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Cidade acessível: igualdade e singularidade da deficiência visual

EVENTOS

Cidade acessível: igualdade e singularidade da deficiência visual* * Trabalho apresentado na Jornada de Iniciação Científica Giulio Massarani, realizada no período de 03/11/2008 a 11/11/2008, na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Jéssica da Silva DavidI; Veronica Torres GurgelII; Ximene Martins AntunesIII; Virginia KastrupIV

IGraduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro [UFRJ] e Bolsista de Iniciação Cientifica PIBIC | CNPQ | UFRJ

IIAluna do curso de graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e bolsista de iniciação científica pelo CNPq

IIIAluna da graduação de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Estagiária do projeto Atenção e invenção na produção coletiva de imagens: um estudo com cegos em uma oficina de cerâmica, do programa de pós-graduação do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro

IVDoutora em Psicologia, professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisadora do CNPq. Endereço: Universidade Federal do Rio de Janeiro - Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Instituto de Psicologia. Avenida Pasteur, 250 - Pavilhão Nilton Campos - Rio de Janeiro, RJ - CEP: 22290-240 E-mail: vkastrup@terra.com.br

Palavras-chave: deficiência visual - acessibilidade - locomoção na cidade

A maior parte das discussões acerca das deficiências (motoras e sensoriais) tende a tomar uma de duas direções. A primeira delas se refere às políticas de inclusão que, focadas no direito das pessoas com deficiência, enfatizam a igualdade entre deficientes e não deficientes. A segunda direção vai em sentido oposto e destaca a diferença. Sob tal perspectiva, na maioria das vezes a deficiência é vista como um déficit, um empecilho, desconsiderando o que ela tem de potência de recriar a subjetividade, de aprender e conhecer, de se relacionar e habitar a cidade. Numa orientação mais interessante, a pessoa com deficiência é vista como portadora de necessidades especiais. No campo da deficiência visual, estudos cognitivos apontam para as particularidades do cego, atentando também para suas potencialidades. A diferença cognitiva entre cegos e videntes diz respeito ao modo como eles se movimentam e sua percepção do espaço, o que tem conseqüências para a locomoção na cidade. A especificidade da pessoa com deficiência visual se dá não como efeito de uma falta de competência cognitiva espacial, mas como decorrente da ausência de dados perceptivos provenientes do ambiente. Para os videntes, o que permite se locomover no espaço de maneira organizada é a relação entre movimentos realizados e as progressivas mudanças de distância e direção entre os objetos e si mesmo. Para os deficientes visuais não há um fluxo visual contínuo, mas um significativo embasamento em outros sentidos, como tato, audição e propriocepção. Numa cidade feita prioritariamente para os que enxergam surgem diversas dificuldades para os cegos. Dessa forma, o projeto teve como objetivo investigar três situações do cotidiano: pegar um ônibus, atravessar uma rua e desviar de um orelhão. Visou-se observar de que maneira essas situações se dão, que dificuldades podem surgir e quais os dispositivos e estratégias criadas. As observações foram feitas nos arredores do Instituto Benjamin Constant e do Campus da Praia Vermelha da UFRJ. Foram também realizadas entrevistas-passeio com os próprios deficientes visuais. Ao final, foi realizada uma discussão sobre de que forma a acessibilidade ocorre nos contextos investigados, considerando tanto a situação da cidade quanto a do usuário deficiente visual. Concluiu-se que os direitos são para todos, mas para que a igualdade seja alcançada é preciso criar condições que atendam as singularidades do deficiente.

Agências de Financiamento: CNPq e FAPERJ.

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    Trabalho apresentado na Jornada de Iniciação Científica Giulio Massarani, realizada no período de 03/11/2008 a 11/11/2008, na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      20 Jul 2009
    • Data do Fascículo
      Abr 2009
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