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Resenha de Reis, M. C. G. Cartas & Máximas Principais, “Como um deus entre os homens” (2020)

Reis, M. C. G. (2020REIS, M. C. G. (2020) Cartas & Máximas Principais, “Como um deus entre os homens.” Epicuro. São Paulo, Penguin/Companhia das Letras. ) Cartas & Máximas Principais, “Como um deus entre os homens”. Epicuro. Penguin/Companhia das Letras, São Paulo.

Maria Cecília Gomes dos Reis apresenta em Cartas & Máximas Principais, “Como um deus entre os homens” a sua tradução de boa parte dos textos de Epicuro. Como é recorrente no caso da filosofia antiga, nenhuma obra completa do filósofo chegou até nós. O que resta, então, é recorrer a fontes secundárias para superar as limitações impostas por infortúnios históricos de transmissão textual. Nesse caso, a maior parte do corpus consiste em três cartas transmitidas em sua totalidade por Diógenes Laércio.

Na Carta a Meneceu encontramos um guia do caminho epicurista para a felicidade pessoal. A Carta a Heródoto traz o panorama materialista da filosofia natureza de Epicuro. Já na Carta a Pítocles temos as suas teorias sobre os fenômenos celestes. Completam o volume um conjunto de Máximas e um fragmento da obra Da Natureza. Dessa forma, as cartas escritas por Epicuro a 2.300 anos, transcritas por Diógenes Laércio 600 anos mais tarde, e traduzidas pela Maria Cecília recentemente, encontram-se disponíveis em 2021 para os leitores brasileiros se deliciarem.

O deleite intelectual tem importância considerável no caminho epicurista para a vida feliz. Ademais, para Epicuro, uma condição da vida feliz é se concentrar nos prazeres fáceis de alcançar (Carta a Meneceu, 131). A proposta da coleção Clássicos da Penguin/ Companhia das Letras se encaixa bem nesse contexto. Afinal, o seu intuito é disponibilizar textos clássicos da cultura ocidental para um grande público, a um preço acessível, traduzidos por especialistas, e complementados por comentários de passagens, apresentação e um ensaio que, apesar de acadêmico, se adéqua também ao público de interesse mais geral. Essa resenha se desenvolve em vista dessa proposta.

Não há dúvidas de que os textos de Epicuro despertarão o interesse de um público não especializado. Na verdade, já a algumas décadas há um crescimento na popularidade da filosofia das escolas helenísticas na cultura popular ocidental. O exemplo mais evidente é o dos estoicos que ganhou até um apelido. No que ficou conhecido como “Estoicismo do vale do silício”, jovens envolvidos nas maiores inovações tecnológicas da atualidade se servem dos ensinos do estoicismo (ou de certa interpretação desses ensinos) para buscarem a felicidade. O interesse que o epicurismo desperta ainda é menor, mas a sua popularidade cresce junto com a do estoicismo. Um gráfico de ocorrência dos termos em publicações na língua inglesa ilustra o percurso crescente de interesse desde a década de 1980.

Figure 1
Gráfico gerado no Google NGram Viewer, 09/2021

Estoicismo e epicurismo, como a maioria dos representantes da filosofia grega antiga, oferecem teorias éticas eudaimônicas. Essas são definidas pro dois traços. O que guia a reflexão é a busca por uma vida feliz. O meio de alcançá-la é através do desenvolvimento do agente. Podemos contrastar essa abordagem com as éticas modernas. Em sua abordagem mais universalizante, essas se concentram em atos, tendo por objetivo a determinação de quais seriam as ações corretas, independentemente dos agentes que as realizam. O foco no agente qualifica as éticas eudaimônicas como parte das éticas das virtudes, que centram sua reflexão em termos do desenvolvimento pessoal. Desde Anscombe (1958ANSCOMBE, E. (1958) Modern Moral Philosophy. Philosophy 33, n. 124, p. 1-19.), essa alternativa vem ganhando muito interesse da reflexão especializada como uma alternativa a abordagem muito impessoal das éticas centrada nos atos.

No contexto das éticas eudaimônicas, epicurismo e estoicismo, em uma abordagem pouco nuançada, são vistos como apresentando caminhos opostos para a felicidade. O epicurismo é associado ao hedonismo, segundo o qual a felicidade consiste em uma vida de satisfação dos prazeres. O estoicismo, por sua vez, defende a resiliência diante das vicissitudes da vida como a garantia da felicidade.

A abordagem eudaimônica ajuda a explicar a crescente popularidade dessas escolas. A abordagem pragmática de uma filosofia que fornece um caminho para a felicidade tem um óbvio apelo popular. Os ensinos de Epicuro chegam a ser comparados com os textos de autoajuda (p.10), a versão psicológica moderna dos ensinamentos para se alcançar a felicidade. A comparação, no entanto, tem limites importantes. Eudaimonia é um termo difícil de se traduzir. Felicidade, bem-estar, boa-vida, bem-viver são todas é boas opções, no entanto, uma distinção deve ficar clara. Os conselhos para a boa vida dos gregos antigos não têm o contorno subjetivista da noção senso comum de felicidade em voga atualmente. Esse subjetivismo acaba incorporado, inclusive, nos estudos de psicologia positiva, vide a popularidade da medição de bem-estar subjetivo como critério de felicidade. Por outro lado, os conselhos de vida dos filósofos gregos antigos vêm embasados em uma interpretação forte do que seria a natureza humana em que a racionalidade é uma característica definidora. Esse aspecto é tão característico que embasa até mesmo abordagens opostas como a de Epicuro e a dos Estoicos acerca de o que conduz a uma vida feliz.

A dificuldade de tradução de uma palavra, é claro, não é a mesma da dificuldade de tradução de um texto. Essa é uma das grandes vantagens de fornecer ao público o contato direto com um texto em tradução cuidadosa. Independentemente de uma reflexão sobre o sentido de eudaimonia, os leitores da Carta a Meneceu vão, com certeza, reconhecer as nuanças do hedonismo epicurista, incluindo a subjetividade reduzida e o papel da racionalidade nesse caminho. Além disso, os comentários (p.140) e a introdução de O’Keefe (p.67) cumprem o papel de tornar saliente aos leitores os pontos definidores dessas e outras diferenças. Esses recursos que acompanham a tradução são indispensáveis pois, como a maioria dos textos antigos, os textos de Epicuro apresentam uma mescla de intuições e conselhos iluminadores que escapam aos pensadores contemporâneos com algumas suposições que, após centenas de anos, parecem ingênuas ou, até mesmo, chocantes.

Ainda no âmbito da recepção dos textos antigos por um público não-especializado, convém explorar porque o epicurismo e o estoicismo vêm se tornando populares no contexto contemporâneo. Grande parcela dessa popularidade estaria ligada ao hedonismo. Nesse ponto, convém usar hedonismo em um sentido vago, para se referir a uma concepção não qualificada em que as fontes de prazeres são aquelas identificadas pelo senso comum. Nesse sentido, vivemos em uma cultura hedonista que valoriza a busca incessante pelos prazeres corpóreos e de status. Isso não é tão diferente do contexto grego no período helenístico (Carta a Meneceu, 132). No entanto, hoje em dia, a obtenção dos prazeres está muito mais ligada ao consumo e ao mercado do que na antiguidade. Ademais, os avanços tecnológicos e mercantis permitem a satisfação de prazeres em um grau incomparável na história da humanidade. Esse sucesso, no entanto, acaba por corroborar a insuficiência do hedonismo na constituição de uma vida feliz. Uma fonte de evidência é, por exemplo, o crescimento das doenças mentais e insatisfação mesmo quando há um aumento no poder de consumo de prazeres.

A insuficiência do hedonismo corrobora as críticas que esse estilo de vida sofre. Atualmente se utiliza o termo “esteira do prazer”, uma imagem relacionada à linha de produção em massa, para representar o tipo de crítica segundo o qual a vida hedonista acaba se transformando em uma busca infindável pelo próximo pico de prazer. A crítica já aparece nos antigos, os pitagóricos teriam usado a imagem de um pote furado para caracterizar a vida hedonista (Gorg. 493b). Em vista desse resultado desagradável de uma vida dedicada ao prazer podemos entender o sucesso inesperado do estoicismo entre os jovens que pertencem a classe que mais tem acesso aos bens de consumo atualmente. A resiliência seduz.

O hedonismo, no entanto, não é fácil de se abandonar. Alguns estudos confirmam que o aumento ao acesso ao consumo está ligado com um aumento na felicidade, pelo menos na medição subjetiva. Não é de se surpreender que, ainda que muitas escolas filosóficas e religiões tenham tentado pregar um abandono total dos prazeres, nenhuma sucedeu. Não é preciso muita imaginação para concordar. Quem tentar imaginar uma vida feliz sem prazer verá que é nada fácil de concebê-la.

A impossibilidade de se abandonar os prazeres aponta um outro caminho promissor para melhorar a nossa relação com o hedonismo, a saber, tentar refinar os termos dessa relação. Nesse ponto, são as escolas que pensaram o hedonismo de uma maneira positiva que oferecem possíveis contribuições. Eis um dos grandes méritos da tradução da Maria Cecília para a coleção da Penguin/ Cia das Letras. Ela provê acesso a uma das versões mais trabalhadas do hedonismo na antiguidade. O estilo fluido da tradução proporciona uma leitura agradável ao leitor, ponto que, por certo, teria agradado a Epicuro. A fluidez não surpreende quem está familiarizado com as traduções e textos ficcionais da Maria Cecília. A quem ainda não os conhece, digo que vale a pena procurá-los, ou, de maneira mais adequada, vale o júbilo! A minha tarefa, no entanto, é ainda mais prazerosa. Passo agora a discutir, como em um grupo de amigos, algumas opções da tradução em vista da interpretação mais determinada do hedonismo de Epicuro.

A maioria das éticas eudaimonistas da Grécia antiga são ahedonistas, ou seja, elas reconhecem o valor de alguns tipos de prazer, aceitam que o prazer faz parte da boa vida, mas negam que a boa vida advém da busca por ou do cálculo de como aumentar as experiências prazerosas. Como nota, Vogt (2018VOGT, K. (2018) What is Hedonism? In: HARRIS, W. (ed) Pain and Pleasure in Classical Times. Leiden, Brill, p. 93-110.), ahedonismo deve ser contrastado com o anti-hedonismo que defende que o prazer é um entrave para a boa vida. Platão e Aristóteles são ahedonistas equanto os Estoicos fornecem o exemplo mais claro de anti-hedonismo.

Um hedonista, por sua vez, reconhece no prazer um bem em si. Por exemplo, o prazer de comer um doce não vem do benefício trazido pela glicose no funcionamento do nosso organismo, mas antes, do prazer por ele gerado. O problema, que qualquer morador de uma sociedade da abundância descrita acima já antecipou, é que o consumo excessivo de açúcar faz mal ao organismo e, ainda assim, continua gerando prazer. Como então reconhecer um bem em si, que faz mal? Para vislumbrar caminhos de resposta, é preciso diferenciar as sortes de hedonismo.

O hedonismo psicológico é uma posição naturalista segundo a qual a justificativa para buscarmos prazer é o fato de que, por natureza, somos atraídos por prazer e sentir prazer nos recompensa. Essa postura leva a uma ocorrência da falácia naturalista. Nem tudo que é natural é bom, logo, como no caso do açúcar, pode muito bem ser o caso de que o prazer traga consigo algo que faz mal a quem o sente. Outra sorte de hedonismo é o hedonismo ético. Essa posição prescreve a perseguição de experiências prazerosas como um meio para se alcançar a boa vida. Nesse caso, como não há apelo a se buscar o que é naturalmente prazeroso, fica mais fácil de se adotar uma posição mais calculada que pode prescrever uma recusa a certos tipos de prazeres. Ainda que, por seleção natural, sejamos atraídos a buscar bombas de açúcar, podemos considerar uma posição mais razoável na qual esse tipo de prazer, em vista de sofrimentos futuros, deve ser evitado.

O leitor das cartas de Epicuro vai perceber que não é fácil de determinar em qual lado dessa classificação Epicuro seria incluído. O debate acadêmico está em aberto. Cooper (1999COOPER, J. (1999) Pleasure and Desire in Epicurus, In: COOPER, J. Reason and Emotion. Princeton, Princeton University Press.) apresenta uma defesa do hedonismo ético, Woolf (2004WOOLF, R. (2004) What Kind of Hedonist was Epicurus? Phronesis 146, p. 303-322I) defende o psicológico. Em defesa de uma leitura de Epicuro como um hedonista psicológico temos o seu uso do comportamento de humanos e animais que, por natureza, buscam prazer e evitam a dor, como evidência para o seu hedonismo. No entanto, em outras passagens, fica claro que, para alcançar uma boa vida, devemos ignorar vários prazeres. Na Carta a Meneceu, 128 lemos:

(1) Por isso dizemos que o prazer é o princípio e o fim de uma vida bem-aventurada.

(1.1) Porque o reconhecemos (o prazer) como um bem primário e conatural e dele vem o sinal para toda escolha e toda recusa e a ele chegamos discernindo todo o bem por meio daquilo que sentimos como critério.

(1.2) E, já que esse é um bem primário e inato, por isso também não é todo prazer que é escolhido, mas há ocasiões em que passamos por cima de diversos prazeres, quando a dificuldade decorrente deles for maior para nós, ao passo que algumas dores valerem mais que prazeres toda vez que para nós se seguir um prazer maior ao suportarmos por mais tempos as dores.

A divisão em seções e o grifo são meus. O prazer é apresentado como o princípio e o fim de uma boa vida em (1). Em seguida, Epicuro explica o papel do prazer como princípio em (1.1) e como fim em (1.2). Em vista dessa estrutura, a tradução de katarchometha por ‘vem o sinal’ parece dificultar a interpretação do texto em (1.1). O verbo katarchomai traz a raiz archê (origem, princípio), fazendo referência justamente ao princípio citado em (1). A interpretação da explicação depende dessa referência. O prazer é o princípio da boa vida, pois dele “principiam” as nossas escolhas. Ele é o impulso que nos atrai ao que é prazeroso. Na sequência, (1.2) reafirma o caráter primário e inato do prazer, para, em seguida, completar a explicação de (1). O critério de escolha de uma ação tem em vista o resultado futuro, ou seja, o fim, ou a recompensa que a pessoa receberá. É nesse período que o prazer deve ser maximizado seja pelo abandono de um prazer imediato ou pela aceitação de uma dor que trará prazeres maiores. Um epicurista pode sentir um impulso de comer essa bandeja de brigadeiros, mas, depois de refletir em vista dos males futuros, recusar o impulso.

O primeiro impulso na direção do prazer tem um tom de argumento naturalista. Por outro lado, no cálculo de resultado futuro temos o uso da razão que, por vezes, pode ir contra o primeiro sentimento. Assim, a ordenação de (1.1) e (1.2) confirma o que é dito por O’Keefe no texto da introdução que relaciona os dois tipos de hedonismo. Para ele, o hedonismo psicológico é o principal argumento de Epicuro para o seu hedonismo ético (p.67). No entanto, essa afirmação ignora que a posição é problemática. Afinal de contas, usar um argumento naturalista para embasar uma posição em que o cálculo racional tem prioridade sobre o impulso natural acaba minando a base da teoria. A resposta fácil seria seguir a concepção das éticas eudaimonistas em que a racionalidade é a parte definidora da natureza humana. Mas isso não resolve o problema pois, mesmo nesse caso, o conflito entre o primeiro impulso natural e a decisão em vista do cálculo futuro continua. Para quem defende uma tal posição, o ahedonismo parece fazer mais sentido.

Talvez a melhor linha de defesa seja negar que o esquema acima basta para fazer de Epicuro um hedonista ético. Afinal de contas, pode ser defender que na diferença entre impulso inicial e cálculo futuro não há qualificação sobre diferentes pesos dados a diferentes tipos de prazeres. No entanto, as qualificações do hedonismo moderado de Epicuro vão bem além da consideração do resultado prazeroso futuro.

Epicuro se alinha ao espírito do tempo das reflexões morais gregas ao defender que a boa vida depende de virtudes como prudência, moderação, tranquilidade e similares. Nisso, ele difere bastante dos hedonismos antigos claramente psicológicos, como no caso dos Cirenaicos ou de Cálicles, no Górgias de Platão. Para isso, mais uma vez, ele recorre ao eudaimonismo. Segundo a sua proposta, a boa vida é aquela que reconhece que os prazeres simples e fáceis devem ser perseguidos. Entre esses, estão bens de consumo não extravagantes, como pão e água, que seriam fáceis de conseguir e bons para a saúde. A amizade e a vida intelectual também se qualificam como sendo simples e fáceis. Desse modo, o conselho geral é habituar-se a uma vida simples. Para Epicuro, até mesmo quem vive em opulência vai tirar mais prazer dela quem dela não a toma por necessidade (Carta a Meneceu, 130).

Esse tipo de qualificação de uma ética hedonista deixa claro que o leitor contemporâneo, inclusive aquele seduzido pela defesa da resiliência, encontrará no texto de Epicuro uma alternativa hedonista ao anti-hedonismo estoico. Desse modo, a presente tradução, em edição de bolso e com aparato interpretativo, vem a calhar ao oferecer um guia para a vida tranquila em uma sociedade de acesso aos excessos sem renegar os acessos. Aquela pavlova caríssima que o epicurista pode experimentar em uma reunião de amigos deve ser deliciada com o descaso de quem sabe que não precisa, e nem deseja, comê-la outra vez, e não com a ambição de alguém que vislumbra, um dia, ter condições de contratar a patisserie que a produz para servir-lhe diariamente.

Fica claro que encontramos nas Carta a Meneceu aquela abordagem pragmática centrada no desenvolvimento pessoal que é típica das éticas das virtudes e que tem apelo popular. Além do apelo, o contato direto com os textos antigos que adotam uma tal abordagem tem o valor de oferecer um contraponto a abordagem dominante dos dias de hoje. Um exemplo que vimos é a assunção de que a felicidade é uma questão subjetiva e sem relação especial com o uso da razão. Esses pontos, comuns a maioria das éticas antigas, justificam o apelo da tradução de Epicuro para um público geral. No entanto, os textos de Epicuro trazem também algo de único. Eles fornecem uma busca por um desenvolvimento pessoal a partir da adoção de uma posição mais refletida sobre o hedonismo. O leitor encontrará, assim, uma série de qualificações que tornam o hedonismo uma posição filosoficamente plausível e, na esfera prática, promissora de ser adotada. Em uma sociedade com muito acesso a prazeres, e pouca reflexão moral de como lidar com eles, talvez seja esse o maior mérito do contato direto com o texto de Epicuro proporcionado por essa tradução.

Porém, no deleite intelectual, há também lugar para a perplexidade. Os leitores mais inquietos podem ficar as voltas com a pergunta de se, depois de tanta qualificação sobre o valor de certos tipos de prazer, a posição de Epicuro não deixa de ser hedonista. Uma resposta direta não está disponível no texto. No entanto, guiados pela tradução e do excelente sumário analítico da Maria Cecília, os leitores brasileiros têm, agora, a oportunidade de adentrar no jardim de Epicuro e, de maneira amigável, colocar essas perguntas em uma conversa com o texto.

Bibliografia

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  • VOGT, K. (2018) What is Hedonism? In: HARRIS, W. (ed) Pain and Pleasure in Classical Times Leiden, Brill, p. 93-110.
  • WOOLF, R. (2004) What Kind of Hedonist was Epicurus? Phronesis 146, p. 303-322I

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Jun 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    11 Set 2021
  • Aceito
    15 Abr 2022
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