Acessibilidade / Reportar erro

Florística e distribuição geográfica das samambaias e licófitas da Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco, Brasil

Floristic and geographical distribution of ferns and lycophytes from Ecological Reserve Gurjaú, Pernambuco, Brazil

Resumo

O presente estudo visou realizar o inventário das samambaias e licófitas da Reserva Ecológica de Gurjaú (Pernambuco, Brasil) avaliando a riqueza, composição, distribuição geográfica e raridade das espécies. Foi realizado a partir do exame das coleções dos principais herbários do Estado e levantamento florístico com trabalho de campo. A distribuição geográfica das espécies no globo e em território brasileiro foi baseada em dados da literatura e foram consideradas como espécies raras aquelas com apenas um ou dois pontos de coleta na Floresta Atlântica Nordestina. Foram registradas duas espécies pertencentes ao grupo das licófitas e 75 espécies pertencentes ao grupo das samambaias, das quais 10% são raras, no contexto da Floresta Atlântica Nordestina. As famílias mais representativas foram Pteridaceae (21 espécies), Thelypteridaceae (8 spp.) e Polypodiaceae (8 spp.). Os gêneros com maior número de espécies foram Adiantum (14 spp.) e Thelypteris (7 spp.). A maioria das espécies é amplamente distribuída nos trópicos e também em território brasileiro.

Palavras-chave:
conservação; Floresta Atlântica; riqueza; samambaias

Abstract

This paper aimed floristic survey the ferns and lycophytes from Reserva Ecológica de Gurjaú (Pernambuco, Brazil) evaluating the richness, composition, geographical distribution, and rarity of the species. The study was realized from examination the collections of major herbaria in the State and floristic survey with field work. The geographical distribution of species on the globe and in Brazilian territory was based on literature and were considered rare species as those with one or two collection points in the Northeastern Atlantic Forest. The floristic survey identified two species of lycophytes and 75 species of ferns. Among ferns, 10% were considered rare in the context of the Northeastern Atlantic Forest. The most representative families were Pteridaceae (21 species) Thelypteridaceae (8 spp.) and Polypodiaceae (8 spp.). The richest genera were Adiantum (14 spp.) and Thelypteris (7 spp.). Most species are widely distributed in the tropics and also in Brazilian territory.

Key words:
Atlantic Forest; conservation; ferns; richness

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Referências

  • Andrade-Lima, D. 1960. Estudos fitogeográficos de Pernambuco. Arquivos do Instituto de Pesquisas Agronômicas 5: 305-341.
  • Andrade-Lima, D. 1966. Esboço fitoecológico de alguns brejos de Pernambuco. Boletim Técnico do Instituto de Pesquisas Agronômicas de Pernambuco 8: 1-27.
  • Andrade-Lima, D. 1969. Pteridófitas que ocorrem nas floras extra-amazônicas e amazônicas do Brasil e proximidades. Anais do XX Congresso Nacional de Botânica. Sociedade Botânica do Brasil, Goiás. Pp. 34-39.
  • Barros, I.C.L. 1997. Pteridófitas ocorrentes em Pernambuco: ensaio biogeográfico e análise numérica. Tese de Doutorado. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife. 577p.
  • Barros, I.C.L.; Santiago, A.C.P.; Pereira, A.F.N. & Pietrobom, M.R. 2006. Pteridófitas. In: Pôrto, K.C.; Almeida-Corez, J.S. & Tabarelli, M. (org.). Diversidade biológica e conservação da Floresta Atlântica ao norte do rio São Francisco. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. Pp. 147-171.
  • Barros, I.C.L. & Windisch, P.G. 2001. Pteridophytes of the state of Pernambuco, Brazil: rare and endangered species. Abstract of the international symposium: Fern Flora Worldwide Threats and Responses. University of Surrey, Guildford. Pp. 17.
  • Bigarella, J.J. & Andrade-Lima, D. 1982. Paleoenvironmental changes in Brazil. In: Prance, G.T. (ed.). Biological diversification in the tropics. The New York Botanical Garden, New York. Pp. 27-40.
  • Given, D.R. & Jermy, A.C. 1985. Conservation of pteridophytes: a postscript. In: Dyer A.F. & Page C.N. (eds.). Biology of pteridophytes. Proceedings of the Royal Society of Edinburgh, Edinburgh. Pp. 435-437.
  • IBGE. 1985. Atlas nacional do Brasil: Região Nordeste. IBGE, Rio de Janeiro.
  • Labiak, P.H. & Prado, J. 1998. Pteridófitas epífitas da Reserva Volta Velha, Itapoá- Santa Catarina, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 11: 1-79.
  • Lopes, M.S. 2003. Florística, aspectos ecológicos e distribuição altitudinal das pteridófitas em remanescentes de Floresta Atlântica no estado de Pernambuco, Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco, Recife. 77p.
  • Menini Neto, L.; Alves, R.J.V.; Barros, F. & Forzza, R.C. 2007. Orchidaceae do Parque Estadual de Ibitipoca, MG, Brasil. Acta Botanica Brasilica 21: 687-696.
  • Moran, R.C. 2008. Diversity, biogeography, and floristics. In: Ranker, T.A. & Haufler, C.H. (eds.). Biology and evolution of ferns and lycophytes. Cambridge University Press, New York. Pp. 367-394.
  • Moran, R.C. & Riba, R. 1995. Psilotaceae a Salviniaceae. In: Davidse, G.; Sousa, M. & Knapp, S. (eds.). Flora mesoamericana. Vol. 1. Universidad Nacional Autónoma de México, Ciudad de México. Pp. 1-470.
  • Pausas, J.G. & Sáez, L. 2000. Pteridophyte richnessn in the NE Iberian Peninsula: biogeographic patterns. Plant Ecology 148: 195-205.
  • Pichi-Sermolli, R.E.G. 1996. Authors of scientific names in Pteridophyta. Royal Botanical Garden, Kew. 78p.
  • Pietrobom, M.R. 2004. Florística e associações de espécies de pteridófitas em remanescentes da Floresta Atlântica Nordestina, Brasil. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Pernambuco, Recife. 183p.
  • Pietrobom, M.R. & Barros, I.C.L. 2003. Pteridófitas de um fragmento florestal na Serra do Mascarenhas, estado de Pernambuco, Brasil. Insula 32: 73-118.
  • Pietrobom, M.R. & Barros, I.C.L. 2006. Associações entre as espécies de pteridófitas em dois fragmentos de Floresta Atlântica do Nordeste brasileiro. Biotemas 19: 15-26.
  • Pietrobom, M.R. & Barros, I.C.L. 2007. Pteridoflora do Engenho Água Azul, município de Timbaúba, Pernambuco, Brasil. Rodriguésia 58: 085-094.
  • Prado, J. & Sylvestre, L.S. 2010. Samambaias e Licófitas. In: Forzza, R.C. et al (eds.). Catálogo de plantas e fungos do Brasil. Vol. 1. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Pp. 522-567.
  • Prance, G.T. 1982. Forest refuges: evidences from woody angiosperms. In: Prance, G.T. (ed.). Biological diversification in the tropics. Columbia University Press, New York. Pp. 137-158.
  • Primack, R.B. & Rodrigues, E. 2001. Biologia da conservação. Ed. Vida, Londrina. 327p.
  • Salino, A. 1996. Levantamento das pteridófitas da Serra do Cuscuzeiro, Analândia, SP, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 19: 173-178.
  • Santiago, A.C.P. 2006. Pteridófitas da floresta atlântica ao norte do Rio São Francisco: florística, biogeografia e conservação. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Pernambuco, Recife. 124p.
  • Santiago, A.C.P. & Barros, I.C.L. 2003. Pteridoflora do Refúgio Ecológico Charles Darwin (Igarassu, Pernambuco, Brasil). Acta Botanica Brasilica 17: 597-604.
  • Santiago, A.C.P.; Barros, I.C.L. & Sylvestre, L.S. 2004. Pteridófitas ocorrentes em três fragmentos florestais de um brejo de altitude (Bonito-Pernambuco-Brasil). Acta Botanica Brasilica 18: 781-792.
  • Santos, A.M.M; Cavalcanti1, D.R.; Silva, J.M.C & Tabarelli, M. 2007. Biogeographical relationships among tropical forests in north-eastern Brazil. Journal of Biogeography 34: 437-446.
  • Schwartsburd, P.B. & Labiak, P.H. 2007. Pteridófitas do Parque Estadual de Vila Velha, Ponta Grossa, Paraná, Brasil. Hoehnea 34: 159-209.
  • Sehnem, A. 1977. As filicíneas do sul do Brasil, sua distribuição geográfica, sua ecologia e suas rotas de migração. Pesquisas botânica 31: 1-108.
  • Smith, A.R.; Pryer, K.M.; Schuettpelz, E.; Korall, P.; Schneider, H. & Wolf, P.G. 2006. A classification for extant ferns. Taxon 55: 705-731.
  • Smith, A.R.; Pryer, K.M.; Schuettpelz, E.; Korall, P.; Schneider, H. & Wolf, P.G. 2008. Fern classification. In: Ranker, T.A. & Haufler, C.H. (eds.). Biology and evolution ferns and lycophytes. Cambridge University Press, New York. Pp. 417-467.
  • Sota, E.R. 1971. El epifitismo y las pteridofitas en Costa Rica (América Central). Nova Hedwigia 21: 401-465.
  • Sylvestre, L.S. 1997. Pteridófitas da Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, H.C. & Guedes-Burni, R.R. (eds.). Serra de Macaé de Cima: diversidade florística e conservação em Mata Atlântica. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Pp. 40-52.
  • Tabarelli, M.; Siqueira Filho, J.A. & Santos, A.M.M. 2006. A floresta atlântica ao norte do Rio São Francisco. In: Pôrto, K.C.; Almeida-Cortez, J.S & Tabarelli, M. (org.). Diversidade biológica e conservação da floresta atlântica ao norte do rio São Francisco. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. Pp. 23-37.
  • Thiers, B. 2010. Index Herbariorum: A global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden´s Virtual Herbarium. Disponível em <http://sweetgum.nybg.org/ih>. Acesso em 17 agosto 2010.
    » http://sweetgum.nybg.org/ih
  • Tonhasca Jr., A. 2005. Ecologia e história natural da mata atlântica. Ed. Interciência, Rio de Janeiro. 197p.
  • Tryon, R.M. 1972. Endemic areas and geigraphical speciation in tropical american ferns. Biotropica 4: 121-131.
  • Tryon, R.M. 1985. Fern speciation and biogeography. Proceeding of the Royal Society of Edinburgh 86B: 353-360.
  • Tryon, R.M. & Tryon, A.F. 1982. Ferns and allied plants, with special reference to tropical America. Springer-Verlag, New York. 857p.
  • Xavier, S.R.S. & Barros, I.C.L. 2003. Pteridófitas ocorrentes em fragmentos de floresta serrana no estado de Pernambuco, Brasil. Rodriguésia 54: 13-21.
  • Xavier, S.R.S. & Barros, I.C.L. 2005. Pteridoflora e seus aspectos ecológicos ocorrentes no Parque Ecológico João Vasconcelos Sobrinho, Caruaru, PE, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19: 775-781.
  • Windisch, P.G. 1990. Pteridófitas da região norte-ocidental do estado de São Paulo: guia para excursões. 2ed. UNESP, São José do Rio Preto. 110p.
  • Apoio financeiro: CNPq, PPGBV- UFPE, MMA-PROBIO.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Mar 2011

Histórico

  • Recebido
    19 Abr 2010
  • Aceito
    03 Nov 2010
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br