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Editorial v. 28, n. 3 (2016)

Fechamos o ano de 2016 de forma semelhante ao seu transcorrer: povoado de percalços. O terceiro número de nossa vigésima oitava edição carrega em seus escritos muitos trabalhos produzidos a partir de pesquisas construídas em nossas universidades públicas. Pesquisas estas ameaçadas, a cada dia, e sistematicamente retaliadas em sua produção através tanto de cortes orçamentários que atingem a todos; quanto de formas mais sutis de minar o conhecimento: como sua desvalorização. A cada dia, ouvimos que nossos professores são caros, que o trabalho universitário é “elitista”, que se gasta muito tempo para produzir pouco. Conhecer também é resistir, também é uma forma de afirmação da vida, de várias formas de viver. Conhecer é também marcar as diversas maneiras de lidar com o tempo, com a produção, com o mundo, com o próprio conhecimento. Nossa revista, como meio de divulgação de tais pesquisas, também se encontra em meio a estes problemas de precarização das formas de se construir conhecimento. Colocamo-nos como uma ferramenta que seja, minimamente, independente das capturas que escravizam o conhecimento a uma lógica de mercado. Apostamos, e continuamos a caminhar com esta aposta de que os estudos da subjetividade são fundamentais para a ampliação de formas de estar no mundo e de produção de um conhecimento que dê visibilidade às diferenças e tensões existentes no mesmo. Afirmamos políticas de escrita que nos convidam a pensar, a nos desacomodar e a construir coletivos que agreguem cada vez mais atores de diversos lugares e tempos. Um pensamento que trabalhe nas tensões e nos encontros em vez de legitimar o que já está dado.

Neste sentido, nosso último número de 2016 traz pesquisas que se encontram em campos diversos tais como: a psicologia histórico-cultural, a psicanálise, a genealogia foucaultiana, a clínica do acompanhamento terapêutico, os estudos CTS, a promoção da inclusão de pessoas com defi- ciência, a clínica ampliada e estudos da prática docente. Portanto, contamos com os artigos: The development of a research-intervention project with an urban slum de Robert E. Snyder, Luiza Rodrigues de Oliveira, Carlos Dimas Martins Ribeiro, Mara Ribeiro Corrêa, Claudete Aparecida Araújo Cardoso, Fabio Aguiar Alves e Rose Mary Latini; The signifier in motion: the movement of language in Psychoanalysis and in Aristotle’s linguistic theory, de autoria de Shirley Sharon-Zisser; Paradoxos do exercício de práticas de biopoder na Amazônia Paraense de autoria de Flávia Cristina Silveira Lemos, Igor do Carmo Santos, Evelyn Tarcilda Almeida Ferreira, Luzia Poça Souza, André Benassuly Arruda; O poder de normalização e a produção do indivíduo perigoso de Gabriel Lacerda de Resende e Rosane Azevedo Neves da Silva; Relação entre acompanhante e acompanhado: reflexões acerca do dispositivo amizade-clínica de Ricardo Machado Silveira.

Por último, mas não menos importante, temos os artigos: A pipa como um fé(i)tiche: passando ao largo de dicotomias de autoria de Maria de Fátima Aranha de Queiroz e Melo; Concepções de pais e professores sobre a inclusão de crianças autistas, de autoria de Emellyne Lima de Medei- ros Dias Lemos, Nádia Maria Ribeiro Salomão, Fabiola de Sousa Braz Aquino e Cibele Shírley Agripino-Ramos; Uma perspectiva da Clínica Ampliada: as práticas da Psicologia na Assistência Social de Ana Paula da Silva Dettmann, Elizabeth Maria Andrade Aragão e Lilian Rose Margotto e, finalmente, A lógica pastoral na prática docente de Estela Scheinvar, Rebecca Medeiros e Patrick Coutinho. Desejamos a todos que apreciem estes artigos como nós apreciamos publicá-los.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Set 2016
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