Acessibilidade / Reportar erro

Composição florística e variação sazonal da biomassa de macrófitas aquáticas em lagoa de meandro do Pantanal1 1 Parte da dissertação de Mestrado da primeira autora, Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Floristic composition and seasonal variation in biomass ofmacrophytes in a meander lake in the Pantanal

Resumo

Neste estudo é descrita a composição florística e analisada a influência do pulso de inundação sobre a biomassa de quatro espécies de macrófitas aquáticas, Eichhomia azurea, E. crassipes, Pistia stratiotes e Salvinia auriculata, ao longo de um ciclo hidrológico, em uma lagoa de meandro no Pantanal Mato Grosso do Sul. Foram identificados 42 táxons, inseridos em 34 gêneros e 25 famílias botânicas. As maiores riquezas foram obtidas para as famílias Araceae, Onagraceae e Poaceae, com quatro espécies cada, 14 famílias apresentaram apenas uma espécie, e o gênero mais representativo foi Ludwigia, com quatro espécies. Das formas biológicas, a que foi representada pelo maior número de táxons foi a emergente, seguida da anfíbia e flutuante livre. As espécies analisadas apresentaram diferenças significativas ao longo do período sazonal nas duas regiões de amostragem (p < 0,05). Mesmo não apresentando padrão na variação temporal da biomassa de todas as espécies estudadas, houve relação da biomassa de E. azurea e E. crassipes à flutuação do nível da água da lagoa.

Palavras-chave:
biomassa; conectividade; planície de inundação; riqueza de espécies; sazonalidade

Abstract

This study aims to describe the floristic composition and analyze the influence of flood pulse on the biomass of four species of aquatic macrophytes, Eichhomia azurea, E. crassipes, Pistia sti'atiotes and Salvinia auriculata, and during a hydrological cycle in a meander lake in the Brazilian Pantanal. We identified 42 taxa, 34 genera and 25 families. The richest families were Araceae, Onagraceae and Poaceae with four species each; 14 families had only one species. Ludwigia was the most representative genus (four species). The life forms that were represented by the greatest number of taxa were emergent, followed by amphibious and free-floating. Biomass of ali species showed signifícant differences during the study period in the two sampling regions (p < 0.05). Although not presenting a pattem in temporal biomass variation of ali species, the biomass of both E. azurea and E. crassipes was related to fluctuating water levels of the lake.

Key words:
biomass; connectivity; floodplain; species richness; seasonality

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • 1
    Parte da dissertação de Mestrado da primeira autora, Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Referências

  • Abdon, M.N.; Silva, J.S.; Pott, V.J.; Pott, A. & Silva, M.P. 1998. Utilização de dados analógicos do Landsat-TM na discriminação da vegetação de parte da sub-região da Nhecolândia no Pantanal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília 33: 1799-1813.
  • APG III. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society 161: 105-121.
  • Barrat-Segretain, M.H.; Bornette, G. & Hering-Vilas- Bôas, A. 1998. Comparative abilities of vegetative regeneration among aquatic plants growing in disturbed habitats. Aquatic Botany 60: 201-211.
  • Bini, L.M. 1996. Influence of flood pulse on the phytomass of three species of aquatic macrophytes in the upper River Parana floodplain. Arquivos de Biologia e Tecnologia 39: 715-721.
  • Bove, C.P.; Gil, A.S.B.; Moreira, C.B. & Anjos, R.F.B. 2003. Hidrófitas fanerogâmicas de ecossistemas aquáticos temporários da planície costeira do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Acta Botanica Brasilica 17: 119-135.
  • Brummitt, R.K. & Powell, C.E. 1992. Authors of plant names. The Royal Botanic Gardens, Kew. 732p.
  • Carr, G.M.; Duthie, H.C. & Taylor, W.D. 1997. Models of aquatic plant productivity: a review of the factors that influence growth. Aquatic Botany, Amsterdam. 59: 195-215.
  • Clarke, G.C.S. & Duckett, J.C. 1979. Bryophyta Systematics. Academic Press London. 572p.
  • Coelho, F.F.; Lopes, F.S. & Sperber, C.F. 2005a. Persistance strategy of Salvinia auriculata Aublet in temporary ponds of Southern Pantanal, Brazil. Aquatic Botany 81: 343-352.
  • Coelho, F.F.; Deboni, L. & Lopes, F.S. 2005b. Density-dependent reproductive and vegetative allocation in the aquatic plant Pistia stratiotes (Araceae). Revista de Biologia Tropical 53: 369-376.
  • Costa Neto, S.V.; Senna, C.; Tostes, L.C.L. & Silva, S.R.M. 2007. Macrófitas aquáticas das Regiões dos Lagos do Amapá, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 5: 618-620.
  • Cronk, J.K. & Fennessy, M.S. 2001. Wetlands plants: biology and ecology. CRC Press, Boca Raton. 462p.
  • Da Silva, C.J. & Esteves, F.A. 1993. Biomass of three macrophytes in the Pantanal of the Mato Grosso, Brazil. International Journal of Ecology and Environmental Sciences 19: 11-23.
  • Esteves, F.A. 1998. Fundamentos de limnologia. 2ed. Interciência/FINEP, Rio de Janeiro. 602p.
  • Esteves, F.A. & Camargo, A.F.M. 1986. Sobre o papel das macrófitas na estocagem e ciclagem de nutrientes. Acta Limologica Brasilica 1: 273-298.
  • França, F.; Melo, E.; Goes Neto, A.; Araújo, D.; Bezerra, M.; Ramos, H.; Castro, I. & Gomes, D. 2003. Flora vascular de açudes de uma região do semi-árido da Bahia, Brasil. Acta Botanica Brasilica 17: 549-559.
  • Henry-Silva, G.G. & Camargo, A.F.M. 2003. Avaliação sazonal da biomassa da macrófita aquática Eichhornia azurea em um rio de águas brancas da bacia hidrográfica do rio Itanahém (litoral sul do Estado de São Paulo, Brasil). Hoehnea 30: 71-77.
  • Henry-Silva, G.G.; Moura, R.S.T. & Dantas, L.L.O. 2010. Richness and distribuition of aquatic macrophytes in Brazilian semi-arid aquatic ecosystems. Acta Limnologica Brasiliensia 22: 147-156.
  • Hoffman, G.L. & Stockey, R.A. 1994. Sporophytes, megaspores, and massules of Azolla stanleyi from the Paleocene Joffre Bridge locality, Alberta. Canadian Journal of Botany 72: 301-308.
  • Irgang, B.E.; Pedralli, G. & Waechter, J.I. 1984. Macrófitas aquáticos da Estação Ecológica do Taim, Rio Grande do Sul, Brasil. Roessleria 6: 395-404.
  • Junk, W.J.; Bayley, P.B. & Sparks, R.E. 1989. The flood pulse concept in river - floodplain systems. Canadian Special Publication of Fisheries and Aquatic Sciences 106: 110-127.
  • Knipling, E.D.; West, S.H. & Haller, W.T. 1970. Growth characteristics, yield potential, and nutritive content of water hyacinth. Soil & Crop Society 30: 51-63.
  • Köppen, W. 1948. Climatologia: con un estudio de los climas de la tierra. Fondo de Cultura Econômica, Ciudad de México. 479p.
  • Kramer, K.U. & Green, P.S. 1990. Pteridophytes and Gymnosperms. Vol. I. In: Kubitzki, K. (ed.). The families and genera of vascular plants. Springer-Verlag, Berlin. 404p.
  • Ludlow M.M. 1987. Light stress at high temperature. Kylem D.J.; Osmondm C.B.; Arntzenm C.J. (eds.). Photoinhibition (9). 2ed. Elsevier Science Publishers, Amsterdam. Pp. 90-107.
  • Meirelles, M.L.; Guimarães, A.J.M.; Oliveira, R.C.; Araújo, G.M. & Ribeiro, J.F. 2004. Impactos sobre o estrato herbáceo de áreas úmidas do Cerrado. In: Aguiar, L. M. S. & Camargo, A. J. A. (org.). Cerrado: ecologia e caracterização. Vol. 1. Embrapa Cerrados, Planaltina. Pp. 41-68.
  • Neiff, J.J. 2000. Diversity in some tropical wetland systems of South America: 1-32. In: Gopal, B. & Junk, W. (eds.). Wetlands biodiversity. Vol. 2. Backhuys Publish, Leiden. Pp. 31-60.
  • Neiff, A.P.; Neiff, J.J. & Casco, S.L. 2006. Leaf litter decomposition in three wetland types of the Paraná River floodplain. Wetlands 26: 558-566.
  • Nunes da Cunha, C. E. & Vilhalva, D. A. 1999. Lista preliminar de um campo inundável e brejo, Fazenda Retiro Novo, Pantanal de Poconé, MT. In: III Simpósio sobre Recursos Naturais e Socioeconômicos do Pantanal. EMBRAPA, Brasília.
  • Pedralli, G. 2003. Macrófitas aquáticas como bioindicadoras da qualidade da água: alternativas para usos múltiplos em reservatórios. In: Thomaz, S.M. & Bini, L.M. (eds.) Ecologia e manejo de macrófitas aquáticas. EDUEM, Maringá. Pp. 171-188.
  • Pivari, M.O.; Pott, V.J. & Pott, A. 2008. Macrófitas aquáticas de ilhas flutuantes (Baceiros) nas subregiões do Abobral e Miranda, Pantanal, MS, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 563-571.
  • Pompêo, M. 2008. Monitoramento e manejo de macrófitas aquáticas. Ecol. Bras. 12: 406-424.
  • Pompêo, M.L.M. & Moschini-Carlos, V. 2003. Macrófitas aquáticas e perifíton: aspectos ecológicos e metodológicos. Rima, São Carlos. 124p.
  • Pott, V.J. 1999. Riqueza verde em meio azul. In: Scremin-Dias, E.; Pott, V.J.; Hora, R.C. & Souza, P.R. (eds.). Nos jardins submersos da Bodoquena: guia para identificação de plantas aquáticas de Bonito e região. Editora da UFMS, Campo Grande. 160p.
  • Pott, V.J.; Bueno, N.C.; Pereira, R.A.C.; Salis, S.M. & Vieira, N.L. 1989. Distribuição de macrófitas aquáticas numa lagoa na fazenda Nhumirim, Nhecolândia, Pantanal, MS. Acta Botanica Brasilica (Supl.) 3: 153-168.
  • Pott, V.J. & Pott, A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. Embrapa, Brasília. 404p.
  • Rocha, C.G.; Resende, U.M. & Lugnani, J.S. 2007. Diversidades de macrófitas em ambientes aquáticos do IPPAN na Fazenda Santa Emília, Aquidauana, MS. Revista Brasileira de Biociências 5: 456-458.
  • Santos, A.M. 2004. Macrófitas aquáticas da planície de inundação do alto Rio Paraná: produtividade primária, decomposição, ciclagem de nutrientes e diversidade. Tese de Doutorado. Universidade de Maringá, Maringá. 101p.
  • Scremin-Dias, E. 2000. A plasticidade fenotípica das macrófitas aquáticas em resposta à dinâmica ambiental. In: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Tópicos especiais em botânica 1. Embrapa, Brasília. Pp. 84-90.
  • Scremin-Dias, E. 2009. Tropical aquatic plants: morphoanatomical adaptations. In: Del-Claro, K. & Rico-Gray (orgs.). Encyclopedia of tropical biology and conservation management. Vol 1. UNESCO/EOLSS, Paris. Pp. 84-132.
  • Thomaz, S.M. & Bini, L.M. 1998. Ecologia e manejo de macrófitas aquáticas em reservatórios. Acta Limnologica Brasiliensia 10: 103-116.
  • Thomaz, D.O.; Costa Neto, S.V. & Tostes, L.C.L. 2004. Inventário florístico das ressacas das bacias do igarapé da Fortaleza e do rio Curiaú. In: Takiyama, L.R. & Silva, A.Q. (orgs.). Diagnóstico de ressacas do estado do Amapá: bacias do igarapé da Fortaleza e do rio Curiaú. GEA/SETEC/IEPA, Macapá. Pp. 13-32.
  • Ward, J. & Tockner, K. 2001. Biodiversity: towards a unifying theme for river ecology. Freshwater Biology 46: 807-819.
  • Westlake, D.F. 1963. Comparisons of plant productivity. Biological Reviews 38: 385-425.
  • Westlake, D.F. 1975. Macrophytes. In: Whitton, B.A. (ed.). River ecology. University of California Press, Berkeley. Pp. 106-128.
  • Wetzel, R.G. 1975. Limnology. Sauders, Philadelphia. 743p.
  • Wilhelmy, H. 1957. Das grosse Pantanal in Mato Grosso. Deutscher Geographentag, Wuerzburg. In: Tagunsberichte und wissenchaftlichen Abhandlungen. Franz Steiner, Wiesbaden. Pp. 45-71.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2011

Histórico

  • Recebido
    15 Abr 2011
  • Aceito
    24 Ago 2011
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br