Acessibilidade / Reportar erro

Chuva de sementes em uma área de vegetação de Caatinga no estado de Pernambuco

Seed rain in an area of Caatinga vegetation in Pernambuco State

RESUMO

Este estudo descreve a composição e a densidade da chuva de sementes em um hectare de vegetação de Caatinga. Quarenta coletores de semente, de 0,25 m2 cada, foram instalados e visitados mensalmente por um ano. Foram depositadas 76 sementes/m2 e 26 espécies. Os indivíduos de Tillandsia spp. (Bromeliaceae) contribuíram com a maioria (49%) das sementes. Não houve correlação estatística entre a densidade de deposição de sementes e a precipitação mensal. A autocoria prevaleceu nas sementes de plantas lenhosas (árvores e arbustos).

Palavras-chave:
semi-árido; síndromes de dispersão; sazonalidade

ABSTRACT

The current study describes the composition and density of seed rain in one hectare of Caatinga vegetation. Forty seed traps of 0.25 m2 each were set, and visited monthly during one year. Were sampled 76 seeds m2 and 26 species. Tillandsia spp. (Bromeliaceae) contributed with the majority (49%) of seed deposition. There was no significative correlation between density of deposition of seeds and precipitation monthly. The seeds of woody plants (tree and bushes) were preferentially autochoric.

Key words:
semi arid; seed dispersal; seasonality

Texto completo disponível apenas em PDF.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Alcoforado-Filho, F. G.; Sampaio, E. V. S. B. & Rodal, M. J. N. 2003. Florística e fitossociologia de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru, Pernambuco. Acta Botanica Brasilica 17: 289-305.
  • Araújo, E. L. 1998. Aspectos da dinâmica populacional de duas espécies em floresta tropical seca (Caatinga) no Nordeste do Brasil. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 78p.
  • Araújo, F. S.; Costa, R. C.; Figueiredo, M. A. & Nunes, E. P. 2005. Vegetação e flora fanerogâmica da área Reserva Serra das Almas, Ceará. In: Araújo, F. S.; Rodal, M. J. N.; Barbosa, M. R. V. (orgs.). Análise das variações da biodiversidade do bioma Caatinga: suporte a estratégias regionais de conservação. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. Pp. 93-122.
  • Araújo, M. M.; Longhi, S. J.; Barros, T. L. C. & Brena, D. A. 2004. Caracterização da chuva de sementes, banco de sementes do solo e banco de plântulas em floresta estacional decidual ripária Cachoeira do Sul, RS, Brasil. Scientia Forestalis 66: 128-141.
  • Ayres, M.; Ayres Jr., M.; Ayres, D. L. & Santos, A. S. 2000. BioEstat 2.0: Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biológicas e médicas. Sociedade Civil Mamirauá/MCT-CNPq, Brasília, 250p.
  • Barbosa, D. C. A.; Barbosa, M. C. A. & Lima, L. C. M. 2003. Fenologia de espécies lenhosas da caatinga. In: Leal, I. R.; Tabarelli, M. & Silva, J. M. C. (orgs.). Ecologia e conservação da caatinga. Editora Universitária da UFPE, Recife. Pp. 657-693.
  • ______; Hamburgo-Alves, J. L.; Prazeres, S. M. & Paiva, A. M. A. 1989. Dados fenológicos de 10 espécies arbóreas de uma área de Caatinga (Alagoinha - PE). Acta Botanica Brasilica 3: 109-117.
  • ______; Silva, P. G. G. & Barbosa, M. C. A. 2002. Tipos de frutos e síndromes de dispersão de espécies lenhosas da Caatinga de Pernambuco. In: Tabarelli, M. & Silva, J.M.C. (orgs.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, Fundação Joaquim Nabuco e Editora Massagana, Recife. Pp. 609-621.
  • Barroso, G. M.; Amorim, M. P.; Peixoto, A. L. & Ichaso, C. L. F. 1999. Frutos e sementes: morfologia aplicada a sistemática de dicotiledôneas. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 443p.
  • Carrière, S. M.; André, M.; Letourmy, P.; Olivier, I. & McKey, D. B. 2002. Seed rain beneath remnant trees in a slash-andburn agricultural system in southern Cameroon. Journal of Tropical Ecology 18: 353-374.
  • Costa, R. C. & Araújo, F. S. 2003. Densidade, germinação e flora do banco de sementes no solo, no final da estação seca, em uma área de Caatinga, Quixadá, CE. Acta Botanica Brasilica 17: 259-264.
  • Cronquist, A. 1981. An integrated system of classification of flowering plants. Columbia University Press, New York, 1262p.
  • Cubiña, A. & Aide, M. T. 2001. The effect of distance from forest edge on seed rain and soil seed bank in a tropical pasture. Biotropica 33: 260-267.
  • Du, X.; Guo, Q.; Gao, X.; Na, K. 2007. Seed rain, soil seed bank, seed loss and regeneration of Castanopsis fargesii (Fagaceae) in a subtropical evergreen broad-leaved forest. Forest Ecology and Management 238: 212-219.
  • Embrapa. 2003. Disponível em http://www.cnps.embrapa.br Acesso em: 10 jul. 2003.
    » http://www.cnps.embrapa.br
  • Gentry, A. H. 1983. Dispersal ecology and diversity in Neotropical forest communities. Sonderband Naturwissenschaftlicher Verein Hamburg 7: 303-314.
  • Griz, L. M. S. & Machado, I. C. S. 1998. Aspectos morfológicos e síndromes de dispersão de frutos e sementes na Reserva Ecológica de Dois Irmãos. In: Machado, I. C.; Lopes, A. V. & Pôrto, K. C. (orgs.). Reserva Ecológica de Dois Irmãos: estudos em um remanescente de Mata Atlântica em área urbana (Recife-Pernambuco-Brasil). Editora Universitária da UFPE, Recife. Pp. 197-224.
  • ______ & Machado, I. C. S. 2001. Fruiting phenology and seed dispersal syndromes in caatinga, a tropical dry forest in northeast of Brazil. Journal of Tropical Ecology 17: 303-321.
  • Grombone-Guaratini, M. T. & Rodrigues, R. R. 2002. Seed bank and seed rain in a seasonal semi-decidous forest in south-eastern Brazil. Journal of Tropical Ecology 18: 137-148.
  • Hardesty, B. D. & Parker, V. T. 2002. Community seed rain patterns and a comparison to adult community structure in a West African tropical forest. Plant Ecology 164: 49-64.
  • Howe, H. F. & Smallwood, J. 1982. Ecology of the seed dispersal. Annual Review of Ecology and Systematic 13: 201-228.
  • Hubbell, S. P. 1979. Tree dispersion, abundance and diversity in a tropical dry forest. Science 203: 1299-1309.
  • Jackson, J. F. 1981. Seed size as a correlate of temporal and spatial patterns of seed fall in a Neotropical forest. Biotropica 13: 121-130.
  • Kennard, D. K.; Gould, K.; Putz, F. E. & Morales, F. 2002. Effect of disturbance intensity on regeneration mechanisms in a tropical dry forest. Forest Ecology and Management 162: 197-208.
  • Khurana, E. & Singh, J. S. 2001. Ecology of seed and seedling growth for conservation and restoration of tropical dry forest: a review. Environmental Conservation 28: 39-52.
  • Lima, A. L. A. 2007. Padrões fenológicos de espécies lenhosas e cactáceas em uma área do semi-árido do nordeste do Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 71p.
  • Lyaruu, H. V. M. 1999. Seed rain and its role in the recolonization of degraded hill slopes in semi-arid central Tanzania. African Journal of Ecology 37: 137-148.
  • Machado, I. C. S.; Barros, L. M. & Sampaio, E. V. S. B. 1997. Phenology of caatinga species at Serra Talhada, Northeastern Brazil. Biotropica 29: 57-68.
  • ______ & Lopes, A. V. 2004. Floral traits and pollination systems in the caatinga, a Brazilian tropical dry forest. Annals of Botany 94: 365-376.
  • Mamede, M. A. & Araújo, F. S. 2008. Effects of slash and burn practices on a soil seed bank of caatinga vegetation in Northeastern Brazil. Journal of Arid Environments 72: 458-470.
  • Marimon, B. S. & Felfili, J. M. 2006. Chuva de sementes em uma floresta monodominante de Brosimum rubescens Taub. em uma floresta mista adjacente no Vale do Araguaia, MT, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20: 423-432.
  • Ministério da Agricultura. 2003. Disponível em: http://masv54.agricultura.gov.br/rna Acesso em 12 fev. 2003.
    » http://masv54.agricultura.gov.br/rna
  • Mooney, H. A.; Bullock, S. H. & Medina, E. 1995. Introduction. In: Bullock, S. H.; Mooney H. A. & Medina, E. (eds.). Seasonally dry forests. Cambridge University Press, Cambridge. Pp. 1-8.
  • Mori, S. A.; Silva, L. A. M.; Lisboa, G. & Coradin, L. 1989. Manual de manejo do herbário fanerogâmico. Centro de Pesquisa do Cacau, Ilhéus, 104p.
  • Mostacedo, B. & Fredericksen, T. S. 2000. Manual de métodos básicos de muestreo y análisis en ecología vegetal. BOLFOR, Santa Cruz de La Sierra, 53p.
  • Muller-Dombois, D. & Ellemberg, H. 1974. Aims and methods of vegetation ecology. John Wiley and Sons, New York, 547p.
  • Pakeman, R. J. A & Small, J. L. A. 2005. The role of the seed bank, seed rain and the timing of disturbance in gap regeneration. Journal of Vegetation Science 16: 121-130.
  • Penhalber, E. F. & Mantovani, W. 1997. Floração e chuva de sementes em mata secundária em São Paulo, SP. Revista Brasileira de Botânica 20: 205-220.
  • Pennington, R. T.; Prado, D. E. & Pendry, C. A. 2000. Neotropical seasonally dry forests and quaternary vegetation changes. Journal of Biogeography 27: 261-273.
  • Pessoa, L. M. 2007. Variação espacial e temporal do banco de sementes de uma área de Caatinga no sertão de Pernambuco. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 45p.
  • Pivello, V. R.; Petenon, D. J.; Moraes, F.; Meirelles, S. T.; Vidal, M. M.; Alonso, R. A. S; Franco, G. A. D. C. & Metzger, J. P. 2006. Seed rain in Atlantic forest fragments (São Paulo State, SP, Brazil) with different connectivity, forest structure and distance to edge. Acta Botanica Brasilica 20: 845-859.
  • Rodal, M. J. N. ; Costa, K. C. C. ; Lins-e-Silva, A. C. B. 2008. Estrutura da Vegetação Caducifólia Espinhosa (Caatinga) de uma área do sertão central de Pernambuco. Hoehnea 35: 209-217
  • ______; Lins-e-Silva, A. C. B.; Pessoa, L. M & Cavalcanti, A. D. C. 2005. Vegetação e flora fanerogâmica da área de Betânia, Pernambuco. In: Araújo, F. S.; Rodal, M. J. N.; Barbosa, M. R. V. (orgs.). Análise das variações da biodiversidade do bioma Caatinga: suporte a estratégias regionais de conservação. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. Pp. 141-168.
  • Schott, G. W. 1995. A seed trap for monitoring the seed rain in terrestrial communities. Canadian Journal of Botany 73: 794-796.
  • Simpson, R. L.; Leck, M. A. & Paker, T. 1989. Seed banks: general concepts and methodological issues. In: Leck, M. A.; Paker, T. & Simpson, R. L. (eds.). Ecology of soil seed banks. Academic Press, New York. Pp. 3-8.
  • Van der Pijl, L. 1982. Principles of dispersal in higher plants. Springer Verlag, New York, 215p.
  • Zar, J. H. 1996. Biostatistical analysis. 3rd ed. Prentice-Hall International Editions, New Jersey, 662p.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2008

Histórico

  • Recebido
    Jul 2007
  • Aceito
    Out 2008
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br