Acessibilidade / Reportar erro

Meia-idade, individuação e organizações

Resumos

O objetivo deste artigo é analisar como a crise de meia-idade afeta os indivíduos e as organizações. Para realizar esta análise, partimos da interpretação realizada por Carl Gustav Jung sobre a meia-idade e o processo de individuação. Neste sentido, abordamos os principais conceitos junguianos associados ao fenômeno, enfatizando os arquétipos sombra, anima, animus e self. Em seguida, utilizamos estes conceitos e arquétipos para avaliar como os dilemas da crise de meia-idade e o conflito entre as dimensões masculinas e femininas dos indivíduos afetam a dinâmica organizacional.


This article tries to analyze the effect of middle age crisis in the individuals and the organizations. In this direction, we based on interpretation of Carl Gustav Jung about the middle age and the individuation process. In this sense, we analyze the Jung´s concepts related to phenomenon emphasizes the shadow, anima, animus and self archetypes. After, we utilize this concepts and archetypes to evaluate as the middle age crisis dilemmas and the conflict between masculine and feminine dimensions of individuals affects the organizational dynamics.


ARTIGOS ARTICLES

Meia-idade, individuação e organizações1 1 Ficam registrados nossos agradecimentos à Elaine Maria Castro de Paula, psicóloga junguiana, que realizou uma crítica do artigo contribuindo para o seu desenvolvimento.

Fernando C. Prestes Motta (in memorian)I; Ana Paula Paes de PaulaII

I*Prof. EAESP/FGV

IIProfa. UFMG

RESUMO

Oobjetivo deste artigo é analisar como a crise de meia-idade afeta os indivíduos e as organizações. Para realizar esta análise, partimos da interpretação realizada por Carl Gustav Jung sobre a meia-idade e o processo de individuação. Neste sentido, abordamos os principais conceitos junguianos associados ao fenômeno, enfatizando os arquétipos sombra, anima, animus e self. Em seguida, utilizamos estes conceitos e arquétipos para avaliar como os dilemas da crise de meia-idade e o conflito entre as dimensões masculinas e femininas dos indivíduos afetam a dinâmica organizacional.

ABSTRACT

This article tries to analyze the effect of middle age crisis in the individuals and the organizations. In this direction, we based on interpretation of Carl Gustav Jung about the middle age and the individuation process. In this sense, we analyze the Jung´s concepts related to phenomenon emphasizes the shadow, anima, animus and self archetypes. After, we utilize this concepts and archetypes to evaluate as the middle age crisis dilemmas and the conflict between masculine and feminine dimensions of individuals affects the organizational dynamics.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • ALVESSON, M.; BILLIG, Y. Gender and Organization: Toward a Differentiated Understanding. Organization Studies, v.13, n.1, p.73-106, 1992.
  • AURELIO, J. M. Using jungian archetypes to explore deeper levels of organizational culture. Journal of Management Inquiry, v. 4, n.4, p.347-368, December 1995.
  • BAHIA, M.C.; FERRAZ, M.A. Entre a exceção e a regra: a construção do feminino na polícia civil baiana. In: ENANPAD, 23, 1999, Foz do Iguaçu. Anais.. Rio de Janeiro: ANPAD, 1999. 1 CD ROM.
  • BELLE, F. Executivas: quais as diferenças na diferença? In: CHANLAT, J.F. O indivíduo na organização Dimensões esquecidas. Volume II. São Paulo: Atlas, 1994.
  • BOWLES, M. L. The Gods and Goddesses: personifying social life in the age of organization. Organization Studies, v. 14, n.3, p.395-418, 1993.
  • BRITO, M. J; CAPELLE, M. C. A.; BRITO, M. J. M.; MELO, M. C. O. L. Uma análise da dinâmica do poder e das relações de gênero no espaço organizacional. Revista de Administração de Empresas - Eletrônica, v.3, n.2, jul./dez. 2004.
  • CALÁS, M. B.; SMIRCICH, L. O ponto de vista da mulher: abordagens feministas em estudos organizacionais. In: CLEEG, S. R.; HANDY, C.; NORD, W.R.; CALDAS, M. P.; FACHIN, R.; FISCHER, T. (orgs.) Handbook de Estudos Organizacionais Modelos de análise e novas questões em estudos organizacionais. Volume 1. São Paulo: Atlas, 1998.
  • CARR, A. Jung, archetypes and mirroring in organizational change management. Journal of Organizational Change Management, v. 15, n.5, p.477-489, 2002.
  • CASTRO, R. Gênero nas organizações: os casos do Projeto Axé e da Fundação Cidade Mãe, em Salvador. In: ENANPAD, 22, 1998, Foz do Iguaçu. Anais.. Rio de Janeiro: ANPAD, 1998. 1 CD ROM.
  • CRAMER, L.; BRITO, M. J.; CAPPELLE, M. C. A. A inserção do feminino no universo masculino: representações da educação superior. Organização & Sociedade, v. 9, n.24, p.25-37, mai./ago. 2002.
  • COLLINSON, D; COLLINSON, M. Sexuality in the workplace: the domination of men's sexuality. IN: HEARN, D.; SHEPPARD, P.; TANCRED, S.; BURELL, G. The Sexuality of Organization London: Sage, 1989.
  • GHERARDI, S. Gender, symbolism and organizational cultures London: Sage, 1995.
  • HANZE, M. A. Multiplicity and change in persons and organizations. Journal of Organizational Change, v. 7, n.6, p.72-81, 1994.
  • HEARN, J.; PARKIN, W. Gender and organizations: a selective review and a critique of a neglected area. Organization Studies, v. 4, n. 3, p. 219-242, 1983
  • HENDERSON, J. L. Os mitos antigos e o homem moderno. In: JUNG, C. G. O homem e seus símbolos 11a edição. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1992.
  • JUNG, C.G. Psicologia do inconsciente Petrópolis: Vozes, 1971.
  • JUNG, C.G. O símbolo da transformação na missa. Petrópolis: Vozes, 1979.
  • JUNG C.G. Estudos sobre o simbolismo de si-mesmo Petrópolis: Vozes, 1990.
  • JUNG, C.G.; WILHELM, R. O Segredo da Flor de Ouro. Um livro da vida chinês. Petrópolis, Vozes: 1971.
  • JUNG, E. Animus e Anima São Paulo: Cultrix, 1967.
  • MASCARENHAS, A. O.; VASCONCELOS, F. C.; VASCONCELOS, I. F.G. Batom, pó-dearroz e microchips - o falso paradoxo entre as dimensões masculina e feminina nas organizações e a gestão da diversidade. IN: VASCONCELOS, F. C.; VASCONCELOS, I. F. G. Paradoxos Organizacionais: uma visão transformacional São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
  • MICKLETHWAIT, J.; WOOLDRIDGE, A. The Witch Doctors What the management gurus are saying, and how to make sense of it. London: Mandarim, 1997.
  • MILLS, A; TANCRED, P. (eds.) Gendering organizational analysis London: Sage, 1992.
  • MORGAN, G. Explorando a caverna de Platão: as organizações vistas como prisões psíquicas. IN: MORGAN, G. Imagens da Organização São Paulo: Atlas, 1996.
  • NKOMO, S. M.; COX JR, T. Diversidade e Identidade nas organizações. In: CLEEG, S. R.; HANDY, C.; NORD, W.R.; CALDAS, M. P.; FACHIN, R.; FISCHER, T. (orgs.) Handbook de Estudos Organizacionais Modelos de análise e novas questões em estudos organizacionais. Volume 1. São Paulo: Atlas, 1998.
  • OLIVEIRA, N.; OLIVEIRA, R. C. M.; DALFIOR, S. R. Gênero e novas perspectivas de trabalho: um estudo junto a mulheres gerentes de atendimento no Banco do Brasil. In: ENANPAD, 24, 2000, Florianópolis. Anais.. Rio de Janeiro: ANPAD, 2000. 1 CD ROM.
  • PERREAULT, M. A diferenciação sexual no trabalho: condições de trabalho diferentes ou uma questão de sexo? In: CHANLAT, J.F. O indivíduo na organização Dimensões esquecidas. Volume II. São Paulo: Atlas, 1994.
  • SILVA, A. L.; VILAS BOAS, L. H. B.; BRITO, M. J. As representações sociais sobre a mulher: percepções de gênero em uma agência bancária. In: ENANPAD, 25, 2001, Campinas. Anais.. Rio de Janeiro: ANPAD, 2001. 1 CD ROM.
  • STORR, A. As idéias de Jung São Paulo: Cultrix, 1973.
  • VON FRANZ, M. L. O processo de individuação. In: JUNG, C. G. O homem e seus símbolos 11a edição. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1992.
  • VON FRANZ, M. L. C.G. Jung. Seu mito em nossa época São Paulo: Cultrix, 1975.
  • PAES DE PAULA, A. P.; WOOD Jr, T. Pop-management. Revista Ciência Empresarial, v.2, n.1, p.17-34, jan./jun. 2002.
  • ZANETTI, L. A. Leaving our father's house. Micrologies, archetypes, and barriers to conscious femininity in organizational contexts. Journal of Organizational Change Management, v. 15, n.5, p.523-537, 2002.
  • 1
    Ficam registrados nossos agradecimentos à Elaine Maria Castro de Paula, psicóloga junguiana, que realizou uma crítica do artigo contribuindo para o seu desenvolvimento.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      27 Out 2014
    • Data do Fascículo
      Set 2005
    Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia Av. Reitor Miguel Calmon, s/n 3o. sala 29, 41110-903 Salvador-BA Brasil, Tel.: (55 71) 3283-7344, Fax.:(55 71) 3283-7667 - Salvador - BA - Brazil
    E-mail: revistaoes@ufba.br