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Cartografia nas pesquisas científicas: uma revisão integrativa

Cartography in scientific research: an integrative review

Resumo

Propomos neste artigo analisar o uso da cartografia como método de pesquisa. Realizamos revisão integrativa no período de setembro a outubro de 2014 nas bases de dados Lilacs, PubMed, Web of Science e SciELO. Atenderam aos critérios 37 artigos. Identificamos ocorrência crescente das publicações; destacamos a multiplicidade de ambientes, participantes, e usos do método que abarcam a grande complexidade ao colocar problemas e investigar os coletivos e forças presentes nos processos de subjetivação. A Cartografia permite explorar a singularidade emergente das realidades estudadas, além de compreender o modo como vem sendo utilizada nas pesquisas.

Palavras-chave:
cartografia; revisão; método; pesquisa

Abstract

We propose in this article to analyze the use of cartography as a research method. We conducted an integrative review from September to October 2014 in the Lilacs, PubMed, Web of Science and Electronic Library SciELO databases. 37 articles fulfilled the selection criteria. We identified an increasing occurrence of publications and highlighted the multiplicity of settings, participants, and method uses covering the great complexity to pose problems and investigate collectives and forces in the subjectivity processes. Cartography leads us to explore the uniqueness of each emerging reality studied, which allows us to understand how it has been used in researches.

Keywords:
cartography; review; method; research

Introdução

O movimento institucionalista se apresenta como um conjunto complexo, plural e diverso de orientações possuindo uma característica comum: disparar movimentos autoanalíticos e autogestivos dos coletivos sociais (BAREMBLITT, 2002BAREMBLITT, G. Compêndio de análise institucional e outras correntes. 5. ed. Belo Horizonte: Instituto Félix Guattari, 2002.). Este movimento se fez notadamente presente no Brasil, a partir da segunda metade da década de 1970, caracterizado por um grupalismo-institucionalismo advindo da mescla entre nuances francesas, argentinas e nativas, de forma que se registram produções que utilizam conceitos principalmente das correntes da Análise Institucional e Esquizoanálise (CUNHA; DORNA; RODRIGUES, 2006CUNHA, A. A. G.; DORNA, L. B. H.; RODRIGUES, H. B. C. Uma contribuição à história da Análise Institucional no Brasil através de depoimentos orais: o setor de Psicologia Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) nas décadas de 1960 e 1970. Mnemosine, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p. 2-11, 2006. Disponível em: <Disponível em: http://www.mnemosine.com.br/ojs/index.php/mnemosine/article/view/79/pdf_65 >. Acesso em: 12 fev. 2015.
http://www.mnemosine.com.br/ojs/index.ph...
).

A Análise Institucional, de René Lourau e Georges Lapassade, surgiu da atuação junto a coletivos, da análise dos movimentos e das composições a fim de compreender uma determinada realidade social e organizacional, a partir de seus discursos e práticas, apoiada em dispositivos analisadores (FORTUNA et al., 2012FORTUNA, C. M. et al. Notas cartográficas do trabalho na Estratégia Saúde da Família: relações entre trabalhadores e população. Rev. esc. enferm USP ., São Paulo, v. 46, n. 3, p. 657-664, jun. 2012. ; L’ABBATE, 2012L’ABBATE, S. Análise Institucional e intervenção: breve referência à gênese social e histórica de uma articulação e sua aplicação na Saúde Coletiva. Mnemosine v. 8, n. 1, p. 194-219, 2012. Disponível em: <Disponível em: http://www.mnemosine.com.br/ojs/index.php/mnemosine/article/view/247/pdf_232 >. Acesso em: 12 fev. 2015.
http://www.mnemosine.com.br/ojs/index.ph...
; ROMAGNOLI, 2014ROMAGNOLI, R. C. O conceito de implicação e a pesquisa-intervenção institucionalista. Psicol. Soc ., Belo Horizonte, v. 26, n. 1, p. 44-52, abr. 2014. ).

A Esquizoanálise, criada pelos filósofos Deleuze e Guattari, estuda a análise micropolítica das relações desejantes e de poder (ROLNIK, 1989ROLNIK, S. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Estação Liberdade, 1989.). Além de propor uma leitura das relações sociais e institucionais, toma o conceito de desejo na perspectiva da produção, que se constitui enquanto força propulsora que mobiliza o sujeito para a ação (BAREMBLITT, 2002BAREMBLITT, G. Compêndio de análise institucional e outras correntes. 5. ed. Belo Horizonte: Instituto Félix Guattari, 2002.).

Na perspectiva da Esquizoanálise, a cartografia é apresentada no volume 1 do livro Mil platôs (DELEUZE; GUATTARI, 1995aDELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Ed 34, 1995a. v.1.) como um dos princípios do rizoma, conceito que estes autores emprestam da botânica como resistência ético-estético-política para compreender as produções sociais. Trata-se de linhas e não de formas, o rizoma não se fecha sobre si, é aberto a experimentações, é sempre ultrapassado por outras linhas de intensidade que o atravessam. Neste sentido, a cartografia vai mapear tais linhas constitutivas das coisas e dos acontecimentos ao explorar territórios existenciais e assim, acompanhar processos de produção de subjetividade de forma a criar um mapa móvel das “paisagens psicossociais” (ROLNIK, 1989ROLNIK, S. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Estação Liberdade, 1989.).

Enquanto método de pesquisa, a cartografia é uma das possibilidades de se estudar objetos de caráter mais subjetivos e que exigem do pesquisador a habitação de diferentes territórios, na perspectiva de transformar para conhecer, como na produção de conhecimento por meio de pesquisas participativas do tipo pesquisa-intervenção. Nesta modalidade de pesquisa, considera-se que sujeito e objeto estão juntos na mesma experiência, o conhecimento é tido como criação e a pesquisa é compreendida sempre como intervenção (ROMAGNOLI, 2009ROMAGNOLI, R. C. A cartografia e a relação pesquisa e vida. Psicol. Soc ., Florianópolis, v. 21, n. 2, p. 166-173, maio/ago. 2009. ), o que a diferencia dos métodos tradicionais, que defendem a neutralidade na pesquisa e a separação e distanciamento entre pesquisador e objeto.

Pesquisar e intervir pressupõe transformação processual do objeto pesquisado, que lança mão de elementos metodológicos capazes de favorecer a análise das instituições, da complexidade do contexto e das implicações do pesquisador fomentando seu olhar crítico sobre o modo instituído de produção da realidade (ROMAGNOLI, 2014ROMAGNOLI, R. C. O conceito de implicação e a pesquisa-intervenção institucionalista. Psicol. Soc ., Belo Horizonte, v. 26, n. 1, p. 44-52, abr. 2014. ).

Como estratégia da pesquisa-intervenção, a cartografia trabalha sob uma perspectiva não prescritiva, porém não se trata de uma ação sem direção. Propõe-se a um caminhar que traça suas metas e considera os efeitos do processo de pesquisa sobre o objeto estudado, o pesquisador e seus resultados. Com isso, dá outros significados para o rigor metodológico, no sentido de que sua precisão é tomada como compromisso e interesse em conhecer, como implicação com a realidade para sua transformação, cujo percurso está voltado para a produção de vida (PASSOS; BARROS, 2009PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. Pistas do método da cartografia. Porto Alegre: Sulina , 2009.).

Seguindo esta dinâmica, a cartografia permite então problematizar os nossos modos de ser e agir, nos ajudando a reconhecer como reproduzimos ou não a subjetividade dominante, como a disputa de forças sociais nos compõem na vida, e no caso, na pesquisa. Assim, a análise cartográfica se orienta por uma dinâmica que percorre “os pontos, as linhas e a rede do rizoma, aplicando estratégias rizomáticas de análise e ação, percorrendo e desenhando trajetórias geopolíticas” (PRADO FILHO; TETI, 2013PRADO FILHO, K.; TETI, M. M. A Cartografia como método para as ciências humanas e sociais. Barbarói, Santa Cruz do Sul, n. 38, p. 45-59, jan./jun. 2013. Disponível em: <Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index.php/barbaroi/article/view/2471/2743 >. Acesso em: 12 fev. 2015.
https://online.unisc.br/seer/index.php/b...
, p. 53).

A investigação cartográfica tem sido adotada no Brasil nos últimos anos no campo da psicologia e saúde coletiva. Podemos citar, por exemplo: Passos, Kastrup e Escóssia (2009PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. Pistas do método da cartografia. Porto Alegre: Sulina , 2009.),Franco et al., (2009FRANCO, T. B. et al. (Org.). A produção subjetiva do cuidado: cartografias da Estratégia Saúde da Família. São Paulo: Hucitec, 2009.), Fonseca (2007FONSECA, T. M. G. Cartografias da arteloucura: a insurgência de um outro espaço. In: FONSECA, T. M. G.; ENGELMAN, S.; PERRONE, C. M. (Org.). Rizomas da reforma psiquiátrica: a difícil reconciliação. Porto Alegre: Sulina, 2007. p. 141-152.), Rolnik (1989ROLNIK, S. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Estação Liberdade, 1989.), Merhy (2002MERHY, E. E. Saúde: a cartografia do trabalho vivo. São Paulo: Hucitec , 2002.). Ainda, a vinda de Félix Guattari em 1982, capitaneado por Suely Rolnik, resultou em intenso trabalho cartográfico (PASSOS; BARROS, 2009PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. Pistas do método da cartografia. Porto Alegre: Sulina , 2009.) em um momento político que impulsionou a construção coletiva do conhecimento nessa abordagem.

Ferigato e Carvalho (2011FERIGATO, S. H.; CARVALHO, S. R. Pesquisa qualitativa, cartografia e saúde: conexões. Interface (Botucatu) , Botucatu, v. 15, n. 38, p. 663-676, jul./set. 2011. ) sugerem que há conexões fortes do método da cartografia com as pesquisas qualitativas, porém não exclusivamente, podendo haver possibilidades cartográficas em pesquisas de cunho quantitativo. Estes autores ressaltam que cartografar envolve produção da realidade que desafia o cartógrafo a pesquisar, intervir e transformar.

Assim, a partir de seminários de pesquisa, um grupo de pesquisadores do Departamento de Psicologia na Universidade Federal Fluminense e do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro que investiga possibilidades metodológicas para estudar os processos de subjetividade elaborou pistas do método da cartografia em dois volumes (PASSOS; KASTRUP; ESCÓSSIA, 2009PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. Pistas do método da cartografia. Porto Alegre: Sulina , 2009.; PASSOS; KASTRUP; TEDESCO, 2014) como possibilidade de guiar os pesquisadores na apropriação de um método processual, não com objetivo de engessá-lo. Este estudo de revisão integrativa da literatura também busca tal apropriação.

Do exposto acima, a cartografia emerge como método de múltiplas entradas e, portanto, nos instiga a esclarecer quais caminhos trilham os pesquisadores que adotam essa nova experimentação e atitude de pesquisa.

O presente artigo tem como objetivo analisar o uso da cartografia como método de pesquisa, isto é, se propõe a elucidar aspectos da produção cartográfica como: quem são os autores, em quais periódicos e em que contexto são publicados os artigos selecionados nesta revisão.

Reconhecemos que o objeto deste estudo, a cartografia, tem sido utilizada como importante ferramenta metodológica em pesquisas no campo social, que se alinham ao movimento institucionalista que investiga os processos de produção de subjetividade com o ponto vista diverso da produção hegemônica de conhecimento, em sintonia com a perspectiva do pensamento complexo de que o homem está em constante transformação, em constante organização paradigmática, em constante autoprodução. Tanto sujeito como objeto do conhecimento são construções e criações do discurso científico de que fazem parte.

Nosso interesse pelo tema está na possibilidade de acompanhar processos e tomar a pesquisa como intervenção, esta que não separa o saber e o fazer, o sujeito do objeto, que permite que o plano de produção, ou plano da experiência seja mergulhado, experimentado, assumido como atitude. Dessa forma, a cartografia é um compromisso ético-político de coprodução da realidade (PASSOS; BARROS, 2009PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. Pistas do método da cartografia. Porto Alegre: Sulina , 2009.). A produção de conhecimento aliada à produção de subjetividade nos move.

Diante do exposto, adotamos a seguinte questão norteadora: “Como se caracteriza o uso da cartografia em pesquisas científicas?”.

Método

Utilizamos a Revisão Integrativa (RI) como método deste estudo por possibilitar a apresentação do estágio atual de conhecimento sobre determinado assunto ou ainda por lançar luz acerca daqueles assuntos ainda pouco conhecidos (COOPER, 1982COOPER, H. Scientific guidelines for conducting integrative research reviews. Review of Educational Research, [online], v. 52, n. 2, p. 291-302, 1982.).

De acordo com Soares, C. et al. (2014SOARES, G. P.; FELIX-SILVA, A. V.; FIGUEIRO, M. E. S. S. Teatro-menor: cartografia em arte e experimentação de mulheres em situação de cárcere. Psicol. Soc, Belo Horizonte , v. 26, n. spec., p. 89-99, 2014. ) a RI é um tipo de revisão de literatura que acopla um montante de pesquisas desenvolvidas de diversas formas e permite que os revisores consigam sintetizar os resultados sem alterar suas bases epistemológicas. É importante que neste tipo de revisão o autor consiga identificar algo a ser revisado, justificar sua importância enquanto método apropriado, pesquisar a literatura adequada, analisá-la e criticá-la para assim criar novas formas de compreensão a respeito do tema estudado (SOARES, C. et al., 2014SOARES, G. P.; FELIX-SILVA, A. V.; FIGUEIRO, M. E. S. S. Teatro-menor: cartografia em arte e experimentação de mulheres em situação de cárcere. Psicol. Soc, Belo Horizonte , v. 26, n. spec., p. 89-99, 2014. ) de forma que o leitor possa identificar as características dos estudos analisados e obter subsídios para a prática em pesquisa (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008MENDES, K. D. S.; SILVEIRA, R. C. C. P.; GALVÃO, C. M. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & Contexto - Enfermagem, Florianópolis, v. 17, n. 4, p. 758-764, out./dez. 2008. ).

Realizamos esta RI com base nas etapas propostas por Cooper (1982COOPER, H. Scientific guidelines for conducting integrative research reviews. Review of Educational Research, [online], v. 52, n. 2, p. 291-302, 1982.) que são: formulação do problema, levantamento, avaliação, análise e interpretação de dados e apresentação dos resultados.

As fontes escolhidas para este estudo foram os periódicos indexados nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), arquivo digital produzido pela National Library of Medicine na área das Biociências (PubMed), Web of Science e na biblioteca eletrônica Scientific Electronic Library Online (SciELO). E realizamos a busca no período de setembro a outubro de 2014 utilizando estratégias que respeitaram as especificidades de cada base de dados.

Utilizamos as seguintes palavras-chave: cartografia, método cartográfico e método da cartografia bem como seus respectivos termos em inglês: “cartography” OR “cartographic method” OR “cartography method” nas bases de dados Web of Science e PubMed.

Optamos pelas palavras-chave acima, pois o descritor cartografia na relação DeCs/Mesh não condiz com o termo cartografia enquanto método de pesquisa. O conceito registrado no Decs está relacionado à geografia enquanto:

Conjunto de técnicas que visam à elaboração, à redação e à edição de cartas geográficas ou mapas (Larousse Cultural, 1998); Representação do espaço tridimensional em uma prancha ou mapa com símbolos representativos dos diversos elementos físicos em uma área determinada (BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE, 2005).

Assim, encontramos um número considerável de produções correspondentes à descrição acima. Por outro lado, consideramos que nossa estratégia de busca pode não ter alcançado a totalidade das produções uma vez que os autores podem ter optado por outros descritores e/ou palavras-chave.

Definimos como critérios de inclusão artigos de pesquisa que utilizaram a cartografia como método, disponíveis na íntegra, no período de 2009 a 2014, nos idiomas: português, inglês e espanhol. E como critérios de exclusão artigos teóricos e/ou artigos que não utilizaram a cartografia, dissertações, teses, livros, ensaios e notas editoriais.

Em determinadas bases foi necessária a escolha de critérios de inclusão complementares. Na base de dados PubMed utilizamos o filtro “Species: Humans”, enquanto que na base Web of Science utilizamos como critério de inclusão a seleção das seguintes categorias: art, cultural studies, humanities multidisciplinary, multidisciplinary sciences, music, religion, social sciences interdisciplinary, sociology, theater and women studies.

Para a organização dos dados optamos pela utilização de um instrumento já validado (URSI, 2005URSI, E. S. Prevenção de lesões de pele no perioperatório: revisão integrativa da literatura. 2005. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2005.) e adaptado de acordo com os objetivos do estudo que contemplou a identificação do artigo, local de realização do estudo, características metodológicas, resultados, análise da implicação do autor, considerações finais e avaliação do rigor metodológico.

A análise dos dados foi norteada pelos próprios elementos da cartografia, em coerência com o referencial teórico-metodológico da Esquizoanálise.

Resultados e Discussão

A primeira fase do estudo consistiu na busca e seleção dos artigos baseados nos critérios de inclusão. Encontramos um total de 3019 artigos distribuídos nas bases de dados escolhidas. Em seguida, realizamos uma avaliação complementar com leitura dos títulos, resumos e quando necessário, do texto completo para verificar a presença de critérios de exclusão. Desse modo, selecionamos 405 artigos para uma segunda avaliação complementar, e incluímos 37 artigos como potencialmente relevantes e excluímos os demais.

Na base de dados PubMed encontramos um total de 519 artigos, após a primeira avaliação, obtivemos 41 artigos e destes, selecionamos apenas 1 artigo.

Já na Web of Science encontramos um total de 1801 artigos. Após a primeira avaliação, obtivemos 21 artigos e destes 1 estava em duplicidade e 20 excluímos da amostra.

No Lilacs encontramos um total de 238 artigos. Após a primeira avaliação, selecionamos 124. E após a segunda avaliação, 32 artigos, sendo os demais excluídos da amostra.

Na biblioteca eletrônica SciELO encontramos um total de 461 artigos. Após a primeira avaliação selecionamos 219 artigos. E após a segunda avaliação selecionamos apenas 04 artigos.

A seguir no Quadro 1 apresentamos os artigos selecionados.

Quadro 1
Relação dos artigos analisados na revisão integrativa, 2014

Os artigos selecionados foram publicados em 20 periódicos, sendo que 21,6% (8) estão concentrados na revista Psicologia & Sociedade (Associação Brasileira de Psicologia Social), 18,9% (7) na Fractal, Revista de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e os demais distribuídos em outros 18 periódicos, sendo que, em 4 destes houve a publicação de 2 artigos (5,4%) cada e os demais apresentaram apenas uma publicação (2,7%).

Em relação ao ano de publicação, destacamos 2013 com 29,7% (11) das publicações. Assim, nos demais anos as publicações apresentaram a seguinte distribuição: 2009 2,7% (1); 2010 8,1% (3); 2011 21,6% (8); 2012 24,3% (9) e 2014 13,5% (5). Reiteramos que a busca de artigos foi até outubro de 2014, assim a porcentagem de 13% (5) no ano de 2014 pode ter sido alterada, confirmando o movimento de crescimento das publicações de estudos que utilizaram a cartografia como método.

Após análise dos artigos verificamos que 97,2% (36) são artigos em Português, 2,7% (1) em Espanhol e nenhum em Inglês.

O contexto em que os estudos se deram envolve uma diversidade de áreas tais como: saúde, educação, serviço social e de outros coletivos como de capoeira, comissárias de voo, mulheres em situação de cárcere, escola de samba, deficientes intelectuais, também na internet e em rede de monitoramento urbano. Observamos que houve uma considerável produção de artigos na área da saúde, com predomínio de estudos com participação, principalmente, de trabalhadores da saúde em todos os níveis de atenção e usuários dos serviços de saúde mental.

Os estudos realizados na área da educação envolvem instituições de ensino públicas e privadas, de ensino infantil até superior, incluindo análises do espaço escolar, e participação de docentes e discentes tanto de universidades públicas e privadas como de escolas de ensino fundamental e médio. Os estudos na área do serviço social foram realizados no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), com os profissionais daquele serviço e outro em um centro socioeducativo, com mães de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa. Utilizamos a categoria “outros coletivos” para identificar artigos interdisciplinares, que envolvem arte, papéis sociais e dispositivos de comunicação e vigilância.

A partir deste panorama diversificado de participantes e de ambientes da vida em que também se produziram as pesquisas, observamos a singularidade que emerge de cada realidade estudada e a abrangência da aplicabilidade do método cartográfico. Este cenário nos permite compreender o modo como vem sendo utilizada a cartografia, em diferentes pesquisas de campo para o estudo da subjetividade, a qual abarca toda a complexidade ao colocar problemas e investigar os coletivos de forças presentes em cada situação, em cada processo de subjetivação, buscando escapar do reducionismo a que se está sujeito. O pesquisador e o objeto de estudo habitam um “meio” e constituem um espaço que envolve suas conexões e relações (ROMAGNOLI, 2009ROMAGNOLI, R. C. A cartografia e a relação pesquisa e vida. Psicol. Soc ., Florianópolis, v. 21, n. 2, p. 166-173, maio/ago. 2009. ).

Dentre os autores dos artigos selecionados prevalecem aqueles com graduação e pós-graduação na área de Psicologia. Também constam a formação em Terapia Ocupacional, Enfermagem, Ciências Sociais, Educação Física, Medicina e História. Percebemos a aproximação das profissões relacionadas com a cartografia como um desafio, assumir o objeto de trabalho baseado em um novo campo, em um novo paradigma, o da não fragmentação, não simplificação, na busca de ultrapassar a formalidade e a redução e deixar ver e vir outros sentidos, além da previsão e do controle (FONSECA et al., 2010FONSECA, T. M. G. et al. O delírio como método: a poética desmedida das singularidades. Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p.169-189, 2010. Disponível em: <Disponível em: http://www.revispsi.uerj.br/v10n1/artigos/pdf/v10n1a12.pdf >. Acesso em: 15 fev. 2015.
http://www.revispsi.uerj.br/v10n1/artigo...
).

Desse modo, a cartografia pode auxiliar a vencer este novo desafio ao criar redes entre conceitos e acontecimentos, entre pensamento e afeto, de forma a mergulhar na experiência com distintas e ampliadas formas de ação e reflexão sobre a produção da diferença nas subjetividades, respondendo a uma demanda que se evidencia na busca de uma forma diferente de trabalhar as problemáticas da produção no campo social. No entanto, há de se considerar que essas profissões, enquanto campo de saberes também são tensionadas pelas forças que lutam pela manutenção como instituição da sociedade (BAREMBLITT, 2002BAREMBLITT, G. Compêndio de análise institucional e outras correntes. 5. ed. Belo Horizonte: Instituto Félix Guattari, 2002.), cabendo ao cartógrafo, acompanhar os desenhos e marcas produzidas na paisagem social.

Prado Filho e Teti (2013) abordam a utilização da cartografia para a discussão de saberes e práticas do mundo “psi” e alertam que o motivo de tal aproximação está na compreensão de heterotopias, ou seja, novos mundos e novas paisagens que devem ser conduzidas com práticas de resistência às condutas hegemônicas e também com práticas de liberdade, ambos como um estímulo às linhas de fuga. Estas últimas são compreendidas como forças de criação que não se deixam capturar pelas normas e regras, mas que se abrem ao novo e à sua produção (DELEUZE; GUATTARI, 1995bDELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia . São Paulo: Ed 34 , 1995b. v.3.).

A distribuição dos estudos selecionados no Brasil se dá de forma concentrada nas regiões Sudeste e Sul, e alguns estudos na região Nordeste. Não encontramos produção cartográfica nas regiões Norte e Centro-oeste do país neste período.

Na região Sudeste destacamos as instituições Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) entre outras como Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita (UNESP); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), além da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Faculdade de Ciências da Vida também em Minas Gerais. No Sul, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) dentre outras e também a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). No Nordeste a distribuição é equilibrada entre Universidade Estadual de Santa Cruz, em Ilhéus - BA e Universidade Potiguar - UnP no Rio Grande do Norte. Há também parcerias de publicação entre a Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e a Universidade Federal de Campina Grande na Paraíba.

Considerando que se trata de um desenho metodológico distinto do cartesiano, é relevante a presença da cartografia como método de pesquisa em importantes e renomadas universidades brasileiras, num esforço próprio da natureza do campo social, de dar vazão às forças instituintes de criação de um novo socius.

Nos artigos analisados a utilização da cartografia no âmbito social inclui espaços formais, controlados, com relações disciplinares e normatizadas, como é o caso de aparelhos de produção, de governo, de justiça, prisões, manicômios, escolas, hospitais, espaços de interesses diversos, marcadamente heterogêneo, porém com dinâmica de funcionamento similar. Notamos ainda, o uso do método cartográfico para análise de relações nas redes sociais e redes de monitoramento como espaços da era digital tipicamente de nossa sociedade de controle. Este conceito é caracterizado por Deleuze (1992DELEUZE, G. Conversações: 1972-1990. Tradução de Peter Pál Pelbart. Rio de Janeiro: Ed 34, 1992.) como uma sociedade que utiliza formas sutis de controle, como “prisões ao ar livre”, isto é, não há um espaço definido, o controle é exercido em qualquer lugar de forma contínua, interconectada, instantânea, através de senhas de acesso ou por meio de câmeras, computadores, internet, celulares.

Dentre as técnicas utilizadas para a produção de dados encontradas nos artigos, podemos citar a exploração do campo, o fluxograma descritor e fluxograma analisador e os mapas analíticos. O uso do diário como ferramenta de registro foi amplamente utilizado e com diferentes nomenclaturas como diário de bordo, de campo, de atos e de arte. Outras formas foram a confecção de narrativas, fóruns de discussão no ambiente virtual, a análise de documentos (prontuários, cadernos dos terapeutas, laudos psicológicos), a observação (participante, de caráter etnográfico, direta) e a entrevista (semiestruturada, narrativa, com uso das técnicas de Instrução ao Sósia e da explicitação e entrevista de história de vida). Em relação à utilização de grupos enquanto técnica verificamos a presença de diversas modalidades como grupo focal, grupo de reflexão, roda de conversa, bate-papo, reuniões, encontros, danças circulares, oficina corporal, oficina teatral, jogos teatrais. Também foram utilizados recursos audiovisuais como fotografia e filmagem, além de diferentes recortes cartográficos de obras de arte.

A diversidade de técnicas descritas acima reforça a importância da utilização de elementos lúdicos dentre outros que propiciam o encontro de coletivos como estratégias de produção de dados que facilitam a abertura para a multiplicidade, que possibilitam diferentes conexões, a afetabilidade de corpos e a formação do pesquisador neste processo (POZZANA, 2013POZZANA, L. A formação do cartógrafo é o mundo: corporificação e afetabilidade. Fractal, Rev. Psicol ., Niterói, v. 25, n. 2, p. 323-338, ago. 2013. ).

A abertura às linhas cartográficas permite o acompanhamento de processos e um olhar vibrátil, que auxilia na captura da paisagem em seus planos, naturezas e universos de referência distintos. Também foram indicadores do uso do método a associação de técnicas de produção de dados dentre outras pistas como a habitação do território, o acompanhamento de processos, o uso da narratividade, a criação de dispositivos na prática cartográfica e a confiança mútua enquanto ampliação da potência de agir, observando critérios recomendados: acesso à experiência, consistência cartográfica e produção de efeitos e transversalidades (PASSOS; KASTRUP; ESCÓSSIA, 2009PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. Pistas do método da cartografia. Porto Alegre: Sulina , 2009.; PASSOS; KASTRUP, 2013; SADE; FERRAZ; ROCHA, 2013SADE, C.; FERRAZ, G. C.; ROCHA, J. M. O ethos da confiança na pesquisa cartográfica: experiência compartilhada e aumento da potência de agir. Fractal, Rev. Psicol ., Niterói, v. 25, n. 2, p. 281-298, maio/ago. 2013. ).

Dentro de uma perspectiva em que as pesquisas transformam a realidade e a compreende como processo, a cartografia não apresenta um desenho metodológico a priori, porém possui alguns elementos característicos que permitem sua validação como método (PASSOS; KASTRUP, 2013PASSOS, E.; KASTRUP, V. Sobre a validação da pesquisa cartográfica: acesso à experiência, consistência e produção de efeitos. Fractal, Rev. Psicol ., Niterói, v. 25, n. 2, p. 391-413, maio/ago. 2013. ).

A análise da implicação

A cartografia tem como amparo ao trabalho metodológico a análise da implicação do pesquisador articulada à concepção de que o conhecimento é inseparável e nele há uma processualidade em relação ao movimento da vida e das afecções (ROLNIK, 1989ROLNIK, S. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Estação Liberdade, 1989.). Assim, a implicação relaciona-se ao lugar que ocupamos neste mundo, a interpenetração das instituições em nós, a raiz do contato entre sujeito e objeto, entre analista e analisado. Implicados estamos sempre e não se trata de engajamento.

Nos artigos selecionados observamos a existência de uma série de implicações dos autores com seus objetos de estudo, relacionadas principalmente ao compromisso ético-político em defesa da vida e com a afetação pela diferença, característicos do referencial teórico-metodológico da Esquizoanálise. Captamos implicações de interesse pessoal e profissional. Estas, são distintas e diversas, dizem respeito a experiências com estudos anteriores, experiências profissionais com o tema, a aproximações teóricas com a Esquizoanálise e também com outras teorias e outros autores.

Ao mesmo tempo, notamos uma implicação com o acompanhamento do processo de pesquisa, além da transformação e produção de efeitos a partir do encontro, o que possibilita um traçado singular nos estudos selecionados.

Os autores buscam a prática da alteridade, de forma que sua relação com o objeto seja horizontal, no sentido de ficar atento ao exercício do poder, saber e atitude de domínio sobre o outro e que o interesse seja pelo encontro com o outro e suas consequências (CARVALHO; FREIRE; BOSI, 2009CARVALHO, L. B.; FREIRE, J. C.; BOSI, M. L. M. Alteridade radical: implicações para o cuidado em saúde. Physis, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p. 849-865, 2009. ). Sem a esperada neutralidade de métodos tradicionais, o conhecimento é produzido do(no) encontro entre pesquisador e objeto inserido no socius, visto que “na implicação do pesquisador é que se encontra um dos mais valiosos dispositivos de trabalho no campo. É a partir de sua subjetividade que afetos e sensações irrompem, sentidos são dados, e algo é produzido” (ROMAGNOLI, 2009ROMAGNOLI, R. C. A cartografia e a relação pesquisa e vida. Psicol. Soc ., Florianópolis, v. 21, n. 2, p. 166-173, maio/ago. 2009. , p. 171). Assim, afetos, opiniões e visão de mundo do pesquisador interferem nos resultados encontrados.

Considerações finais

Este estudo apresenta um quadro geral em relação às produções que utilizam a cartografia como método de pesquisa destacando sua multiplicidade, sua divulgação no meio científico nos anos 2009-2014, os pesquisadores e sua formação, o contexto de desenvolvimento da pesquisa, o uso do método e suas nuances, as implicações de seus autores. Ademais, documenta o movimento gradativo de aumento das publicações em periódicos de artigos de pesquisa que adotaram a cartografia como método, demarcando no cenário científico esta modalidade de pesquisa.

Ainda que a presença da cartografia como método de pesquisa não seja tão expressiva numericamente, é valorosa pela diversidade de possibilidades de abordar a realidade social de forma criativa, com sua produção simultânea ao ato da pesquisa.

Os dispositivos de produção de dados envolveram diferentes instrumentos, tais como, a observação participante, os grupos focais, os grupos de intervenção e as entrevistas, bem como os meios de registro: gravações, transcrições e diários de campo. Observamos que os pesquisadores ressignificam conceitos e concepções a partir do encontro com o objeto e criam dispositivos de produção de dados como o bate papo, as narrativas, o filme, entre outros.

Durante o processo de escrita do artigo nos deparamos com algumas limitações, como exemplo, a escolha das palavras-chave, que abre possibilidades de exclusão de produções cujos autores não utilizam a cartografia, porém utilizam seus preceitos, além de considerar que no meio acadêmico, muitas produções cartográficas não estão na forma de artigos, e sim de livros, dissertações e teses, que não foram incluídos neste estudo.

Destacamos aqui que os limites apontados também podem estimular novas perspectivas de produções nessa linha, novas composições de investigação com compromisso ético-estético -político em defesa da vida, que vem compor um panorama desafiador de inclusão da diferença nos modos de fazer pesquisa.

Acreditamos que produções como essa podem potencializar a prática da cartografia na pesquisa, no sentido de possibilitar um olhar sobre a realidade de publicações nessa linha e abrir caminhos à novas apostas e colaborações para fortalecer esta estratégia de produção de conhecimento, que nos possibilitou também sermos afetadas, como profissionais de saúde coletiva interessadas nos efeitos do encontro e na potencialidade advinda dele e por isso, convidamos os leitores a se aventurarem nesse caminho.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Abr 2017

Histórico

  • Recebido
    16 Mar 2015
  • Aceito
    09 Mar 2017
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