Acessibilidade / Reportar erro

MORFOANATOMIA DE ESPÉCIES BRASILEIRAS DE OXYPETALUM (ASCLEPIADOIDEAE-APOCYNACEAE)1 1 Parte da Tese de Doutorado do primeiro autor apresentada na UFRJ – Museu Nacional.

Morpho-anatomy of Brazilian species of Oxypetalum (Asclepiadoideae-Apocynaceae)

RESUMO

É apresentado o estudo morfoanatômico dos 25 táxons do gênero Oxypetalum, que reúne cerca de 130 espécies distribuídas na América Central e América do Sul. O presente trabalho apresenta a morfologia externa da flor juntamente com aspectos anatômicos, sob microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Presença de feixes bicolaterais, idioblastos cristalíferos e, nas regiões intersepalares, de coléteres são assinaladas. A corona consiste de cinco segmentos parenquimatosos vascularizados ou não. No que concerne ao estabelecimento dos transladores (retináculo e caudículas), verifica-se que são formados pela substância viscosa exsudada pelas células secretoras que revestem a cabeça estilar. Esses resultados possibilitam uma melhor compreensão das características florais e reconhecimento dos táxons dentro do gênero, principalmente a partir das variações observadas na corona, polinários e apêndices estilares.

Palavras-chave:
morfologia; anatomia; coléteres e transladores; Asclepiadaceae; MEV

ABSTRACT

The morphoanatomical studies in 25 taxa of Oxypetalum are presented. The genus comprises about 130 species distributed in Central and South America. The external morphology of the flower was studied together with the anatomic and SEM analysis, to provide better understanding of these organs. The presence of bicollateral bundles, crystalliferous idioblasts and sepals with colleter was observed. The corona consists of five parenchymatous lobes with or without vascularization. The translators (retinaculum and caudicula) are formed from a viscous exsudate of the secretory cells which cover the stylar head. These results enhance the understanding of the floral characteristics and can be used towards the identification of the taxa within the genus, mainly considering the distinct morphology of corona, pollinaria and style appendage.

Key words:
morphology; anatomy; collecter and translators; Asclepiadaceae; SEM

Texto completo disponível apenas em PDF.

  • 1
    Parte da Tese de Doutorado do primeiro autor apresentada na UFRJ – Museu Nacional.

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelas bolsas concedidas aos autores. Ao Pesquisador Osnir Marquete, pelas microfotografias referentes aos aspectos anatômicos da flor. Aos ilustradores Paulo Ormindo e Aline Souza Lima. Ao biólogo Paulo Botelho de Macedo pela paciência e grande ajuda na arte gráfica. À bióloga Aline Cardoso Cerqueira pela ajuda nas atividades de laboratório. Ao Dr. Rodrigo Capaz pela versão em inglês do resumo. Ao Laboratório de Ultraestrutura Celular Hertha Meyer, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, CCS/UFRJ.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Appezzato-da-Glória, B. & Estelita, M. E. M. 2000. Development, structure and distribution of colleters in Mandevilla illustris and M.velutina (Apocynaceae). Revista Brasileira Botânica 23(2): 113-120.
  • Arekal, G. D. & Ramakrishna, T. M. 1980. Extrafloral nectaries of Calotropis gigantea and Wattakaka volubilis Phytomorphology 30: 303-306.
  • Barroso, G. M.; Peixoto, A. L.; Costa, C. G.; Falcão, C. L. I.; Guimarães, E. F. &Lima, H. C. 1986. Sistemática de Angiospermas do Brasil 3. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. Pp. 16-52.
  • Barroso, G. M.; Morim, M. P.; Peixoto, A. L. & Ichaso, C. L. F. 1999. Frutos e sementes, morfologia aplicada à sistemática de Dicotiledôneas. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 441p.
  • Decaisne, J. 1844 Asclepiadaceae. In: Candolle, A. L. P. P. Prodromus systematis naturalis regni vegetabilis... Paris (Treuttel & Würtz), Strasbourg, London, 8: 490-665.
  • Endress, P. K. 1994. Diversity and evolutionary biology of tropical flowers. Cambridge University Press. Pp. 511.
  • ______ & Bruyns, P. V. 2000. A revised classification of Apocynaceae s.l. Botanical Review 66(1): 1-56.
  • Fahn, A. 1979. Secretory tissues in plants. Academia Press, London, 302p.
  • Fontella-Pereira, J. 1965. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, 2. Sellowia 17: 61-76.
  • ______. 1977. Revisão taxonômica do gênero Tassadia Decaisne (Asclepiadaceae). Arquivo Jardim Botânico Rio de Janeiro 21: 235-392.
  • ______ & Valente, M. C. 1969. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, IV. Espécies novas afins à Ditassa hastata Decne. Loefgrenia 31: 1-6.
  • ______ & Marquete, N. F. S. 1971. Estudos em Asclepiadaceae, II. Sobre a identidade de Bustelma warmingii Fourn Museu Botânico Municipal Curitiba 1: 1-6.
  • Fontella-Pereira, J. & Marquete, N. F. S. 1974. Estudos em Asclepiadaceae, V. Uma nova espécie de Blepharodon Decne. Boletim Museu Botânico 18:1-3.
  • ______ & ______. 1975. Estudos em Asclepiadaceae, VI. Uma nova espécie de Astephanus R.Br. Bradea 3: 9-12.
  • ______; Valente, M. C. & Alencastro, F. M. M. R. 1971. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, V. Estudo taxonômico e anatômico de Oxypetalum banksii Roem. & Schult. Rodriguésia 26(38): 261-282.
  • ______; ______ & Schwarz, E. A. 1984. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, XXI. Asclepiadaceae do município de Ouro Preto, estado de Minas Gerais - uma sinopse. Boletim Museu Botânico Kuhlmann 7(2): 63-127.
  • Fournier, E. 1885. Asclepiadaceae. In: Martius, C. F. P. von; Eichler, A. W. & Urban, I. Flora brasiliensis ... München, Wien, Leipzig, 6(4): 189-332.
  • Galil, J. & Zeroni, M. 1969. On the organization of the pollinium in Asclepiascurassavica Botanical Gazete 130(1): 1-4.
  • Hayat, M. A. 1981. Principles and techniques of eletron microscopy. Edward Arnold, London, 522p.
  • Hoehne, F. C. 1916. Monografia das Asclepiadaceae brasileiras (Monographia Asclepiadacearum Brasiliensium). Oxypetalum et Calostigma Comissão de Linhas Telegráficas, Estratégicas de Matto Grosso ao Amazonas. Publ. 38, fasc. 1: 1-131, et ibid Fasc. 2: 1-13.
  • Holmgren, P. K.; Holmgren, N. H. & Barnett, L. C. 1990. Index Herbariorum. Part. 1: The Herbario of the World Regnum vegetabile. 8ª ed. New York Botanical Garden, New York, 693p.
  • Johansen, D. 1940. Plant microtechnique. McGraw-Hill, New York, 523p.
  • Kunze, H. 1990. Morphology and evolution of the corona in Asclepiadaceae and related families. Tropische und Subtropische Pflanzenwelt 76: 1-49.
  • ______. 1991. Structure and function in asclepiad pollination. Plant Systematic Evolution 176: 227-253.
  • ______. 1996. Morphology of the stamen in the Asclepiadaceae and its systematic relevance. Botanische Jahrbücher für Systematik 118: 547-579.
  • Liede, S. 1996. Anther differentiation in the Asclepiadaceae - Asclepiadeae: form and function. In: W. G. D'Arcy & R. C. Keating (eds.). The anther: form, function and phylogeny. Cambridge University Press. Pp. 221-235.
  • ______ & Kunze, H. 1993. A descriptive system for corona analysis in Asclepiadaceae and Periplocacceae. Plant Systematic Evolution 185: 275-284.
  • ______ & Weberling, F. 1995. On the inflorescence structure of Asclepiadaceae. Plant Systematic Evolution 197: 99-109.
  • Luque, R.; Sousa, H. C. & Kraus, J. E. 1996. Métodos de coloração de Roeser (1972) modificado e Kropp (1972) visando a substituição do azul de astra por azul de alcião 8 G S ou 8 GX. Acta Botanica Brasilica 10(2): 199-212.
  • Malme, G. O. A. 1900a. Die Systematische Gliederung der Gattung Oxypetalum R. Br. Oefvers. Kongl. Svenska Vetenskaps-Akademiens Handlingar 7: 843-865.
  • ______. 1900b. Die Asclepiadaceen des Regnell'schen Herbars. Kongl. Svenska Vetenskaps-Akademiens Handlingar 34(7): 1-102.
  • ______. 1927. Asclepiadaceae Dusenianae in Paraná collectae. Arkiv för Botanik 21A(3): 1-48.
  • ______. 1939. Asclepiadaceae austroamericanae novae vel minus cognitae. Arkiv för Botanik 29A(13): 1-5.
  • Marquete, N. F. S. 2003. O gênero Oxypetalum R.Br. (Asclepiadoideae-Apocynaceae) no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Tese de Doutorado. Universidade Federal, 313p.
  • Marquete, N. F. S.; Fontella-Pereira, J & Valente, M. C. 2007. Asclepiadoideae (Apocynaceae) from southeastern Brazil. I. The genus Oxypetalum from Rio de Janeiro State, Brazil. Annals of the Missouri Botanical Garden 94(2): 435-462.
  • Metcalfe, C. R. & Chalk, L. 1965. Anatomy of Dicotyledons. Vol. 2. Asclepiadaceae. Claredon Press, Oxford. Pp. 917-925.
  • Meyer, T. 1944. Asclepiadaceae. In: Descole, H. R. Genera et species plantarum argentinarum. Vol. 2. Guilherme Kraft, Buenos Aires, 273p.
  • Occhioni, P. 1956. Contribuição ao estudo do gênero Oxypetalum, com especial referência às espécies do Itatiaia e Serra dos Órgãos. Arquivo Jardim Botânico Rio de Janeiro 14: 37-210.
  • Payne, W. W. 1978. A glossary of plant hair terminology. Brittonia 30(2): 239-255.
  • Puri, V. 1952. Placentation in Angiosperms. Botanical Review 18(9): 603-651.
  • Purvis, M.; Collier, D. & Walls, D. 1964. Laboratory techniques in botany. Butterworths, London, 371 p.
  • Rapini, A., Mello-Silva, R. & Kawasaki, M. L. 2001. Asclepiadoideae (Apocynaceae) da Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, Brasil. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 19: 55-169.
  • Rio, M. C. S.; Castro, M. M. & Kinoshita, L. 2002. Distribuição e caracterização anatômica dos coléteres foliares de Prestonia coalita (Vell.) Woodson (Apocynaceae). Revista Brasileira de Botânica 25(3): 339-340.
  • Rosatti, T. J. 1989. The genera of suborder Apocninéae (Apocynaceae and Asclepiadaceae) in the Southeastern United States. Journal Arnold Arbor 70: 443-514.
  • Sass, J. E. 1940. Elements of botanical microtechnique. McGraw-Hill, New York, London, 222p.
  • Schumann, K. 1895. Asclepiadaceae. In: Engler, H. G. A. & Prantl. K. A. E.(eds.). Die natürlichen flanzenfamilien ... Vol. 4. Leipzig (Wilhelm Engelmann). Pp. 189-306
  • Schwarz, E. A. & Furlan, A. 2002. Coléteres foliares de Oxypetalum R.Br. (Asclepiadoideae, Apocynaceae). Aspectos ultraestruturais e anatômicos úteis à taxonomia das espécies do estado do Paraná. Acta Biológica Paranaense 31(1,2,3,4): 79-97.
  • Silva, N. M. F. et al. Solereder, H. 1908. Systematic anatomy of Dicotyledons. Vol. I. Claredon Press, Oxford. Pp. 534-537.
  • Troll, J. 1964. Die Infloreszenzen. Vol. 1. Gustav Fischer Verlag, Stuttgart, 615p.
  • Valente, M. C. 1977. A flor de Oxypetalum banksii Roem. et Schult. subsp. banksii: Estudo de anatomia e vascularização (Asclepiadaceae). Rodriguésia 29(43): 161-284.
  • ______. 1995. Matelea maritima subsp. ganglinosa (Vell.) Font. Anatomia e vascularização floral (Asclepiadaceae). Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 33(1): 75-98.
  • ______; Fontella-Pereira, J. & Alencastro, F. M. M. R. 1971. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, VII. Estudos taxonômico e anatômico de Oxypetalum banksii Roem. et Schult. subsp. corymbiferum (Fourn.) Font. & Val., comb. nov Anais da Academia Brasileira de Ciência 43(1): 177-189.
  • Vieira, M. F. 1998. Biologia reprodutiva de espécies de Oxypetalum (Asclepiadaceae), na região de Viçosa, MG, Sudeste brasileiro. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas.
  • Weberling, F. 1989. Morphology of flowers and inflorescences. Univerty Press Cambridge, Cambridge, 405p.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2008

Histórico

  • Recebido
    Ago 2006
  • Aceito
    Mar 2008
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br