Acessibilidade / Reportar erro

Desenvolvimento inicial de Pleopeltis lepidopteris (Polypodiaceae-Polypodiopsida)1 1 Parte da dissertação de Mestrado de Daniela Viviani (Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal, UFSC).

Initial development of Pleopeltis lepidopteris (Langsd. & Fisch.) de la Sota

RESUMO

Frondes férteis de Pleopeltis lepidopteris (Langsd. & Fisch.) de la Sota foram coletadas em Florianópolis, SC. Esporos foram separados dos esporângios por filtragem em papel entretela e armazenados a 7 ± 1oC, esterilizados superficialmente e inoculados em frascos contendo 20 ml de meio mineral proposto por Mohr e modificado por Dyer, suplementado por Benlate® (25 mg.l-1). A germinação ocorreu em sala de cultivo a 25 ± 2ºC (30mmol m-2s-1) e fotoperíodo de 16 horas. Esporos de P. lepidopteris foram considerados potencialmente viáveis quando totalmente preenchidos com substâncias de coloração amarela. Os esporos são monoletes, com aproximadamente 40 x 62 µm, apresentando depósitos esféricos na superfície do perisporo papilada-granulada. Após 15 dias de inoculação de esporos, os gametófitos filamentosos apresentam uma célula rizoidal alongada, aclorofilada, uma fileira de quatro a sete células clorofiladas. Aos 30 dias a fase laminar espatulada está mais evidente e mostra um meristema apical central; após 45 dias os gametófitos são laminares e cordiformes; e após 120 dias de cultivo, o meristema apical é nítido enquanto tricomas unicelulares e estruturas reprodutivas são mais evidentes. Foi estudada a morfoanatomia de esporófitos de P. lepidopteris obtidos após a inoculação de esporos. A morfoanatomia das frondes de esporófitos jovens mostra que essa espécie apresenta escamas em ambas as faces das frondes, epiderme uniestratificada e mesofilo constituído por parênquima esponjoso. Estômatos do tipo anomocítico ocorrem na face abaxial e as células subsidiárias possuem paredes anticlinais sinuosas. O feixe vascular da raque é anficrival delimitado por endoderme.

Palavras-chave:
esporo; esporófito; gametófito; morfoanatomia; Pleopeltis lepidopteris

ABSTRACT

Spores of Pleopeltis lepidopteris (Langsd. & Fisch.) de la Sota were removed from fertile fronds collected in the isle of Santa Catarina, Brazil, separated from debris by filtering through lens paper and stored in glass jars at 7 ± 1ºC. Superficially sterilized spores were sown in bottles containing 20 ml of mineral medium as proposed by Mohr, modified by Dyer and supplemented with Benomyl (25 mg.l-1). The germination was conducted in growth room, at 25 ± 2ºC (30 mmol m-2s-1) and a 16 h-photoperiod. Spores of Pleopeltis lepidopteris considered to be viable were totally filled of yellow substances. The spores are monolete, with approximately 40 x 62 µm, and show spherical deposits in the smoothly papillate-granulate perispore. After 15 days of spore inoculation, the filamentous gametophyte present a long rhizoidal cell, without chlorophyll, a line of four to seven chlorophyllated cells; after 30 days, the spatulated laminar phase is more evident, and show a central apical meristem; after 45 days, the gametophyte are laminar and present the heart shape; after 120 days of culture the apical meristem is conspicuous; unicellular trichomes and reproductive structures are very evident. The morphoanatomy of the leaves of young sporophyte show scales in the frond faces, unistratified epidermis, the mesophyll consisted of a palisade and spongy parenchyma. The anomocytic stomata are presented in the abaxial frond face and the subsidiary cells show sinuous anticlinal walls. The rachis vascular anficrival tissue is delimited by the endoderm.

Key words:
gametophyte; morphoanatomy; Pleopeltis lepidopteris; spore; sporophyte

Texto completo disponível apenas em PDF.

  • 1
    Parte da dissertação de Mestrado de Daniela Viviani (Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal, UFSC).

AGRADECIMENTOS

Daniela Viviani agradece à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES a de bolsa de mestrado e Áurea Maria Randi agradece ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, a bolsa de produtividade em pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Ambrósio, S.T. & Barros, I.C.L. 1997. Pteridófitas de uma área remanescente de Floresta Atlântica do Estado de Pernambuco, Brasil. Acta Botanica Brasilica 11: 105-113.
  • Barros, I.C.L.; Silva, A.J.R. & Silva, L.L.S. 1989. Levantamento florístico das pteridófitas ocorrentes na zona das caatingas do estado de Pernambuco, Brasil. Biologica Brasilica 1: 143-159.
  • Bozzola, J.J. & Russell, L.D. 1991. Electron microscopy. In: Bozzola, J. J. & Russell, L. D. (eds.) Principles and Techniques for Biologists. Jones & Bartlett, Boston. Pp. 40-61.
  • Bresolin, A. 1979. Flora da restinga da Ilha de Santa Catarina. Insula 10: 1-54.
  • Caruso, M.M.L. 1990. O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais. 2ª ed. Editora da UFSC, Florianópolis. 160p.
  • CECCA. 1997. Unidades de conservação e áreas protegidas da Ilha de Santa Catarina. Caracterização e Legislação. Ed. Insular, Florianópolis. 160p.
  • Chiou, W. & Farrar, D.R. 1997. Comparative gametophyte morphology of selected species of the family Polypodiaceae. American Fern Journal 87: 77-86.
  • CONAMA. 1999. Resolução 261, que trata dos estágios sucessionais de vegetação de restinga para o estado de Santa Catarina.CONAMA, Diário Oficial da União, Brasília. 12p.
  • Dyer, A.F. 1979. The culture of fern gametophytes for experimental investigation. In: Dyer A.F. (eds.).The experimental biology of ferns. Academic Press, London. Pp. 253-305.
  • Gazda, V.; Gomes-Carneiro, M.R.; Barbi, N.S. & Paumgartten, F.J.R. 2006. Toxicological evaluation of an ethanolic extract from Chiococca alba roots. Journal of Ethnopharmacology 105:187-195.
  • Graçano, D.; Azevedo, A.A. & Prado, J. 2001. Anatomia foliar das espécies de Pteridaceae do Parque Estadual do Rio Doce (PERD) - MG. Revista Brasileira de Botânica 24:333-347.
  • Jaramillo, I.R.; Pérez-García, B. & Mendoza, A. 1996. Desarrollo del gametófito y del esporófito joven de Niphidium crassifolium (Filicales: Polypodiaceae S. Str.). Revista de Biologia Tropical 44: 485-490.
  • Jaramillo, I.R.; Pérez-García, B. & Mendoza, A. 2003. Morfogénesis de los gametofitos de especies mexicanas de Pleopeltis (Polypodiaceae, subfamilia Pleopeltoideae). Revista de Biologia Tropical 51: 321-332.
  • Labiak, P.H. & Prado, J. 1998. Pteridófitas epífitas da Reserva Volta Velha, Itapoá, Santa Catarina, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 11: 1-79.
  • Lorscheitter, M.L.; Ashraf, A.R.; Windisch, P.G. & Mosbrugger, V. 2005. Pteridophyte spores of Rio Grande do Sul flora, Brazil. Part V. Palaeontographica 270:1-180.
  • Mohr, H. 1956. Die Abhängikeit des protonemawachstums und der protonemapolarität bei farnen von Licht. Planta 47: 127-158.
  • Nayar, B.K. & Kaur, S. 1969. Types of protalial development in homosporous ferns. Phytomorphology 19: 179-188.
  • Ogura, Y. 1972. Comparative anatomy of vegetative organs of the pteridophytes. Gebrüder Borntraeger, Berlin. 502p.
  • Pérez-García, B; Riba, R.; Mendoza, A. & Reyes, I.J. 1998. Compared gametophytic development of three species of Phlebodium (Polypodiaceae, S.Str.). Revista de Biologia Tropical 46: 1059- 1067.
  • Ramírez, R. & Pérez-García, B. 1998. Fase gametofítica del helecho Microgramma nítida (Polypodiaceae). Revista de Biologia Tropical 46: 587-593.
  • Ranal, M.A. 1993. Desenvolvimento de Polypodium hirsutissimum Raddi (Pteridophyta, Polipodiaceae) em condições naturais. Acta Botanica Brasilica 7: 3-15.
  • Salino, A. 2009. New combinations in Pleopeltis from southeastern Brazil. American Fern Journal 99: 106-108.
  • Sant'Anna, J.R de; Miguel O.G. & Alquini Y. 2001. Estudo morfo-anatômico de Trichipteris atrovirens (Langsd. et Fisch) Tryon. (Cyatheaceae). Revista Visão Acadêmica 2: 59-64.
  • Schwartsburd, P.B. 2006. Pteridófitas do Parque Estadual de Vila Velha, Paraná, Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
  • Smith, A.R.; Pryer, K.M.; Schuettpelz, E.; Korall, P.; Schneider, H & Wolf, P.G. 2006. A classification for extant ferns. Taxon 55: 705-731.
  • Sota, E.R. 1965. Las especies escamosas del género Polypodium L. (S.Str.) en Brasil. Revista del Museo de La Plata ( Botánica) 42: 243-271.
  • Strehl, T. & Miranda, A.L.B. 1997. Alguns aspectos da anatomia de Poypodium hirsutissimum Raddi (Pteridophyta - Polypodiaceae). Iheringia, Série Botânica 49: 21-32.
  • Taiz, L. & Zeiger, E. 2004. Fisiologia Vegetal. Artmed, Porto Alegre. 719p.
  • Tryon, R.M. 1972. Endemic areas and geographical speciation in tropical american ferns. Biotropica 4: 121-131.
  • Tryon, R.M. & Tryon, A.F. 1982. Ferns and allied plants with special reference to Tropical America. Springer-Verlag, New York. 857p.
  • Viviani, D. & Randi, A.M. 2008. Effects of pH, temperature and light on spore germination and growth analysis of young sporophytes of Polypodium lepdopteris (Pteridophyta, Polypodiaceae). Rodriguésia 59: 751-760.
  • Zuloaga, F. Morrone, O. & Belgrano, M. J. 2007. Novedades taxonómicas y nomenclaturales para la flora vascular del cono sur de sudamérica. Darwiniana 45: 236-241.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2009

Histórico

  • Recebido
    Ago 2008
  • Aceito
    Nov 2009
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br