Acessibilidade / Reportar erro

Ulmaceae, Cannabaceae e Urticaceae das restingas do estado do Rio de Janeiro1 1 Parte da dissertação de Mestrado apresentada pelo primeiro autor ao Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas (Botânica) do Museu Nacional/UFRJ.

Ulmaceae, Cannabaceae and Urticaceae of restingas of the state of Rio de Janeiro

Resumo

As restingas são planícies arenosas ao longo da costa litorânea que exibem uma rica e peculiar vegetação. As Ulmaceae, Cannabaceae e Urticaceae nativas do Brasil englobam plantas herbáceas a lenhosas que ocorrem preferencialmente em ambientes em regeneração. Através de pesquisa bibliográfica especializada, consultas a herbários e pesquisas de campo, objetivou-se descrever as espécies e reconhecer a distribuição, o habitat e o estado de conservação das espécies dessas famílias nas restingas fluminenses. Ulmaceae está representada por duas espécies, distribuídas em dois gêneros, Cannabaceae por quatro espécies em dois gêneros, e Urticaceae por seis espécies em quatro gêneros. Na formação de mata seca acham-se presentes oito espécies, na arbustiva fechada seis e na mata inundável uma. Dessas, sete encontram-se ameaçadas de extinção: Ampelocera glabra Kuhlm., Cecropia glaziovi Snethl, Celtis spinosa Spreng., Laportea aestuans (L.) Chew, Phyllostylon brasiliense Capan. ex Benth, Urera aurantiaca Wedd e U. nitida (Vell.) Brack.

Palavras-chave:
Urticales; conservação; Mata Atlântica

Abstract

Restingas are sandy coastal plains with a rich flora and distinct vegetation types. The native Brazilian Ulmaceae, Cannabaceae and Urticaceae include herbs, shrubs and trees from early regeneration stages. Specialized bibliography, herbarium material and field collections were used to describe the species and to determine distribution, habitat and current conservation status of species from the sandy coastal plains of Rio de Janeiro state. There are two genera and two species of Ulmaceae, two genera and four species of Cannabaceae, and four genera and six species of Urticaceae. Eight species occur in the Dry Forest Formation, six in Dense Scrub and one in Swamp Forest. Of these species, seven are threatened with extinction: Ampelocera glabra Kuhlm., Cecropia glaziovi Snethl, Celtis spinosa Spreng., Laportea aestuans (L.) Chew, Phyllostylon brasiliense Capan. ex Benth, Urera aurantiaca Wedd and U. nitida (Vell.) Brack.

Key words:
Urticales; conservation; Atlantic Forest

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • 1
    Parte da dissertação de Mestrado apresentada pelo primeiro autor ao Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas (Botânica) do Museu Nacional/UFRJ.

Bibliografia

  • Andrade, J.C. & Carauta, J.P.P. 1981. Cecropia lyratiloba Miq. var. nana, nova variedade para o Brasil- Sudeste. Bradea 3: 163-169.
  • APG. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society 161: 105-121.
  • Araujo, D.S.D. 2000. Análise florística e fitogeográfica das restingas do Estado do Rio de Janeiro. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 176p.
  • Araujo, D.S.D. & Maciel, N.C. 1998. Restingas fluminenses: biodiversidade e preservação. Boletim FBCN 25: 27-51.
  • Araujo, D.S.D.; Scarano, F.R.; Sá, C.F.C.; Kurtz, B.C.; Zaluar, H.L.T.; Montezuma, R.C.M. & Oliveira, R.C. 1998. As comunidades vegetais do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Macaé, RJ. In: Esteves, F.A. (ed.). Ecologia das lagoas costeiras do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e do Município de Macaé (RJ). NUPEM-UFRJ, Rio de Janeiro. Pp. 39-62.
  • Berg, C.C.; Akkermans, R.W.A.P. & Heusden, E.C.H. van 1990. Cecropiaceae: Coussapoa and Pourouma, with an introduction to the family. Flora Neotropica 51: 1-208.
  • Berg, C.C. & Dahlberg, S.V. 2001. A revision os Celtis subg. Mertensia (Ulmaceae). Brittonia 53: 66-80.
  • Berg, C.C. & Rosselli, F. 2005. Cecropia. Flora Neotropica 94:1-230.
  • Brack, P. 1987. O gênero Urera (Urticaceae) no Rio Grande do Sul, Brasil. Napaea 1:1-11.
  • Burger, W. 1977. Ulmaceae, Moraceae, Cannabaceae, Urticaceae. In: Burger, W.C. (ed.). Flora costaricensis. Fieldiana, Botany 40:83-291.
  • Carauta, J.P.P. 1967. Catálogo dos gêneros das Urticaceae do Brasil. Imprensa da Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 11p.
  • Carauta, J.P.P. 1969. Ulmaceae da Flórula Carioca, lista das espécies. Atas da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro 12: 217-219.
  • Carauta, J.P.P. 1971. Notas sobre o gênero Phyllostylon Cap. (Ulmaceae). Revista Brasileira de Biologia 31: 513-518.
  • Carauta, J.P.P. 1996. Moraceae do estado do Rio de Janeiro. Albertoa 4: 145-194.
  • Chew, W.L. 1969. Monograph of Laportea Gardens' Bulletin Singapore 25: 111-178.
  • Cronquist, A. 1988. The evolution and classification of flowering plants. 2nd ed. The New York Botanical Garden, New York. 555p.
  • Hadiah, J.T.; Conn, B.J. & Quinn, C.J. 2008. Infra-familial phylogeny of Urticaceae, using chloroplast sequence data. Australian Systematic Botany 21: 375-385.
  • IUCN. 2001. IUCN Red List categories and criteria: Version 3.1. IUCN Species Survival Commission, Gland and Cambridge. 30p.
  • IUCN. 2003. Guidelines for application of IUCN red list criteria at regional levels. Version 3.0. IUCN Species Survival Comission, Gland and Cambridge. 26p.
  • Judd, W.S.; Campbell, C.S.; Kellogg, E.A.; Stevens, P.F. & Donoghue, M.J. 2009. Sistemática vegetal, um enfoque filogenético. 3a ed. Artmed, Porto Alegre. 632p.
  • Lawrence, G.H.M. 1971. Taxonomy of vascular plants. Macmillan, New York. 823p.
  • Miller, R.M.; Rodríguez, J.P.; Aniskowicz-Fowler, T.; Bambaradeniya, C.; Boles, R.; Eaton, M.A.; Gärdenfors, U.; Keller, V.; Molur, S.; Walker, S. & Pollock, C. 2007. National threatened species listing based on IUCN criteria and regional guidelines: current status and future perspectives. Conservation Biology 21: 684-696.
  • Miquel, F.A.G. 1853. Urticineae. In: Martius, C.F.P.von; Eichler, A.W. & Urban, I. Flora brasiliensis. Munchen, Wien, Leipzig 4: 77-218. Tab. 25-70.
  • Mori, S. A.; Silva, L.A.M.; Lisboa, G. & Coradin, L. 1989. Manual de manejo do herbário fanerogâmico. 2ª ed. Centro de Pesquisas do Cacau, Ilhéus. 104p.
  • Pederneiras, L.C. 2009. Urticales das restingas do estado do Rio de Janeiro: flora e padrões de distribuição geográfica. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 166p.
  • Planchon, J.E. 1873. Ulmaceae. Prodromus Systematis Naturalis Regni Vegetabilis 17: 151-210.
  • Radford, A.E.; Dickinson, W.C.; Massey, J.R. & Bell C.R. 1974. Vascular plant systematics. Harper et Row, Nova York. 891p.
  • Rocha, E.S.F.; Carauta, J.P.P. & Lima, D.F. 2000. Ulmáceas do estado do Rio de Janeiro, nota preliminar. Albertoa Serie Urticiniae, Urticales 2: 9-15.
  • Romanczuk, M.C. & Martínez, M.A.P. 1978. Las especies del género Celtis (Ulmaceae) en la flora Argentina. Darwiniana 21: 541-577.
  • Romaniuc-Neto, S. 1992. Urticaceae. In: Melo, M.M.R.F.; Barros, F.; Chiea, S.A.C.; Kirizawa, M.; Jung-Mendaolli, S.L. & Wanderley, M.G.L. (eds.). Flora fanerogâmica da Ilha do Cardoso. Vol. 3. SEMA, São Paulo. Pp. 161-165.
  • Romaniuc-Neto, S.; Gaglioti, A.L. & Guido, B.M.O. 2009. Urticaceae Juss. do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo, SP, Brasil. Hoehnea 36: 193-205.
  • Segadas-Vianna, F., Ormond, W.T. & Dau, L. 1965/78. Flora ecologica das restingas do sudeste brasileiro. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 22v.
  • Souza, V.C. & Lorenzi, H. 2005. Botânica Sistemática: Guia ilustrado para identificação das famílias de angiospermas da flora brasileira, baseado em APGII. Instituto Plantarum, Nova Odessa. 640p.
  • Steinmann, V.W. 2005. Urticaceae. Flora del Bajío y de regiones adjacentes. 134: 1-74.
  • Sytsma, K.J.; Morawetz, J.; Pires, J.C.; Nepokroeff, M.; Conti, E.; Zjhra, M.; Hall, J.C. & Chase, M.W. 2002. Urticalean rosids: circumscription, rosid ancestry, and phylogenetics based on rbcL, trnL-F, and ndhF sequences. American Journal of Botany 89: 1531-1546.
  • Thiers, B. 2010 [continuously updated]. Index Herbariorum: a global directory of public herbaria and associated staffs. New York Botanical Garden's Virtual Herbarium. Disponível em: <http://sweetgum.nybg.org/ih>. Acesso em jun 2010.
    » http://sweetgum.nybg.org/ih
  • Todzia, C.A. 1989. A revision of Ampelocera (Ulmaceae). Annals of the Missouri Botanical Garden 76: 1087-1102.
  • Todzia, C.A. 1992. A reevaluation of the genus Phyllostylon (Ulmaceae). Sida 15: 263-270.
  • Torres, R.B. & Luca, A.Q. 2006. Ulmaceae. In: Wanderley, M.G.L. Shepherd, G.J.; Melhem, T.S. & Giulietti, A.M. (eds.). Flora fanerogmica do estado de São Paulo. Vol. 4. FAPESP, São Paulo. Pp. 361-369.
  • Ule, E. 1967. A vegetação de Cabo Frio. Boletim Geográfico do Rio de Janeiro 26: 21-32.
  • Vasconcellos, J.C. 1969 Noções sobre a morfologia externa das plantas superiores. 3ªed. Série Estudos e Informação Técnica. Serviço Editorial da Repartição de Estudos, Informação e Propaganda, Lisboa. 227p.
  • Vellozo, J.M.C. 1881. Flora Fluminensis. Vol. 5. Archivos do Museu Nacional do Rio de Janeiro.
  • Veloso, H.P.; Rangel-Filho, A.L.R. & Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro. 123p.
  • Wiegrefe, S.J., Sytsma, K.J. & Guries, R.P. 1998. The Ulmaceae, one family or two? Evidence from chloroplast DNA restriction site mapping. Plant Systematics and Evolution 210: 249-270.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2011

Histórico

  • Recebido
    12 Fev 2010
  • Aceito
    27 Set 2010
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br