Acessibilidade / Reportar erro

Responsabilidade social, voluntariado e comunidade: estratégias convergentes para um ambiente de co-produção do bem público

Resumos

Este artigo aborda, com o estudo de caso da empresa Gerdau, o papel social das empresas e a utilização estratégica de práticas de responsabilidade social, com base na co-produção do bem público. Discute o envolvimento entre entidades com e sem fins lucrativos no trabalho voluntário, o novo papel dos administradores públicos como facilitadores e articuladores da sociedade e a comunidade politicamente organizada e participativa. Numa abordagem da Teoria da Delimitação dos Sistemas Sociais, procura-se demonstrar como é possível levar à convergência interesses distintos, para a realização do bem comum, e à interação de diferentes setores, para, juntos, criarem um ambiente de co-produção.


This article deals with the social role of corporations and the strategic use of social responsibility practice, based on the coproduction of public good, using the Gerdau´s case study. It considers the involvement between profit and non-profit organizations through voluntary work, the new role of public administrators, acting to facilitate and articulate with the society and the community, politically organized and participatory. The article, based on The Social System Delimitation Theory, attempt to demonstrate how it’s possible to converge distinct interests for the accomplishment of common good and interact with different sectors to create a coproduction environment.


ARTIGO

Responsabilidade social, voluntariado e comunidade: estratégias convergentes para um ambiente de co-produção do bem público

Wagner Cordenonsi TombiI, José Francisco SalmII, Maria Ester MenegassoIII

IMestre Administração ESAG/UDESC

IIProf. ESAG/UDESC

IIIProfª ESAG/UDESC

RESUMO

Este artigo aborda, com o estudo de caso da empresa Gerdau, o papel social das empresas e a utilização estratégica de práticas de responsabilidade social, com base na co-produção do bem público. Discute o envolvimento entre entidades com e sem fins lucrativos no trabalho voluntário, o novo papel dos administradores públicos como facilitadores e articuladores da sociedade e a comunidade politicamente organizada e participativa. Numa abordagem da Teoria da Delimitação dos Sistemas Sociais, procura-se demonstrar como é possível levar à convergência interesses distintos, para a realização do bem comum, e à interação de diferentes setores, para, juntos, criarem um ambiente de co-produção.

ABSTRACT

This article deals with the social role of corporations and the strategic use of social responsibility practice, based on the coproduction of public good, using the Gerdau´s case study. It considers the involvement between profit and non-profit organizations through voluntary work, the new role of public administrators, acting to facilitate and articulate with the society and the community, politically organized and participatory. The article, based on The Social System Delimitation Theory, attempt to demonstrate how it’s possible to converge distinct interests for the accomplishment of common good and interact with different sectors to create a coproduction environment.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

REFERÊNCIAS

BOWMAN, E. H. A strategic posture toward corporate social responsibility. California Management Review, v. 18, n. 2, p. 49-58, 1975.

BRUDNEY, J. L., ENGLAND, R. E. Toward a definition of the coproduction concept. Public Administration Review, v. 43, n. 1, p. 59-65, 1983.

DENHARDT, R. B. The pursuit of significance – strategies for managerial success in public organizations. Belmont: Wadsworth Publishing Company, 1993.

DENHARDT, R. B., DENHARDT, J. V. The new public service: serving rather than steering. Public Administration Review, v. 60, n. 6, p. 549-559, 2000.

DRUCKER, P. What business can learn from nonprofits. Harvard Business Review, v. 67, n. 4, p. 88-93, jul/aug 1989.

FALCONER, A.P. A promessa do terceiro setor: um estudo sobre a construção do papel das organizações sem fins lucrativos e do seu campo de gestão. Dissertação de mestrado. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo: 1999.

FARAH, M. F. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas públicas locais. Cadernos Gestão Púbica e Cidadania, v. 18, 2000.

FIGUEIREDO, M. V. Políticas sociais – condicionantes da gestão descentralizada. In: Encontro Nacional da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração, XXVIII ENANPAD, 2003, Atibaia. Anais... Atibaia: 2003.

FISCHER, R. M., FALCONER, A.P. Voluntariado empresarial – estratégias de empresas no Brasil. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, v.36, p.15-27, 2001.

FRIEDMAN, M. A Friedman doctrine: the social rensponsibility of business is to increase its profits. The New York Times Magazine, p. 32,33,122, 124,126, September 13, 1970.

GIL, A. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 1994.

GONSALVES, E. R. Responsabilidade social da empresa. Revista de Administração de Empresas, v. 24, n. 4, p. 226-240, 1984.

KEAST, R. et al. Network structures: working differently and changing expectations. Public Administration Review, v. 64, n. 3, p. 363-371, 2004.

LANIADO, R. N., BAIARDI, A. A contribuição das redes na formação da cooperação empresarial – Um estudo de caso. Organização &Sociedade, v. 10, n. 27, p. 61-74, 2003.

MATTAR, H. Os novos desafios da responsabilidade empresarial. Reflexão Instituto Ethos, ano 2, n. 5, 2001.

MENEGASSO, M. E. O declínio do emprego e a ascensão da empregabilidade: um protótipo para promover a empregabilidade na empresa pública do setor bancário. Tese de doutorado. Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis: 1998.

MINTZBERG, H. The case for corporate social responsibility. Journal of Business Strategy, v. 4, n. 2, p. 3-15, 1983.

NALBANDIAN, J. Facilitating community, enabling democracy: new roles for local government managers. Public Administration Review, v. 59, n. 3, p. 187-197, 1999.

NASI et al. The evolution of corporate social responsiveness. Business and Society, v. 36, n. 3, p. 296-321, 1997. ONG gaúcha estimula voluntariado nas escolas. Gazeta Mercantil, São Paulo: 05 de março, 2002.

PORTER, M., KRAMER, M. Philantropy’s new agenda: creating value. Harvard Business Review, v. 77, n. 6, p. 121-130, Nov-Dec 1999. PORTER, M., KRAMER, M. The competitive advantage of corporate philantropy. Harvard Business Review, v. 80, n. 12, p. 56-67, Dec 2002.

PUTNAM, R. Bowling alone. Journal of Democracy, v. 6, n. 1, p. 65-78, 1995.

RAMOS, A. G. A nova ciência das organizações: uma reconceitualização da riqueza das nações. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1989. RELATÓRIO ANUAL 2004. Porto Alegre: Parceiros Voluntários, 2004.

RICHARDSON, R. Pesquisa social. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1999. ROBERTS, N. Public deliberation in an age of direct citizen participation. American Review of Public Administration, v. 34, n. 4, p. 315-353, 2004. SALM, J. F. Paradigmas na formação de administradores: frustrações e possibilidades. Universidade & Desenvolvimento, v.1, n.2, p. 18-42, 1993.

SEGAWA, S., SEGAL, E. Common interest, common good: creating value through business and social sector partnerships. California Management Review, v. 42, n. 2, p. 105-122, 2000.

SETHI, S. P. Dimensions of corporate social performance: an analytical framework. California Management Review, v. 17, n. 3, p. 58-64, 1975.

SIMON, H. Comportamento administrativo. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1965.

TENÓRIO, F. G., ROZENBERG, J. E. Gestão pública e cidadania: metodologias participativas em ação. Cadernos Gestão Púbica e Cidadania, v. 7, 1997.

TOMEI, P. A. Responsabilidade social da empresa: analise qualitativa da opinião do empresariado nacional. Revista de Administração de Empresas, v. 24, n. 4, p. 189-202, 1984.

WHITAKER, G. P. Coproduction: citizen participation in service delivery. Public Administration Review, v. 40, n. 3, p. 240-246, 1980.

WISE, L. R. Bureaucratic posture: on the need for a composite theory of bureaucratic behavior. Public Administration Review, v. 64, n. 6, p. 669-680, 2004.

YIN, R. Case study research. 2nd ed. Thousand Oaks: Sage Publications, 1994.

  • BOWMAN, E. H. A strategic posture toward corporate social responsibility. California Management Review, v. 18, n. 2, p. 49-58, 1975.
  • BRUDNEY, J. L., ENGLAND, R. E. Toward a definition of the coproduction concept. Public Administration Review, v. 43, n. 1, p. 59-65, 1983.
  • DENHARDT, R. B. The pursuit of significance strategies for managerial success in public organizations. Belmont: Wadsworth Publishing Company, 1993.
  • DENHARDT, R. B., DENHARDT, J. V. The new public service: serving rather than steering. Public Administration Review, v. 60, n. 6, p. 549-559, 2000.
  • DRUCKER, P. What business can learn from nonprofits. Harvard Business Review, v. 67, n. 4, p. 88-93, jul/aug 1989.
  • FARAH, M. F. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas públicas locais. Cadernos Gestão Púbica e Cidadania, v. 18, 2000.
  • FIGUEIREDO, M. V. Políticas sociais condicionantes da gestão descentralizada. In: Encontro Nacional da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração, XXVIII ENANPAD, 2003, Atibaia. Anais... Atibaia: 2003.
  • FISCHER, R. M., FALCONER, A.P. Voluntariado empresarial estratégias de empresas no Brasil. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, v.36, p.15-27, 2001.
  • FRIEDMAN, M. A Friedman doctrine: the social rensponsibility of business is to increase its profits. The New York Times Magazine, p. 32,33,122, 124,126, September 13, 1970.
  • GIL, A. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 1994.
  • GONSALVES, E. R. Responsabilidade social da empresa. Revista de Administração de Empresas, v. 24, n. 4, p. 226-240, 1984.
  • KEAST, R. et al. Network structures: working differently and changing expectations. Public Administration Review, v. 64, n. 3, p. 363-371, 2004.
  • LANIADO, R. N., BAIARDI, A. A contribuição das redes na formação da cooperação empresarial Um estudo de caso. Organização &Sociedade, v. 10, n. 27, p. 61-74, 2003.
  • MATTAR, H. Os novos desafios da responsabilidade empresarial. Reflexão Instituto Ethos, ano 2, n. 5, 2001.
  • MENEGASSO, M. E. O declínio do emprego e a ascensão da empregabilidade: um protótipo para promover a empregabilidade na empresa pública do setor bancário Tese de doutorado. Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis: 1998.
  • MINTZBERG, H. The case for corporate social responsibility. Journal of Business Strategy, v. 4, n. 2, p. 3-15, 1983.
  • NALBANDIAN, J. Facilitating community, enabling democracy: new roles for local government managers. Public Administration Review, v. 59, n. 3, p. 187-197, 1999.
  • NASI et al. The evolution of corporate social responsiveness. Business and Society, v. 36, n. 3, p. 296-321, 1997.
  • ONG gaúcha estimula voluntariado nas escolas. Gazeta Mercantil, São Paulo: 05 de março, 2002.
  • PORTER, M., KRAMER, M. Philantropy’s new agenda: creating value. Harvard Business Review, v. 77, n. 6, p. 121-130, Nov-Dec 1999. PORTER, M., KRAMER, M. The competitive advantage of corporate philantropy. Harvard Business Review, v. 80, n. 12, p. 56-67, Dec 2002.
  • PUTNAM, R. Bowling alone. Journal of Democracy, v. 6, n. 1, p. 65-78, 1995.
  • RAMOS, A. G. A nova ciência das organizações: uma reconceitualização da riqueza das nações. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1989.
  • RELATÓRIO ANUAL 2004. Porto Alegre: Parceiros Voluntários, 2004.
  • RICHARDSON, R. Pesquisa social. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.
  • ROBERTS, N. Public deliberation in an age of direct citizen participation. American Review of Public Administration, v. 34, n. 4, p. 315-353, 2004.
  • SALM, J. F. Paradigmas na formação de administradores: frustrações e possibilidades. Universidade & Desenvolvimento, v.1, n.2, p. 18-42, 1993.
  • SEGAWA, S., SEGAL, E. Common interest, common good: creating value through business and social sector partnerships. California Management Review, v. 42, n. 2, p. 105-122, 2000.
  • SETHI, S. P. Dimensions of corporate social performance: an analytical framework. California Management Review, v. 17, n. 3, p. 58-64, 1975.
  • SIMON, H. Comportamento administrativo. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1965.
  • TENÓRIO, F. G., ROZENBERG, J. E. Gestão pública e cidadania: metodologias participativas em ação. Cadernos Gestão Púbica e Cidadania, v. 7, 1997.
  • TOMEI, P. A. Responsabilidade social da empresa: analise qualitativa da opinião do empresariado nacional. Revista de Administração de Empresas, v. 24, n. 4, p. 189-202, 1984.
  • WHITAKER, G. P. Coproduction: citizen participation in service delivery. Public Administration Review, v. 40, n. 3, p. 240-246, 1980.
  • WISE, L. R. Bureaucratic posture: on the need for a composite theory of bureaucratic behavior. Public Administration Review, v. 64, n. 6, p. 669-680, 2004.
  • YIN, R. Case study research. 2nd ed. Thousand Oaks: Sage Publications, 1994.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Out 2014
  • Data do Fascículo
    Jun 2006
Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia Av. Reitor Miguel Calmon, s/n 3o. sala 29, 41110-903 Salvador-BA Brasil, Tel.: (55 71) 3283-7344, Fax.:(55 71) 3283-7667 - Salvador - BA - Brazil
E-mail: revistaoes@ufba.br