Teoria da delimitação de sistemas sociais em duas unidades da Uni-Yôga

Theory of the delimitation of social systems in two units of Uni-Yôga

ARTIGOS

Teoria da delimitação de sistemas sociais em duas unidades da Uni-Yôga

Theory of the delimitation of social systems in two units of Uni-Yôga

Sérgio Luís Boeira^I; Daniele Mudrey^II

^IDoutor em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Professor da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Endereço: Av. Osni João Vieira, 615 apto. 901. São José/ SC. CEP: 88101-270. E-mail: [e-mail] ^IIMestre em Administração pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Professora da Faculdade

RESUMO

Este artigo condensa os principais aspectos abordados numa dissertação cujo objetivo geral foi compreender como se manifestam os valores associados à racionalidade instrumental e à racionalidade substantiva na cultura de duas unidades da rede Uni-Yôga, situadas na cidade de Ponta Grossa (PR) e São José (SC). Para tanto, desenvolveu-se um estudo de caso múltiplo, exploratório, com base em dados qualitativos e quantitativos (aplicação de questionário, observação direta e entrevistas em profundidade, semi- estruturadas) com base na teoria da delimitação de sistemas sociais (GUERREIRO RAMOS,1981). Fez-se uma pesquisa documental e bibliográfica a respeito dos conceitos relaciona- dos aos valores ocidentais e orientais que permeiam a cultura da rede Uni-Yôga – uma organização brasileira sem fins lucrativos, administrada de forma participativa, que tem obtido grande sucesso, congregando mais de duzentas unidades, no Brasil e no exterior. Concluiu-se que as três categorias principais da teoria da delimitação de sistemas sociais – economia, fenonomia e isonomia – são fundamentais para a compreensão da cultura das duas unidades da rede, e que as realidades às quais se referem tais categorias estão relacionadas de forma complexa.

Palavras-chave: Racionalidade instrumental. Racionalidade substantiva. Sistemas sociais.

ABSTRACT

This article condenses the main points raised in a dissertation whose general aim was to understand how to express the values associated with instrumental rationality and substantive rationality in the culture of two centers of the network Uni-Yoga, located in the cities of Ponta Grossa (PR) and São José (SC). To do this, a multiple exploratory case study was developed based on qualitative and quantitative data (application of a questionnaire, direct observation and interviews in depth, semi-structured) based on the theory of the delimitation of social systems (GUERREIRO RAMOS, 1981). There was a search for documents and literature about the concepts related to Western and Eastern values that permeate the culture of the network Uni-Yoga – a Brazilian non-profit organization, managed in a participatory manner. It has achieved great success bringing together more than two hundred centers in Brazil and abroad. It was concluded that the three main categories of the theory of the division of systems – economy, phenonomy and isonomy – are fundamental to understanding the culture of the two centers of the network, and that the realities to which such categories refer are linked in a complex way.

Keywords: Instrumental rationality; substantive rationality; social systems

Texto completo disponivel apenas em PDF.

Full text avaliable only in PDF

Referências

ALBANESE, M. Índia antiga. Grandes civilizações do passado. Barcelona: Ed. Folio, 2006.

BOEIRA, S. L.; VIEIRA, P. F. H. Estudos organizacionais: dilemas paradigmáticos e abertura interdisciplinar. In: GODOI, C. K.; BANDEIRA-DE-MELLO, R.; SILVA, A. B. (Orgs.). Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva, 2006.

CALDAS; M.; FACHIN, R; FISCHER, T.(Orgs.). Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 1999. Vol. 1

. Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 2001. Vol. 2.

. Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 2004. Vol. 3. CHANLAT, J.F.; FACHIN, R.; FISCHER, T. (Orgs.). Análise das organizações: perspectivas latinas. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006. Vol. 1.

. Análise das organizações: perspectivas latinas. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007. Vol. 2.

CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1999. DeROSE, L. S. Questionando o yoga. São Paulo: Editora Parma, 1986.

. Programa do curso básico de yôga. 5ª ed. São Paulo: União Nacional de Yôga, 1995a

. Faça Yôga antes que você precise. São Paulo: Editora União Nacional de Yôga, 1995b.

. Yôga: mitos e verdades. São Paulo: Uni-Yôga, 1996.

. Origens do yôga antigo. São Paulo: Nobel, 2005. DUMONT, L. Homo aequalis. Madri: Taurus, 1982.

. O individualismo. Rio de Janeiro: Rocco, 1985.

. Homo hierarchicus: o sistema das castas e suas implicações. São Pau- lo: EDUSP, 1986.

ELIADE, M. Yoga: imortalidade e liberdade. São Paulo: Palas Athena, 1996.

ELIAS, N. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994.

ETKIN, J. R. Gestión de la complejidad en las organizaciones. La estrategia frente a lo imprevisto y lo impensado. Oxford University Press, 2003.

FRANÇA FILHO, G. C. Para um olhar epistemológico da administração: problematizando o seu objeto. In: SANTOS, Reginaldo S. (Org). A administração política como campo do conhecimento. Salvador: Edições Mandacaru, Universidade Federal da Bahia, 2004.

GUERREIRO RAMOS, A. A nova ciência das organizações: uma reconheceituação da riqueza das nações. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1981.

GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63, mar./abr, 1995.

JUNG, C. G. Tipos psicológicos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976.

LEIS, H. A modernidade insustentável: as críticas do ambientalismo à sociedade contemporânea. Petrópolis: Vozes; Florianópolis: Ed. da UFSC, 1999.

MARTIN, J.; FROST, P. Jogos de Guerra da cultura organizacional: a luta pelo do- mínio intelectual. In: CALDAS; M.; FACHIN, R; FISCHER, T. (Orgs.). Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 2001.

MASCARENHAS, A.; KUNDA, G.; VASCONCELOS, I. Cultura organizacional e antro- pologia interpretativa: ultrapassando a abordagem de integração na pesquisa e na prática. In: VASCONCELOS, F.; VASCONCELOS, I. (Orgs.). Paradoxos organizacionais: uma visão transformacional. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

MINAYO, M. O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. 8ª ed. São Paulo: Hucitec, 2004.

MOREIRA, D. A. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.

MORIN, E. Ciência com consciência. 2ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. PAES DE PAULA, A. P. Guerreiro Ramos: resgatando o pensamento de um sociólogo crítico das organizações. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS ORGANIZACIONAIS, 3, 2004, Anais... (CD-ROM), Atibaia, de 6 a 8 de junho, 2004.

SANTOS, S. Escala evolutiva. Sistema de avaliação e hierarquia da Universidade de Yôga. 5ª ed. São Paulo: Editora Uni-Yôga, 1995b.

. Yôga, Sámkya e Tantra. 4ª ed. São Paulo: Editora Uni-Yôga, 1995a. SERVA, M. A racionalidade substantiva demonstrada na prática administrativa. RAE -Revista de administração de empresas. São Paulo, v. 37, n.2, p. 18-30, 1997.

. Racionalidade e organizações: o fenômeno das organizações substanti- vas. 1996. 633p. Tese (Doutorado em Administração) – Fundação Getulio Vargas, São Paulo, 1996.

WEIL, P. Nova linguagem holística: pontas sobre as fronteiras das ciências físicas, biológicas, humanas e as tradições espirituais. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1987.

YIN, R. Estudo de caso. Planejamento e métodos. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

Artigo recebido em 22/04/2009. Artigo, aprovado, na sua versão final, em 29/01/2010.

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  05 Set 2014
• Data do Fascículo
  Mar 2010

Histórico

• Aceito
  29 Jan 2010
• Recebido
  22 Abr 2009