Acessibilidade / Reportar erro

Musgos (Bryophyta) da microrregião do Salgado Paraense e sua utilização como possíveis indicadores de ambientes perturbados1 1 Parte da dissertação de Mestrado da primeira Autora, apresentada a Coordenação de Botânica do MPEG.

Mosses (Bryophyta) of the micro-region of Salgado Paraense and its use as possible indicators of disturbed ambient

RESUMO

Foi realizado um estudo dos musgos ocorrentes em diferentes ecossistemas da microrregião do Salgado Paraense, visando determinar a riqueza, registrar os tipos de ecossistemas e substratos de ocorrência das espécies, identificar algumas destas como indicadoras de ambientes perturbados e ampliar o conhecimento da brioflora do estado do Pará. Foram registradas 38 espécies de musgos, distribuídas em 21 gêneros e 11 famílias. A riqueza de espécies foi relativamente baixa, levando-se em consideração a grande quantidade de amostras analisadas (558). Calymperes afzelii, C. erosum, C. lonchophyllum, C. palisotii, Octoblepharum albidum var. albidum, O. pulvinatum, Sematophyllum subsimplex, Splacnobryum obtusum e Taxithelium planum foram as que apresentaram melhor adaptação a condições adversas. Sugere-se que estas espécies podem ser potencialmente utilizadas como indicadoras de ambientes perturbados. Entretanto, todas as espécies ocorrentes nos oito municípios desta microrregião estão adaptadas a um complexo de fatores ambientais e encontram as condições necessárias e favoráveis à sua manutenção e reprodução.

Palavras-chave:
briófitas; brioflora; Pará; ecossistemas; riqueza de espécies

ABSTRACT

A study of the mosses in different ecosystems of the micro-region of the Salgado Paraense, northeastern State of Pará, was carried out. This study aimed to determine species richness, the ecosystem types and the substrates of occurrence of the species, as well as to identify species as indicators of disturbed environments and to increase to the knowledge of the bryoflora of Pará. This inventory recorded 38 moss species, distributed in 21 genera and 11 families. The species richness was relatively low, considering the large number of examined specimens (558). Calymperes afzelii, C. erosum, C. lonchophyllum, C. palisotii, Octoblepharum albidum var albidum, O. pulvinatum, Sematophyllum subsimplex, Splacnobryum obtusum and Taxithelium planum were better adapted to adverse conditions. Potentially, these species could be used as indicators of disturbed environments. However, all the species collected in the eight municipalities are adapted to a combination of environmental factors and find the necessary and favorable conditions for their maintenance and reproduction.

Key words:
Bryophytes; Bryoflora; ecossystems; Pará; species richness

Texto completo disponível apenas em PDF.

  • 1
    Parte da dissertação de Mestrado da primeira Autora, apresentada a Coordenação de Botânica do MPEG.

AGRADECIMENTOS

À Dra. Anna Luíza Ilkiu-Borges pela tradução do resumo para o inglês; ao Marcelo Thales pela confecção do mapa da microrregião do Salgado Paraense e ao CNPq pela concessão da bolsa de mestrado à primeira autora.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Bastos, M. N. C.; Santos, J. U. M.; Amaral, D. D. & Neto, S. V. C. 2001. Alterações ambientais na vegetação litorânea do nordeste do Pará. In: Prost, M. T.; Mendes, A. C. (ed.). Ecossistemas costeiros: impactos e gestão ambiental. MPEG, Belém. Pp. 28-38.
  • Buck, W. R. & Goffinet, B. 2000. Morphology and classification of mosses. In: Shaw, A. J. & Goffinet, B. (eds.). Bryophyte biology. Vol. 3. University Press, Cambridge. Pp. 71-123.
  • Costa, D. P. & Yano, O. 1998. Briófitas da Restinga de Macaé, Rio de Janeiro, Brasil. Hoehnea 25(2): 99-119.
  • Frahm, J.-P. & Kirchhoff, K. 2002. Antifeeding effects of bryophyte extracts from Neckera crispa and Porella obtusata against the slug Arion lusitanicus. Cryptogamie, Bryologie 23(3): 271-275.
  • Germano, S. R. & Pôrto, K. C. 1998. Briófitas epíxilas de uma área remanescente de Floresta Atlântica (Timbaúba-PE, Brasil). Acta Botanica Brasilica 3(1): 53-66.
  • Gradstein, S. R. 1992. The vanishing tropical rain forest. As environment for bryophytes and lichens. In: Bates, J. W.; Farmer, A. M. (ed.). Bryophytes and lichens in a chaging environment. Claredon Press, Oxford. Pp. 234-258.
  • ______. 1997. The taxonomic diversity of Epiphyllous Bryophytes. Abstracta Botanica 21 (1): 15-19.
  • ______; Churchill, S. P. & Salazar-Allen, N. 2001. Guide to the bryophytes of tropical America. Memoirs of The New York Botanical Garden 86: 1-577.
  • Lisboa, R. C. L. 1993. Musgos acrocárpicos do estado de Rondônia. Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 272p.
  • ______& Ilkiu-Borges, A. L. 1995. Diversidade das Briófitas de Belém (PA) e seu potencial como indicadoras de poluição urbana. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Botânica 11(2): 199-225.
  • ______& Ilkiu-Borges, A. L. 1997. A família Splachnobryaceae (Bryophyta) no estado do Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Botânica 13(2): 103-111.
  • ______ & Ilkiu-Borges, A. L. 2001. Briófitas de São Luís do Tapajós, município de Itaituba, com novas adições para o estado do Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Botânica 17(1): 75-91.
  • ______ & Ilkiu-Borges, A. L. 2007. Uma nova avaliação da brioflora da Reserva do Mocambo, Belém (PA) In: Gomes, J. I. (org.). Mocambo: diversidade e dinâmica biológica da Área de Pesquisa Ecológica do Guamá (APEG). Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém. Pp. 149-174.
  • ______ & Ilkiu-Borges, F. 1996. Briófitas da Serra dos Carajás e sua possível utilização como indicadoras de metais. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Botânica 12(2): 161-181.
  • ______; Lima, M. J. L. & Maciel, U. N. 1999. Musgos da Ilha de Marajó-II- Anajás Pará, Brasil. Acta Amazonica 29(2): 201-206.
  • ______ & Maciel, U. N. 1994. Musgos da Ilha de Marajó-I-Afuá, Pará. Boletim Museu Paraense Emílio Goeldi, série Botânica 10(1): 43-56.
  • ______; Muniz, A. C. M. & Maciel, U. N. 1998. Musgos da Ilha de Marajó-III-Chaves (Pará). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Botânica 14(2): 117-125.
  • ______ & Nazaré, J. M. M. de. 1997. A flora briológica.In: Lisboa, P. L. B. (org.). Caxiuanã. Vol. 4. CNPq/MPEG, Belém. Pp. 223-235.
  • Marinho, R. S; Ferreira, A. L. O.; Costa, B. M. N. & Barbosa, E. J. S. 2004. Aspectos geográficos da zona costeira paraense: o caso do município de Salinópolis. VI CNBG. UERJ. Disponível em <:http://www.igeo.uerj.br/VICBG2004/Eixo2/E2_112.htm>. Acesso em: 1/XI/2005.
    » http://www.igeo.uerj.br/VICBG2004/Eixo2/E2_112.htm
  • Meteoropará, Classificação Climática do Pará (Método de Köppen). Disponível em: <http:/www.meteoropara.hpg.ig.com.br/matdidatico/classificacao.htm>. Acessado em: 29 de outubro de 2005. 29/X/2005.
    » http:/www.meteoropara.hpg.ig.com.br/matdidatico/classificacao.htm
  • Moraes, E. N. R. & Lisboa, R. C. L. 2006. Inventário dos musgos (Bryophyta) da Serra dos Carajás, estado do Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Ciências Naturais 2(1): 39-68.
  • Pócs, T. 1996. Epiphyllous liverworts diversity at worldwide level and its threat and conservation. Anales Instituto Biologia Universidade Nacional Autónoma México, Série Botânica 67(1): 109-127.
  • Pôrto, K. C. 1996. Briófitas. In: Sampaio, E. V. S. B.; Mayo, S. J. & Barbosa, M. R. V. (eds.). Pesquisa botânica nordestina: progresso e perspectivas. Sociedade Botânica do Brasil/Seção Regional de Pernambuco, Recife. Pp. 97-109.
  • Rao, D. N. 1982. Bryophyte ecology. In: Smitth, A. G. E. (ed.). Responses of bryophytes to air pollution. New York. Pp. 445-472.
  • Reese, W. D. 1993. Calymperaceae. Flora Neotropica Monograph 58: 1-102.
  • Richards, P. W. 1984. The Ecology of Tropical Forest Bryophytes. In: Schuster, R. M. New Manual of Bryology, Nichinan: The Hattori Botanical Laboratory 2: 1233-1269.
  • Robbins, R. G. 1952. Bryophyta ecology of a dune area in New Zealand. Vegetation, Acta Geobotanica 4: 1-131.
  • Salomão, R. de P.; Nepstad, D. C. & Vieira, I. C. G. 1996. Como a biomassa de florestas tropicais influi no efeito estufa? Ciência Hoje 21(123): 38-47.
  • Santos, R. C. P & Lisboa, R. C. L. 2003. Musgos (Bryophyta) do nordeste paraense, Brasil - 1. Zona Bragantina, microrregião do Salgado e município de Viseu. Acta Amazonica 33(3): 415-422.
  • Scott, G. A. M. 1982. Desert Bryophytes. In: Smith, A.J.E. (ed.). Bryophyte Ecology. Chapman & Hall, London. Pp. 105-122.
  • SEPOF - Secretaria Executiva de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças. 2005. Estatística Municipal - microrregião do Salgado. Governo do Estado do Pará, Belém. Disponível em: <http://www.sepof.pa.gov.br/microrregiao.cfm#salgado> Acesso em: 14/I/2006.
    » http://www.sepof.pa.gov.br/microrregiao.cfm#salgado
  • Sergio, C. & Bento-Pereira, F. 1981. Liquenes e briófitos como bioindicadores da poluição atmosférica. Boletim da Sociedade Broteriana, Ser. 2, 54: 291-303.
  • Shaw, A. J. & Goffinet, B. (eds.). 2000. Bryophyte biology. Cambridge University Press, Cambridge, 476p.
  • Souza A. P. S. & Lisboa R. C. L. 2005. Musgos (Bryophyta) na ilha Trambioca, Barcarena, PA. Acta Botanica Brasilica 19(3): 487-492.
  • Visnadi, S. R. 2004. Briófitas de praias do estado de São Paulo, Brasil. Acta Botânica Brasilica 18(1): 91-97.
  • Vitt, D. H. 1984. Classification of the Bryopsida. In: Shuster, R. W. (ed.). New manual of bryology. Nichinan. The Journal Hattori Botanical Laboratory 2: 696-759.
  • Wagner, D. K. 1995. Mesos e microrregiões formam um grande estado. Nosso Pará 2: 12-13.
  • Yano, O. 1981. A checklist of Brasilian mosses. The Journal Hattori Botanical Laboratory 50: 279-456.
  • ______.1989. An additional checklist of Brazilian Bryophytes. Journal Hattori Botanical Laboratory 66: 371-434.
  • ______.1995. A new additional checklist of Brazilian Bryophytes. The Journal Hattori Botanical Laboratory 78: 137-182.
  • ______.1996. A checklist of Brazilian Bryophytes. Boletim do Instituto de Botânica 10: 47-232.
  • ______.2006. Novas adições ao catálogo de briófitas brasileiras. Boletim do Instituto de Botânica 17: 1-42.
  • Zartman, C. E. 2003. Habitat fragmentation impacts on epiphyllous bryophyte communities in central amazonia. Ecology 84(4): 948-954.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2008

Histórico

  • Recebido
    Out 2007
  • Aceito
    Abr 2008
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br