética y segura a los usuarios del Sistema Único de Salud.

Educación a distancia; Educación continua; Sistema Único de Salud; Capacitación profesional; Enfermería

A capacitação de profissionais para o trabalho tem sido tema de vários debates na área da saúde. Discutem-se os formatos e modalidades de atividades de educação, em especial a motivação dos profissionais para a formação individual e as iniciativas ofertadas pelos serviços. Nessa perspectiva, os programas de educação permanente em saúde (EPS) devem atender às necessidades sociais da saúde, com ênfase no Sistema Único de Saúde (SUS), além de assegurar a integralidade da atenção, qualidade e humanização do atendimento 11. Ceccim RB. Educação permanente em saúde: desafio ambicioso e necessário. Interface (Botucatu) [Internet]. 2005 [acesso 3 out 2022];9(16):161-68. DOI: 10.1590/S1414-32832005000100013.

A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), institucionalizada oficialmente em 2004, incorpora o ensino e o aprendizado à vida cotidiana das organizações e às práticas sociais e laborais, no contexto em que ocorrem. Além disso, modifica substancialmente as estratégias educativas, permitindo que as pessoas sejam atores que refletem sobre a prática e dela constroem conhecimento e alternativas de ação 22. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. (Série Pactos pela Saúde). [acesso 3 out 2022]. Disponível: https://bit.ly/3B8ezKt
https://bit.ly/3B8ezKt...
.

Do ponto de vista teórico e metodológico, o enfoque da PNEPS se alinha à concepção dialética e elege a problematização como metodologia, bem como as discussões transversais entre os sujeitos, considerando as situações de trabalho valiosos recursos educacionais. Tal enfoque prevê a reelaboração do conhecimento adquirido, adequando-o à realidade do trabalho; também prevê a valorização do diálogo e da discussão no âmbito das equipes, como formas de reconhecimento de diferenças que são obstáculos para mudanças organizacionais 33. Campos KA, Santos FM. A educação a distância no âmbito da educação permanente em saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). RSP [Internet]. 2016 [acesso 3 out 2022];67(4):603-26. DOI: 10.21874/ rsp.v67i4.1055
https://doi.org/10.21874/ rsp.v67i4.1055...
.

Nesse contexto, a educação à distância (EAD), por funcionar em uma lógica de facilitação e mediação, se ajusta ao que se propõe a EPS, visto que requer o protagonismo do aluno, deslocando o foco do professor, que passa de detentor do conhecimento a mediador da aprendizagem 33. Campos KA, Santos FM. A educação a distância no âmbito da educação permanente em saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). RSP [Internet]. 2016 [acesso 3 out 2022];67(4):603-26. DOI: 10.21874/ rsp.v67i4.1055
https://doi.org/10.21874/ rsp.v67i4.1055...
. Essa mudança de paradigma pressupõe a formação de indivíduos críticos e ativos no processo de ensino-aprendizagem. Além disso, os diversos recursos tecnológicos possibilitam maior engajamento e propiciam que os alunos se posicionem criticamente diante de situações e problemas apresentados no ambiente virtual de aprendizagem (AVA) 44. Fratucci MVB, Araujo ME, Zilbovícius C, Frias AC. Ensino a distância como estratégia de educação permanente em saúde: impacto da capacitação da equipe de Estratégia de Saúde da Família na organização dos serviços. RBAAD [Internet]. 2016 [acesso 3 out 2022];15:61-80. Disponível: https://bit.ly/3XY0CbN
https://bit.ly/3XY0CbN...
.

A expansão das tecnologias digitais de informação e comunicação ampliou a oferta de cursos à distância, sobretudo os disponibilizados em diferentes mídias digitais. Em sua maioria, esses recursos educacionais são utilizados por instituições de ensino superior, em ambientes virtuais de aprendizagem 55. Arruda EP, Arruda DEP. Educação à distância no Brasil: políticas públicas e democratização do acesso ao ensino superior. Educ Rev [Internet]. 2015 [acesso 3 out 2022];31(3):321-38. DOI: 10.1590/0102-4698117010
https://doi.org/10.1590/0102-4698117010...
; porém, existem poucos estudos refletindo sobre a aplicação da EAD como metodologia ativa na EPS.

Por isso, buscou-se compreender as metodologias ativas, pautadas na pedagogia freireana. Esta é ancorada, por sua vez, em princípios como a centralidade do aluno no processo de aprendizagem e o papel de facilitador que compete ao professor; a autonomia do sujeito; a problematização e reflexão da realidade; e o trabalho coletivo 66. Diesel A, Baldez ALS, Martins SN. Os princípios das metodologias ativas de ensino: uma abordagem teórica. Revista Thema [Internet]. 2017 [acesso 3 out 2022];14(1):268-88. DOI: 10.15536/thema.14.2017.268-288.404.

As metodologias ativas se contrapõem ao método tradicional de ensino, propondo compreender os estudantes como sujeitos históricos. Em vez de indivíduos passivos, que somente recebem teorias, eles precisam ser valorizados como ponto de partida para a construção do conhecimento, uma vez que têm suas experiências, saberes e opiniões 66. Diesel A, Baldez ALS, Martins SN. Os princípios das metodologias ativas de ensino: uma abordagem teórica. Revista Thema [Internet]. 2017 [acesso 3 out 2022];14(1):268-88. DOI: 10.15536/thema.14.2017.268-288.404.

No cenário de implantação de novas experiências de ensino à distância, amplia-se a necessidade de reflexões sobre a utilização da EAD no processo de educação permanente de profissionais de saúde, em especial os da equipe de enfermagem. Não se questiona a importância de se propor continuamente ações educativas para estes profissionais, para que se promovam, simultaneamente, o desenvolvimento das pessoas e a oferta de cuidados de saúde seguros e humanizados.

Para este estudo, elaborou-se a seguinte questão norteadora: a EAD, como uma modalidade de oferta e uma metodologia ativa utilizada na EPS, proporciona uma aprendizagem reflexiva e baseada na realidade do trabalho cotidiano? Para responder a essa pergunta, foi realizado um curso na modalidade EAD sobre ética e bioética junto aos profissionais de enfermagem que faziam parte da Comissão de Ética em Enfermagem (CEE) de um hospital universitário localizado no estado de Minas Gerais.

O curso foi ofertado na plataforma Moodle, teve a duração de 12 semanas, e foi constituído por quatro unidades, cujos conteúdos tiveram o objetivo de possibilitar a compreensão dos aspectos éticos, bioéticos e legais do cotidiano do trabalho em saúde, em especial na enfermagem.

Os debates e reflexões promovidos no curso buscaram contribuir para que os profissionais de enfermagem aprimorassem sua capacidade de atuar com competência científica e senso de responsabilidade, de modo a promover a saúde integral do ser humano, pautados em princípios éticos. Para isso, foi desenvolvido um guia de estudos com linguagem dialógica e sequência didática, que permitiu aos participantes ampliar, de forma ativa e crítica, sua capacidade reflexiva sobre seu desempenho profissional e o tema da ética e bioética.

Para esse estudo foi traçado o seguinte objetivo: analisar a educação à distância como metodologia ativa utilizada na educação permanente da equipe de enfermagem de um hospital universitário de Minas Gerais.

Método

Para analisar a prática da educação à distância como metodologia ativa para a capacitação dos profissionais de enfermagem, realizou-se uma pesquisa de abordagem qualitativa, tendo como referência a técnica do discurso do sujeito coletivo (DSC) 77. Lefevre F, Lefevre AMC. Depoimentos e discursos: uma proposta de análise em pesquisa social. Brasília: Liber Livros; 2005.. Nessa técnica, destacam-se os seguintes conceitos:

  • Expressões-chave (E-ch): trechos selecionados de material verbal dos depoimentos que melhor descrevem seu conteúdo e unidades de significado;

  • Ideias centrais (IC): equivalente das categorias, tem a função de identificar, nomear e distinguir um posicionamento do outro; são fórmulas sintéticas, unidades de significados que descrevem os sentidos presentes nos depoimentos individuais e no conjunto de depoimentos dos diferentes indivíduos que apresentam sentido semelhante ou complementar;

  • Discurso do sujeito coletivo (DSC): reunião das E-ch presentes nos diferentes depoimentos que têm IC de sentido semelhante ou complementar.

Assim, a metodologia do DSC busca descrever e expressar posicionamentos sobre um tema proposto numa dada formação sociocultural 77. Lefevre F, Lefevre AMC. Depoimentos e discursos: uma proposta de análise em pesquisa social. Brasília: Liber Livros; 2005.. Tal metodologia contribuiu para a procura pelos significados compartilhados pelos profissionais de enfermagem relacionados à modalidade à distância de ensino utilizada na EPS.

O cenário do estudo foi um hospital geral e universitário localizado no estado de Minas Gerais, com 547 leitos, credenciado exclusivamente para atender os usuários do SUS. Os participantes da pesquisa foram nove profissionais de enfermagem, membros da CEE, que aceitaram participar da investigação após assinar termo de consentimento livre e esclarecido.

Os critérios de inclusão foram: ser membro da CEE e realizar o curso em formato EAD sobre ética e bioética. Os critérios de exclusão foram: tratar-se de profissionais que se encontravam em período de férias ou em licença e profissionais que aceitaram participar, mas não concluíram o curso.

Para a coleta de dados foi aplicado, logo após o término do curso, um questionário com perguntas sobre o perfil dos profissionais e os objetivos, conteúdo, estratégia de ensino e material didático utilizado. Esse questionário buscou apreender as percepções dos participantes acerca da metodologia de ensino utilizada. As respostas contribuíram para subsidiar a coordenação de um grupo focal, em abril de 2018, com a participação de cinco dos nove profissionais da enfermagem que concluíram o curso. Isso permitiu que alguns aspectos da análise da metodologia ativa empregada no curso fossem aprofundados.

O grupo focal é uma técnica de pesquisa qualitativa, aplicada na forma de entrevista em grupo, apropriada para quando o objetivo do investigador é verificar de que modo as pessoas avaliam uma experiência, ideia ou evento 88. Souza LK. Recomendações para a realização de grupos focais na pesquisa qualitativa. PSI Unisc [Internet]. 2020 [acesso 3 out 2022];4(1):53-66. DOI: 10.17058/psiunisc.v4i1.13500. As respostas apreendidas nessa fase de coleta de dados foram gravadas e posteriormente transcritas.

Após a transcrição, os dados do grupo focal foram organizados em painéis de depoimentos discursivos, que constituíram importante instrumento para a construção dos DSC. Estes, por sua vez, permitiram a visualização das relações entre os fenômenos estudados, subsidiando o processo de interpretação e facilitando a comunicação dos achados no processo interpretativo.

Em seguida, iniciou-se a análise dos dados com a definição de categorias gerais (CG), de natureza temática e refletindo os objetivos da pesquisa:

  • Significados do Curso de Ética e Bioética em Enfermagem na modalidade EAD;

  • Pertinência do conteúdo do Curso de Ética e Bioética em Enfermagem na modalidade EAD ao contexto do trabalho;

  • Ferramentas utilizadas no Curso de Ética e Bioética em Enfermagem na modalidade EAD;

  • Adequação do Curso de Ética e Bioética em Enfermagem na modalidade EAD às ações de EPS para profissionais de enfermagem.

Essas categorias, geradas a partir das falas dos participantes, foram redefinidas naturalmente no decorrer do processo de análise.

Resultados

Dos nove profissionais que concluíram o curso, cinco responderam ao questionário. A média de idade do grupo é de 43,2 anos. 80% são do sexo feminino; 60% são enfermeiros e os demais são técnicos e auxiliares de enfermagem; 40% trabalham no CTI adulto e os demais em unidades de internação; 80% ocupam cargo de chefia; 80% atuam em turno de trabalho diurno. Os indivíduos têm, em média, 15,8 anos de formados; 60% têm 3 anos ou menos de serviço na instituição; 80% trabalham em outro local; 100% têm formação superior e 80% têm especialização. Ressalta-se que os profissionais de nível médio (técnicos e auxiliares de enfermagem) que participaram da coleta de dados também tinham um curso de graduação.

Com esse grupo, foi empregado o DSC, técnica que assume uma proposta explícita de reconstrução descritiva de opiniões ou de sentidos que coletividades ou grupos sociais atribuem a determinados eventos.

O DSC permitiu superar a formalidade na apresentação dos resultados, uma vez que os depoimentos foram processados sob a forma de discurso coletivo. Isso fez com que o pensamento coletivo aparecesse, no momento descritivo da pesquisa, como fala direta – isto é, sem a intermediação do comentário teórico. Preserva-se, assim, na escala coletiva, a natureza discursiva do pensamento, bem como sua autonomia como fato empírico, o que permite salvaguardar a espontaneidade e a naturalidade do pensamento coletivo 77. Lefevre F, Lefevre AMC. Depoimentos e discursos: uma proposta de análise em pesquisa social. Brasília: Liber Livros; 2005..

A partir disso, encontraram-se três IC ou categorias que emergiram das falas dos participantes. Suas E-ch possibilitaram a construção de discursos coletivos em torno das IC a respeito da identificação com o tema da ética, do ensino à distância na EPS e do apoio institucional para a educação permanente.

Ideia central do primeiro discurso do sujeito coletivo

Como se vê no material verbal dos depoimentos discursivos, as E-ch apresentadas a seguir apontaram uma “forte identificação dos participantes com o tema da ética”, o que foi fundamental para a decisão dos profissionais de enfermagem de participar do Curso de Ética e Bioética em Enfermagem na modalidade EAD.

“O tema da ética é um tema que eu gosto e se relaciona com o que estamos passando no cotidiano, na vida, no nosso país. Acho que traz uma reflexão pra gente em relação a nossa sociedade, não só na área do trabalho, mas abre outras perspectivas”.

“Eu gostei muito, pois esse tema está presente não só na nossa vida profissional, mas em tudo, na vida pessoal, família, vizinho, até nos meios de transporte, a gente está o tempo todo ligado a essa questão da ética”.

“Falar sobre ética não é simples, após esse curso vejo que a ética não é um conceito pronto, depende da vivência da pessoa, do lugar que ela está, ética e moral, mas eu percebo que existe muita mistura no conceito de moral e ética sabe? A gente tenta separar, mas ao mesmo tempo a gente percebe que os dois andam juntos, né. É… não dá pra gente simplesmente falar ‘não isso é ético, não é ético’ porque depende de outras coisas. Então hoje eu… eu, antes de falar ‘ah, isso é antiético’ eu penso dez vezes agora para falar isso”.

“Porque falar de ética, bioética, moral que é uma coisa que é construída em sociedade, eu acho muito importante. Eu sinceramente gostei, é um tema que gosto, achei que facilitou muito a minha aprendizagem”.

Ideia central do segundo discurso do sujeito coletivo

As falas dos profissionais de enfermagem sobre o Curso de Ética e Bioética em Enfermagem na modalidade EAD ministrado na EPS nos permitem definir a segunda ideia central. Ela se refere às E-ch que demonstram que o “curso ter sido ofertado na modalidade à distância foi determinante para a participação dos profissionais de enfermagem, propiciando reflexões sobre a prática profissional e o aprofundamento do tema”:

“A metodologia EAD usada foi ótima… né, é o que os colegas falaram, a questão da gente se organizar pra fazer. Eu mesma fazia as atividades à noite né, na hora que todo mundo já estava dormindo, eu ia lá, não tinha ninguém, aí eu me concentrava, e aí às vezes eu nem gastava tanto tempo, porque é um tema que tem que ter concentração, pra você acompanhar o raciocínio, não tem como chegar ali e ler de uma forma superficial, você começa a ler com profundidade. Então o tema e a metodologia foram muito válidos né, e eu pretendo continuar colocando isso em prática”.

“Eu gosto do método de educação à distância, porque acho que ele permite que você se adeque ao melhor momento do dia. Então assim, eu tive momentos que eu fiz à tarde, que é o momento que os meus meninos estão na escola, mas já tive momentos que eu fiz à noite, quando eu queria ver o vídeo, por exemplo, porque aí diminui ruído, que aí eles já foram dormir, fiz nos meus momentos de folga, final de semana, então assim, você se adequa ao melhor momento, é o que eu percebi”.

“Eu gosto muito de estudo à distância, é uma ferramenta que a gente tem que usar, é muito bom. Eu tive uma experiência nesse curso, eu estava de férias lá em Fortaleza, da Praia do Futuro, eu estava abrindo um vídeo desses, acredita? Na Praia do Futuro, aí eu encontrei alguém e comecei a conversar sobre ética”.

“É um método que facilita o acesso, então, você tem essa facilidade, uma ferramenta que qualquer lugar você vai acessar, eu acessava de manhã, tarde e noite, no horário que eu estava disponível”.

Ideia central do terceiro discurso do sujeito coletivo

Outra questão levantada insistentemente nos depoimentos discursivos dos profissionais de enfermagem está relacionada ao contexto do trabalho. Destaca-se, nas E-ch, a ideia central de que faltam apoio e reconhecimento institucional para o desenvolvimento e participação nas atividades de educação permanente:

“Eu gosto da educação à distância, mas o ideal seria que a gente conseguisse fazer tudo dentro do horário de trabalho”.

“No horário de serviço não tem jeito, primeiro que a demanda de serviço é grande né, mesmo que esteja mais tranquilo. E tem mais, os computadores nos setores, geralmente são dois somente. Além disso, a enfermagem tem que dividir com médico… com todo mundo. Entendeu?”.

“É muito complicado durante o horário de trabalho se a gente está acessando alguma coisa, até mesmo pelo celular, porque tem chefias que não gostam que a gente manipule celular durante o serviço”.

“E nós não temos wi-fi, no hospital não é todo mundo que tem acesso à internet. Então, no horário de trabalho é muito complicado”.

“Eu já fiz vários cursos em EAD e tem que ter esse compromisso no horário, mas tem que ser algo compatível com aquilo que a pessoa realmente tem disponibilidade, sabe”.

“Porque se quisessem mesmo que a enfermagem se desenvolvesse, teria um wi-fi aberto num hospital-escola. Porque não pode ter um wi-fi aberto para todo mundo dentro do hospital? Que continuem bloqueando sites indevidos, mas deixem aberto wi-fi de pesquisas, de repente chega um paciente com uma doença diferente, você quer saber o que é e você não tem um computador para pesquisar, você não pode ir no computador, porque vão dizer que você está mexendo no computador na hora do trabalho”.

“Você tem seu celular ali, você poderia pesquisar rapidamente, mas depende de ter uma internet. Por que um hospital-escola não pode abrir uma internet para todo mundo? Por que tem internet de fácil acesso só na diretoria? Ou só na coordenação?”.

“Eu percebo que não é para facilitar para a enfermagem, ou seja, a enfermagem não merece, não é coisa da enfermagem, aprender, ela tá aqui para fazer assistência, para que ela precisa de computador?”.

Destaca-se que as categorias encontradas dizem respeito a aspectos político-gerenciais e financeiros do processo de gestão e planejamento da PNEPS, além de estarem relacionadas a aspectos conceituais e metodológicos envolvidos na programação e execução das ações de EPS.

Este estudo evidenciou que, para operacionalizar as ações da EPS, torna-se essencial o uso de uma metodologia adequada à temática a ser explorada, à situação de trabalho a ser analisada e ao objetivo esperado. Para os participantes da pesquisa, a modalidade EAD pode ser considerada uma metodologia ativa, ou seja, capaz de propiciar intervenções e mudanças de comportamento no ambiente laboral – desde que os participantes tenham o espaço e a infraestrutura necessários para trabalhar e se dedicar a programas de capacitação.

Discussão

O conceito de engajamento, proposto por Sartre, trouxe o sentido de comprometimento ético à reflexão que se apresenta sobre a “identificação dos participantes com o tema da ética”. Denomina-se engajamento ético (ou comprometimento individual no processo de escolha) a escolha e o começo de um projeto que vise, inicialmente, o desenvolvimento pessoal do indivíduo 99. Renaud VL. O conceito de “liberdade” em o ser e o nada de Sartre: um recorte a partir do fazer, do ter e do ser. Sapere Aude [Internet]. 2013 [acesso 3 out 2022];4(8):294-300. Disponível: https://bit.ly/3Hqmabh
https://bit.ly/3Hqmabh...
. Como na visão de Paulo Freire, o desenvolvimento ético das pessoas se funda nas liberdades individuais e numa consciência sobre o estar no mundo – a consciência histórica que se elabora nas práticas de diálogo autêntico e qualificado, que levam ao crescimento pessoal e, consequentemente, ampliam o potencial de transformação da realidade que os cerca 1010. Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 50ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2015..

A ética é inseparável da atividade prática dos homens. Entretanto, somente as escolhas individuais não são suficientes para se desenvolver e garantir o comportamento ético de profissionais de saúde. Métodos e as estratégias de ensino devem ser levados em consideração, e contextos conflituosos de convivência no trabalho devem ser pano de fundo da reflexão e aprendizagem da ética. As experiências reais e diretas da vida coletiva e do trabalho em saúde são os contextos em que o ensino e a aprendizagem da ética se dão de maneira mais eficaz; é importante que se tenha um ambiente em que a ética e sua prática sejam uma realidade 1111. Ferreira HM, Ramos LH. Diretrizes curriculares para o ensino da ética na graduação em enfermagem. Acta Paul Enferm [Internet]. 2006 [acesso 3 out 2022];19(3):328-31. DOI: 10.1590/S0103-21002006000300012.

Sem dúvida, a EAD contribui para a transformação dos métodos de ensino e da organização do trabalho nos sistemas convencionais, bem como para a utilização adequada das tecnologias de mediatização da educação. Por meio de tecnologias de informação e comunicação – utilizadas na modalidade EAD – e servindo-se de uma variedade de mídias, pode-se aumentar, a baixo custo, a abrangência geográfica de ações de desenvolvimento profissional e humano. Essa modalidade de ensino facilita, portanto, a aprendizagem do profissional na própria instituição, sem afastá-lo por muito tempo de suas atividades 1212. Oliveira MAN. Educação à distância como estratégia para a educação permanente: possibilidades e desafios. Rev Bras Enferm [Internet]. 2007 [acesso 8 dez 2021];60(5):585-9. DOI: 10.1590/ S0034-71672007000500019.

A EAD tem sido reconhecida como uma modalidade de educação eficaz, incrementando o alcance, a qualidade e o acesso à aprendizagem. É uma forma de democratização do saber. O profissional de saúde deve lutar para conseguir aplicar esse método facilitador de ensino de maneira permanente nas instituições, compreendendo ser essa uma forma de ensino que atende às exigências do mundo contemporâneo, em que o uso de vários meios para a produção de conhecimentos permite que se escolha como, quando e onde aprender 1111. Ferreira HM, Ramos LH. Diretrizes curriculares para o ensino da ética na graduação em enfermagem. Acta Paul Enferm [Internet]. 2006 [acesso 3 out 2022];19(3):328-31. DOI: 10.1590/S0103-21002006000300012.

A integração e adequação da EAD ao ambiente de trabalho ainda enfrentam diversos desafios. Além de a oferta de recursos humanos e materiais em quantidade suficiente estar longe da ideal, destacam-se a dificuldade em acessar e utilizar as tecnologias da informação e comunicação por parte de alguns profissionais de saúde; a escassez de tempo para desenvolver as atividades do curso, devida ao duplo emprego; dificuldades de comunicação com os tutores, por morar em locais muito distantes; e a rotina da vida familiar, entre outros 1111. Ferreira HM, Ramos LH. Diretrizes curriculares para o ensino da ética na graduação em enfermagem. Acta Paul Enferm [Internet]. 2006 [acesso 3 out 2022];19(3):328-31. DOI: 10.1590/S0103-21002006000300012.

O trabalho de enfermagem, especialmente do enfermeiro, encontra-se fragilizado em relação à política de recursos humanos institucional, às transformações culturais e ao mercado de trabalho. As condições institucionais físicas, de organização e manutenção do serviço também foram apontadas como fatores que contribuem para a pouca efetividade das ações de capacitação e/ou para o pequeno impacto dessas ações.

Os profissionais admitem ser difícil colocar em prática o que é aprendido e apontam as questões administrativas como fatores que interferem na realização das ações. Parece que se coloca um impasse: realizam-se capacitações, mas não se criam condições, na prática, para as mudanças propostas pelas ações educativas, em conformidade com os princípios que as orientam 1313. Jesus MCP, Figueiredo MAG, Santos SMR, Amaral AMM, Rocha LO, Thiollent MJM. Educação permanente em enfermagem em um hospital universitário. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2011 [acesso 3 out 2022];45(5):1229-36. DOI: 10.1590/S0080-62342011000500028.

Em relação a infraestrutura e apoio institucional às atividades de EPS, recente documento produzido pela Secretaria de Gestão do Trabalho do Ministério de Saúde destaca que a PNEPS promoveu avanços na área da educação em saúde. No entanto, o documento requer que se ampliem esforços de articulação de parcerias institucionais entre serviço e ensino, educação e trabalho, numa perspectiva dialógica e compartilhada 1414. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2018 [acesso 3 out 2022]. Disponível: https://bit.ly/3VMThK7
https://bit.ly/3VMThK7...
.

Aposta-se em fortalecer a EPS como norteadora de novas práticas, que orientem a reflexão sobre o processo de trabalho e a construção de atividades de aprendizagem colaborativa e significativa, favorecendo o trabalho em equipe, a gestão participativa e a corresponsabilização nos processos de ensino-aprendizagem, para o alcance dos objetivos estratégicos do SUS 1414. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2018 [acesso 3 out 2022]. Disponível: https://bit.ly/3VMThK7
https://bit.ly/3VMThK7...
.

Essa análise da implementação da PNEPS nos estados e municípios aponta evidências importantes sobre avanços e dificuldades enfrentadas no processo. Entre as dificuldades, citam-se a pouca articulação entre gestores, trabalhadores, controle social e instituições de ensino superior; a reduzida implantação das comissões permanentes de integração ensino-serviço regionais; a participação incipiente dos gestores municipais; a indefinição de parâmetros para construção dos projetos; a ausência de avaliação acerca dos projetos desenvolvidos, no que tange a suas desejadas mudanças nas práticas de formação, gestão e atenção na saúde; e as dificuldades na utilização dos recursos financeiros 1414. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2018 [acesso 3 out 2022]. Disponível: https://bit.ly/3VMThK7
https://bit.ly/3VMThK7...
.

Compreende-se que a inserção das metodologias ativas no processo de trabalho da enfermagem contribui para o processo de formação do profissional, a fim de suprir as necessidades que a organização exige no exercício dessa profissão. A utilização dessas metodologias possibilita que os profissionais ocupem seus lugares na construção da própria aprendizagem de forma crítica e reflexiva 1515. Sobral FR, Campos CJG. Utilização de metodologia ativa no ensino e assistência de enfermagem na produção nacional: revisão integrativa. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2012 [acesso 3 out 2022];46(1):208-18. DOI: 10.1590/S0080-62342012000100028.

Por considerar a EAD uma metodologia ativa e apropriada para deslindar as potencialidades que mídias e plataformas digitais representam para o campo da EPS, este estudo corrobora as reflexões elaboradas em ensaio teórico que menciona algumas vantagens em sua adoção: visibilidade e difusão das ações de EPS nos diferentes territórios brasileiros; replicação e readaptação conforme as necessidades locais; uso de ferramentas já existentes para operacionalizar, monitorar e avaliar as ações, com menor custo ao sistema de saúde; e outras 1616. França T, Rabello ET, Magnago C. As mídias e as plataformas digitais no campo da Educação Permanente em Saúde: debates e propostas. Saúde debate [Internet]. 2019 [acesso 3 out 2022];43(esp 1):106-15. DOI: 10.1590/0103-11042019S109.

A utilização de metodologias ativas na EPS proporciona uma aprendizagem reflexiva da prática profissional, tomando como perspectiva a realidade dos serviços de saúde – pois as metodologias ativas são estratégias de ensino que têm como eixo a problematização. Isso contribui para o fortalecimento dos aspectos técnicos, sociais e éticos relacionados à formação dos profissionais de saúde.

Considerações finais

Pode-se dizer que os profissionais de enfermagem que participaram do Curso de Ética e Bioética em Enfermagem na modalidade EAD são profissionais engajados eticamente, pois, além da identificação com o tema, buscaram seu crescimento pessoal; consequentemente, ampliaram seu potencial de transformação da realidade que os cerca. Isso indica que essa metodologia ativa permite uma aprendizagem reflexiva e baseada na problematização do processo de trabalho.

Acrescenta-se que a oferta do curso na modalidade à distância foi determinante para a participação desses profissionais na atividade de capacitação proposta. Constata-se, entretanto, que persistem desafios para a participação em atividades de capacitação – mesmo quando ofertadas nessa modalidade de ensino – em função das condições de trabalho, infraestrutura e falta de apoio institucional.

O número reduzido de trabalhadores na capacitação ofertada – uma das limitações deste estudo – pode estar associado à sobrecarga de trabalho, ao absenteísmo e à extensa carga horária do curso, que não foi computada no dimensionamento de pessoal e na jornada de trabalho. Isso aponta para a necessidade de se realizarem outras investigações, para que se amplie a compreensão acerca das metodologias ativas no processo de capacitação dos trabalhadores de serviços de saúde.

Apesar de limitado, esse estudo pode contribuir para a produção técnico-científica sobre EPS, metodologias ativas, ética e bioética. Com isso, além de fortalecer a PNEPS, apresenta-se uma estratégia de ensino que favorece a problematização da realidade dos serviços e um processo de ensino-aprendizagem crítico e reflexivo. Não restam dúvidas da necessidade e importância de se definirem diretrizes políticas institucionais que favoreçam a efetiva participação dos profissionais de enfermagem em ações de educação permanente no hospital universitário em questão.

Para concluir, ressalta-se a importância de o trabalhador de enfermagem se constituir como sujeito ativo de seu processo de ensino-aprendizagem. A EPS deve demonstrar sua relevância como ferramenta para qualificar cada vez mais a assistência prestada aos usuários do SUS, que deve ser realizada de forma integral, ética e segura.

Agradecimentos

Agradecemos o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), ao conceder bolsa de iniciação científica por meio do Edital 1/2016 da Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais.

Referências

  • 1
    Ceccim RB. Educação permanente em saúde: desafio ambicioso e necessário. Interface (Botucatu) [Internet]. 2005 [acesso 3 out 2022];9(16):161-68. DOI: 10.1590/S1414-32832005000100013
  • 2
    Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. (Série Pactos pela Saúde). [acesso 3 out 2022]. Disponível: https://bit.ly/3B8ezKt
    » https://bit.ly/3B8ezKt
  • 3
    Campos KA, Santos FM. A educação a distância no âmbito da educação permanente em saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). RSP [Internet]. 2016 [acesso 3 out 2022];67(4):603-26. DOI: 10.21874/ rsp.v67i4.1055
    » https://doi.org/10.21874/ rsp.v67i4.1055
  • 4
    Fratucci MVB, Araujo ME, Zilbovícius C, Frias AC. Ensino a distância como estratégia de educação permanente em saúde: impacto da capacitação da equipe de Estratégia de Saúde da Família na organização dos serviços. RBAAD [Internet]. 2016 [acesso 3 out 2022];15:61-80. Disponível: https://bit.ly/3XY0CbN
    » https://bit.ly/3XY0CbN
  • 5
    Arruda EP, Arruda DEP. Educação à distância no Brasil: políticas públicas e democratização do acesso ao ensino superior. Educ Rev [Internet]. 2015 [acesso 3 out 2022];31(3):321-38. DOI: 10.1590/0102-4698117010
    » https://doi.org/10.1590/0102-4698117010
  • 6
    Diesel A, Baldez ALS, Martins SN. Os princípios das metodologias ativas de ensino: uma abordagem teórica. Revista Thema [Internet]. 2017 [acesso 3 out 2022];14(1):268-88. DOI: 10.15536/thema.14.2017.268-288.404
  • 7
    Lefevre F, Lefevre AMC. Depoimentos e discursos: uma proposta de análise em pesquisa social. Brasília: Liber Livros; 2005.
  • 8
    Souza LK. Recomendações para a realização de grupos focais na pesquisa qualitativa. PSI Unisc [Internet]. 2020 [acesso 3 out 2022];4(1):53-66. DOI: 10.17058/psiunisc.v4i1.13500
  • 9
    Renaud VL. O conceito de “liberdade” em o ser e o nada de Sartre: um recorte a partir do fazer, do ter e do ser. Sapere Aude [Internet]. 2013 [acesso 3 out 2022];4(8):294-300. Disponível: https://bit.ly/3Hqmabh
    » https://bit.ly/3Hqmabh
  • 10
    Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 50ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2015.
  • 11
    Ferreira HM, Ramos LH. Diretrizes curriculares para o ensino da ética na graduação em enfermagem. Acta Paul Enferm [Internet]. 2006 [acesso 3 out 2022];19(3):328-31. DOI: 10.1590/S0103-21002006000300012
  • 12
    Oliveira MAN. Educação à distância como estratégia para a educação permanente: possibilidades e desafios. Rev Bras Enferm [Internet]. 2007 [acesso 8 dez 2021];60(5):585-9. DOI: 10.1590/ S0034-71672007000500019
  • 13
    Jesus MCP, Figueiredo MAG, Santos SMR, Amaral AMM, Rocha LO, Thiollent MJM. Educação permanente em enfermagem em um hospital universitário. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2011 [acesso 3 out 2022];45(5):1229-36. DOI: 10.1590/S0080-62342011000500028
  • 14
    Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2018 [acesso 3 out 2022]. Disponível: https://bit.ly/3VMThK7
    » https://bit.ly/3VMThK7
  • 15
    Sobral FR, Campos CJG. Utilização de metodologia ativa no ensino e assistência de enfermagem na produção nacional: revisão integrativa. Rev Esc Enferm USP [Internet]. 2012 [acesso 3 out 2022];46(1):208-18. DOI: 10.1590/S0080-62342012000100028
  • 16
    França T, Rabello ET, Magnago C. As mídias e as plataformas digitais no campo da Educação Permanente em Saúde: debates e propostas. Saúde debate [Internet]. 2019 [acesso 3 out 2022];43(esp 1):106-15. DOI: 10.1590/0103-11042019S109
  • Aprovação CEP-CAAE 46290215.9.0000.5149

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Fev 2023
  • Data do Fascículo
    Oct-Dec 2022

Histórico

  • Recebido
    4 Jan 2022
  • Revisado
    5 Out 2022
  • Aceito
    7 Nov 2022
Conselho Federal de Medicina SGAS 915, lote 72, CEP 70390-150, Tel.: (55 61) 3445-5932, Fax: (55 61) 3346-7384 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: bioetica@portalmedico.org.br