Acessibilidade / Reportar erro

Desmodesmus e Scenedesmus (Scenedesmaceae, Sphaeropleales, Chlorophyceae) em ambientes aquáticos na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, Brasil1 1 Parte da dissertação de Mestrado do primeiro autor. Programa de Pós-Graduação em Botânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Desmodesmus and Scenedesmus (Scendesmaceae, Sphaeropleales, Chlorophyceae) in aquatic environments from the Coastal Plain of Rio Grande do Sul, Brazil

Resumo

Este estudo trata da flora de Desmodesmus An, Friedl & Hegew. e Scenedesmus Meyen, encontrada em lagoas isoladas, lagoas interligadas, banhados, açudes e ambientes lóticos da Planície Costeira do Rio Grande do Sul. A composição taxonômica e as relações entre a riqueza e a densidade com as variáveis temperatura e pH foram avaliadas. O estudo baseou-se em 41 amostragens efetuadas no outono (período de águas altas) e na primavera (período de águas baixas) de 2003. Treze espécies e três variedades de Desmodesmus, e duas espécies e uma variedade de Scenedesmus foram identificadas. Dentre essas espécies, quatro combinações novas (Desmodesmus granulatus (W.& G.S. West.) Hentschke & Torgan, D. heteracanthus (Guerr.) Hentschke & Torgan, D. microspina(Chod.) Hentschke & Torgan e D. spinoso-aculeolatus(Chod.) Hentschke & Torgan) são propostas. As maiores riquezas e densidades foram observadas onde o pH apresentou valor mais baixo. A média de densidade (ind.mL-1) de Desmodesmus e Scenedesmus na primavera foi significativamente maior que a média obtida no outono, devido provavelmente aos maiores valores de temperatura da água, como também à diminuição do nível de água, o que possibilitou a maior concentração de organismos.

Palavras-chave:
Chlorophyta; densidade; hidroperíodo; riqueza; taxonomia

Abstract

This study on the Desmodesmus An, Friedl & Hegew. and Scenedesmus Meyen flora was developed in isolated ponds, interlinked ponds, marshes, dams and lotic environments of the Rio Grande do Sul Coastal Plain. 41 samples collected in autumn and spring 2003 were analysed. 13 species and three varieties of Desmodesmus and two species and one variety of Scenedesmus were identified. Four new combinations were proposed: Desmodesmus granulatus (W. & G.S. West.) Hentschke & Torgan, D. heteracanthus (Guerr.) Hentschke & Torgan, D. microspina (Chod.) Hentschke & Torgan and D. spinoso- aculeolatus (Chod.) Hentschke & Torgan. The highest values of richness and density were observed in samples with lower pH. The average density (ind.mL-1) of Desmodesmus and Scenedesmus in spring was significantly higher than in autumn, probably due to higher water temperature and decreased water level, enabling a higher concentration of organisms.

Key words:
Chlorophyta; density; water pulse; richness; taxonomy

Texto completo disponível apenas em PDF.

  • 1
    Parte da dissertação de Mestrado do primeiro autor. Programa de Pós-Graduação em Botânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Referências

  • An, S.S.; Friedl, T. & Hegewald, E. 1999. Phylogenetic relationships of Scenedesmus and Scenedemus-like coccoid green algae as infered from ITS-2 rDNA sequence comparisons. Plant Biology 1: 418-428.
  • Bicudo, C.E.M. & Menezes, M. 2005. Gêneros de algas de águas continentais do Brasil (chave para identificação e descrições). Rima, São Carlos, São Paulo.
  • Fortes, D.F.; Torgan, L.C. & Júnior, A.S. 2003. Composição e variação sazonal do fitoplâncton (Clorophyta-Chlorococcales s.l) próximo à foz do Rio dos Sinos, em uma área pertencente ao Parque Estadual Delta do Jacuí, RS, Basil. Iheringia, Série Botânica 52: 103-129.
  • Garcia, M. & Vélez, E. 1995. Algas planctônicas da lagoa Emboaba, Planície Costeira do Rio Grande do Sul: Avaliação qualitativa. Boletim do Instituto de Biociências 54: 75-114.
  • Hegewald E. 1978. Eine neue unterleitung der gattung Scenedesmus Meyen. Nova Hedwigia 30: 343-376.
  • Hegewald, E. 1989. The Scenedesmus strains of the culture collection of the University of Texas at Austin (UTEX). Algological Studies 55: 153-189.
  • Hegewald, E. 2000. New combinations in the genus Desmodesmus (Chlorophyceae, Scenedesmaceae). Algological Studies 96: 1-18.
  • Hegewald, E. & Krienitz, L. 1993. Studies on Scenedesmus costato-granulatus var. elegans (Hortob.) Hegewald et Krienitz comb. Et stat. nov. Algological Studies 70: 1-10.
  • Hegewald, E.; Schmidt, A. & Schnepf, E. 2001. Revision der lateral bestachelten Desmodesmus-Arten. 1. Desmodesmus subspicatus (R. Chod.) E. Hegew. Et A. Schmidt. Algological Studies 101: 1-26.
  • Hegewald, E. & Silva, P. C. 1988. Annotated catalogue of Scenedesmus and nomenclaturally related genera, including original descriptions and figures. Bibliotheca Phycologica 80. J. Cramer, Stuttgart. 587p.
  • Hegewald, E. & Wolf, M. 2003. Phylogenetic relationships of Scenedesmus and Acutodesmus (Chlorophyta, Chlorophyceae) as infered from 18S rDNA and ITS-2 sequence comparisons. Plant Systematics and Evolution 241: 185-191.
  • Hindàk, F. 1990. Studies on the Chlorococcal algae (Chlorophyceae) V. Slovak Academy of Sciences, Bratislava. 225p.
  • Komàrek, J. & Fott, B. 1983. Chlorophyceae - Chlorococcales In: Huber-Pestalozzi, G. Das Phytoplankton des Süsswassers. Systematik und Biologie Pt 7. E. Schweizerbart’sche Verlagsbuchhandlung, Stuttgart. 1044p.
  • Lewis, L.A. & McCourt, R.M. 2004. Green algae and the origin of land plants. American Journal of Botany 9: 1535-1556.
  • Lürling, M. & Van Donk, E. 2000. Grazer-induced colony formation in Scenedesmus: are there costs to being colonial? (Chemichal communication in Aquatic Systems). Oikos 88: 111-118.
  • Meyen F.J.F. 1829. Beobachtungen über einiege niedere Algenformen. Verhandlungen der Kaiserlichen Leopokdinisch-Carolinischen Akademie der Naturforscer 14: 769-778.
  • Nogueira, I.S. 1991. Chlorococcales sensulato (Chlorophyceae) do município de Rio de Janeiro e arredores, Brasil: inventário e considerações taxonômicas. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 356p.
  • Pappas, J.L. & Stoermer, E.F. 1996. Quantitative method for determining a representative algal sample count. Journal of Phycology 32: 693-696.
  • Philipose, M.T. 1967. Chlorococcales. Indian Council of Agricutural Research, Nova Delhi. 365p.
  • Rosa, Z.M. & Oliveira, M.B. 1990. Chlorococcales (Chlorophyceae) de corpos d’água do Município de São Jerônimo, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica, Porto Alegre 40: 89-114.
  • Torgan, L.C.; Barreda, K.A. & Fortes, D.F. 2001. Catálogo das algas Chlorophyta de águas continentais e marinhas do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia Série Botânica 56: 147-182.
  • Torgan, L.C.; Alves, S.M.; Werner, V.R.; Rosa, Z.M.; Cardoso, L.S.; Rodrigues, S.C.; Santos, C.B.; Palma, C.; Fortuna, J.; Bicca, A.B. & Weber, A.S. Ficoflora. In: Becker, F.G.; Ramos, R.A. & Moura L.A. (org.). 2007. Biodiversidade. Regiões da Lagoa do Casamento e dos Butiazais de Tapes, Planície Costeira do Rio Grande do Sul. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. Pp. 112-127.
  • Tsarenko, P.M. & Petlevanny O.A. 2001 Doplolneniek “Raznoobraziju vodoroslej Ukrainy”. Algologia, Suppl. Pp. 1-130.
  • Utermöhl, H. 1958. Zur Vervollkommnung der quantitativen Phytoplankton Methodik. Mitt. int. Vereinigung fur Theoretische und Angewandte Limnologie 9: 1-38.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2010

Histórico

  • Recebido
    15 Jul 2009
  • Aceito
    18 Jun 2010
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br