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Mimosoideae (Leguminosae) do Parque Estadual Paulo César Vinha, Espírito Santo, Brasil

Mimosoideae (Leguminosae) of Paulo César Vinha State Park, Espírito Santo, Brazil

Resumos

O Parque Estadual Paulo César Vinha (PEPCV) constitui uma importante área de preservação do Espírito Santo e mesmo sendo a região litorânea melhor estudada no Estado, trabalhos taxonômicos ainda apresentam-se escassos. Este trabalho consiste no levantamento florístico e estudo taxonômico de Mimosoideae do PEPCV. Foram realizadas coletas quinzenais, entre agosto/2008 a junho/2009, percorrendo trilhas pré-existentes no interior do Parque, além de caminhadas aleatórias de forma a contemplar todas as fitofisionomias. Mimosoideae está representada por 10 táxons, reunidos em cinco gêneros: Albizia, Inga, Mimosa, Piptadenia e Senegalia. O gênero mais representativo em número de espécies é Mimosa (4 spp.), seguido por Inga (3 spp.). Os demais gêneros apresentam uma espécie cada. Mimosa elliptica e Mimosa sensitiva var. sensitiva são novas citações para o estado do Espírito Santo e Inga subnuda subsp. subnuda, Mimosa candollei, Mimosa pudica var. hispida, Piptadenia adiantoides e Senegalia lacerans são novas citações para o PEPCV. O trabalho inclui chave de identificação dos táxons, descrições, ilustrações, dados sobre distribuição geográfica, preferência de habitat e fenológicos, além de comentários taxonômicos.

Fabaceae; flora; restinga; taxonomia


Paulo Cesar Vinha State Park (PEPCV) is an important preservation area in the State of Espírito Santo, and although it is the best studied coastal region in the state, taxonomic studies on the flora are still scarce. This study is a floristic and taxonomic survey of the Mimosoideae of the PEPCV. Fortnightly collections were carried out from August/2008 to June/2009, on pre-existing trails within the park, as well as random walks to survey all phytophysiognomies. Mimosoideae is represented by 10 taxa in five genera: Albizia, Inga, Mimosa, Piptadenia and Senegalia. The most representative genus in species number is Mimosa (4 spp.), followed by Inga (3 spp.). The other genera have one species each. Mimosa elliptica and Mimosa sensitiva var. sensitiva are new records for the state of Espírito Santo, and Inga subnuda subsp. subnuda, Mimosa candollei, Mimosa pudica var. hispida, Piptadenia adiantoides and Senegalia lacerans are new records for the PEPCV. This study includes identification of key taxa, descriptions, illustrations, data on geographical distribution, habitat preference, phenologyl and taxonomy.

Fabaceae; flora; sandy coastal plains; taxonomy


Introdução

Leguminosae é a terceira maior família de angiospermas em número de espécies, com aproximadamente 19.325 espécies compreendidas em 727 gêneros (Lewis et al. 2005Lewis, G.P.; Schire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005. Legumes of the World. The Royal Botanic Gardens, Kew. 577p.). Cosmopolita em distribuição, ocorre especialmente nas regiões tropicais e subtropicais (Joly 1987Joly, A.B. 1987. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. 8a ed. Companhia Editora Nacional, São Paulo. 778p.; Lewis 1987Lewis, G.P. 1987. Legumes of Bahia. The Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.), sendo o elemento principal de muitos tipos vegetacionais em várias regiões do mundo (Lewis 1987Lewis, G.P. 1987. Legumes of Bahia. The Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.). Subdivide-se em três subfamílias: Mimosoideae, Papilionoideae e Caesalpinioideae (Lewis et al. 2005Lewis, G.P.; Schire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005. Legumes of the World. The Royal Botanic Gardens, Kew. 577p.) e seu monofiletismo tem sido sustentado por diversos estudos filogenéticos (p.e. Wojciechowski et al. 2004Wojciechowski, M.F.; Lavin, M. & Sanderson, M.J. 2004. A phylogeny of Legumes (Leguminosae) based on analysis of the plastid mat-K gene resolves many well-supported subclades within the family. American Journal of Botany 91: 1846-1862.; Lewis et al. 2005Lewis, G.P.; Schire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005. Legumes of the World. The Royal Botanic Gardens, Kew. 577p.).

No Brasil, a família está representada por 2.754 espécies, reunidas em 213 gêneros, e distribuídas em todos os biomas brasileiros (Lima et al. 2014Lima, H.C.; Queiroz, L.P.; Morim, M.P.; Souza, V.C.; Dutra, V.F.; Bortoluzzi, R.L.C.; Iganci, J.R.V.; Fortunato, R.H.; Vaz, A.M.S.F.; Souza, E.R.; Filardi, F.L.R.; Valls, J.F.M.; Garcia, F.C.P.; Fernandes, J.M.; Martins-da-Silva, R.C.V.; Perez, A.P.F.; Mansano, V.F.; Miotto, S.T.S.; Tozzi, A.M.G.A.; Meireles, J.E.; Lima, L.C.P.; Oliveira, M.L.A.A.; Flores, A.S.; Torke, B.M.; Pinto, R.B.; Lewis, G.P.; Barros, M.J.F.; Ribeiro, R.D.; Schütz, R.; Pennington, T.; Klitgaard, B.B.; Rando, J.G.; Scalon, V.R.; Cardoso, D.B.O.S.; Costa, L.C.; Silva, M.J.; Moura, T.M.; Barros, L.A.V.; Silva, M.C.R.; Queiroz, R.T.; Sartori, A.L.B. & Camargo, R. 2014. Fabaceae. In: Forzza, R.C. et al. (eds.). Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB115>. Acesso em: 04 julho 2014.
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). Para o Espírito Santo são citadas 316 espécies e 102 gêneros, sendo considerada a segunda maior família, em número de espécies, da flora do Estado (Fraga et al. 2007Fragra, C.N.; Simonelli, M. & Fernandes, H.Q.B. 2007. Metodologia utilizada na elaboração da lista da flora ameaçada de extinção no Estado do Espírito Santo. In: Simonelli, M.; Fragra, C.N. (eds.). Espécies da Flora ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo. Ipema, Vitória. Pp. 59-72.; Lima et al. 2014Lima, H.C.; Queiroz, L.P.; Morim, M.P.; Souza, V.C.; Dutra, V.F.; Bortoluzzi, R.L.C.; Iganci, J.R.V.; Fortunato, R.H.; Vaz, A.M.S.F.; Souza, E.R.; Filardi, F.L.R.; Valls, J.F.M.; Garcia, F.C.P.; Fernandes, J.M.; Martins-da-Silva, R.C.V.; Perez, A.P.F.; Mansano, V.F.; Miotto, S.T.S.; Tozzi, A.M.G.A.; Meireles, J.E.; Lima, L.C.P.; Oliveira, M.L.A.A.; Flores, A.S.; Torke, B.M.; Pinto, R.B.; Lewis, G.P.; Barros, M.J.F.; Ribeiro, R.D.; Schütz, R.; Pennington, T.; Klitgaard, B.B.; Rando, J.G.; Scalon, V.R.; Cardoso, D.B.O.S.; Costa, L.C.; Silva, M.J.; Moura, T.M.; Barros, L.A.V.; Silva, M.C.R.; Queiroz, R.T.; Sartori, A.L.B. & Camargo, R. 2014. Fabaceae. In: Forzza, R.C. et al. (eds.). Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB115>. Acesso em: 04 julho 2014.
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) e uma das mais representativas de suas restingas (Fabris 1995Fabris, L.C. 1995. Composição florística e fitossociológica de uma faixa de floresta arenosa litorânea do Parque Estadual de Setiba, Município de Guarapari, ES. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. 195p.; Pereira & Gomes 1994Pereira, O.J. & Gomes, J.M.L. 1994. Levantamento florístico das comunidades vegetais de restinga no Município de Conceição da Barra, ES. In: ACIESP (org.). Anais do III Simpósio de ecossistemas da costa sul e sudeste brasileira: subsídios a um gerenciamento ambiental. Vol. 3. ACIESP, São Paulo. Pp. 67-78.; Pereira & Assis 2000Pereira, O.J. & Assis, A.M. 2000. Florística da restinga de Camburi. Acta Botânica Brasilica 14: 99-111.; Pereira & Araújo 2000Pereira, O.J. & Araujo, D.S.D. 2000. Análise florística das restingas dos Estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. In: Esteves, F.A.; Lacerda, L.D. (eds.). Ecologia de Restingas e Lagoas Costeiras. NUPEM/UFRJ, Rio de Janeiro. Pp. 25-63.; Assis et al. 2004bAssis, A.M. de; Thomaz, L.D. & Pereira, O.J. 2004b. Florística de um trecho de restinga no município de Guarapari, Espírito Santo, Brasil. Acta Botânica Brasilica 18: 191-201.).

Mimosoideae é a segunda subfamília mais diversa em número de espécies dentre as Leguminosae. Inclui cerca de 3.270 espécies, agrupadas em 82 gêneros, distribuídas nas regiões tropicais, subtropicais e temperadas do mundo (Lewis et al. 2005Lewis, G.P.; Schire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005. Legumes of the World. The Royal Botanic Gardens, Kew. 577p.). Para o Brasil são citadas 819 espécies agrupadas em 35 gêneros (Lima et al. 2014Lima, H.C.; Queiroz, L.P.; Morim, M.P.; Souza, V.C.; Dutra, V.F.; Bortoluzzi, R.L.C.; Iganci, J.R.V.; Fortunato, R.H.; Vaz, A.M.S.F.; Souza, E.R.; Filardi, F.L.R.; Valls, J.F.M.; Garcia, F.C.P.; Fernandes, J.M.; Martins-da-Silva, R.C.V.; Perez, A.P.F.; Mansano, V.F.; Miotto, S.T.S.; Tozzi, A.M.G.A.; Meireles, J.E.; Lima, L.C.P.; Oliveira, M.L.A.A.; Flores, A.S.; Torke, B.M.; Pinto, R.B.; Lewis, G.P.; Barros, M.J.F.; Ribeiro, R.D.; Schütz, R.; Pennington, T.; Klitgaard, B.B.; Rando, J.G.; Scalon, V.R.; Cardoso, D.B.O.S.; Costa, L.C.; Silva, M.J.; Moura, T.M.; Barros, L.A.V.; Silva, M.C.R.; Queiroz, R.T.; Sartori, A.L.B. & Camargo, R. 2014. Fabaceae. In: Forzza, R.C. et al. (eds.). Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB115>. Acesso em: 04 julho 2014.
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).

Nos últimos 26 anos, foram descritos para o Espírito Santo um gênero e 10 espécies de Leguminosae (Germano Filho et al. 2000Germano Filho, P.; Peixoto, A.L. & Jesus, R.M. 2000. Espécies vegetais descritas a partir de espécimes coletados na Reserva Florestal de Linhares, ES, Brasil. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão (Nova Série) 11/12: 35-48.; Iganci & Morim 2009Iganci, J.R.V. & Morim, M.P. 2009. Three new species of Abarema (Leguminosae, Mimosoideae) from south-eastern Brazil. Kew Bulletin 64: 271–277.; Filardi & Lima 2014Filardi, F.L.R. & Lima, H.C. 2014. Diversity of Machaerium (Leguminosae: Papilionoideae) in the Atlantic Forest: Three New Species, Nomenclatural Updates, and a Revised Key. Systematic Botany 39: 145-159.) e embora tenha sido realizado um importante estudo taxonômico referente à subfamília Papilionoideae (Weiler Júnior 1998Weiler Júnior, I. 1998. Leguminosae – Faboideae das restingas do Estado de Espírito Santo. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 189p.), a maior parte das informações está concentrada em trabalhos de levantamento florístico ou fitossociológico, havendo carência em estudos taxonômicos.

A Área de Proteção Ambiental (APA) de Setiba, no município de Guarapari, que inclui o Parque Estadual Paulo César Vinha (PEPCV), constitui uma importante Unidade de Conservação no Estado e uma área prioritária para a conservação da biodiversidade, por apresentar expressiva importância biológica e um alto nível de pressão antrópica (MMA 2000MMA-Ministério do Meio Ambiebnte. 2000. Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade da mata atlântica e campos sulinos. Brasília: MMA/SBF. Disponível em <http://www. rbma.org.br/anuario/pdf/areasprioritarias.pdf>. Acesso em 13 fevereiro 2012.
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). Apresenta características florísticas próprias, diversas espécies da flora ameaçadas de extinção e endêmicas ao Espírito Santo, além de outras de ocorrência restrita à restinga de Setiba (Assis et al. 2004aAssis, A.M. de; Pereira, O.J. & Thomaz, L.D. 2004a. Fitossociologia de uma floresta de restinga no Parque Estadual Paulo César Vinha, Setiba, município de Guarapari (ES). Revista Brasileira de Botânica 27: 349-361.).

Em função da elevada degradação dos ecossistemas capixabas e da escassez de trabalhos taxonômicos e com o intuito de se conhecer a biodiversidade desse trecho de restinga, este trabalho tem como objetivo os estudos florístico e taxonômico de Mimosoideae no Parque Estadual Paulo César Vinha, fornecendo chave para a identificação dos táxons, descrições, ilustrações, comentários sobre a distribuição geográfica, preferência por hábitats, e taxonomia e dados fenológicos dos mesmos.

Material e Métodos

Área de estudo

O PEPCV situa-se no litoral sul do Espírito Santo, no nordeste do município de Guarapari, ao longo da margem esquerda da Rodovia do Sol (ES-060) no sentido Norte/Sul (Gomes 1999Gomes, J.M.L. 1999. Bromeliaceae do Parque Estadual Paulo César Vinha, Guarapari – ES: taxonomia e ecofisiologia. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória. 134p.), entre as coordenadas 20°33’–20°38’S e 40°23’–40°26’W. Compreende cerca de 1.500 ha, abrangendo aproximadamente 12 km de litoral na restinga de Setiba. O clima da região, segundo a classificação de Koppen, é do tipo Aw tropical, com verão quente e chuvoso e inverno seco; a temperatura média anual é de 23,3ºC, a precipitação média anual é de 1.307 mm e a umidade relativa média anual é de 80% (Fabris 1995Fabris, L.C. 1995. Composição florística e fitossociológica de uma faixa de floresta arenosa litorânea do Parque Estadual de Setiba, Município de Guarapari, ES. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. 195p.).

A vegetação é de restinga e para o reconhecimento das fitofisionomias do PEPCV, utilizou-se a classificação de Pereira (2003)Pereira, O.J. 2003. Restinga: origem, estrutura e diversidade. In: Jardim, M.A.G.; Bastos, N.N.C.; Santos, J.U.M. (eds.). Desafios da botânica brasileira no novo milênio: inventário, sistematização e conservação da diversidade vegetal. Museu Paranaense Emílio Goeldi, UFRA, Belém, Embrapa, Brasil. Pp. 177-179., que considera dez formações vegetais: Herbácea Não Inundável, Herbácea Inundável, Herbácea Inundada, Arbustiva Fechada Não Inundável, Arbustiva Fechada Inundável, Arbustiva Aberta Não Inundável, Arbustiva Aberta Inundável, Florestal Não Inundável, Florestal Inundável e Florestal Inundada.

Coleta de material e tratamento taxonômico

As coletas do material botânico foram realizadas em excursões quinzenais durante o período de agosto/2008 a junho/2009, ao longo de todas as trilhas pré-existentes no interior do Parque, além de caminhadas, sem orientação pré-estabelecida, de forma a contemplar todas as fitofisionomias. O material foi coletado e herborizado de acordo com técnicas usuais (Fidalgo & Bononi 1989Fidalgo, O. & Bononi, V.L. 1989. Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. Instituto de Botânica, São Paulo. 62p.), e depositado no Herbário VIES, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

A identificação dos espécimes foi realizada mediante bibliografia especializada, revisões e/ou estudos disponíveis na literatura, consultas a especialistas e comparações com o acervo dos Herbários RB e VIES.

A terminologia adotada para a descrição das estruturas vegetativas e reprodutivas seguiu Hickey (1973)Hickey, L.J. 1973. Classification of the architecture of dicotyledonous leaves. American Journal of Botany 60: 17-33., Barroso et al. (1999)Barroso, G.M.; Morim, M.P.; Peixoto, A.L. & Ichaso, C.L.F. 1999. Frutos e sementes: morfologia aplicada à sistemática de dicotiledôneas. Imprensa Universitária, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 443p., Pennington (1997)Pennington, T.D. 1997. The Genus Inga Botany. Royal Botanic Gardens, Kew. 844p. e Gonçalves & Lorenzi (2007)Gonçalves, E.G. & Lorenzi, H. 2007. Morfologia vegetal: organografia e dicionário ilustrado de morfologia das plantas vasculares. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, São Paulo. 448p..

Para cada táxon são apresentados: descrições, comentários sobre caracteres diagnósticos, preferência por hábitat, períodos de floração e frutificação, nome popular e distribuição geográfica.

As ilustrações foram confeccionadas originalmente em nanquim sobre papel vegetal, incluindo o aspecto geral do ramo e partes reprodutivas importantes para o reconhecimento do táxon, utilizando-se material herborizado e/ou conservado em álcool etílico 70%, e fotografias.

Resultados e Discussão

Mimosoideae está representada no PEPCV por 10 espécies e cinco gêneros. O gênero mais representativo em número de espécies é Mimosa (4 spp.), seguido por Inga (3 spp.), e os demais gêneros, Albizia, Piptadenia e Senegalia, apresentam apenas uma espécie cada.

    Chave de identificação para os táxons de Mimosoideae no Parque Estadual Paulo César Vinha
  • 1. Folhas pinadas

    • 2. Raque foliar não alada; nectários foliares pateliformes..........................................2. Inga capitata

    • 2ʼ. Raque foliar alada ou marginada; nectários foliares cupuliformes

      • 3. Raque foliar marginada; folíolos (1–)2(–3) pares, glabros; inflorescências com 22–75 flores..................................................................................................................................3. Inga laurina

      • 3ʼ. Raque foliar alada; folíolos 3–5(–6) pares, pubescentes; inflorescências com 3–17 flores..... ...............................................................................................4. Inga subnuda subsp. subnuda

  • 1ʼ. Folhas bipinadas

    • 4. Nectários foliares ausentes

      • 5. Pinas 1 par; foliólulos 2 pares; ovário curtamente estipitado.............................................................................................................................................. 8. Mimosa sensitiva var. sensitiva

      • 5ʼ. Pinas (1–)2–8 pares; foliólulos 8–28 pares; ovário séssil

        • 6. Ramos angulosos; craspédios tetragonais....................................... 5. Mimosa candollei

        • 6ʼ. Ramos cilíndricos; craspédios plano-compressos

          • 7. Ramos vilosos; foliólulos basais 4,7–9,4 × 0,8–2,5 mm; craspédios glabros............................................................................................7. Mimosa pudica var. hispida

          • 7ʼ. Ramos pilosos; foliólulos basais 1,4–3 × 0,5–0,7 mm; craspédios estrigosos............................................................................................................ 6. Mimosa elliptica

    • 4ʼ. Nectários foliares presentes

      • 8. Árvores................................................................................................................ 1. Albizia sp.

      • 8ʼ. Arbustos escandentes

        • 9. Pinas 3–5 pares; foliólulos 2–5 pares......................................9. Piptadenia adiantoides

        • 9ʼ. Pinas 8–18 pares; foliólulos 22–44 pares.....................................10. Senegalia lacerans

1. Albizia sp. Fig. 1a

Figura 1
a. Albizia sp. (Peterle 23) – ramo com folhas. b. Inga capitata (Pereira 1692) – ramo com folhas e inflorescências capituliformes. c. I. laurina (Peterle 26) – ramo com folhas e inflorescências espiciformes. d. I. subnuda subsp. subnuda (Peterle 18) – ramo com folhas e inflorescência espiciforme.

Figure 1 – a. Albizia sp. (Peterle 23) – branch with leaves. b. Inga capitata (Pereira 1692) – branch with leaves and capituliform inflorescences. c. I. laurina (Peterle 26) – branch with leaves and spiciform inflorescences. d. I. subnuda subsp. subnuda (Peterle 18) – branch with leaves and spiciform inflorescence.


Árvore 2,5–9 m alt.; ramos cilíndricos, inermes, glabros, lenticelados; estípulas não observadas. Folhas bipinadas; pecíolos 3,9–6,5 cm compr., cilíndricos, canaliculados adaxialmente, inermes, canalículo pubescente; raque foliar 4,2–11,2 cm compr., cilíndrica, canaliculada adaxialmente, inerme; pinas 4–5 pares, 4,6–13,9 cm compr.; peciólulos canaliculados; raquíola canaliculada; foliólulos 10–20 pares, os basais 6–17 × 1,6-5,4 mm, os apicais 7–16,5 × 2,6–6,5 mm, cartáceos, oblongos a ovados, base assimétrica, ápice cuspidado a cuneado, margem inteira, ciliada, face adaxial glabra, face abaxial glabrescente; nectários foliares ocasionais, sésseis, circulares, cupuliformes quando na base do pecíolo, pateliformes quando abaixo do último par de foliólulos. Flores e frutos não observados.

Material examinado:Formação Florestal Inundável, 21.I.2009, est., P.L. Peterle et al. 22, 23 (VIES); 11.VI.2009, est., P.L. Peterle et al. 60 (VIES).

No PEPCV, ocorre na borda da Formação Florestal Inundável próxima à rodovia em uma área sujeita à inundação. Não foi possível sua identificação a nível específico, uma vez que só foram coletados indivíduos estéreis durante a realização da pesquisa. No entanto, pelas folhas bipinadas com nectários e hábito arbóreo parece tratar-se de um táxon novo de Albizia, que está sendo descrito pelo Dr. Haroldo Cavalcante de Lima e colaboradores.

2. Inga capitata Desv., J. Bot. Agric. 3: 71. 1814. Fig. 1b.

Árvore 3–9 m alt.; ramos cilíndricos, inermes, glabros, densamente lenticelados; estípulas 1,5–7 × 0,5 mm, lenhosas, lineares, glabras, persistentes. Folhas pinadas; pecíolos 0,5–4,8 cm compr., cilíndricos, não alados, inermes, glabros; raque foliar 0,7–9,5 cm compr., cilíndrica, não alada, inerme, glabra; folíolos 2–3 pares, os basais 30,7–132,4 × 10,3–68,5 mm, os apicais 41,5–182,5 × 15,5–83,3 mm, cartáceos a coriáceos, elípticos, raro obovados, base cuneada, raro obtusa, ápice acuminado, raro arredondado, margem inteira, não ciliada, glabros em ambas as faces; nectários foliares entre todos os pares de folíolos, sésseis, circulares, pateliformes. Inflorescências capituliformes, adensadas, axilares, 1–3 por axila, homomórficas; pedúnculos 12–78,3 mm compr., pilosos; raque floral 3,6–6 mm compr., glabra; brácteas diminutas, oblanceoladas, glabras adaxialmente, estrigosas abaxialmente, caducas; bractéolas não observadas. Flores 5-meras, sésseis, ca. 66 por inflorescência; cálice 4–4,5 mm compr., tubular, glabro, lacínias irregularmente triangulares, com tricomas no ápice; corola 6,3–6,7 mm compr., tubular, glabra, lacínias regularmente triangulares, com tricomas no ápice; 31–34 estames, 15–17 mm compr., brancos, homodínamos; tubo estaminal exserto, glabro; ovário 1,5–1,6 mm compr., séssil, glabro; estilete 12,8–13,5 mm compr., filiforme, glabro; estigma cupuliforme. Legumes 9,8–18,6 × 2,5–3,4 cm, retos a curvos, planos a convexos, lineares, margens lineares a levemente constrictas entre as sementes, valvas lenhosas, glabras, marrons quando maduras; sementes não observadas.

Material examinado: Lagoa do Milho, 29.VII.1988, fl., O.J. Pereira 1692 (VIES); Lagoa Vermelha, 4.VIII.1988, fl., O.J. Pereira 1712 (VIES); Formação Florestal Inundável, 30.VIII.2008, est., P.L. Peterle et al. 01 (VIES); 23.XII.2008, fr., P.L. Peterle et al. 17 (VIES); 11.IV.2009, fr., P.L. Peterle et al. 45 (VIES); 9.V.2009, est., P.L. Peterle et al. 55 (VIES).

Nome vulgar: ingá-feijão.

Inga capitata ocorre na Costa Rica e na América do Sul nas regiões norte, noroeste e oeste até a Bolívia. No Brasil, ocorre em toda a Região Sudeste e nos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Bahia (Pennington 1997Pennington, T.D. 1997. The Genus Inga Botany. Royal Botanic Gardens, Kew. 844p.; Garcia 1998Garcia, F.C.P. 1998. Relações sistemáticas e fitogeografia de Inga Miller (Leguminosae - Mimosoideae) nas Florestas da Costa Sul e Sudeste do Brasil. Tese de Doutorado. Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. 247p.; Garcia & Fernandes 2012Garcia, F.C.P. & Fernandes, J.M. 2012. Inga. In: Forzza, R.C. et al. (eds.). Lista de espécies da flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB022803>. Acesso em 13 fevereiro 2012.
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). É encontrada em Floresta Ombrófila Aberta Submontana da Amazônia, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, geralmente no interior de florestas não perturbadas, em áreas não inundadas (Garcia 1998Garcia, F.C.P. 1998. Relações sistemáticas e fitogeografia de Inga Miller (Leguminosae - Mimosoideae) nas Florestas da Costa Sul e Sudeste do Brasil. Tese de Doutorado. Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. 247p.). Também é registrada para restingas, pastagens, margens de estradas, vegetação secundária de regiões úmidas ou sazonais e florestas periodicamente inundadas (Pennington 1997Pennington, T.D. 1997. The Genus Inga Botany. Royal Botanic Gardens, Kew. 844p.; Garcia 1998Garcia, F.C.P. 1998. Relações sistemáticas e fitogeografia de Inga Miller (Leguminosae - Mimosoideae) nas Florestas da Costa Sul e Sudeste do Brasil. Tese de Doutorado. Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. 247p.). No PEPCV, foi coletada na Formação Florestal Não Inundável, no interior da Florestal Inundável e na borda da Formação Arbustiva Aberta Não Inundável próxima à rodovia. A ocorrência desta espécie já havia sido citada apenas para a Formação Florestal Não Inundável por Fabris (1995)Fabris, L.C. 1995. Composição florística e fitossociológica de uma faixa de floresta arenosa litorânea do Parque Estadual de Setiba, Município de Guarapari, ES. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. 195p. e Assis et al. (2004b)Assis, A.M. de; Thomaz, L.D. & Pereira, O.J. 2004b. Florística de um trecho de restinga no município de Guarapari, Espírito Santo, Brasil. Acta Botânica Brasilica 18: 191-201.. Diferencia-se de Inga laurina por apresentar nectários foliares pateliformes, ausência de alas no pecíolo e na raque foliar, inflorescência capituliforme e frutos maduros marrons, lenhosos. Floresce nos meses de julho e agosto e frutifica nos meses de abril, agosto, setembro e dezembro.

3. Inga laurina (Sw.) Willd., Sp. Pl. Editio quarta 4(2): 1018. 1806. Fig. 1c

Árvore 3–12 m alt.; ramos cilíndricos, inermes, glabros, esparsamente lenticelados; estípulas 2,9–7,7 × 1–3,8 mm, membranáceas, lineares a elípticas, pilosas, persistentes. Folhas pinadas; pecíolos 0,3–1,7 cm compr., cilíndricos, ocasionalmente marginados, inermes, pilosos; raque foliar 0,2–2,9 cm compr., cilíndrica, marginada, inerme, pilosa; folíolos (1–)2(–3) pares, os basais 11,8–74,9 × 5–43,3 mm, os apicais 21–122 × 10,7–57,8 mm, cartáceos, elípticos a obovados, base obtusa a arredondada, ápice agudo a acuminado, margem inteira, não ciliada, glabros em ambas as faces; nectários foliares entre todos os pares de folíolos, sésseis a curto-estipitados, circulares, cupuliformes. Inflorescênciasespiciformes, adensadas, axilares, 1–3 por axila, homomórficas; pedúnculos 4–26,1 mm compr., pilosos; raque floral 21–94,3 mm compr., glabra; brácteas não observadas; bractéolas diminutas, lanceoladas, glabras adaxialmente, esparso-pilosas abaxialmente, caducas. Flores 5-meras, sésseis, 22–75 por inflorescência; cálice 1,1–2,3 mm compr., tubular, tomentoso, lacínias regularmente triangulares, glabras; corola 4,8–5,4 mm compr., infundibuliforme, glabra, lacínias regularmente triangulares, pilosas; ca. 31 estames, 12,2–15,9 mm compr., brancos, homodínamos, tubo estaminal exserto, glabro; ovário 0,5–0,7 mm compr., séssil, glabro; estilete 14,8–15,1 mm compr., filiforme, glabro; estigma punctiforme. Legumes3,2–6,7 × 1,6–2 cm, retos a levemente curvados, cilíndricos, oblongos, margens estreitas, às vezes, constrictas entre as sementes, valvas cartáceas, glabras, amarelo-esverdeadas quando maduras; 3–5 sementes, 8–9 × 4–5 mm, ovadas.

Material examinado: Formação Florestal Não Inundável, 5.XII.1994, fl., M. Simonelli 137 (VIES); Florestal Inundável, 11.X.2008, fl., P.L. Peterle et al. 08 (VIES); 15.XI.2008, fr., P.L. Peterle et al. 13, 14 (VIES); 23.XII.2008, fr., P.L. Peterle et al. 20 (VIES); 14.II.2008, fl. e fr., P.L. Peterle et al. 28 (VIES); 14.II.2008, fl., P.L. Peterle et al. 36 (VIES); Herbácea Inundável, 14.II.2008, fl., P.L. Peterle et al. 26, 27 (VIES); 14.II.2008, fl. e fr., P.L. Peterle et al. 29 (VIES); 28.III.2009, fl., P.L. Peterle et al. 42 (VIES).

Nome vulgar:ingá-mirim.

Trata-se da espécie com a mais ampla distribuição dentro do gênero Inga, ocorrendo desde o noroeste do México até o Paraguai e norte da Argentina, e também nas Antilhas (Pennington 1997Pennington, T.D. 1997. The Genus Inga Botany. Royal Botanic Gardens, Kew. 844p.). No Brasil, ocorre na Região Sudeste e nos estados do Pará, Amazonas, Acre, Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul (Garcia & Fernandes 2012Garcia, F.C.P. & Fernandes, J.M. 2012. Inga. In: Forzza, R.C. et al. (eds.). Lista de espécies da flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB022803>. Acesso em 13 fevereiro 2012.
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). É encontrada em matas de restinga, entretanto, não está confinada a áreas secas, estendendo-se por toda a planície costeira, desde Florestas Ombrófilas Densas até Florestas Estacionais Semideciduais Aluviais e de Terras Baixas. Também ocorre em altitudes de até 1.500 m, nas regiões montanhosas da Costa Rica, Panamá e América do Sul (Pennington 1997Pennington, T.D. 1997. The Genus Inga Botany. Royal Botanic Gardens, Kew. 844p.; Garcia 1998Garcia, F.C.P. 1998. Relações sistemáticas e fitogeografia de Inga Miller (Leguminosae - Mimosoideae) nas Florestas da Costa Sul e Sudeste do Brasil. Tese de Doutorado. Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. 247p.). No PEPCV foi coletada no interior e na borda das formações Herbácea Inundável, Florestal Inundável, Florestal Inundada e Arbustiva Aberta Não Inundável, sendo a espécie de Mimosoideae que ocorre no maior número de formações do Parque. No entanto, não foi encontrada referência alguma na bibliografia consultada sobre a ocorrência dessa espécie na área, embora o espécime coletado por A.M. Assis 871 (VIES) tenha sido coletado em Formação Florestal Não Inundável. Ocorre com maior frequência nas formações Florestal Inundável e Herbácea Inundável, geralmente associada à borda. Difere, na fase vegetativa, de Inga capitata por apresentar nectários foliares sésseis ou curto-estipitados, cupuliformes e por possuir a raque foliar, e menos frequentemente o pecíolo, marginados; quando fértil, distingue-se facilmente pela presença de inflorescências espiciformes e frutos cartáceos, amarelo-esverdeados. Floresce de outubro a março e frutifica de novembro a abril.

4. Inga subnudaSalzm. ex Benth.subsp. subnuda, London J. Bot. 4: 613. 1845. Fig. 1d

Árvore 3–12 m alt.; ramos cilíndricos, inermes, tomentosos quando jovens, tornando-se glabros quando adultos, esparsamente lenticelados; estípulas 3–4,3 × 0,6–1 mm, cartáceas, lanceoladas, tomentosas, caducas. Folhas pinadas; pecíolos 0,4–3,5 cm compr., cilíndricos, inermes, tomentosos; raque foliar 2,9–12,6 cm compr., cilíndrica, alada, inerme, tomentosa; alas distais 2,4–20,4 mm larg., elípticas ou obovadas a cuneadas; folíolos 3–5(–6) pares, os basais 13,7–89,3 × 11–40 mm, os apicais 54,2–146 × 18,6–78,2 mm, membranáceos a cartáceos, elípticos a lanceolados, base obtusa, ocasionalmente assimétrica, ápice acuminado ou agudo a obtuso, margem repanda, não-ciliada, face adaxial levemente pubescente, face abaxial pubescente; nectários foliares entre todos os pares de folíolos, sésseis, circulares, triangulares a comprimidos transversalmente, cupuliformes. Inflorescências espiciformes a capituliformes, adensadas ou não, axilares, 1–3 por axila, homomórficas; pedúnculos 6,4–40 mm compr., velutinos; raque floral 5–29,4 mm compr., velutina; brácteas e bractéolas não observadas. Flores 5-meras, sésseis, 3–17 por inflorescência; cálice 3,5–12,5 mm compr., tubular a campanulado, tomentoso, lacínias regularmente triangulares, tomentosas; corola 14,3–18,6 mm compr., infundibuliforme a tubular, densamente serícea, lacínias regularmente triangulares, seríceas; 36–42 estames, 57,5–63,5 mm compr., amarronzados quando secos, homodínamos, tubo estaminal exserto, glabro; ovário 0,9-3,5 mm compr., séssil, glabro; estilete 29,3–46,9 mm compr., filiforme, glabro; estigma punctiforme. Legumes6,4–16,9 × 1,8–2,5 cm, retos a curvos, planos quando imaturos, cilíndricos quando maduros, lineares, margens expandidas, estriadas, às vezes constrictas entre as sementes, valvas coriáceas a lenhosas, verdes e tomentosas quando imaturas, marrons e glabras quando maduras; 4–12 sementes, 12,8–14,2 × 9,5–10,8 mm, obovadas.

Material examinado:Formação Florestal Inundável, 15.XI.2008, fr., P.L. Peterle et al. 09 (VIES); 15.XI.2008, est., P.L. Peterle et al. 10 (VIES); 23.XII.2008, fl. e fr., P.L. Peterle et al. 18 (VIES); Florestal Não Inundável, 23.XII.2008, bot. e fr., P.L. Peterle et al. 16 (VIES); Florestal Inundável, 28.II.2009, fr., P.L. Peterle et al. 37, 38 (VIES); Arbustiva Fechada Não Inundável, 28.II.2009, fr., P.L. Peterle et al. 39 (VIES); Florestal Não Inundável, 29.IV.2009, fr., P.L. Peterle et al. 53 (VIES).

Material adicional: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Itapemirim, Itaoca, 10.V.1990, fl., P.C. Vinha 899 (VIES).

Nome vulgar:ingá, ingaçú.

Espécie endêmica do Brasil e citada por Garcia & Fernandes (2012)Garcia, F.C.P. & Fernandes, J.M. 2012. Inga. In: Forzza, R.C. et al. (eds.). Lista de espécies da flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB022803>. Acesso em 13 fevereiro 2012.
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para os estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, sendo este o seu primeiro registro para o Espírito Santo. Ocorre desde a Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas até a Submontana, sendo frequente na restinga (Pennington 1997Pennington, T.D. 1997. The Genus Inga Botany. Royal Botanic Gardens, Kew. 844p.; Garcia 1998Garcia, F.C.P. 1998. Relações sistemáticas e fitogeografia de Inga Miller (Leguminosae - Mimosoideae) nas Florestas da Costa Sul e Sudeste do Brasil. Tese de Doutorado. Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. 247p.). No PEPCV, foi coletada nas formações Florestal Não Inundável, Florestal Inundável, Florestal Inundada e Arbustiva Fechada Não Inundável. Difere das outras espécies de Inga presentes no PEPCV por apresentar maior número de pares de folíolos (em geral 3 a 5), folíolos pubescentes em ambas as faces, inflorescências espiciformes e flores com corolas densamente seríceas.Floração observada em dezembro e frutificação observada de novembro a abril.

5. MimosacandolleiR.Grether,Novon 10(1): 33. 2000. Fig. 2a

Figura 2
a. Mimosa candollei (Peterle 51) – ramo com folhas e inflorescências capituliformes. b. M. elliptica (Peterle 07) – ramo com folhas e inflorescências capituliformes. c. M. pudica var. hispida (Peterle 46) – ramo com folhas e inflorescências capituliformes. d. M. sensitiva var. sensitiva (Peterle 49) – ramo com folhas e inflorescências capituliformes. e. Piptadenia adiantoides (Peterle 54) – ramo com folhas e inflorescências espiciformes. f. Senegalia lacerans (Peterle 15) – ramo com folhas e inflorescências espiciformes.

Figure 2 – a. Mimosa candollei (Peterle 51) – branch with leaves and capituliform inflorescences. b. M. elliptica (Peterle 07) – branch with leaves and capituliform inflorescences. c. M. pudica var. hispida (Peterle 46) – branch with leaves and capituliform inflorescences. d. M. sensitiva var. sensitiva (Peterle 49) – branch with leaves and capituliform inflorescences. e. Piptadenia adiantoides (Peterle 54) – branch with leaves and spiciform inflorescences. f. Senegalia lacerans (Peterle 15) – branch with leaves and spiciform inflorescences.


Erva, decumbente, às vezes escandente; ramos angulosos, aculeados, pilosos; acúleos retrorsos, seriados; estípulas 1,5–4,8 × 0,5 mm, lenhosas, aciculares, pilosas, persistentes. Folhas bipinadas; pecíolos 0,8–7,4 cm compr., angulosos, aculeados, pilosos; raque foliar 0,3–4,4 cm compr., cilíndrica, aculeada, pilosa; pinas 2–3 pares, 0,4–5,3 cm compr.; peciólulos cilíndricos, aculeados, pilosos; raquíola cilíndrica, aculeada, pilosa; foliólulos 10–22 pares, os basais 2,9–4,9 × 0,9–1,5 mm, os apicais 4,9–7,4 × 1,4–3 mm, membranáceos, oblongo-lanceolados, base obtusa, ápice mucronado, margem inteira, ciliada, face adaxial glabra, face abaxial estrigosa no primeiro par de foliólulos, glabrescente em direção ao ápice; nectários foliares ausentes. Inflorescências capituliformes, globosas, adensadas, axilares, 1–2 por axila, homomórficas; pedúnculos 3–14,2 mm compr., pilosos; raque floral 2,4–2,9 mm compr., glabra; brácteas não observadas; bractéolas diminutas, lanceoladas, glabras, persistentes. Flores 4–5-meras, sésseis, ca. 15 por inflorescência; cálice 0,4–0,6 mm compr., campanulado, glabro, lacínias irregulares, glabras; corola 1,6–1,8 mm compr., campanulada, glabra, lacínias regularmente triangulares, glabras; 10 estames, 3,8–4,5 mm compr., lilases, homodínamos; filetes livres, exsertos, glabros; ovário 0,1–0,14 mm compr., séssil, glabro; estilete 2–2,7 mm compr., filiforme, glabro; estigma punctiforme. Craspédios tetragonais 5,3–11,5 × 0,2–0,4 cm, não articulados, retos, cilíndricos, lineares, valvas coriáceas, estriadas, aculeadas, glabrescentes, pardas quando maduras; ca. 24 sementes, 3,5–3,8 × 1,9–2 mm, oblongas.

Material examinado: Formação Herbácea Inundável, 30.VIII.2008, fl. e fr., P.L. Peterle et al. 03 (VIES); Arbustiva Aberta Não Inundável, 14.III.2009, fr., P.L. Peterle et al. 40 (VIES); 28.III.2009, fl. e fr., P.L. Peterle et al. 41 (VIES); Herbácea Inundável, 25.IV.2009, fl., P.L. Peterle et al. 51 (VIES); 6.VI.2009, fl., P.L. Peterle et al. 57 (VIES).

Nome vulgar: dormideira, arranha-gato.

Ocorre no sul do México, Belize, Panamá, norte da Colômbia, Venezuela, nordeste do Peru, da Bolívia e da Argentina, Paraguai e no Brasil em todos os estados do Nordeste, em Roraima, Pará, Amazonas, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Paraná (Dutra & Morim 2012Dutra, V.F. & Morim, M.P. 2012. Mimosa. In: Forzza, R.C. et al. (eds.). Lista de espécies da flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2011/FB023084>. Acesso em 13 fevereiro 2012.
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). Em geral, é encontrada em altitudes inferiores a 300 m, mas na Bahia e em Minas Gerais pode ocorrer até a 1.000 m de altitude, principalmente na borda das florestas e nas capoeiras, situadas em solos muito úmidos, em campos arenosos e cerrados, áreas perturbadas, ao longo de rodovias e em pastos abandonados (Burkart 1979Burkart, A. 1979. Leguminosas Mimosoideas. In: Reitz, P.R. (org.). Flora Ilustrada Catarinense. I parte, Fascículo LEGU. Herbário Barbosa Rodrigues, Santa Catarina. Pp. 1-299.; Lewis 1987Lewis, G.P. 1987. Legumes of Bahia. The Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.; Barneby 1991Barneby, R.C. 1991. Sensitivae Censitae: a description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World. Memoirs of the New York Botanical Garden 65: 1-835.). No PEPCV foi coletada na borda e no interior da Formação Herbácea Inundável e nas bordas das formações Arbustiva Aberta Não Inundável e da Florestal Inundável. Foi observada também em áreas degradadas dentro das formações acima citadas. Trata-se de uma espécie heliófita e seletiva higrófita, corroborando observações feitas por Burkart (1979)Burkart, A. 1979. Leguminosas Mimosoideas. In: Reitz, P.R. (org.). Flora Ilustrada Catarinense. I parte, Fascículo LEGU. Herbário Barbosa Rodrigues, Santa Catarina. Pp. 1-299.. Não existe, na literatura consultada, referência alguma para esta espécie no PEPCV. Caracteriza-se por ser uma planta herbácea decumbente, às vezes, escandente, com ramos aculeados e capítulos pequenos, quando comparada às demais espécies de Mimosa presentes no Parque. Além disso, apresenta como característica significativa para sua diferenciação o fruto do tipo craspédio tetragonal e não articulado, uma característica das espécies do gênero Schrankia Willd., que foram transferidas para o gênero Mimosa, por Barneby (1991)Barneby, R.C. 1991. Sensitivae Censitae: a description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World. Memoirs of the New York Botanical Garden 65: 1-835., como Mimosa quadrivalvis L.Floresce e frutifica durante todo o ano.

6. Mimosa ellipticaBenth.,J. Bot. (Hooker) 4(32): 400-401. 1842. Fig. 2b

Erva, decumbente; ramos cilíndricos, inermes a aculeados, pilosos; acúleos retrorsos, distribuídos esparsamente nos ramos; estípulas 1,3–4,3 × 0,5–2 mm, cartáceas, triangulares, híspidas, ciliadas, persistentes. Folhas bipinadas; pecíolos 0,1–2,3 cm compr., cilíndricos, aculeados, pilosos; raque foliar 1,5–7 cm compr., cilíndrica, aculeada, pilosa; acúleos retrorsos, normalmente distribuídos entre os pares de folíolos; pinas 2–8 pares, 0,4–3,4 cm compr.; peciólulos cilíndricos, pilosos; raquíola cilíndrica, pilosa; foliólulos 17–28 pares, os basais 1,4–3 × 0,5–0,7 mm, os apicais 1,9–2,8 × 0,3–0,8 mm, membranáceos, oblongo-lanceolados, base obtusa, ápice obtuso a mucronado, margem inteira, ciliada, face adaxial parcialmente glabra com a ocorrência ocasional de tricomas estrigosos na base dos foliólulos, face abaxial estrigosa no primeiro par de foliólulos, glabrescente em direção ao ápice; nectários foliares ausentes. Inflorescências capituliformes, elipsoides, adensadas, axilares, 1–3 por axila, heteromórficas, estaminadas na periferia, hermafroditas no centro da inflorescência; pedúnculos 11,4–37 mm compr., pilosos; raque floral 8,4–10,1 mm compr., pilosa; brácteas não observadas; bractéolas 0,6–0,7 × ca. 0,5 mm compr., elípticas, pilosas, persistentes. Flores 4-meras, sésseis, ca. 100 por inflorescência; cálice 0,5–0,7 mm compr., tubuloso, glabro, lacínias irregulares, com tricomas no ápice; corola 2,5–2,9 mm compr., campanulada, glabra, lacínias regularmente triangulares, glabras; 8 estames, 2,9–7,7 mm compr., lilases, heterodínamos; filetes livres, exsertos, glabros; ovário 0,6–0,7 mm compr., séssil, seríceo; estilete 2,1-4 mm compr., filiforme, glabro; estigma punctiforme. Craspédios 1,7–4 × 0,8–1,1 cm, 3–10-articulados, retos, plano-compressos, oblongos, margens lineares, aculeadas, valvas coriáceas, estrigosas, marrons quando maduras; 3–10 sementes, 2,7–4,7 × 1,9–5 mm, ovadas.

Material examinado: Formação Herbácea Inundável, 30.VIII.2008, fr., P.L. Peterle et al. 04, 05 (VIES); 11.X.2008, fl. e fr., P.L. Peterle et al. 07 (VIES); Afloramento Rochoso, 15.XI.2008, fl., P.L. Peterle et al. 12 (VIES); Herbácea Inundável, 14.II.2009, fr., P.L. Peterle et al. 30, 31, 33, 34, 35 (VIES); 14.II.2009, fl., P.L. Peterle et al. 32 (VIES); 28.III.2009, fl., P.L. Peterle et al. 43 (VIES); 29.IV.2009, fr., P.L. Peterle et al. 52 (VIES).

Nome vulgar: dormideira.

Ocorre no litoral brasileiro, nos estados da Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro (Barneby 1991Barneby, R.C. 1991. Sensitivae Censitae: a description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World. Memoirs of the New York Botanical Garden 65: 1-835.; Dutra & Morim 2012Dutra, V.F. & Morim, M.P. 2012. Mimosa. In: Forzza, R.C. et al. (eds.). Lista de espécies da flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2011/FB023084>. Acesso em 13 fevereiro 2012.
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), sendo este o seu primeiro registro para o Espírito Santo. Ocupa diferentes hábitats, mas é encontrada preferencialmente em solos arenosos, nas restingas, ao longo da costa e da planície costeira do sudeste do Brasil (Barneby 1991Barneby, R.C. 1991. Sensitivae Censitae: a description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World. Memoirs of the New York Botanical Garden 65: 1-835.). No PEPCV, ocorre com frequência no interior e na borda das formações Herbácea Inundável e Herbácea Inundada, bem como na borda da Florestal Inundável. Coletada também em afloramento rochoso próximo a Lagoa de Caraís. Difere das outras espécies de Mimosa do Parque por apresentar um número maior de pares de pinas (2–8), intercalados por acúleos retrorsos, e craspédios 3–10 articulados. É comumente identificada erroneamente como M. pigra L., que não ocorre no PEPCV, podendo ser diferenciada pelos ramos pilosos (vs. estrigosos) e pelos craspédios com margens aculeadas (vs. estrigosos) e número menor de sementes (3–10 vs. 10–22). Floresce e frutifica durante todo o ano.

7. Mimosa pudica L.var. hispida Brenan, Kew Bull. 10(2): 186-187. 1955. Fig. 2c

Erva, decumbente; ramos cilíndricos, aculeados, vilosos; acúleos retrorsos, distribuídos esparsamente nos ramos; estípulas 3,8–12,6 × 0,8–2,9 mm, membranáceas, triangulares a ovado-acuminadas, adaxialmente vilosas, abaxialmente glabras, ciliadas, persistentes. Folhas bipinadas; pecíolos 0,5–6 cm compr., cilíndricos, inermes, vilosos; raque foliar 0,1–0,3 cm compr., cilíndrica, inerme, vilosa; pinas (1–)2 pares, 1,6–7,6 cm compr.; peciólulos cilíndricos, vilosos; raquíola cilíndrica, vilosa; foliólulos 8–28 pares, os basais 4,7–9,4 × 0,8–2,5 mm, os apicais 3–8,8 × 0,9–2,9 mm, membranáceos, oblongos, base arredondada, ápice mucronado a acuminado, margem inteira, ciliada, face adaxial glabra, face abaxial estrigosa no primeiro par de foliólulos, glabrescente em direção ao ápice; nectários foliares ausentes. Inflorescências capituliformes, globosas, adensadas, axilares, 1–3 por axila, homomórficas; pedúnculos 10,6–31,4 mm compr., pilosos; raque floral 3,1–7,4 mm compr., pilosa; brácteas não observadas; bractéolas 1,5–2 mm compr., linear-lanceoladas, glabras, margens estrigosas, persistentes. Flores 4-meras, sésseis, ca. 100 por inflorescência; cálice 0,1–0,2 mm compr., campanulado, glabro, lacínias regularmente triangulares, glabras; corola 1–1,3 mm compr., campanulada, glabra, lacínias regularmente triangulares, com tricomas no ápice; 4 estames, 5–7,4 mm compr., lilases, homodínamos; filetes livres, exsertos, glabros; ovário 0,3–0,4 mm compr., séssil, glabro; estilete 5,7–6 mm compr., filiforme, glabro; estigma punctiforme. Craspédios 1,5–1,9 × 0,3–0,4 cm, 3–4-articulados, retos, plano-compressos, oblongos, margens aculeadas, constrictas entre as sementes, valvas coriáceas, glabras, marrons quando maduras; 3–4 sementes, 2,4–2,9 × 1,9–2,7 mm, oblongo-elípticas.

Material examinado: Formação Herbácea Inundável, 30.VIII.2008, fr., P.L. Peterle et al. 02 (VIES); 11.X.2008, fr., P.L. Peterle et al. 06 (VIES); Florestal Inundável, 23.XII.2008, fr., P.L. Peterle et al. 19 (VIES); Herbácea Inundável, 14.II.2009, fl., P.L. Peterle et al. 24 (VIES); 14.II.2009, fl. e fr., P.L. Peterle et al. 25 (VIES); 11.IV.2009, fl. e fr., P.L. Peterle et al. 46, 47 (VIES).

Nome vulgar: dormideira, sensitiva.

Ocorre nas Américas (México, Costa Rica, Cuba, Jamaica, Amazônia peruana e Brasil), África equatorial, Índia, Filipinas, Bornéo e Java (Barneby 1991Barneby, R.C. 1991. Sensitivae Censitae: a description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World. Memoirs of the New York Botanical Garden 65: 1-835.). No Brasil, é encontrada nas Regiões Sudeste e Sul, no Distrito Federal e no estado do Pará (Dutra & Morim 2012Dutra, V.F. & Morim, M.P. 2012. Mimosa. In: Forzza, R.C. et al. (eds.). Lista de espécies da flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2011/FB023084>. Acesso em 13 fevereiro 2012.
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2011/FB...
). Distribui-se em hábitats de vegetação secundária ou cultivada, em campo rupestre, restinga e áreas perturbadas como margens de estrada e pastos, em altitudes entre 10–1.500 m (Barneby 1991Barneby, R.C. 1991. Sensitivae Censitae: a description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World. Memoirs of the New York Botanical Garden 65: 1-835.; Dutra & Garcia 2014Dutra, V.F. & Garcia, F.C.P. 2014. Mimosa L. (Leguminosae-Mimosoideae) dos campos rupestres de Minas Gerais, Brasil. Iheringia, serie Botânica 69: 51-90.). No PEPCV, ocorre na borda das formações Herbácea Inundável, Florestal Inundável e Florestal Inundada, demonstrando assim, maior preferência por hábitats úmidos. Foi coletada também em áreas degradadas dentro das formações acima citadas. Não existe, na literatura consultada, referência alguma para a ocorrência desta espécie no PEPCV. Distingue-se das outras espécies de Mimosa do parque por apresentar normalmente dois pares, raro um, de pinas e pecíolo não aculeado. Mimosa pudica var. hispida distingue-se das outras variedades de M. pudica principalmente por apresentar tricomas híspidos ao longo dos ramos (Barneby 1991Barneby, R.C. 1991. Sensitivae Censitae: a description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World. Memoirs of the New York Botanical Garden 65: 1-835.). Floresce e frutifica durante todo o ano.

8. Mimosa sensitivaL.var. sensitiva,Sp. Pl. 1: 518. 1753. Fig. 2d

Erva, decumbente, às vezes escandente; ramos cilíndricos, aculeados, pilosos; acúleos retrorsos, seriados; estípulas 1,6–4,6 × 0,5–1,5 mm, cartáceas, elípticas a lanceoladas, pilosas, ciliadas, persistentes. Folhas bipinadas; pecíolos 1,1–6,1 cm compr., cilíndricos, aculeados, pilosos; raque foliar ausente; pinas 1 par; 1,9–7 cm compr.; peciólulos cilíndricos, pilosos; raquíola cilíndrica, pilosa; foliólulos 2 pares, os internos atrofiados, os basais 10,5–51,3 × 3–15,9 mm, os apicais 17,8–57,4 × 4,9–19,2 mm, membranáceos, falcados, base assimétrica, ápice agudo, margem inteira, ciliada, face adaxial glabrescente ou glabra, estrigosa na base do foliólulo, face abaxial estrigosa; nectários foliares ausentes. Inflorescências capituliformes, globosas, adensadas, axilares, 1–2 por axila, heteromórficas, estaminadas na periferia da inflorescência e hermafroditas no centro; pedúnculos 20,3–36 mm compr., aculeados, pilosos; raque floral 5,8–6 mm compr., glabra; brácteas não observadas; bractéolas 2,7–3 × 0,5 mm, lanceoladas, glabras, margens estrigosas, persistentes. Flores 4-meras, sésseis, ca. 100 por inflorescência; cálice 0,7–1 mm compr., campanulado, glabro, lacínias regularmente triangular-lanceoladas, glabras; corola 1,1–2 mm compr., tubulosa, glabra, lacínias regularmente triangulares, glabras; 4 estames, 5,8–6,6 mm compr., lilases, homodínamos; filetes livres, exsertos, glabros; ovário 0,3–0,6 mm compr., curtamente estipitado, glabro; estilete 8,5–9,7 mm compr., filiforme, glabro; estigma punctiforme. Craspédios 0,9–2,3 × 0,4–0,6 cm, 2–5-articulados, retos, plano-compressos, oblongos, margens aculeadas, pubescentes, valvas coriáceas, aculeadas, pubescentes, marrons quando maduras; 2–5 sementes, 2,9–3,5 × 2–2,5 mm, pardas.

Material examinado: Formação Arbustiva Aberta Não Inundável, 25.IV.2009, fl. e fr., P.L. Peterle et al. 48, 49 (VIES); 25.IV.2009, fl., P.L. Peterle et al. 50 (VIES); 11.VI.2009, fr., P.L. Peterle et al. 58 (VIES).

Nome vulgar: dormideira.

Mimosa sensitiva var. sensitiva é exclusiva da América do Sul, ocorrendo na Venezuela e no Brasil, nos estados do Pará, Amazonas, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo, desde o nível do mar até altitudes de 1.000 m, na Chapada Diamantina (Bahia), em florestas sazonalmente secas, áreas de cerrado, restingas, capoeiras e ao longo de estradas (Barneby 1991Barneby, R.C. 1991. Sensitivae Censitae: a description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World. Memoirs of the New York Botanical Garden 65: 1-835.; Dutra & Morim 2012Dutra, V.F. & Morim, M.P. 2012. Mimosa. In: Forzza, R.C. et al. (eds.). Lista de espécies da flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2011/FB023084>. Acesso em 13 fevereiro 2012.
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). Este é o primeiro registro da espécie para o Espírito Santo. No PEPCV, foi coletada na borda da Formação Arbustiva Aberta Não Inundável, em área degradada. Apresenta hábito herbáceo decumbente, às vezes escandente. Caracteriza-se pela ausência de raque foliar, por ter apenas um par de pinas e dois pares de foliólulos falcados, sendo os mais internos atrofiados. Assemelha-se vegetativamente à Mimosa velloziana Mart. com a qual tem sido constantemente confundida, embora possa ser diferenciada, principalmente, quanto ao tamanho do cálice, diminuto em M. velloziana (Barneby 1991Barneby, R.C. 1991. Sensitivae Censitae: a description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World. Memoirs of the New York Botanical Garden 65: 1-835.). Distingue-se de M. sensitiva var. malitiosa (Mart.) Barneby por apresentar bractéolas e capítulos maiores (Barneby 1991Barneby, R.C. 1991. Sensitivae Censitae: a description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World. Memoirs of the New York Botanical Garden 65: 1-835.). Floresce e frutifica de abril a junho.

9. Piptadenia adiantoides (Spreng.) J.F.Macbr., Contr. Gray Herb. 59: 17. 1919. Fig. 2e

Arbusto 5–10 m alt., escandente; ramos cilíndricos, inermes, pilosos, lenticelados; estípulas 2,5–3,8 × 0,5 mm compr., cartáceas, aciculares, pilosas, caducas. Folhas bipinadas; pecíolos 1,8–4,3 cm compr., cilíndricos, aculeados abaxialmente, pilosos; raque foliar 1,7–6,7 cm compr., cilíndrica, aculeada, pilosa; pinas 3–5 pares; peciólulos cilíndricos, pilosos; raquíola cilíndrica, pilosa; foliólulos 2–5 pares, os basais 6,6–18,3 × 3–10,8 mm, os apicais 13,4–24,8 × 6,5–15,6 mm, cartáceos, obovados, base assimétrica, ápice arredondado, margem inteira, glabra, face adaxial pilosa, face abaxial glabrescente; nectários foliares sésseis, verrucosos quando na base do pecíolo, ocasionais e pateliformes quando entre os pares de foliólulos. Inflorescências espiciformes, adensadas, axilares, 1–4 por axila, homomórficas; pedúnculos 8,3–12,5 mm compr., pilosos; raque floral 39,9–54,8 mm compr., pilosa; brácteas 1,8–1,9 mm compr., aciculares, pilosas, caducas; bractéolas diminutas, elípticas, pilosas abaxialmente, persistentes. Flores 5-meras, sésseis, ca. 300 por inflorescência; cálice 1–1,5 mm compr., tubuloso, glabrescente, lacínias irregularmente triangulares, com tricomas no ápice; corola 5,3–5,7 mm compr., campanulada, glabra, lacínias cuneadas, reflexas, glabras; 10 estames, 2,5–2,9 mm compr., brancos, homodínamos, tubo estaminal incluso, glabro; ovário menor que 0,5 mm compr., estipitado, seríceo; estípite menor que 0,5 mm compr., glabro; estilete curto, glabro; estigma capitado. Legumes 6,8–8,9 × 1,6–2,1 cm, retos, plano-compressos, estreito-elípticos, margens lineares a levemente constrictas entre as sementes, valvas membranáceas, glabras, marrons quando maduras; 8–9 sementes, 5,1–5,4 × 3,3–3,5 mm, obovadas.

Material examinado: Formação Florestal Inundável, 21.I.2009, fr., P.L. Peterle et al. 21 (VIES); 9.V.2009, fl., P.L. Peterle et al. 54 (VIES); 11.VI.2009, fl., P.L. Peterle et al. 59 (VIES).

Nome vulgar: arranha-gato.

Ocorre no Peru e amplamente no Brasil, nos estados do Pará, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo (Lewis 1987Lewis, G.P. 1987. Legumes of Bahia. The Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.; Tamashiro 1989Tamashiro, J.Y. 1989. Estudos taxonômicos e morfológicos do gênero Piptadenia sensu Bentham no sudeste do Brasil: avaliação das modificações taxonômicas recentemente propostas. Tese de Mestrado. Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 99p.; Morim 2012Morim, M.P. 2012. Piptadenia. In: Forzza, R.C. et al. (eds.). Lista de espécies da flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2011/FB022784>. Acesso em 13 fevereiro 2012.
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2011/FB...
). Habita as florestas da costa brasileira, restingas, plantações de cacau e áreas com vegetação graminoide (Lewis 1987Lewis, G.P. 1987. Legumes of Bahia. The Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.). Foi coletada no PEPCV na borda da Formação Florestal Inundável próxima à rodovia. Não existe, na literatura consultada, referência alguma para esta espécie no PEPCV. Piptadenia adiantoides é reconhecida na área por ser um arbusto escandente heliófito, apresentar pecíolo e raque foliar aculeados, peciólulo e raquíola inermes, inflorescência espiciforme e frutos do tipo legume, marrons quando maduros. Floresce nos meses de maio e junho e foi coletada com frutos nos meses de janeiro, março e junho.

10. Senegalia lacerans (Benth.) Seigler & Ebinger,Phytologia 88(1): 55. 2006. Fig. 2f

Arbusto 2–3 m alt., escandente; ramos cilíndricos, aculeados, pilosos, lenticelados; acúleos retrorsos; estípulas 1,4–2 × 0,3–0,5 mm, cartáceas, triangulares a ovado-acuminadas, glabrescentes, persistentes. Folhas bipinadas; pecíolos 0,7–1,1 cm compr., cilíndricos, canaliculados adaxialmentes, aculeados, pilosos; raque foliar 4,3–12,8 cm compr., cilíndrica, canaliculada adaxialmente, aculeada, pubescente; pinas 8–18 pares, 1,2–3,5 cm compr.; peciólulos cilíndircos, pubescentes; raquíola angulosa, pubescente; foliólulos 22–44 pares, os basais 1,4–1,6 × ca. 0,5 mm compr., os apicais 0,5–1,8 × ca. 0,5 mm compr., cartáceos, linear-elípticos, base truncada, ápice cuneado, margem inteira, ciliada, ambas as faces glabras; nectários foliares sésseis, comprimidos longitudinalmentes, cupuliformes, na base do pecíolo e ocasionais entre os pares de foliólulos. Inflorescências capituliformes, elipsoides, adensadas, axilares, 1–2 por axila, heteromórficas; pedúnculos 3,5–15,3 mm compr., pilosos; raque floral 6,2–9,5 mm compr., pilosa; brácteas não observadas; bractéolas diminutas, triangular-lanceoladas, glabras, caducas. Flores 5-meras, sésseis, 23–32 por inflorescência; cálice 1,3–1,6 mm compr., campanulado, glabro, lacínias regularmente triangulares, glabras; corola 1,7–2,7 mm compr., tubulosa, glabra, lacínias regularmente triangulares, glabras; 98–99 estames, 4,7–5,4 mm compr., brancos, heterodínamos, tubo estaminal incluso, glabro; ovário 0,8–1 mm compr., seríceo, estipitado, estípite 1,5–1,6 mm compr., filiforme, glabro; estilete 2–2,4 mm compr., filiforme, glabro; estigma punctiforme. Legumes 8,3–15,6 × 4,1–5,8 cm, retos, plano-compressos, elípticos a estreito-elípticos, margens lineares a levemente constrictas entre as sementes, valvas lenhosas, glabras, marrons quando maduras; 8–9 sementes, 9,9–16,3 × 6,3–7,9 mm, ovadas.

Material examinado: Formação Florestal Não Inundável, 15.XI.2008, fl., P.L. Peterle et al. 11 (VIES); Arbustiva Fechada Não Inundável, 6.XII.2008, fl., P.L. Peterle et al. 15 (VIES); 28.III.2009, fl., P.L. Peterle et al. 44 (VIES); 6.VI.2009, fr., P.L. Peterle et al. 56 (VIES).

Nome vulgar: arranha-gato.

Ocorre na costa do Brasil, da Bahia à Santa Catarina (Morim & Barros 2012Morim, M.P. & Barros, M.J.F. 2012. Senegalia. In: Forzza, R.C. et al. (eds.). Lista de espécies da flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2011/FB100997>. Acesso em 13 fevereiro 2012.
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). É típica da Floresta Pluvial Atlântica, ocorrendo principalmente nas formações secundárias e em plantações de cacau (Lewis 1987Lewis, G.P. 1987. Legumes of Bahia. The Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.; Lima et al. 1994Lima, H.C.; Correia, C.M.B. & Farias, D.S. 1994. Leguminosae. In: Lima, M.P.M. de & Guedes-Bruni, R.R. (orgs.). Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ: aspectos florísticos das espécies vasculares. Vol. 1. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Pp. 167-228.). No PEPCV, ocorre no interior e na borda das formações Arbustiva Fechada Não Inundável e Florestal Não Inundável. Não existe, na literatura consultada, referência alguma para a ocorrência desta espécie no PEPCV. Senegalia lacerans é um arbusto escandente heliófito, facilmente identificada no Parque pela presença de ramos, pecíolos e raques foliares aculeados e inflorescências elipsoides. Foi coletada com flores nos meses de março, novembro e dezembro e com frutos no mês de junho.

Agradecimentos

Ao Instituto Estadual do Meio Ambiente do Espírito Santo (IEMA), a autorização de pesquisa no PEPCV. Ao especialista Haroldo C. de Lima e a Robson Daumas Ribeiro (in memorian), o auxílio na identificação do material e disponibilização de bibliografia. À equipe do PEPCV, o apoio logístico nas atividades de campo. Aos colegas e amigos que ajudaram nas coletas, em especial a Stéfano da Silva Dutra.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Mar 2015

Histórico

  • Recebido
    18 Dez 2012
  • Aceito
    04 Fev 2015
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