Acessibilidade / Reportar erro

Structure of pond vegetation of a vereda in the Brazilian Cerrado1 1 Part of Master's thesis of the first author.

Estrutura da vegetação de lagoa associada à vereda no Cerrado brasileiro

Abstract

This is the first report on aquatic macrophytes in ponds of veredas (palm swamps) in the Cerrado (Brazilian savanna). We studied a pond in a vereda in Terenos, Mato Grosso do Sul state, central-western Brazil, during drought and flood periods to assess plant community structure and the relationship between species distribution and water depth. Sampling was carried out in five permanent transects, along which we placed sampling units of 1 m2 quadrats every 5 m. We estimated visually the relative cover of each species, bare ground, dead matter, and exposed water. We also measured water depth. We recorded 77 species of 49 genera and 31 families. The number of species varied between seasons, and in the rainy season the amphibious life form was predominant. The richest families were Poaceae (15 species), Cyperaceae (11), Asteraceae (4) and Lentibulariaceae (4). The richest genera were Rhynchospora (4), Utricularia (4), Eleocharis (4), Aeschynomene (3), Bacopa (3), Ludwigia (3) and Panicum (3). We found six new occurrences for the cerrado. Eleocharis acutangula had the highest relative cover (rainy and dry seasons), followed by Bacopa reflexa (rainy season), Paspalum lenticulare (rainy and dry seasons), Leersia hexandra (rainy and dry seasons), and Sagittaria rhombifolia (rainy season). Some species were distributed mainly at shallower depths, others occurred in deeper water, whereas some species varied greatly in terms of depth. Heliotropium filiforme and Ludwigia nervosa were found only in the dry season. In the rainy season, as expected, the exclusive species were mostly true aquatics.

Key words:
aquatic macrophytes; aquatic vegetation; phytosociology; temporary pond

Resumo

Este é o primeiro levantamento de macrófitas aquáticas em lagoa de Vereda. Foi estudada uma lagoa associada à Vereda em Terenos, MS, em períodos de seca e cheia, para avaliar a estrutura das comunidades vegetais e a relação entre distribuição das espécies e a profundidade da água. A amostragem foi realizada em cinco transecções permanentes, ao longo das quais, a cada 5 m, foram dispostas unidade amostrais de 1 m2 e estimada visualmente a cobertura por espécie, solo exposto, material morto, água exposta e profundidade da água. Houve variação no número de espécies entre os períodos seco e chuvoso, no qual a forma de vida predominante foi anfíbia. Foram registradas 77 espécies, 49 gêneros e 31 famílias. As famílias com maior riqueza foram Poaceae (15 espécies), Cyperaceae (11) e Asteraceae e Lentibulariaceae (4) e os gêneros mais ricos, Rhynchospora, Utricularia e Eleocharis (4) e Aeschynomene, Bacopa, Ludwigia e Panicum (3). São mencionadas seis novas ocorrências em relação à última listagem da flora do Cerrado. Eleocharis acutangula foi a espécie com maior cobertura (cheia e seca), seguida por Bacopa reflexa (cheia), Paspalum lenticulare (cheia e seca), Leersia hexandra (cheia e seca) e Sagittaria rhombifolia (cheia e seca). Algumas espécies distribuem-se preferencialmente em profundidades menores, outras em locais mais profundos e algumas não tem padrão. Heliotropium filiforme e Ludwigia nervosa foram as únicas espécies encontradas apenas no período seco, enquanto no período chuvoso, como esperado, as espécies exclusivas foram, na sua maioria, as verdadeiramente aquáticas.

Palavras-chave:
fitossociologia; lagoa temporária; macrófita aquática; vegetação aquática

Full text available only in PDF format.

Texto completo disponível apenas em PDF.

  • 1
    Part of Master's thesis of the first author.

References

  • APG-III. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. The Linnean Society of London, Botanical Journal of the Linnean Society 161: 105-121.
  • Araújo, G.M.; Barbosa, A.A.; Arantes, A.A. & Amaral, A.F. 2002. Composição florística de veredas no município de Uberlândia, MG. Revista Brasileira de Botânica 25: 475-493.
  • Bove, C.P.; Bragança-Gil, A.S.; Moreira, C.B. & Anjos, R.F.B. 2003. Hidrófitas fanerogâmicas de ecossistemas aquáticos temporários da planície costeira do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Acta Botanica Brasilica 17:119-135.
  • Brower, J.E. & Zar, J.H. 1984. Field and laboratory methods for general ecology 2nd ed. W.C. Brown Publishers, Iowa. 226p.
  • Casanova, M.T. & Brock, M.A. 2000. How do depth, duration and frequency of flooding influence the establishment of wetland plant communities? Plant Ecology 147: 237-250.
  • Esteves, F.A. 1998. Fundamentos de limnologia. Interciência/FINEP, Rio de Janeiro. 602p.
  • Gil, A. S. B. Bove C. P. 2004. O gênero Eleocharis R. Br. (Cyperaceae) nos ecossistemas aquáticos temporários da planície costeira do estado do Rio de Janeiro. Arquivos do Museu Nacional 62: 131-150.
  • Guimarães, A.J.M.; Araújo, G.M. & Corrêa, G.F. 2002. Estrutura fitossociológica em área natural e antropizada de uma veredas em Uberlândia, MG. Acta Botanica Brasilica 16: 317-330.
  • Irgang, B.E.; Pedralli, G. & Waechter, J.L. 1984. Macrófitos aquáticos da Estação Ecológica do Taim, Rio Grande do Sul, Brasil. Roessléria 6: 395-404.
  • Junk, W.J.; Bayley, P.B. & Sparks, R. E. 1989. The flood pulse concept in river-floodplain systems. In: Dodge, D.P. (ed.). Proceedings of International Large Symposium. Canadian Special Publication of Fisheries and Aquatic Sciences 106: 110-127.
  • Kent, M. & Coker, P. 1992. Vegetation description and analysis. A practical approach. John Willey, Chichester; CRC Press/Bellueveu Press, London. 363p.
  • Keddy, P.A. 2000. Wetland ecology: principles and conservation. Cambridge University Press, Cambridge. 614p.
  • Köppen, W. 1984. Climatologia. Fondo de Cultura Económica, Ciudade de México. 213p.
  • Krause, W. 1997. Ciudad Charales (Charophyceae). In: Ettl, H.; Gärtner, G.; Heyning, H. & Molenhauser, D. (eds.). Subwasserflora von Mitteleuropa. Vol. 18. Gustav Fischer Verlag, Sttutgart. 202p.
  • Meirelles, M.L.; Oliveira, R.C.; Ribeiro, J.F.; Vivaldi, L.J.; Rodrigues, L.A. & Silva, G.P. 2002. Utilização do método de interseção na linha em levantamento quantitativo do estrato herbáceo do cerrado. Boletim do Herbário Ezechias Paulo Heringer 9: 60-68.
  • Meirelles, M.L.; Guimarães, A.J.M.; Oliveira, C.O.; Araújo, G.M. & Walter, J.F. 2004. Impactos sobre o estrato herbáceo de áreas úmidas do cerrado. In: Aguiar, L.M.S. & Camargo, A.J.A. (eds.). Cerrado: ecologia e caracterização Embrapa Cerrados, Brasília. Pp. 41-68.
  • Mueller-Dombois, D. & Ellenberg, H. 1974. Aims and methods of vegetation ecology. John Wiley & Sons, New York. 547p.
  • Munhoz, C.B.R. & Felfili, J.M. 2008. Fitossociologia do estrato herbáceo-subarbustivo de um campo limpo úmido no Brasil Central. Acta Botanica Brasilica 22: 905-913.
  • Oliveira, G.C.; Araujo, G.M. & Barbosa, A.A.A. 2009. Florística e zonação de espécies vegetais em veredas no Triângulo Mineiro, Brasil. Rodriguésia 60: 1077-1085.
  • Pott, V.J; Bueno, N.C.; Pereira, R.A.C.; Salis, S.M. & Vieira, N.L. 1989. Distribuição de macrófitas aquáticas numa lagoa na Fazenda Nhumirim, Nhecolândia, Pantanal, MS. Acta Botanica Brasilica 3: 153-168.
  • Pott, V.J; Bueno, N.C. & Silva, M.P. 1992. Levantamento florístico e fitossociológico de macrófitas aquáticas em lagoas da Fazenda Leque, Pantanal, MS. Anais do VIII Congresso da Sociedade Botânica de São Paulo. Pp. 91-99.
  • Pott, V.J. & Pott, A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. Embrapa, Corumbá. 404p.
  • Pott, V.J. & Pott, A. 2003. Dinâmica da vegetação aquática do Pantanal. In: Thomaz, S. M. & Bini, L.M. (eds.). Ecologia e manejo de macrófitas aquáticas. EDUEM, Maringá. Pp. 145-162.
  • Pott, V.J.; Pott, A.; Lima, L.C.P.; Moreira, S.N. & Oliveira, A.K.M. 2011. Aquatic macrophyte diversity of the Pantanal wetland and upper basin. Brazilian Journal of Biology 77: 255-263.
  • R Development Core Team. 2009. R: a language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna. Available in <http:// www.R-project.org>. Access on 17 Jun 2011.
    » http:// www.R-project.org
  • Rebellato, L. & Nunes da Cunha, K. 2005. Efeito do "fluxo sazonal mínimo da inundação" sobre a composição e estrutura de um campo inundável no Pantanal de Poconé, MT, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19: 789-799.
  • Rosa, J.G. 2001. Grande sertão: veredas. 19 ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro. 608p.
  • Sano, S. M.; Almeida, S. P. & Ribeiro, J. F. (org.). 2008. Cerrado: ecologia e flora. Vol. 2. Embrapa, Brasília. 1284p.
  • Saporetti Jr., A.; Meira Neto, J.A. & Almado, R.P. 2003. Fitossociologia de cerrado sensu stricto no município de Abaeté, MG. Revista Árvore 27: 413-419.
  • Sousa, F.D.R. & Elmoor-Loureiro, L.M.A. 2008. Cladóceros fitófilos (Crustacea, Branchiopoda) do Parque Nacional das Emas, estado de Goiás. Biota Neotropica 8: 159-166.
  • Tropicos. (2010). Tropicos Home - Missouri Botanical Garden. Available in <http://www.tropicos.org>. Access on 20 Jun 2011.
    » http://www.tropicos.org
  • Tryon, R.M. & Tryon, A.F. 1982. Ferns and allied plants, with special reference to Tropical America. Springer Verlag, New York. 857p.

Publication Dates

  • Publication in this collection
    Oct-Dec 2011

History

  • Received
    21 Mar 2011
  • Accepted
    09 Aug 2011
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br